segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O GPS DE ABRAÃO

Deus chamou Abraão e mandou que ele deixasse tudo e fosse para a Terra Prometida (Canaã). 

Foi uma longa jornada, desde a Mesopotâmia até lá. E Abraão precisou ser guiado. Precisou, assim como nós, hoje em dia, de um GPS para lhe ensinar qual era a melhor rota.

O GPS de Abraão foi o próprio Deus, que lhe mostrou o caminho a seguir e o protegeu de todos os perigos. Assim como Deus fez com Abraão, Ele também pode fazer com você. Veja mais neste novo vídeo:

[youtube]qK6zjjtmg4o[/youtube]

sábado, 26 de novembro de 2016

DÚVIDAS BOAS E DÚVIDAS RUINS


Recentemente discuti aqui se seria pecado ter dúvidas espirituais. Comentei que todo mundo tem dúvidas na sua caminhada espiritual e, portanto, não há pecado nisso. E a dúvida pode até ser boa, caso o processo de resolvê-la leve a pessoa a evoluir na sua fé (veja mais).

Naquela discussão, concentrei-me num tipo específico de dúvida, a intelectual, aquela que só pode ser eliminada com respostas claras e objetivas. A dúvida intelectual simplesmente desaparece quando a resposta certa aparece.

Vamos ver um exemplo disso na Bíblia. O caso aconteceu com o apóstolo Tomé, que disse só acreditaria na ressurreição de Jesus com provas concretas:
Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: "Vimos o Senhor! " Mas ele lhes disse: "Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei"... Jesus entrou... e disse a Tomé: "Coloque o seu dedo aqui. Veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia". Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu! " Então Jesus lhe disse: "Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram". João capítulo 20, versículos 24 a 29
Tomé duvidou, mas quando recebeu as provas da ressurreição, aceitou e adorou Jesus. Simples assim. E repare que Jesus foi paciente com ele, dando-lhe as provas pedidas e apenas comentou que quem tinha uma fé maior do que Tomé - não precisava ver para crer - era mais feliz.

Conforme já disse, esse tipo de dúvida costuma ser bom porque ajuda a pessoa a crescer espiritualmente. E a dúvida intelectual só costuma virar um problema importante quando é negado à pessoa em dúvida a liberdade para questionar e encontrar a resposta que precisa. 

Aí a dúvida intelectual permanece dentro da pessoa sem ser resolvida, "infecionando" seu pensamento, e pode acabar se transformando em outro tipo de dúvida, mais difícil de tratar. 

O segundo tipo de dúvida é a emocional, cuja origem costuma ser o sofrimento, que leva a pessoa, por exemplo, a duvidar se está no caminho espiritual certo ou até se foi abandonada por Deus.

Vamos ver um exemplo bíblico ocorrido com João Batista, quando ele estava preso e já sabia que iria morrer. Ele mandou dois discípulos procurarem Jesus para averiguar se Ele era mesmo o Messias tão esperado:
Os discípulos de João contaram-lhe todas essas coisas [sobre Jesus]. Chamando dois deles, João enviou-os ao Senhor para perguntarem: “És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?” Dirigindo-se a Jesus, aqueles homens disseram: “João Batista nos enviou para te perguntarmos se És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?” Naquele momento Jesus curou muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos. Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram..." Lucas capítulo 7, versículos 18 a 22 
A dúvida emocional de João Batista é plenamente compreensível: ele estava condenado a morrer e queria ter certeza que sua missão, como o precursor do Messias, não tinha sido em vão. Por isso queria ter certeza que Jesus era mesmo o Messias.

Jesus respondeu fazendo milagres, demonstrando seu poder, e deixou a conclusão final para o próprio João Batista. Repare que Jesus não se aborreceu por João ter duvidado, pois entendeu perfeitamente a dificuldade dele. 

Frequentemente, costuma haver uma raiz de dúvida intelectual, nunca esclarecida, no meio desse processo todo. Por exemplo, imagine que a pessoa entenda a frase "tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos capítulo 8, versículo 28) como uma promessa dando-lhe garantia de proteção divina plena. 

Aí aparece um problema sério na vida dela e a pessoa fica confusa: como isso foi possível? Deus não tinha prometido protegê-la? A dúvida se instala e a pessoa pode até passar a pensar que Deus não se importa muito com ela. Não a ama de fato.

E se a dúvida intelectual não for rapidamente esclarecida, isto é, se não for explicado para essa pessoa que a tal promessa não existe, a dúvida emocional só vai crescer e pode destruir a fé da pessoa. 

O comportamento de Jesus com João Batista dá uma pista de como a dúvida emocional deve ser tratada. Ele forneceu informações (fez milagres e mostrou seu poder) para resolver a dúvida intelectual e demonstrou compreensão e paciência com os sentimentos feridos de João. E não pressionou Joa a se posicionar: deixou que ele olhasse para as informações e tirasse suas próprias conclusões. 

O terceiro tipo de dúvida nasce na vontade da pessoa. Esse é o tipo de dúvida mais difícil de tratar, pois diferente dos demais casos, a pessoa duvida por que quer duvidar e se sente confortável assim. Ela deixa de ter motivação para deixar de duvidar. 

Um bom exemplo desse tipo de situação pode ser percebido em alguns ateus. Vi um vídeo onde o palestrante, um cristão, perguntou a diversas pessoas que se diziam ateias se elas mudariam de posição, caso ele conseguisse provar que o cristianismo era verdadeiro. E várias tiveram a sinceridade de dizer que não. 

Há na Bíblia um exemplo de dúvida desse tipo, que fica evidente num debate entre Jesus e os fariseus. Esses viviam em guerra teológica com Jesus, questionando tudo que Ele ensinava. E certa vez pediram a Jesus um sinal que comprovasse seu ministério:
Então alguns dos fariseus e mestres da lei lhe disseram: “Mestre, queremos ver um sinal milagroso feito por ti”. Ele respondeu: Uma geração perversa e adúltera pede um sinal milagroso! Mas nenhum sinal lhe será dado, exceto o sinal do profeta Jonas. Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no coração da terra. Mateus capítulo 12, versículos 38 a 40
Repare como Jesus foi duro na sua resposta aos fariseus, chamando-os de "geração perversa e adúltera" e se recusou a fazer o que eles pediram.

Jesus reagiu de forma totalmente diferente com o apóstolo Tomé ou João Batista. Com esses dois outros, Ele teve paciência e consideração, mas não com os fariseus. E foi assim por causa da natureza da dúvida desses últimos.

A "dúvida da vontade" é aquela em que a pessoa se sente confortável em duvidar. Suas dúvidas deixam de ser um problema. Ela assume a posição de dizer para Deus: "fica na sua, que eu fico na minha". E é muito difícil mudar esse tipo de situação.

Concluindo, dúvidas acontecem com todo mundo. E o ato de duvidar, em si, não é errado e nem pecado. É natural. A questão é o que você faz com suas dúvidas.

É preciso tratá-las adequadamente, procurando as respostas certas e, se for preciso, ajuda de outras pessoas, para não deixar essas dúvidas "infectarem" sua mente. Só isso.

Com carinho

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A BÍBLIA MANDA NÃO CONFIAR EM NINGUÉM?

Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens... Jeremias capítulo 17, versículo 5
Outro dia discuti aqui no site se seria pecado dar fiança para outra pessoa (veja mais), coisa que não acredito ser errada e proibida pela Bíblia.

Conversando sobre essa questão, neste último fim de semana, alguém citou o versículo de Jeremias, que abre este post, que parece proibir depositar confiança em outro ser humano. Sendo assim, a fiança parece estar proibida por causa disso.

O problema com essa interpretação é que o texto de Jeremias não fala apenas sobre fiança e sim sobre confiança de forma geral. Assim, estaria proibida não somente a fiança, mas também que o marido depositasse confiança na própria mulher e vice-versa. Afinal, são dois seres humanos confiando um no outro.

Como também seria proibido que o pai confie no próprio filho e vice versa. E mais ainda que o(a) cristão(â) deposite confiança no(a) próprio(a) pastor(a). E até que esse(a) pastor(a) confie no(a) no(a) seu(sua) bispo(a).

Em outras palavras, se aceitarmos essa interpretação, não estaria sendo proibida apenas a fiança, mas também qualquer outra relação de confiança. E a vida em sociedade seria impossível.

Ora, a Bíblia está cheia de situações onde pessoas confiaram umas nas outras - um belo exemplo é a Igreja Apostólica, onde as pessoas tinham tudo em comum e cabia aos apóstolos distribuir os bens de acordo com a necessidade de cada uma (Atos dos Apóstolos capítulo 2, versículos 42 a 47). Portanto, essa interpretação não pode estar certa. 

Esse interpretação desse versículo de Jeremias demonstra claramente o perigo de analisar um versículo fora do seu contexto - fazer isso torna possível chegar a qualquer conclusão. Vamos então voltar ao texto de Jeremias e ver o que está acontecendo. Mas agora, vou transcrever a passagem completa:
Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém. Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes e não ficará ansiosa no ano da seca, nem deixará de dar fruto". Jeremias capítulo 17, versículos 5 a 8
Repare que o profeta não está discutindo se seres humanos podem ou não confiar uns nos outros. Ele está criticando quem confia mais em outro ser humano do que em Deus. 

E não importa, nesse caso, em quem se está depositando tal confiança irrestrita - marido(esposa), filho(a), amigo(a), pastor(a), chefe, Presidente da República, etc. Pode ser a melhor pessoa do mundo e ainda assim isso está errado. E é pecado. 

Afinal, quem confia mais em outro ser humano do que em Deus, está colocando essa outra pessoa no lugar d´Ele e, por causa disso, comete pecado, pois há um mandamento que proíbe colocar qualquer coisa diante de Deus (Êxodo capítulo 20, versículos 2 e 3). E é desse pecado que decorre a maldição incluída pelo profeta Jeremias nesse texto.

E isso faz todo sentido. Afinal, nenhum ser humano, por melhor intencionado que seja, pode dar total garantia a outra pessoa. Isso simplesmente não é possível. No texto, citado acima, onde discuti a questão da fiança, eu lembrei o caso de um amigo meu - pessoa muito séria -, para quem dei fiança e que morreu inesperadamente. E naturalmente, ela não pode me pagar e eu fiquei com o prejuízo. 

Portanto, a confiança absoluta do ser humano só pode ser depositada em Deus. É para Ele que devemos olhar, quando buscamos garantia plena.

Agora, isso não quer dizer que não podemos ou devemos confiar em outras pessoas. Isso é absolutamente necessário para viver em sociedade. Mas esse tipo de confiança nunca pode ser igual àquela que temos em Deus. Só isso.

Com carinho

domingo, 20 de novembro de 2016

A PALAVRA IRADA

Muita gente tem problema para controlar a palavra irada. Aquela que sai da boca no momento da raiva. Quando o autocontrole falha. 

É aí que a pessoa acaba dizendo o que não gostaria ou deveria. E causa problemas, tanto para si mesma como para os outros.

Não é fácil controlar a palavra irada e sei disso na minha própria carne, pois lutei contra esse problema por muito tempo. E consegui superá-lo. 

Veja como é possível fazer isso neste novo video:

[youtube]iwZDbloGf5U[/youtube]


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

É PECADO SER FIADOR DE OUTRA PESSOA?

Será que a Bíblia proíbe um(a) cristão(ã) de ser fiador(a) de outra pessoa? Confesso que fui surpreendido com essa pergunta, que recebi poucos dias atrás. E mais surpreso ainda fiquei ao saber que várias igrejas evangélicas proíbem essa prática aos seus membros, por ser considerada pecaminosa.

Acredito não ser pecado dar fiança para outra pessoa. Não há nada na Bíblia que proíba essa prática. E para justificar essa resposta, vou analisar os três textos mais comumente usados por quem afirma que dar fiança é pecado:
Meu filho, se você serviu de fiador do seu próximo, se, com um aperto de mãos, empenhou-se por um estranho e caiu na armadilha das palavras que você mesmo disse, está prisioneiro do que falou. Então, meu filho, uma vez que você caiu nas mãos do seu próximo, vá e humilhe-se. Insista, incomode o seu próximo! Não se entregue ao sono, não procure descansar. Livre-se como a gazela se livra do caçador, como a ave do laço que a pode prender. Provérbios 6, versículos 1 a 5
Quem serve de fiador certamente sofrerá, mas quem se nega a fazê-lo está seguro. Provérbios capítulo 11, versículo 15
O homem sem juízo, com um aperto de mãos se compromete e se torna fiador do seu próximo. Provérbios capítulo 17, versículo 18
Repare que esses três textos não proíbem a prática da fiança. Falam sim do risco envolvido - o primeiro deles chega ao ponto de recomendar fortemente a quem tiver caído nessa "armadilha", encontrar uma forma de se livrar de tal responsabilidade.

E como não há proibição explícita, fica claro que não é pecado ser fiador(a). Tanto é assim, que há na Bíblia um caso de alguém que precisou dar fiança e o texto bíblico não faz qualquer crítica a essa pessoa. 

Em Gênesis capítulo 43, versículo 9, Judá deu ao seu pai a própria vida em fiança pela vida do irmão mais novo, Benjamim, garantindo que o caçula da família voltaria são e salvo de uma viagem ao Egito. E tudo deu certo.

O problema com a fiança não é o pecado e sim de outra natureza: os riscos envolvidos. Ser fiador(a) é o mesmo que dizer para a outra pessoa: "se você não conseguir pagar sua dívida, pode deixar que eu pago". E isso não é pouca coisa.

E os riscos muitas vezes nem são percebidos - certa vez, dei fiança para um amigo que morreu. Naturalmente, eu não esperava que isso acontecesse. A dívida não pode ser paga por ele e eu precisei arcar com o prejuízo. 

Fiança não é pecado, mas envolve risco. Simples assim.

Com carinho

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO

A eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos foi vista com grande espanto pela opinião pública mundial. As pessoas ainda se perguntam como foi possível um político com as características de Trump - racista, machista, passado pouco recomendável e defensor de políticas públicas irresponsáveis - ter sido aceito por uma grande parte do eleitorado do país mais rico e poderoso do mundo. 

Os analistas políticos têm sido unânimes em apontar um fator preponderante para esse resultado: a enorme insatisfação de boa parte da população norte-americana, especialmente aquela composta por brancos com baixo nível de educação. Esse grupo viu seu padrão de vida ser muito afetado pela globalização, fruto da migração dos empregos industriais menos qualificados para outros países, onde a mão de obra é mais barata. Por causa disso, uma região do norte dos Estados Unidos, chamada de "Cinturão da Ferrugem", é hoje um cemitério de fábricas e cidades.

O fenômeno do "mal estar" social também pôde ser percebido no Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales), quando esse país votou por sair da União Européia. A causa ali foi um pouco diferente - a proteção da própria economia da invasão de imigrantes vindos de países mais pobres.

Em ambos os casos, vimos o tal "mal estar" levando as pessoas a fazerem escolhas erradas, que vão ter consequências sérias para seu futuro. E o mesmo pode acontecer na França, onde a direita radical vem crescendo, e em outros países europeus. 

O mesmo "mal estar social" também pode ser notado no Brasil, embora suas causas sejam um pouco diferentes - aqui, os problemas são a recessão, a corrupção, a péssima qualidade dos serviços públicos, etc. Cerca de 40% do eleitorado brasileiro (soma das pessoas ausentes da eleição e das que votaram em branco ou nulo) não quis fazer uma escolha na última eleição municipal. E candidatos que se apresentaram como "não políticos", como o Prefeito eleito de São Paulo, ganharam com facilidade.

Outros sinais do mesmo fenômeno são a súbita notoriedade de políticos que defendem uma agenda de direita radical, os inúmeros protestos (invasões de escolas, ocupações de instalações públicas, etc) fomentados por grupos de esquerda também radical e a guerra contínua de opiniões nas redes sociais, onde se tornou frequente a troca de ofensas e o assédio moral. 

O fenômeno do "mal estar social"
Sigmundo Freud, o pai da psicanálise, foi o primeiro cientista social a analisar esse fenômeno, num livro famoso, intitulado "O mal estar na civilização". Ele ensinou que o tal "mal estar" é fruto das tensões sociais causadas pela necessidade do ser humano conter seus piores impulsos para conseguir viver em sociedade. E tal contenção é necessária porque o ser humano não é naturalmente bom e gentil.

O cristianismo concorda com Freud que o ser humano tem uma tendência a praticar o mal. Segundo a Bíblia, se formos deixados por nossa própria conta, acabaremos por escolher aquilo que é errado (o pecado).

Mas Freud e a doutrina cristã divergem na fórmula proposta para curar o "mal estar social". O primeiro sugeriu que o caminho é investir na educação e no uso de procedimentos psicanalíticos, que levariam as pessoas a se conhecer melhor e aprender a lidar bem com suas dificuldades e limitações.

A visão cristã
O cristianismo, embora não seja contra a educação ou a psicanálise, entende que isso não basta. É preciso uma mudança interior - a metáfora usada é "nascer de novo" -, que só pode ser conseguida a partir da ação do Espírito Santo em nas vidas das pessoas, convencendo-as dos seus erros e ensinando-lhes os caminhos certos, que as levarão a ficar mias próximas de Deus.

Outra forma de dizer a mesma coisa é reconhecer que, para a doutrina cristã, o "mal estar na civilização" deve-se à ausência de Deus nas vidas das pessoas. E quanto mais falta Deus faz, mais esse "mal estar" aumenta.

Soluções desesperadas, como eleger políticos messiânicos como Trump, fechar as fronteiras do país para imigrantes pobres, realizar protestos cada vez mais violentos e assim por diante, não adiantam nada. E só pioram as coisas - acaba por haver um alívio de curto prazo e depois o "mal estar" só aumenta. 

Enquanto a sociedade não entender que a solução está em Deus, e só n´Ele, esse fenômeno infelizmente só vai aumentar.

Com carinho

sábado, 12 de novembro de 2016

NÃO DEIXE DE ORAR

A oração é uma coisa fundamental na vida de qualquer cristão(ã). A sua vida espiritual depende muito da sua prática de oração.

Agora, você pode ter dúvidas sobre como orar, qual o melhor lugar para fazer isso ou sobre o que dizer. Pode ter medo de não saber orar.

No vídeo abaixo eu explico os aspectos básicos da oração para que você nunca deixe de orar. Confira:

[youtube]wNYZRNTZzgM[/youtube]

Você também pode consultar um texto aqui no site onde o Vinicius fala mais sobre esse mesmo tema, explicando o significado do Pai Nosso, a oração ensinada por Jesus - veja mais .

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A LEI SEGUNDO JESUS

Os judeus no tempo de Jesus regulavam suas vidas pelos mandamentos contidos na Torah (os cinco primeiros livros do Velho Testamento). Na chamada Lei Mosaica, estava registrado tudo aquilo que Deus esperava que as pessoas fizessem ou eram proibidas de fazer.

O problema com esse tipo de situação é a interpretação dessa Lei. Por exemplo, o que significava "santificar o sábado"? Poderiam as pessoas trabalhar, cozinha, curar enfermos ou lutar numa guerra nesse dia especial, separado por Deus?

Essas dúvidas eram esclarecidas pelos "rabinos" e "doutores da Lei", pessoas que conheciam bastante a Bíblia Hebraica (Velho Testamento) e dedicavam boa parte da sua vida a estudar a correta aplicação dos mandamentos divinos na vida prática. 

Jesus era tido como "rabino" ("mestre") - há várias passagens dos Evangelhos em que foi chamado assim (p. ex. João capítulo 1, versículo 38) - e, portanto, era natural que as pessoas esperassem ouvir d´Ele interpretações da Lei.

E os Evangelhos registram muitas situações em que Jesus fez exatamente isso. Por exemplo, em Mateus capítulo 22, versículos 34 a 40, Ele resumiu a Lei ao amor, a Deus e ao próximo. Em João capítulo capítulo 13, versículo 34, Ele disse: "... um novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei". 

O judaísmo, especialmente dentro da visão dos fariseus, era uma religião do "esforço" - as pessoas buscavam alcançar a aceitação de Deus pelo cumprimento dos mandamentos, isto é pelas obras. Aí Jesus veio e ensinou algo muito diferente: a ação correta (o cumprimento dos mandamentos) deve ser fruto do amor que temos por Deus Deus, amor esse nascido da gratidão pela sua misericórdia e graça derramadas sobre nós. 

Essa diferença de abordagem na interpretação da Lei Mosaica, fica evidente em muitos momentos do ministério de Jesus, especialmente quando Ele sua a expressão "ouviste o que foi dito... eu [Jesus], porém, vos digo..."

Nesses momento, Jesus apontou primeiro para a interpretação tradicional da Lei ("ouviste o que foi dito...") e depois fez um contraste com sua visão pessoal ("eu, porém vos digo...). E normalmente surpreendeu seus ouvintes pois sua interpretação fugia dos padrões conhecidos. Vejamos um exemplo:

"Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Mateus capítulo 5, versículos 21 e 22

Jesus ensinou que não é somente o ato de matar fisicamente que é pecado. O desejo de matar é tão pecaminoso quanto o ato em si. 

Jesus introduziu uma importante diferença de interpretação: a intenção prévia é tão importante quanto o ato pecaminoso em si. As intenções são fundamentais porque elas precedem os atos físicos - sem o desejo prévio de pecar, não acontece o pecado. Simples assim. 

Um outro exemplo da mesma abordagem está na passagem:

"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Mateus capítulo 5, versículos 27 e 28

Aqui Jesus ensinou que o desejo de adulterar é tão sério como o adultério em si. Uma coisa não anda sem a outra. 

Em outras palavras, Jesus mostrou que a luta para obedecer a vontade de Deus não pode ser centrada no controle sobre o que a pessoa faz - tese seguida pelos fariseus e muito adotada hoje em dia pelos cristãos legalistas. Para ter sucesso, essa luta precisa ser baseada na re-educação dos pensamentos da pessoa, isto é numa mudança interior.

A luta para perder peso é uma excelente ilustração do que acabei de falar. A maioria esmagadora das pessoas tenta fazer dieta, que é simplesmente o controle do que se come. O controle do que se faz. E esse caminho não costuma dar certo, pois cedo ou tarde a pessoa acaba se rendendo ao desejo de comer o que não pode. Praticamente nenhuma dieta dura para sempre.

A solução efetiva é mudar a forma de pensar: re-educar as práticas alimentares, apendendo a encontrar satisfação nos alimentos certos, ingeridos na quantidade adequada. Aí o peso passa a ser mantido sem sofrimento e esforço.

Mudar o interior em lugar de controlar os atos, aí está a Lei que Jesus nos deixou. E essa mudança do interior gera outras consequências importantes, conforme Jesus também deixou claro:
"Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor’. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma... Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno". Mateus capítulo 5, versículos 33 a 37
A questão da qual Jesus tratou nessa afirmação tinha a ver com o hábito de jurar em nome de Deus, de coisas sagradas (como o Templo) ou até da própria família. Há gente que ainda faz isso hoje em dia, ao dizer "juro por Deus", ou "juro pela felicidade dos meus filhos".

A lei Mosaica, tendo em vista esse hábito arraigado na sociedade daquela época, estabeleceu que as pessoas precisavam cumprir os juramentos que faziam. E isso já era um avanço, numa sociedade que não se caracterizava pela honestidade.

Aí Jesus veio e modificou o entendimento tradicional:. Ensinou que uma pessoa convertida - aquela que teve seu interior mudado - não deve jurar para dar credibilidade ao que promete. Bastará para ela dizer "sim" ou "não" para que isso tenha o mesmo peso de um juramento. Sua palavra precisa ser sempre sincera e honesta. E o que passar disso - como o uso de formas elaboradas de juramento - é pecado, pois aí a pessoa se força a cumprir sua palavra, não por ser sincera e honesta, e sim por se sentir obrigada pelo juramento que fez.

A lei que Jesus nos deixou foi a da mudança interior. Foi de aprender a de re-educar os próprios pensamentos e desejos, para que os hábitos e atos passem a estar em linha com aquilo que Deus espera de nós. E essa foi uma mudança revolucionária.

Com carinho