sábado, 28 de janeiro de 2017

TRISTEZA TEM FIM....

Hoje começamos uma nova seção no site, chamada "Desafio no Ar". Ela vai ser desenvolvida num trabalho conjunto da Alicia e da pastora Carol - veja os perfis de ambas no "Quem somos".

A ideia do "Desafio no Ar" é levantar e discutir questões práticas - autênticos desafios - que você costuma enfrentar no seu dia--dia. E apresentar conselhos práticos (dicas) para ajudar você.

O primeiro tema discutido é "Tristeza", sentimento que todo mundo experimenta vez por outra, algumas vezes com muita intensidade. A pra. Carol usou como referencia para sua mensagem o texto que está em 2 Coríntios capítulo 7, versículo 10.

Segundo o texto, você pode passar por dois tipos de tristeza: a "segundo Deus", que apesar de tudo gera bons frutos, e a "segundo o mundo", que traz a morte.

Entenda melhor o que isto quer dizer vendo o vídeo. Se você tiver dúvidas, pode mandar sua pergunta para a pastora Carol no email pastoracarol@sercristao.org .

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

DESEMPREGADOS RECUSAM EMPREGO POR MACHISMO

Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. Gálatas capítulo 3, versículo 28
Será que um homem desempregado deixaria de aceitar um emprego por causa do machismo? Por pensar que o posto de trabalho que lhe foi oferecido é "coisa para mulher"? Parece absurdo imaginar que isso possa acontecer mas o pior é que vem acontecendo...

E esse problema se manifestou em meio a uma população essencialmente cristã. Pessoas que sabem - ou deveriam saber - que a Bíblia é contrária a toda forma de discriminação, incluindo o machismo.

O versículo acima é um excelente exemplo dessa posição bíblica: o apóstolo Paulo afirmou que todos(as) somos iguais em Cristo Jesus, não importa as diferenças de etnia (significado da expressão "não há judeu e nem grego") ou de sexo (significado de "não há... homem nem mulher"). Todos somos iguais aos olhos de Deus.

Vou explicar melhor o caso ao qual estou me referindo. Estudos recentes feitos nos Estados Unidos (segundo reportagem publicada no jornal New York Times, em 04/01/2017) mostraram o impacto do machismo no preenchimento de postos de trabalho naquele país.

Está ocorrendo nos Estados Unidos, assim com em outros países do chamado Primeiro Mundo, uma grande mudança no mercado de trabalho, com a redução radical dos empregos industriais de qualificação mais baixa. Isso porque boa parte desses empregos ou vem desaparecendo, por causa da automação (uso de robôs), ou está sendo exportado para países pobres (onde os salários são mais baixos). 

Dados do Bureau of Labor Statistics, que analisa a evolução do mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicaram que certos empregos menos qualificados em fábricas de automóveis (p. ex. operadores de ferramentas ou técnicos de instalação de sistemas) vão diminuir entre 50% e 70% na década 2014 a 2024. 

A recente eleição do empresário Donald Trump para Presidente americano foi em parte conseguida com apelos populistas dirigidos exatamente para esse segmento do operariado, prometendo resgatar o passado de empregos fartos e bem remunerados na indústria americana. Na verdade, Trump prometeu aquilo que não vai poder entregar pois esses empregos estão simplesmente deixando de existir.

Por outro lado, no mesmo período de dez anos citado acima, surgirão muitos outros postos de trabalho em outros segmentos da economia americana, como na produção de energia limpa e, principalmente, na área de cuidados da saúde. Com o envelhecimento acelerado da população, o número de postos de trabalho para profissões como terapeuta ocupacional e terapeuta físico vai crescer cerca de 50% em média.

O problema que a sociedade americana enfrenta hoje é que a maior parte dos operários americanos com baixa qualificação e desempregados se recusa a migrar para os setores da economia onde os empregos existem hoje, especialmente na área de cuidados com a saúde.

E a principal razão para isso, conforme as pesquisas mostraram, é o machismo. Isso porque Os empregos no setor de cuidados com a saúde têm sido tradicionalmente ocupados por mulheres. E as profissões nesse segmento da economia são vistas por muita gente como "coisa de mulher", fazendo com que muitos homens se sintam diminuídos a preencher esses empregos, preferindo continuar como estão, desempregados.

Esses homens preferem votar num populista, como Donald Trump, buscando reviver um passado que não vai voltar, do que tomar as medidas que realmente iriam melhorar suas vidas, mudando de profissão. E isso demonstra o poder do machismo.

Se esses homens agem assim em relação à sua fonte de sustento, coisa fundamental para suas vidas e de suas famílias, como você acha que devem agir com suas mulheres e filhas, nas suas próprias casas?

E repito, a população à qual estou me referindo é essencialmente cristã e bastante devota. Deveriam saber que machismo, assim como qualquer discriminação, é muito errado aos olhos de Deus.

Infelizmente, a dura realidade é que mesmo entre cristãos(âs), as discriminações persistem. Conheci igrejas que não queriam ter pessoas pobres em seus bancos. Já soube de casos em que homens, ditos cristãos, agrediam periodicamente suas mulheres, além de oprimi-las de todas as formas. Já encontrei também racismo disfarçado.

Precisamos aprender a viver mais aquilo que a Bíblia ensina. Precisamos abolir todo tipo de discriminação em nosso meio, até para podermos verdadeiramente ser exemplo para a sociedade onde vivemos. Para podermos ser "sal da terra" e "luz para o mundo", como Jesus nos ensinou. 

Com carinho

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

POR QUE IR À IGREJA?

Por que ir à igreja toda semana? Há uma boa razão para fazer isso? Muitas pessoas se fazem essas perguntas.

Eu acho que há sim boas e importantes razões para que as pessoas frequentem igrejas. E no meu novo vídeo, procuro dar respostas para quem tem esse tipo de dúvidas. Para quem pensa, por algum motivo, ser possível tocar sua vida espiritual sozinho(a), sem participar de uma comunidade de fé.

Confira o vídeo:

[youtube]jxhCb0rKPS4[/youtube]

domingo, 22 de janeiro de 2017

NÃO HÁ LANCHE GRÁTIS

Dois domingos atrás, a pastora da igreja que frequento, durante seu sermão, deu comovente depoimento da sua experiência pessoal como mãe de "primeira viagem". Falou de depressão pós-parto, das dificuldades com o aleitamento materno, do desafio de conseguir se posicionar no novo papel (de "mãe"), etc.

Ficou claro, a partir desse depoimento, que passar a ser mãe não é uma experiência em que tudo passa a ser "cor de rosa". Há sim dificuldades. Há sim um "preço" a pagar por quem se torna mãe.

É claro que esse é um "preço" vale a pena pagar: no mesmo depoimento, a pastora falou que esquece todas as dificuldades toda vez que vê um sorriso da filha - seu coração literalmente "derrete".

E assim é com todas as coisas. Nada que vale a pena conquistar sai de graça. Para cada coisa há um "preço" a pagar.

Por exemplo, se você quer um bom emprego, vai precisar se preparar - fazer um bom curso e estudar bastante. E depois trabalhar longas horas e enfrentar desafios profissionais de toda a espécie.

Se você quer construir um bom casamento, o preço a pagar será, primeiro de tudo, sua fidelidade - você não poderá se ligar amorosamente a ninguém mais. E vai ser preciso também dar carinho para o(a) esposo(a), cuidar nas doenças, dividir os bens materiais, etc. Um bom casamento é uma coisa maravilhosa, mas há um preço - uma relação desse tipo não sai de graça.

E a mesma coisa acontece com a vida cristã: uma relação verdadeira com Deus também não sai de graça. E o preço a pagar não é aquele que muitos pastores defensores da teologia da prosperidade apregoam por aí, quando pedem contribuições em dinheiro, prometendo bençãos de Deus em troca.

Nada disso - tentar trocar contribuições em dinheiro por bençãos é uma terrível distorção da verdadeira doutrina cristã. Não é o nosso dinheiro ou bens materiais que Deus deseja. O que Deus deseja de fato de nós está explicado em Provérbios 23, versículo 26:
Meu filho, dê-me o seu coração e mantenha os seus olhos em meus caminhos...
O preço de ser cristão(ã), portanto, envolve duas coisas. Primeiro, dar para Jesus o próprio coração, o que significa confiar (ter fé) absoluta n´Ele. Manter a certeza que Ele é o caminho, a Verdade e a Fonte de Vida Eterna.

A segunda coisa é andar nos caminhos que Jesus estabeleceu. Em outras palavras, fazer aquilo que Ele nos pediu para fazer. E o que Jesus nos pediu pode ser resumido em "amar a Deus sobre todas as coisas" e "amar o próximo como a pessoa ama a si mesma". 

Esses dois mandamentos, conforme o que jesus mesmo disse, resumem de forma completa tudo aquilo que está ensinado na Bíblia.

Com carinho

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O "AMIGO DA ONÇA"

Muitos anos atrás, havia no Brasil uma revista famosa chamada "O Cruzeiro". Em toda edição dela era publicado um cartoon com um personagem chamado "O amigo da onça", criação do desenhista Péricles - a charge que ilustra essa postagem é desse personagem.

"O amigo da onça" representa a pessoa que parece ser amiga mas não é. Só coloca os outros em "barco furado". É uma influência negativa.

O conhecido ditado "dize-me com quem andas e te direi quem és..." trata exatamente da questão. Aponta para o poder da influência negativa, especialmente sobre os(as) jovens.

E esse é um fenômeno social bem conhecido. Um estudo recente (citado no "O Estado de São Paulo", coluna do Jairo Bouer, edição de 01/01/2017) revelou que essa influência é maior ainda do que se pensava antes.

Segundo essa pesquisa, a violência se espalha como uma doença entre as pessoas mais jovens. Um adolescente tem 180% a mais de chance de agredir uma outra pessoa se tem um amigo que já cometeu a mesma infração.

E o efeito da influência negativa é tão poderosos que se o amigo de um amigo já cometeu esse tipo de infração, as chances do(a) jovem fazer o mesmo ainda são significativamente maiores. Em outras palavras, a influência negativa não vem só de amigos(as), mas também de simples conhecidos(as). 

O estudo mostrou ainda que a violência pode se espalhar de forma epidêmica dentro de uma comunidade, "viajando" através dos contatos nas redes sociais. 

O que a Bíblia fala sobre isso? Essencialmente a mesma coisa. Veja o que Paulo disse em 1 Coríntios, capítulo 15, versículo 33:
Não se deixem enganar: as más companhias corrompem os bons costumes.
Trata- se do reconhecimento que os hábitos da pessoa são formados por meio da convivência social. Pela observação e eventual repetição de determinados comportamentos dos outros. E essa influência é particularmente sensível durante a infância e a adolescência. 

O mesmo apóstolo Paulo, em Romanos capítulo 12, versículo 2, deu um conselho preciso sobre o que pode ser feito para combater essa problema: 
Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus
Paulo reconhece que os padrões do mundo onde vivemos não são os melhores - e isso é fácil de perceber, bastando ligar a televisão. E só conseguires resistir através da renovação das nossas mentes. Em outras palavras, concentrando-nos em ideias e influências positivas, que substituam as influências negativas. Mas como fazer isso na prática?

Alguns conselhos simples podem ser úteis. E o primeiro deles é: Seja realista e reconheça o perigo representado pelos "amigos da onça".

Não pense que você está isento de influências negativas. Não aposte que, quando chegar a hora, vai resistir à conversa do "amigo da onça".

Reconhecer o problema é o primeiro passo para conseguir resolvê-lo.

O segundo conselho é: Afaste-se das más influências. Siga o que está dito em Provérbios 4, versículos 14 e 15:
Não entres na vereda dos perversos, nem sigas pelo caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele. Desvia-te dele e passa distante.
Por exemplo, se você sabe que determinado lugar é frequentado por um pessoal de mau comportamento, não vá lá. Se há uma pessoa que lhe cause problema, se afaste dela nas redes sociais. É sempre muito mais fácil resistir à distância. 

O terceiro conselho é: Examine sua vida e veja se nela há alguma "raiz de pecado". Pecados arraigados são portas de entrada fácil para más influências. É por aí que o ataque negativo virá e não por onde você estiver forte.

Finalmente, um último conselho: Invista nas relações boas. Junte-se a pessoas que possam contribuir positivamente para sua vida. Exponha-se às influências positivas. 

Com carinho

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

ENFRENTANDO OS VÍCIOS

Quando o vício entra na vida de uma pessoa, ela fica dominada por uma força que parece maior do que sua própria vontade. Torna-se escrava de um hábito que pode levar à sua própria destruição. 

É preciso combater o vício, qualquer que ele seja (cigarro, bebida, jogo, pornografia, drogas pesadas, etc).

Mas esse combate não é tarefa fácil. É uma luta diária. E cada dia sem ceder ao vício deve ser motivo de celebração.

A vitória contra um vício só pode ser conseguida com a ajuda de Deus - veja o que tenho a falar sobre esse tema no meu novo vídeo:


domingo, 15 de janeiro de 2017

O HOMEM QUE VENDEU A PRÓPRIA ESPOSA


O ano de 2016 ficou marcado pela operação Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção gigantesco, envolvendo políticos, empresários e funcionários de estatais. 

Foram tantas as denúncias de corrupção desenfreada que muitas pessoas de bem ficaram com a impressão que não mais é possível corrigir a sociedade brasileira. Que a corrupção está tão entranhada entre nós que nenhum esforço vai conseguir mudar esse quadro.

Eu tenho uma visão mais otimista. Concordo que a corrupção no Brasil atingiu níveis insuportáveis. E que se tornou fundamental fazer mudanças importantes no nosso sistema político. Mas é possível, sim, tornar as coisas melhores. Construir uma sociedade que venha no futuro se pautar pelos valores da honestidade e da sinceridade.

E para justificar essa minha esperança, aponto para a história de diversos personagens bíblicos. Vários homens e mulheres, que cometeram atos muito indignos, mas ainda assim foram capazes de deixar um legado admirável.

E tomo como exemplo o caso de Abraão: ele foi um homem de grande fé e é profundamente admirado por isso. Mas não é possível dizer que Abraão tenha sido um homem sem falhas. Ele cometeu vários atos indignos e um deles foi a venda da sua própria esposa, Sara, para o faraó do Egito. O relato bíblico é o seguinte:

Houve fome naquela terra e Abrão desceu ao Egito para ali viver algum tempo. Quando estava chegando ao Egito, disse a Sarai, sua mulher: "Bem sei que você é bonita. Quando os egípcios a virem, dirão: ‘Esta é a mulher dele’ e me matarão, deixando você viva. Diga que é minha irmã, para que me tratem bem e minha vida seja poupada por sua causa´". 
Quando Abrão chegou ao Egito, viram os egípcios que Sarai era uma mulher muito bonita. Os homens da corte a elogiaram diante do faraó e ela foi levada ao seu palácio. Ele tratou bem a Abrão por causa dela e Abrão recebeu ovelhas e bois, jumentos e jumentas, servos e servas, e camelos. Mas o Senhor puniu o faraó e sua corte com graves doenças... Por isso o faraó mandou chamar Abrão e disse: "O que você fez comigo? Por que não me falou que ela era sua mulher?... Aí está a sua mulher. Tome-a e vá!" A seguir o faraó deu ordens para que... Abrão partisse, com sua mulher e tudo o que possuía. Gênesis capítulo 12, versículos 10 a 20
Abraão justificou sua mentira - apresentar Sara como sua irmã e aceitar vendê-la ao faraó por um gordo dote - por causa do medo que sentiu de ser maltratado pelos egípcios. 
Mas custa crer que um homem com a fé de Abraão não confiasse no livramento de Deus. Não faz sentido que ele tenha agido de forma tão covarde. É muito mais provável que Abraão tenha percebido a oportunidade de lucrar e obteve sucesso na sua empreitada.

O ardil de Abraão levou em conta um aspecto muito importante, que não é destacado pelo texto bíblico: O faraó egípcio era considerado pelo seu povo como um deus vivo e recebia um tratamento compatível com esse status. 

Mas, em contra partida, era obrigado a demonstrar poder à altura de tal condição. Dentre outras coisas, era "responsabilidade" do faraó garantir que a cheia anual do rio Nilo fosse de bom tamanho, para que houvesse colheita suficiente para alimentar o povo - um faraó chegou a ser deposto após uma série de anos de seca, por ter "falhado" nessa missão.

Cabia ainda ao faraó demonstrar um comportamento ético compatível com sua condição de homem-deus. 

Ao tomar Sara como esposa, o faraó ficou diante de um dilema do tipo "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come": se o faraó reconhecesse publicamente ter sido enganado por Abraão, demonstraria fraqueza. Por outro lado, se assumisse que tomara como esposa a mulher legítima de outro homem, sabendo o que estava fazendo, demonstraria um comportamento ético incompatível com seu status. 

A única saída aceitável era abafar tudo. E foi isso que o faraó fez: Abraão saiu rapidamente do Egito, conservando todos os bens recebidos como dote pela compra de Sara. 

E Abraão certamente ficou satisfeito com o sucesso da sua empreitada, tanto assim que repetiu o esquema da “venda” de Sara em outra oportunidade, dessa vez para um homem chamado Abimeleque (Gênesis capítulo 20). E mais adiante seu filho, Isaque, fez o mesmo, vendendo Rebeca (Gênesis, capítulo 26).

Se foi bom para Abraão, para Sara o episódio certamente foi constrangedor. Muita gente tenta “adoçar” a situação dizendo que nada houve entre o faraó e Sara. Mas, isto não parece provável. Afinal, ela entrou de fato no harém real e lá ficou por um período de tempo. 

Ora, Faraó deve ter ficado muito entusiasmado com sua mais recente “aquisição”, pois Sara era uma mulher bonita. Naturalmente, não tardou em desfrutar da “mercadoria” comprada. Embora isso não esteja relatado na Bíblia, essa conclusão parece ser a mais provável.

E fico me perguntando se esse fato também não contribuiu para o longo de tempo que transcorreu para o nascimento de Isaque, filho de Abraão e Sara - esse tempo foi necessário para que não houvesse dúvidas que Abraão era de fato o pai de Isaque.

Voltando a Sara, penso que ela ficou emocionalmente ferida com o comportamento de Abraão, o que ajuda a entender seu comportamento insensível, por exemplo, no episódio do banimento da escrava Agar e do primeiro filho de Abraão, Ismael (Gênesis capítulo 21, versículos 12 a 21). 

O poder que ela demonstrou ter sobre o marido nesse episódio, forçando-o a banir o próprio filho, comprova que Abraão se sentia, de certa forma, devedor de Sara. Afinal, a sociedade da época era patriarcal e a mulher não mandava nada. 

Conforme já disse antes, esse episódio ocorrido com Abraão é apenas um exemplo, dentre muitos outros, que demonstram como as pessoas eram corruptas nos tempos bíblicos. Outros exemplos interessantes, mas que não tenho tempo de discutir aqui, são o roubo da benção do irmão (cometido por Jacó); a venda de José pelos próprios irmãos, para ser escravo no Egito; o massacre do povo de Siquém por Simeão e Levi, filhos de Jacó; o estupro de Tamar, filha de Davi, por seu meio-irmão; a forma como Jesus foi traído por Pedro; e assim por diante. 

Mesmo tendo participado de corrupção, os personagens bíblicos foram capazes de construir uma história maravilhosa, que nos instrui até hoje. E o segredo desse sucesso foi o envolvimento de Deus nos acontecimentos. Isso fez toda a diferença.

E o mesmo pode acontecer com o Brasil. Se nosso país se voltar para Deus e deixar que Ele atue em nosso meio, nossa história futura será diferente do passado. A corrupção poderá se tornar coisa do passado. Tenho certeza disso.

Com carinho

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

VOCÊ GOSTA DE FILME COM FINAL FELIZ?

Nós vivemos num momento da história em que as obras de arte que enfatizam a felicidade humana costumam ser consideradas de qualidade inferior pelos(as) críticos(as).

Por exemplo, um filme com final feliz - daqueles em que o mocinho casa com a mocinha e são felizes para sempre - é considerado açucarado e que não reflete a realidade da vida. Filmes assim raramente ganham prêmios como o Oscar. Só filmes "realistas", que enfatizam as dificuldades e a miséria da vida humana costumam ser premiados.

Tanto é assim, que o famoso diretor Steven Spielberg, de "Tubarão" e "ET", somente ganhou o Oscar quando dirigiu "A lista de Schindler", drama passado durante a II Guerra Mundial, filme é lindo, mas triste, muito triste. 

Por outro lado, as pessoas gostam mesmo é de filmes, peças de teatro, livros e novelas com final feliz. E eu me incluo entre elas. Estão aí os desenhos animados da Disney para comprovar o que acabei de dizer. Como também filmes românticos famosos, como "Uma linda Mulher", "Sinfonia de Amor" ou a série "Eclipse". 

Como explicar a diferença de visão entre os(as) críticos(as) e o gosto das multidões? É simples de entender: os(as) críticos(as) de arte costumam analisar se o conteúdo da obra reflete a realidade da vida que é cheia de sofrimento, problemas e injustiças. Assim, uma obra de arte que mostre a vida de forma "cor de rosa" é considerada não verdadeira. É culpada de "iludir" as pessoas.

Já o grande público está preocupado com coisa bem diferente: as pessoas querem mesmo é experimentar emoções boas. Precisam preencher as expectativas positivas delas. As pessoas querem acreditar ser possível escapar da morte e viver para sempre, ter comunhão plena com quem amam, encontrar o amor perfeito, ver a vitória do bem sobre o mal, e assim por diante. 

É exatamente por tratar desses tema de forma positiva que contos de fadas e fábulas são tão queridos e emocionam as pessoas geração após geração. As pessoas ficam realizadas quando a Cinderela escapa da madrasta má e se casa com o príncipe, a Branca de Neve é despertada do sono causado pelo veneno da maçã por um beijo de amor e o peixinho Nemo é encontrado pelo seu pai. E ficam tristes e revoltadas quando os caçadores matam a mãe do Bambi.

É interessante perceber que o Evangelho de Jesus adota uma linha intermediária entre esses dois pontos de vista. Por um lado, retrata com realismo a condição humana - nunca usa "óculos de lentes cor de rosa". Reconhece a existência do mal e o poder do pecado. Aponta para a dificuldade das pessoas de fazerem escolhas certas. Como também prega a necessidade de redenção do ser humano.

Mas o Evangelho difere em muito das obras de arte realistas que tanto agradam os(as) críticos(as) porque se aproxima do gosto do grande público, já que nele é possível encontrar esperança de uma vida melhor. Sem problemas. 

E o Evangelho começa a fazer isso explicando as razões pela qual os seres humanos têm dificuldades na vida: seus problemas são essencialmente fruto das suas próprias escolhas erradas e do seu afastamento de Deus. E aí nasce o entendimento da realidade que nos cerca.

Depois, lembrando que os seres humanos foram criados para viver para sempre, junto a Deus. Esse é o objetivo de toda a criação. Portanto, não há nada tão errado assim com os seres humanos que não possa ser consertado por Deus. E aí nasce a esperança.

Terceiro, indicando que esse processo de redenção da humanidade já começou, cerca de dois mil anos atrás, quando Jesus veio ao mundo, viveu aqui e morreu na cruz, abrindo caminho para a reconciliação dos seres humanos com Deus. E aí a esperança se torna confiança (fé).

Em outras palavras, para quem aceitar Jesus no seu coração, há certeza de um final feliz, melhor do que o de qualquer filme romântico. E é possível ter certeza disso.

Com carinho

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

NADA PODE SEPARAR VOCÊ DO AMOR DE DEUS

Quem, então, pode nos separar do amor de Cristo? Será sofrimento ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou a própria morte?... Estou convencido que nada poderá nos separar do seu amor... Romanos capítulo 8, versículos 35 a 37
Essa declaração do apóstolo Paulo é uma promessa maravilhosa: o amor de Deus está sempre disponível. E não há poder que possa separar esse amor de você!

É interessante que muitos(as) cristãos(ãs) se agarram a promessas que não foram feitas - pelo menos não da forma como eles(as) entendem. E deixam de tomar posse de algumas promessas fundamentais, como essa.

Quais seriam essas barrerias que não podem separar você do amor de Deus? E por que você pode ficar seguro que essa separação nunca vai ocorrer?

A primeira barreira é a distância física. E essa é uma barreira que atrapalha muito os relacionamentos humanos. 

Um dos meus filhos mora no Rio de Janeiro e é claro que isso em nada diminui meu amor por ele, mas sem dúvida a distância não me permite viver esse relacionamento da forma como gostaria.

Com Deus não há esse problema, pois Ele é onipresente - isto é, está em todos os lugares. Não é possível haver separação física entre o ser humano e Deus.

O Salmo 139 (versículos 7 a 11) diz que se você for para o fundo do oceano, Deus estará ali. Se você levantar voo, num foguete espacial, Deus continuará junto com você. Não há limitação física para a presença do amor de Deus em sua vida.

A segunda barreira que poderia ser citada é a falta de fé. Talvez você pense que se sua fé não for suficiente, Deus vai se afastar de você. E isso é um grande erro.

O amor d´Ele é incondicional - não depende do que você sente por Ele. Ele não o(a) ama porque você retribui esse amor. Deus ama porque essa é a natureza d´Ele. Simples assim.

A terceira barreira que talvez pudesse separar você do amor de Deus é o pecado. É claro que seu pecado afasta você de Deus, no sentido que prejudica seu relacionamento com Ele. Mas isso não significa que Deus deixe de amá-lo(a). Isso nunca acontece.

Não importa o que você faça ou deixe de fazer, Deus vai continuar aguardando que você se dê conta dos seus erros, arrependa-se e re-estabeleça o relacionamento com Ele. E pode ter certeza que Ele vai esperar você sempre de braços abertos. Seu amor continuará intacto. 

A quarta possível barreira é bem interessante: o desapontamento do ser humano com Deus. Talvez você pense, de forma errada, que, ao aceitar Jesus em sua vida, "comprou um seguro de vida". Que a partir da sua conversão, tudo vai passar a dar certo para você. Todos os problemas terão ficado para trás.

Mas essa promessa não existe na Bíblia e o apóstolo Paulo deixou isso bem claro, quando relatou as dificuldades pelas quais passou ao longo do seu ministério (2 Coríntios capítulo 11).

Quem pensa ter adquirido "um seguro de vida" junto a Deus, pode acabar desapontado(a) com Ele se sua vidas não correr da maneira como esperava. E desapontamento costuma gerar distanciamento. 

Repare que, se isso ocorrer, terá sido você que se separou de Deus e não o contrário. Ele continuará no mesmo lugar, esperando sua volta. Amando você da mesma forma.

Deus continuará disponível, independentemente da sua disposição em relação a Ele. E, não se ofenderá com seu possível distanciamento porque entende suas dificuldades e limitações.

A última barreira que poderia afastar a pessoa de Deus é a morte. Afinal, a morte, cedo ou tarde, afasta todas as pessoas de quem elas amam - meus pais já morreram e agora estão separados de mim e, no futuro, eu vou me separar dos meus filhos e não há como escapar disso.

Mas nem a morte tem o poder de separar você do amor de Deus. E falo isso porque há uma nova vida junto a Deus preparada para todo(a) aquele(a) que tiver seus pecados lavados pelo sangue de Cristo - essa é a maior promessa que existe na Bíblia.

Mesmo depois de passar pela morte física, ainda assim você continuará junto a Deus e experimentará o amor d´Ele para sempre. 

Concluindo, nada pode separar você do amor de Deus. Não importa onde você esteja fisicamente, nem o tamanho da sua fé ou mesmo a natureza dos seus pecados. Tão pouco seu eventual desapontamento com Deus pode separar você do amor d´Ele. E nem mesmo a morte física tem esse poder.

O amor de Deus é maior do que tudo. Vence tudo. Supera tudo. E essa é uma promessa maravilhosa para sua vida!

Com carinho

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A PROMESSA DE PAZ

A Bíblia faz muitas promessas sobre a vida eterna, ou seja a convivência das pessoas salvas com Deus para todo o sempre. Há descrições sobre como será a "nova Terra", como será o relacionamento de Deus com as pessoas, etc.

E uma das promessas mais interessantes sobre essa nova fase da humanidade está no livro Isaías: haverá paz. Os seres humanos não mais brigarão entre si, nem com os animais. E esses últimos não mais irão lutar uns com os outros para garantir a própria sobrevivência.

E a Bíblia fala dessa paz com uma imagem simples, mas muito poderosa: "o lobo habitará com o cordeiro". Ou seja, duas espécies de animais que são inimigas de morte, passarão a vier tranquilamente lado a lado.

Veja mais sobre a promessa de paz no meu novo vídeo:

sábado, 7 de janeiro de 2017

ESCRIBAS E FARISEUS: O QUE ELES TINHAM CONTRA JESUS?

Os quatro Evangelhos trazem inúmeras referencias a discussões teológicas ocorridas entre "escribas e fariseus" e Jesus. Os relatos apontam que normalmente essas pessoas faziam perguntas com "pegadinhas" para ver se Jesus "escorregava", dando margem a ser acusado de heresia.

Embora os escribas sejam quase sempre mencionados nos Evangelhos junto com os fariseus (p. ex. Mateus capítulo 5, versículo 20; capítulo 12, versículo 38; Lucas capítulo 5, versículos 21 e 30), eram dois grupos diferentes de pessoas - nem todo escriba era fariseu ou vice versa.

Mas quem eram essas pessoas? Por que aparecem tantas vezes referenciados juntos? Qual a razão dos inúmeros choques teológicos que tiveram com Jesus?

Os "escribas" eram os especialistas na interpretação da Lei Mosaica - o conjunto de mandamentos que Deus deu a Moisés, registrados nos livros do Êxodo, Levítico e Deuteronômio. Por isso mesmo, em algumas passagens dos Evangelhos - p. ex. Lucas capítulo 7, versículo 30 - os escribas também foram chamados "doutores da lei". Cabia ainda aos escribas copiar os rolos contendo os textos da Bíblia Hebraica (Velho Testamento), já que naquela época não havia imprensa. 

O grupo de escribas, com essas funções, surgiu no tempo do exílio de Israel na Babilônia, no século VI Antes de Cristo. Antes dos escribas assumirem esse papel, suas tarefas cabiam aos sacerdotes. Mas durante o exílio, como a classe sacerdotal entrou em declínio, surgiu um vazio, pois era preciso ter pessoas para ensinar e interpretar os mandamentos, bem como fazer cópia dos livros da Bíblia. Aí surgiram os escribas.

Quando parte do povo de Israel retornou à Palestina, conforme o relato dos livros de Esdras e Neemias, os escribas já estavam em evidência. Tanto assim, que Esdras, um dos líderes do movimento de retorno, era escriba (capítulo 7, versículos 6, 11 e 21). No livro de Neemias (capítulo 8, versículos 1 a 8), Esdras aparece ensinando a Lei para o povo de Israel.

Ao longo do tempo, os escribas começaram a ser corrompidos pela ganância e/ou pela vaidade (já que ocupavam posição muita importante na sociedade judaica).

Com o tempo, os escribas passaram a dar mais importância às próprias interpretações dos mandamentos de Deus do que ao texto das Escrituras. E algumas dessas interpretações chegavam às raias do ridículo - por exemplo, no que tange ao cumprimento do sábado, tornou-se proibido até pentear os cabelos ou curar doentes.

E isso explica porque os escribas entraram em choque com Jesus. Nosso Salvador falava com autoridade e não admitia esse tipo de postura legalista, que impunha peso indevido ao povo judeu. 

Os fariseus eram um grupo bem maior do que os escribas. Eram como se fossem os judeus ortodoxos do tempo de Jesus - a palavra "fariseu" quer dizer "separado", caracterizando bem essa condição. Embora muito importantes e numerosos, os fariseus não tinham pretensões políticas, portanto, não disputaram o poder com os principais sacerdotes.

Os fariseus acreditavam na imortalidade da alma, na ressurreição do corpo, em anjos, em demônios e em todos os demais aspectos do mundo espiritual. E sendo assim, em vários aspectos sua doutrina era relativamente próxima de Jesus. Mas havia um aspecto que os colocava em posição antagônica a Jesus.

Ocorre que os fariseus, como seguidores estritos da Lei Mosaica se consideravam melhores que todos os demais judeus - a parábola que Jesus contou em que um fariseu olha com desprezo para um cobrador de impostos reflete bem essa circunstância (Lucas capítulo 18, versículos 9 a 14).

Essa arrogância, bem como sua preocupação excessiva com as aparências, levou-os à hipocrisia e foram muito criticados por Jesus por causa disso (Mateus capítulo 23, versículos 13 a 15). E vem daí a má vontade que os fariseus tinham com Jesus.

Acho que agora ficou claro porque os Evangelhos tratam quase sempre "escribas e fariseus" como se fossem uma coisa só: eles tinham em comum a arrogância, o legalismo e a hipocrisia. Escribas e fariseus defendiam uma religião que entrava em choque com a concepção de Jesus. E eles se sentiram ameaçados por aquilo que Jesus ensinou, daí sua má vontade com Jesus. Simples assim.

Com carinho

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O CHAMADO PARA OS JOVENS

Timóteo foi um jovem discípulo de Paulo, que se tornou muito importante para a igreja cristã no início da sua história.

Timóteo não tinha nada de especial - a Bíblia diz que ele era um jovem tímido (1 Coríntios capítulo 16, versículos 10 e 11) e medroso (2 Timóteo capítulos 1, versículos 7 e 8 e capítulo 4, versículo 5). Tanto era assim, que Paulo precisou encorajá-lo diversas vezes a falar abertamente do Evangelho e enfrentar as adversidades trazidos pelo ministério. Além disso, Timóteo nem gozava de boa saúde, como Paulo mesmo apontou (1 Timóteo capítulo 5, versículo 23).

Timóteo era um jovem como qualquer outro e se ele conseguiu ser tão importante na história do cristianismo, qualquer outro(a) jovem pode fazer o mesmo. 

E aqui cabe uma reflexão importante: a Obra de Deus precisa dos(as) jovens - afinal, eles(as) têm a energia e a disponibilidade necessárias e são movidos(as) por ideais nos quais acreditam. Timóteo é um excelente exemplo da importância que jovens podem ter na vida das igrejas cristãs.

Mas se têm um monte de coisas a seu favor, jovens também têm limitações sérias: são imaturos(as), confusos(as) e imediatistas. Por isso precisam ser incentivados e orientados a seguir na direção correta. E novamente, o exemplo de Timóteo, discipulado e orientado por Paulo, ajuda muito a entender como isso pode e deve ser feito.

Começo por lembrar que o rapaz foi criado numa família cristã e desde cedo foi iniciado na nossa fé (2 Timóteo capítulo 1, versículos 5 e capítulo 3, versículo 15). E aí está um primeiro ensinamento importante: a família é fundamental na formação espiritual dos jovens. 

Tem gente hoje em dia que defende a tese de ser melhor criar as crianças e jovens sem qualquer influência religiosa, para que possam mais tarde escolher livremente a fé que desejem abraçar. Mas isso é um grande erro.

Primeiro, porque se crianças e jovens não são ensinados(as) a respeito daquilo que é certo, onde irão aprender? Como vão escolher algo - a fé cristã - que não conhecem e entendem?

Depois, porque mesmo que os pais venham a se omitir, o mundo não se omitirá e irá passar para crianças e adolescentes seus próprios conceitos errados, através da tv, Internet, mídia impressa, convivência com amigos(as) na escola, etc. Portanto, é ilusão a ideia de que seja possível deixar crianças e jovens livres de influências até que tenham entendimento para decidir sozinhos(as).

O segundo ensinamento gerado pela história de Timóteo é sobre a importância do discipulado. Esse jovem contou com o carinho e a orientação constante de Paulo e isso fica muito claro em diversas cartas do apóstolo (p. ex. 1 Timóteo capítulo 6, versículos 11 a 20).

Os jovens precisam de quem os(as) acompanhe e oriente - pastore(as), líderes de jovens, amigos(as) mais velhos, enfim pessoas mais vividas. Essa ajuda é imprescindível.

O terceiro ensinamento é a necessidade de dar aos jovens o poder necessário para que possam desempenhar a missão da qual vierem a ser incumbidos(as). Paulo fez isso quando impôs as mãos sobre o rapaz (2 Timóteo capítulo 1, versículo 4), ato que tinha grande significado espiritual, pois era através dele que os apóstolos transmitiam para seus discípulos o dom da presença do Espírito Santo.

Em outras palavras, era impondo as mãos que os apóstolos consagravam e davam poder aos novos líderes da igreja cristã, que iriam passar a ter um papel importante na Obra de Deus.

Muitas vezes as pessoas mais velhas ficam com receio de dar espaço e poder para os jovens, pois querem manter o controle das coisas. E, ao ficarem sem espaço, os(as) jovens se frustram e se desestimulam.

Deixar que jovens assumam a liderança de algumas tarefas na Obra de Deus significa correr riscos. Eles(as) irão cometer erros, pois têm pouca experiência e são impulsivos(as). Mas será assim que irão aprender e amadurecer. A experiência prática é insubstituível. 

Concluindo, o exemplo de Paulo e Timóteo ilumina com perfeição aquilo que precisa ser feito para encaminhar corretamente os(as) jovens a tomarem a decisão e a assumirem de forma eficaz um papel relevante na Obra de Deus. Precisamos aprender com o que eles fizeram.

Com carinho

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

POR QUE AS PESSOAS GOSTAM TANTO DE FOFOCA?

O interesse pela vida do próximo, especialmente quando envolve coisas "picantes", é quase universal. E isso fica muito evidente na mídia: há sites, revistas e até programas de tv especializados em fofocar sobre a vida de pessoas famosas. E qualquer fofoca "interessante" costuma gerar uma enorme audiência - basta ver o interesse que os detalhes da separação de Fátima Bernardes e William Bonner gerou recentemente nas redes sociais.

Mas não são somente pessoas famosas que atraem fofocas. Nas igrejas, por exemplo, qualquer desvio de conduta costuma ser objeto de inúmeras fofocas. E se o assunto envolver alguma questão de natureza sexual, o interesse pela fofoca cresce exponencialmente. O mesmo costuma acontecer nas famílias e em grupos de amigos(as). 

"Fofoca" costuma ser definida como "falar de forma maliciosa, ou até cruel, de aspectos morais da vida de alguém, quando essa mesma pessoa não está presente na conversa". Refletindo sobre essa definição, acho ser evidente que todo mundo já participou ou costuma participar de fofoca.

Sendo assim, é preciso discutir esse assunto partindo do princípio que Jesus estabeleceu: "aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra..." (João capítulo 8, versículos 3 a 11). É com humildade e olhando para mim mesmo, em primeiro lugar, que falo dessa questão aqui.

E começo comentando que exatamente por ser um tipo de pecado quase universal e tão comum que a fofoca é extremamente perigosa. Trata-se de um tipo de pecado com o qual nos acostumamos e nos sentimos confortáveis e, portanto, não combatemos. Vivemos confortavelmente com ele.

Por que a fofoca é tão irresistível? Acho que uma boa resposta é aquela dada por dois pesquisadores sobre o tema, Sarah Wert e Peter Solovey: trata-se de um ótimo instrumento para comparação social. Interessar-se pela vida alheia gera informações que podem ser úteis e permitem que comparemos nosso comportamento com o de outras pessoas e aprendamos sobre o prejuízo que podemos trazer sobre nossas próprias reputações, dependendo do que viermos a fazer.

Outra razão para a presença quase universal da fofoca é a promoção dos próprios interesses egoístas. Usando a fofoca é possível prejudicar alguém com quem competimos sem sujar as próprias mãos - basta espalhar de forma habilidosa, aqui e ali, informações que prejudiquem a imagem do(a) competidor(a).

Talvez o campo de atividade em que isso se torna mais eficiente é a política. Há incontáveis exemplos de políticos(as) famosos(as), tanto no Brasil como no exterior, que são (ou foram) artistas na arte de usar a fofoca. Por exemplo, a história conta que o Imperador Romano Júlio César usava esse expediente muito bem, pagando pessoas a peso de ouro para espalhar inverdades a repeito dos seus inimigos políticos.

Hoje em dia esse mesmo tipo de atividade é desenvolvido nas redes sociais. Os(as) políticos(as) importantes costumam dar apoio financeiro a sites, blogs, operadores de contas de twitter, etc que se encarregam de espalhar notícias favoráveis a eles(as) mesmos(as) e ruins a sobre os(as) oponentes.

Quando o Governo Temer assumiu o poder, cortou a verba de dezenas de canais de difusão de informações desse tipo, que ajudavam a gestão da Dilma Rousseff. E tornou isso público. O que não foi revelado abertamente é que o novo Governo passou a dirigir verbas para outros canais de difusão de notícias, esses a seu favor.

Estudos recentes sobre o fenômeno da fofoca, conduzidos pelo professor Frank McAndrew, do Knox College, ensinaram algumas coisas interessantes:
  • O interesse na fofoca é maior quando se refere a pessoas com quem nos identificamos (mesmo sexo, idade parecida, etc) e com quem convivemos.
  • O interesse por fofocas sobre celebridades acontece porque tais pessoas são consideradas como "próximas" - parece ser que as conhecemos e são nossas amigas. 
  • O interesse feminino sobre o que acontece com outras mulheres é mais aguçado do que o interesse masculino sobre outras pessoas do mesmo sexo - já sabíamos disso de forma intuitiva, mas esse conhecimento foi comprovado cientificamente.
  • Notícias positivas interessam somente quando se referem a amigos, parentes ou outras de pessoas de quem gostamos. No caso de pessoas de quem não gostamos ou com quem não nos identificamos, só interessam notícias negativas.

O que a Bíblia diz sobre a fofoca? Muito. É claro que o texto bíblico usa outras expressões - por exemplo, fala sobre o mal ou pecado da língua. Por exemplo:
Semelhantemente, a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno... a língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Tiago capítulo 3, versículos 5 a 9
O texto acima ensina com clareza que precisamos aprender a "domar a língua", ou seja controlar aquilo que falamos contra as outras pessoas.

E o primeiro passo para conseguir fazer isso é reconhecer que o problema existe - reconhecer que fofoca, de uma forma ou outra, é um pecado presente das nossas vidas. Enquanto pensarmos que está tudo bem, que não cometemos tal tipo de erro, não vamos trabalhar para resolvê-lo.

Com carinho

domingo, 1 de janeiro de 2017

FELIZ 2017

Hoje é o primeiro dia de um novo ano, 2017, momento ideal para refletir sobre o que vivemos no ano que acabou e sobre as perspectivas para o novo período das nossas vidas, que temos pela frente.

Quero deixar aqui minha palavra de esperança de que 2017 será bem melhor do que o ano que passou (período tão difícil e conturbado em nosso país). Aproveito também para falar sobre a necessidade de encorajamento mútuo - veja a seguir o vídeo com essa minha mensagem. Feliz 2017!

Com carinho