terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A ESCOLHA

Há um filme onde a personagem principal, uma mãe de dois filhos, precisa escolher qual deles vai salvar de um campo de concentração nazista. Era uma escolha terrível, mas que precisasse ser feita, pois, se a mãe nada escolhesse, os dois filhos morreriam. Não havia como fugir dessa escolha - era imperativo salvar pelo menos um dos filhos. E a mãe escolheu.

Uns sete anos atrás, uma escolha muito difícil teve que ser feita pelo governo de Israel. Tratou-se da troca de um soldado israelense, feito refém pelo Hamas, por 1.020 prisioneiros palestinos, vários dos quais condenados por operações terroristas. 

O governo de Israel precisou ponderar, por um lado, o dever do Estado de zelar pela vida dos seus cidadãos/ãs, mais ainda de quem é enviado/a para a frente de batalha (o caso do soldado), e, por outro lado, a necessidade de fazer justiça, mantendo presos os terroristas. 

Situações como essas são conhecidas como "dilemas éticos". Trata-se de escolhas muito difíceis de fazer pois as duas alternativas parecem estar certas sob o ponto de vista ético. Há argumentos importantes para escolher qualquer das alternativas, mas é imperativo escolher entre elas. 

O governo israelense escolheu salvar a vida do soldado. No filme, a mãe escolheu salvar a criança que tinha mais chance de sobreviver. Mas essas escolhas são passíveis de críticas, pois o critério usado acaba sendo considerado injusto por algumas pessoas, que se guiam por princípios difrerentes. 

Por exemplo, no caso da troca do soldado pelos terroristas, alguns familiares (não todos) das vítimas dos terroristas libertados se mostraram horrorizados com a libertação dos criminosos. No caso do filme, há quem acha que a mãe deveria ter tirado sortes e deixado a escolha nas mãos de Deus. E assim por diante.

O fato é que volta em meia tropeçamos em dilemas éticos. Por exemplo, quando o governo está estudando o orçamento e não há dinheiro para tudo que se deseja fazer, deve-se privilegiar a saúde, a educação, os transportes urbanos ou a moradia popular? Todas essas quatro áreas são são importantes pois afetam as vidas de milhões de pessoas. O que escolher?

Outro exemplo: há um acidente e dezenas de feridos/as são levadas para o hospital mais próximo, que não tem recursos para salvar a vida de todo mundo. Quem os/as médicos devem salvar?

Outro exemplo ainda (e esse já aconteceu comigo): uma igreja distribui cestas básicas mensalmente e aparecem na hora da distribuição mais pessoas carentes do que o número de cestas disponíveis. Todas as pessoas que pedem cestas precisam dos alimentos para matar a fome da sua família, mas não há comida para todo mundo. Quem deve ser escolhido para receber as cestas disponíveis?

O que o/a cristão/ã deve fazer
O que fazer em situações como essas, quando a decisão nos cabe? O que a Bíblia ensina a esse respeito? 

Se olharmos com cuidado os mandamentos bíblicos vemos que o respeito à vida humana é o valor principal e deve ser o guia desse tipo de escolha. 

Por exemplo, sabemos que mentir é errado. Mas, se for precisar mentir para salvar uma vida, é correto fazer isso - o exemplo bíblico é o das parteiras, na época de Moisés, que mentiram para poupar os recém nascidos que o faraó queria matar (Êxodo capítulo 1, versículos 15 a 22). O roubo também é errado, mas ainda assim Davi roubou os pães que ficavam no Tabernáculo para matar a fome dos seus homens (Mateus capítulo 12, versículos 3 e 4) e a Bíblia não o critica por causa disso. 

O respeito à vida é a base da ética cristã e é exatamente por isto que os/as cristãos/ãs devem ser, em princípio, contra o aborto.

Foi o princípio do respeito à vida que o governo israelense usou, a meu ver, corretamente. Salvou a vida do soldado refém, mesmo abrindo mão de garantir justiça para as vítima de atentados. 

Como também o mesmo princípio dá sentido à escolha da mãe, personagem do filme. Ela escolheu o filho com melhores chances de sobreviver, pois assim poderia pelo menos salvar um deles. 

Já no dilema relacionado com a alocação de verbas públicas - escolha entre saúde, educação, transporte e moradia popular -, o critério deve ser a preservação da maior quantidade de vidas. Isso pode parecer privilegiar a saúde, mas nem sempre é assim. É preciso analisar cada caso.

Por exemplo, se uma estrada perigosa vem concorrendo para acidentes fatais, pode ser necessário privilegiar sua reforma. Ou se há pessoas morando em áreas de risco, pode ser necessário construir casas e remover essas pessoas antes das próximas chuvas. E assim por diante. 

A preservação da vida é o critério da Bíblia para fazer escolhas difíceis. E você? O que acha?

Com carinho

domingo, 28 de janeiro de 2018

QUEM ESTÁ DENTRO E QUEM ESTÁ FORA

Há um ponto comum nas histórias de as pessoas cuja história está contada na Bíblia, que pode ser resumido numa única pergunta: ao final da sua trajetória na vida, aquela pessoa se viu incluída ou excluída do povo de Deus? E entendo povo de Deus aqui como Israel (no Velho Testamento) e igreja cristã (no Novo). 

Há pessoas que nasceram pertencendo a esse povo, mas acabaram fora dele por conta das suas atitudes. Já outras, começaram fora e acabaram incluídas nele. Aqui vão alguns exemplos de pessoas que fizeram essas trajetórias diferentes para ajudar na sua e na minha reflexão a respeito das nossas próprias vidas:

Quem saiu 
(1) Esaú
Era o irmão gêmeo mais velho de Jacó. Não foi o escolhido por Deus para dar continuidade à linhagem da Promessa de Deus a Abraão, papel que coube a Jacó. Mas, apesar de não ser o líder do processo, poderia ter continuado como parte do povo de Deus - acabou sendo o Patriarca dos edomitas, que foi um povo rival de Israel. 

Seu principal problema é que nunca deu muita importância à herança espiritual que vinha dentro de sua família, desde Abraão. Isso ficou claro quando vendeu seu direito de primogenitura para Jacó, em troca de um simples prato de cozido de lentilhas (Gênesis capítulo 25, versículos 27 a 34). 

(2) Acã
O povo de Israel estava conduzindo uma guerra contra vários reinos pagãos que habitavam a Palestina. Aquela terra tinha sido prometida por Deus a Israel, mas foi necessário lutar pela sua posse. 

Antes da batalha pela cidade de Jericó, Deus orientou que ninguém pegasse qualquer despojo de guerra ali. Acã descumpriu aquela ordenança a guardou alguns objetos valiosos. Por causa daquele pecado, Deus retirou seu apoio a Israel e esse povo foi derrotado na batalha seguinte - é preciso não esquecer que Deus tratava com Israel de forma coletiva, logo o pecado de uma pessoa gerava consequência sobre as demais. 

Preocupado com o que estava acontecendo, Josué, o líder de Israel, pediu a Deus que identificasse o desobediente, que acabou sendo punido (apedrejado até a morte) e sua memória foi eliminada do povo de Israel para sempre (Josué capítulo 7).

(3) Ananias e Safira (veja mais)
Esse casal era membro da comunidade cristã que se reunia em Jerusalém sob liderança direta dos apóstólos. Aquela igreja seguia a prática de ter todos os bens materiais em comum. 

Em dado momento, Ananias e Safira venderam uma propriedade e resolveram passar para os líderes da igreja apenas parte do valor recebido, embora tivessem dito para os apóstolos que tinham dado tudo para a igreja. Ora, ninguém era obrigado a compartilhar seus bens, mas foi um pecado sério tentar enganar os apóstolos.

Isso aconteceu porque o casal quis manter a imagem de bons cristãos e, ao mesmo tempo, contar com a segurança que parte do dinheiro lhes garantiria. Foram hipócritas. O apóstolo Pedro os advertiu que tinham tentado mentir para o Espírito Santo e sua punição seria pesada - acabaram mortos (Atos dos Apóstolos capítulo 5, versículos 1 a 11).  

(4) Judas Iscariotes
Foi o apóstolo que traiu Jesus, vendendo-o para os líderes religiosos judeus por trinta moedas de prata. Quando percebeu a gravidade do que tinha feito, suicidou-se, pois não confiou que poderia ser perdoado (Mateus capítulo 27, versículos 1 a 10). A Bíblia chama Judas de "Filho da Perdição" caracterizando bem o seu destino.

Alguns que entraram
(1) Raabe
Era uma prostituta em Jericó, a primeira cidade que foi conquistada pelo povo de Israel na Palestina. Ela recebeu os espiões que Josué tinha mandado para ver o que ocorria na cidade e protegeu-os, porque percebeu que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus. Por causa da sua atitude, foi salva, quando Jericó caiu, e acabou sendo assimilada por Israel (Josué capítulo 6, versículos 22 a 27), terminando por entrar na linhagem de Jesus Cristo.

(2) Rute
Era nora de uma mulher israelita, chamada Noemi, mas ela mesmo vinha de outro povo (Moabe). Seu marido, assim como os demais homens da família de Noemi, morreram, deixando as mulheres totalmente desamparadas - naquela época elas dependiam totalmente das figuras masculinas para sobreviver. 

Noemi resolveu voltar para Israel e passar a viver da caridade pública. Rute resolveu ficar fiel a sua sogra e a frase que disse naquela oportunidade - "o teu povo é o meu povo, o teu Deus, o meu Deus" - caracteriza bem a importância da escolha que fez (Rute capítulo 1). Acabou casando-se com um parente de Noemi, Boaz, e foi a avó do rei Davi, entrando na linhagem de Jesus Cristo.

(3) Zaqueu
Era o chefe dos coletores de impostos de Jericó. Esse tipo de função era desempenhado por judeus que adquiriam dos romanos o direito de explorarem seus próprios irmãos, extraindo deles valores de impostos escorchantes. Por isso eram detestados, sendo considerados pecadores e traidores - quem assumia essa função era excluído do povo de Deus.

Certo dia, Jesus ia passando por Jericó e, como Zaqueu era baixinho, subiu numa árvore para poder ver melhor. Jesus, notando sua presença, parou e disse que queria visitá-lo, o que era uma grande honra para um homem tão desprezado como ele. E assim o Mestre jantou com Zaqueu e sua família. 

Impressionado com os ensinamentos de Jesus, o coletor de impostos se converteu, prometeu restituir tudo o que tinha roubado de seus irmãos judeus e mudar de vida. Jesus respondeu que tinha havido salvação naquela casa (Lucas capítulo 19, versículos 1 a 10). Zaqueu saiu do povo de Deus, por seus pecados, mas foi recebido de volta, por conta do seu arrependimento e conversão.

Palavras finais 
Dar pouca importância à relação com Deus, desobediência, hipocrisia e traição são pecados que excluem as pessoas do povo de Deus. Fé em Deus, fidelidade e arrependimento são atitudes que incluem as pessoas nesse povo, mesmo que o tenham deixado antes. 

Onde você acha que está hoje em dia? Dentro ou fora?

Com carinho 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O ORGULHO DE SER HUMILDE

Na igreja onde fui criado, havia uma pessoa que vivia afirmando ser humilde. Tantas vezes ouvi aquilo, que achei estranho. Aí perguntei ao meu pai o que estava acontecendo e nunca me esqueci da resposta dele: “essa pessoa tem orgulho de ser humilde”. 

Meu pai me ensinou ali duas coisas importantes. A primeira delas foi que o ser humano é contraditório - diz uma coisa e faz outra. Pensa estar indo por um caminho e segue por outro. Mas, esse não é o assunto de hoje.

A segunda coisa que aprendi com meu pai naquele dia foi que a humildade é difícil de ser vivida. Embora, a humildade esteja na base de praticamente todas as demais virtudes, é muito difícil vivê-la plenamente. 

Não há dúvida que Jesus ensinou que devemos ser humildes. Esse ensinamento está claro, por exemplo, quando Ele lavou os pés dos discípulos antes da última ceia, afirmando que o maior no Reino de Deus seria o que mais servisse o próximo (Lucas capítulo 22, versículo 26). 

Agora, ter consciência disso é uma coisa e viver essa verdade é outra bem diferente. O conhecido escritor Richard Foster definiu humildade como a capacidade de viver “o mais perto possível da verdade e isso inclui a verdade sobre a própria pessoa”. Ou seja, ser humilde tem tudo a ver com o entendimento claro daquilo que a própria pessoa é capaz de fazer com seus próprios esforços e onde ela depende de Deus. 

Há uma passagem na Bíblia que exemplifica bem essa questão. O apóstolo Pedro disse a Jesus, pouco antes desse último ser preso, que iria com Ele até o fim. E todos sabemos que Pedro acabou negando Jesus por três vezes, de maneira ridícula (Marcos capítulo 14, versículos 27 a 31). 

Mesmo depois de ter vivido três anos na companhia de Jesus, Pedro ainda era incapaz, quando esses fatos aconteceram, de entender até onde conseguiria ir - pensava ser muito mais forte do que de fato era. Não era humilde.

Quando falta a humildade, a pessoa acha que é capaz de conseguir as coisas sozinha, que vai pelo caminho certo e assim por diante. E não consegue perceber, como deveria, Deus trabalhando na sua vida. Afinal, se a pessoa está fazendo tudo tão bem, Deus deixa de ser preciso. 

Na verdade, dependemos de Deus para tudo: respirar, viver, fazer planos, cumprir o que foi planejado, mudar de direção, etc. Por isso, penso eu, o começo da humildade passa pela consciência que a própria vida é como um sopro. Estamos neste mundo agora e minutos depois podemos não estar mais. 

Cerca de 6 anos atrás, minha mulher foi até uma praia no litoral de São Paulo, para encontrar a família do seu irmão, que estava veraneando lá. E todos foram juntos a um restaurante almoçar. Depois de arrumar lugar para o sobrinho dela (que tinha apenas dois anos na época), minha mulher se sentou. E segundos depois, o vidro da janela próximo a onde ela tinha estado, explodiu sozinho, talvez por causa do calor. Ela e o sobrinho nada sofreram, por muito pouco.

Tudo parecia estar bem e sob controle, mas quase ocorreu uma tragédia. E a vida é exatamente assim e sem Deus nada somos. Mas, é difícil enxergar isso quando não se é humilde.

Quando eu tinha apenas 17 anos, passei num dos vestibulares mais difíceis do país - durante algum tempo, fiquei extremamente orgulhoso de mim mesmo. Meus pais fizeram um culto de ação de graças, na minha casa, para agradecer a Deus aquele resultado. E eu pensei comigo mesmo: "se eu não tivesse estudado, nada disso teria acontecido, logo os cumprimentos deveriam ser para mim". 

Faltou-me consciência, naquele momento, que eu sempre gozei de boa saúde, tinha tido os professores certos e diversas pessoas (inclusive meus pais) me ajudaram em momentos críticos da minha vida. E nada disso aconteceu por conta da minha "competência". Certamente, eu tinha feito a minha parte para alcançar sucesso (estudei, me esforcei, etc), mas sem Deus nada teria sido possível. 

Vaidade e orgulho não me permitiram, naquele momento, perceber isso e ser grato a Deus como deveria - e ainda bem que Ele foi paciente e não me puniu por causa disso. 

Há um último ensinamento importante a respeito da humildade e esse não veio do meu pai e sim do apóstolo Paulo: quando nos percebemos fracos/as, aí é que somos verdadeiramente fortes (2 Corintios capítulo 12, versículos 7 a 10). 

Paulo escreveu isso depois de pedir por três vezes que Deus tirasse da vida dele um terrível incômodo (o tal “espinho na carne” - veja mais) e recebeu como resposta que a Graça de Deus lhe bastava. 

Em outras palavras, quando nos percebemos fracos/as, sem condições de fazer as coisas sozinhos/as, percebemos que precisamos de Deus e recorremos a Ele. Mostramo-nos humildes, quando fazemos isso, e Deus se agrada dessa postura. Aí ficamos fortalecidos, pois passamos a contar não apenas com nossos próprios e limitados recursos, mas com toda a força d´Ele.

Outro dia estava lendo um texto (que me deu inspiração para este post) e nele a autora, uma missionária, falou uma coisa que resume bem tudo que acabei de dizer. Ela contou que precisava de certa quantia em dinheiro e orou muito para que Deus resolvesse o problema. E o dinheiro chegou. 

Aí alguém disse que, como ela era uma missionária e Deus prometeu cuidar dos seus obreiros/as, nem deveria ter sido necessário orar pedindo ajuda. E a resposta dela foi perfeita: "isso é verdade, mas se eu não tivesse orado, não teria certeza ter sido Deus o responsável pela solução do problema". 

Busque a humildade e tenha certeza que essa virtude pode vir a ser a base de quase tudo de bom que vier a acontecer na sua vida.

Com carinho

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

SENHOR, GUARDA AS MINHAS PALAVRAS

As redes sociais tornaram a comunicação muito mais fácil. Hoje é possível alcançar centenas de pessoas com meia duzia de cliques no nosso celulares. Mas isso também amplia em muito o impacto e o potencial destruidor das nossas palavras.

Mensagens de texto ou voz, transmitidas em momentos de raiva, tristeza ou tensão, podem ter consequências muito além daquilo que imaginamos. Podem magoar e ferir ou mesmo nos colocar em posição ridícula aos olhos do nosso próximo. 

Precisamos tomar muito cuidado com essa questão e é exatamente sobre isso que falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outro vídeos meus aqui e aqui.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A PALESTINA DENTRO E FORA DA BÍBLIA

A Palestina é um território formado por Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Esse território é conhecido na Bíblia como Canaã e, entre o povo cristão, também é comum usar a denominação "Terra Santa".

Essa pequena parte do mundo (cerca de 25.000 km² apenas) nunca sai das manchetes, tanto por causa achados arqueológicos periodicamente feitos por lá, que costumam confirmar o que a Bíblia conta, mas ainda mais por causa de crises políticas e atentados terroristas. 

A última crise sério aconteceu poucos meses atrás, depois do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo governo dos Estados Unidos, ato que gerou até resolução de condenação na ONU.

O território da Palestina está espremido entre diversos países (Egito, Líbano, Síria e Jordânia) e o Mar Mediterrâneo (a oeste). Ao sul, a potência maior sempre foi o Egito, enquanto que ao norte sempre as potência dominadoras se alternaram - Caldeia, Assíria, Babilônia, Pérsia (hoje Irã) e assim por diante. 

Jerusalém é a principal cidade da região e razão de discórdia permanente entre judeus e muçulmanos, por ser uma cidade sagrada para ambos, como também para o cristianismo. 

Em Jerusalém está localizada a “Esplanada das Mesquitas”, também conhecida como "Monte do Templo". É ali que ficava o Templo construído por Salomão e reconstruído por Herodes, local mais sagrado para o povo judeu e centro da sua religião. Hoje, nesse mesmo local estão localizadas duas mesquitas (Al Aksa e Domo da Rocha). Essa última possui uma cúpula revestida de ouro e é considerada o terceiro local mais sagrado para os muçulmanos (segundo eles, foi da rocha localizada dentro dessa mesquita que Maomé foi elevado aos céus).

Jerusalém foi também o lugar onde Jesus Cristo morreu nas mãos dos romanos e onde ressuscitou e onde a igreja cristã nasceu, por isso sua importância para o povo cristão também é enorme.

É por causa disso que resolvi escrever essa postagem, onde falo um pouco sobre a história da região e procuro explicar as raízes do conflito atual. Naturalmente, o meu relato é feito de uma perspectiva cristã, como não poderia deixar de ser.

O começo - os Patriarcas
A história da Palestina começa a ficar importante com um homem (Abraão), que acreditou numa promessa de Deus, que seria o Patriarca de uma nação (Israel). Saiu da sua terra (na Mesopotâmia) e foi para lá.

A promessa feita por Deus a Abraão está repetida em diversos pontos do livro de Gênesis, como por exemplo no capítulo 17, versículos 5 a 8:
E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto; e te farei frutificar grandissimamente, e de ti farei nações, e reis sairão de ti; E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua... E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus.
Muitos judeus e cristãos entendem que essa promessa, transmitida por Abraão a seus descendentes (Isaque, Jacó e depois todo o povo de Israel) é a base do direito dos judeus à terra da Palestina. 

Já os muçulmanos, alegam que Ismael (primeiro filho de Abraão e, segundo a tradição, o pai dos povos árabes) seria o verdadeiro e legítimo herdeiro da promessa feita por Deus a Abraão. E essa diferença de interpretação já é uma boa indicação de como é difícil tratar essa questão. 

Voltando ao relato da Bíblia, um dos netos de Abraão (Jacó) teve doze filhos, que se tornaram os Patriarcas das 12 tribos (clãs) em torno das quais o povo de Israel se organizou. O nome Israel (“o que lutou com Deus”) foi dado por um anjo ao próprio Jacó (Gênesis 32:22-30).

A família de Jacó morava na Palestina mas acabou migrando para o Egito, após um período de seca e fome. Ficaram lá por bom tempo, inicialmente desfrutando boas condições de vida, mas acabaram escravizados pelos egípcios e permaneceram nessa condição por mais de 400 anos. 

Deus levantou um homem (Moisés) para liderar o processo de libertação de Israel do cativeiro, conforme relatado no livro do Êxodo. Depois de sair do Egito, o povo peregrinou cerca de 40 anos pelo deserto do Sinai e entrou na Palestina já sob a liderança de Josué - os fatos que aconteceram nesse período estão relatos nos livros de Levítico, Números e Deuteronômio. 

A posse da maior parte do território da Palestina foi conseguida por Israel através de guerras travadas contra os canaanitas, povo que vivia naquela terra - essa história está contada no livro de Josué.

A cidade de Jerusalém somente foi conquistada bem mais tarde, já durante o reinado de Davi, por volta do ano 1.000 Antes de Cristo, conforme o relato do livro de 2 Samuel. E de imediato foi feita a capital do reino de Israel.

A verdade é que Israel jamais dominou totalmente a Palestina - por exemplo, os filisteus habitavam uma faixa costeira, ao sul desse território, conhecida como Gaza e sempre mantiveram sua autonomia. 

Os reinos de Israel e Judá
O povo de Israel dominou a maior parte da Palestina durante vários séculos, primeiro como um reino unificado - os reis nesse período foram Saul, Davi e Salomão -, sempre com capital em Jerusalém, conforme os relatos de 1 e 2 Samuel e 1 Reis. 

Foi durante o reinado de Salomão que foi construído um Templo em Jerusalém, que passou a ser o local central para a religião de Israel - ali ficava depositada a arca da Aliança e unicamente ali podiam ser realizados sacrifícios a Deus. 

Depois de Salomão, o reino se dividiu entre Israel, ao norte, com capital em Samaria, e Judá, ao sul, com capital em Jerusalém, conforme o relato de 1 e 2 Reis.

Os reinos de Israel e Judá caminharam ao longo da história por vezes unidos e muitas vezes em conflito. Quando divididos, eles ficavam mais fracos e acabaram sendo destruídos pelos povos que os cercavam.

O primeiro a ser destruído foi Israel, dominado pelos assírios, no ano de 722 Antes de Cristo. Boa parte da população local foi levada cativa e nunca mais retornou, tendo perdido sua identidade cultural e nacional - são as chamadas “tribos perdidas de Israel”. 

O reino de Judá, ao sul, durou até 586 AC, quando foi dominado pela Babilônia, numa invasão liderada por Nabucodonosor. O Templo construído por Salomão foi destruído e teve seus tesouros saqueados e toda a liderança judaica foi levada para o exílio (2 Reis capítulo 25).

O retorno do exílio
A Babilônia, no ano de 539 AC, foi por sua vez conquistada por Ciro, rei da Pérsia. O novo líder tinha uma política mais liberal para com os povos dominados e permitiu o retorno da liderança judaica à Palestina.

Um grupo de líderes (Neemias, Esdras e outros) voltou para a região de Jerusalém e reconstruiu o Templo e os muros da cidade, isso por volta de 515 AC, conforme relatos dos livros de Esdras e Neemias. 

Mesmo de volta, os judeus permaneceram submetidos a diferentes dominadores estrangeiros, que foram se sucedendo. Primeiro, vieram os gregos, liderados por Alexandre, o Grande. Mais adiante, revezaram-se no controle da Palestina os sírios (dinastia dos selêucidas) e os egípcios (dinastia dos ptolomeus).

Houve então uma revolta dos judeus, liderada pela família dos macabeus, que trouxe a independência do povo por cerca de 100 anos. Aí chegaram os romanos.

O domínio romano 
O período de dominação romana nos interessa de perto pois foi nele que Jesus viveu. Essa dominação durou mais ou menos até o fim do século IV da nossa era. 

Os romanos procuraram, sempre que possível, governar os territórios da Palestina através de reis locais, subordinados a Roma, que tinham autoridade limitada, mas ajudavam a controlar a situação. O mais importante deles foi Herodes, o Grande, que estava no poder quando Jesus nasceu.

Herodes estabeleceu uma dinastia que durou muitos anos e diferentes membros de sua família governaram vários dos territórios palestinos e são citados em episódios da vida de Jesus, João Batista e dos apóstolos.

Herodes, o Grande, reconstruiu o Templo de Jerusalém, e fez isso numa escala grandiosa para a época. Foi esse segundo Templo que Jesus conheceu e frequentou (por exemplo, Mateus capítulo 13, versículos 1 e 2).

Depois da morte de Jesus (que ocorreu por volta do ano 30 da nossa era), os judeus se revoltaram por duas vezes contra a dominação romana e derrotados. Eles acabaram sendo expulsos da sua terra, por volta do ano 135, e a região onde viviam mudou de nome para Síria Palestina e Jerusalém foi rebatizada de Aélia Capitolina. No lugar do Templo foi construído um santuário a um deus romano.

No início dos século IV da nossa era, quando o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, os chamados "lugares santos" - como o túmulo de Jesus, o Gólgota, o local onde ele nasceu em Belém, etc - foram identificados e neles construídas igrejas cristãs ("Natividade", "Santo Sepulcro", etc), que existem até hoje.

Sem pátria
Os judeus, depois de expulsos da Palestina pelos romanos, ficaram sem pátria durante muitos séculos, sobrevivendo espalhados pelo mundo. 

Mas, à medida que as condições políticas permitiram, eles foram voltando para a Palestina, especialmente para a região de Jerusalém, mas sempre ficando em grande minoria em relação aos outros habitantes da região. 

O domínio político da Palestina passou sucessivamente para as mãos do árabes, cristãos (na época das Cruzadas), turcos, até chegar aos ingleses, depois da Primeira Guerra Mundial (1917). 

A fundação do Estado de Israel
A Palestina virou um Protetorado Britânico e, nessa época, viviam ali cerca de 500.000 árabes e 50.000 judeus. 

Os judeus inicialmente tiveram apoio dos ingleses e aumentaram bastante sua presença na região. Esse movimento gerou tensões políticas, por causa das disputas de terras com os outros habitantes do local, e os ingleses impuseram dificuldades para novas imigrações judaicas.

Após a Segunda Guerra Mundial e, por conta do Holocausto (o massacre de seis milhões de judeus pelos nazistas), a comunidade internacional passou a achar que os judeus mereciam voltar a ter um lar. 

Assim, em 1947, a ONU declarou a partilha da Palestina entre árabes e judeus. Naquele momento, a Palestina tinha cerca de 600.000 habitantes judeus e 1.400.000 árabes. Os judeus foram favorecidos nessa partilha, pois ficaram com cerca de 55% do território palestino. 

O conflito árabe-israelense
Em maio de 1948, Israel declarou sua independência. Imediatamente, os países árabes (Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque) declararam guerra ao novo estado, que quase foi destruído por seus adversários. 

Ao final dessa primeira guerra, Israel prevaleceu, por sua melhor organização e conquistou um pouco mais de território, acabando com cerca de 68% da Palestina. Cerca de 600.000 árabes fugiram dali, tornando-se eles, e seus descendentes, refugiados, vivendo precariamente na Jordânia e no Líbano, problema que não foi resolvido até hoje.

Outros conflitos armados aconteceram, sendo o mais importante deles em 1967, a chamada "Guerra dos Seis Dias", quando Israel obteve grande vitória sobre os árabes, tomando diversas regiões importantes do território palestino, como as colinas de Golan (da Síria), a península do Sinai e a faixa de Gaza (do Egito) e a Cisjordânia e a cidade de Jerusalém (da Jordânia).

A situação atual 
Hoje há cerca de seis milhões de judeus e seis milhões de árabes palestinos convivendo naquela região, num ambiente de constante tensão. Os judeus estão organizados num país (Israel) forte e próspero. Uma parte dos árabes vive dentro de Israel, mas sem direitos de cidadania.

O restante da população árabe da Palestina vive hoje espremida em dois territórios - Gaza e Cisjordânia - dirigida por um governo provisório (a Autoridade Palestina). 

E um verdadeiro abismo cultural, sócio-econômico, político e religioso separa as duas populações, sem que exista qualquer esperança real de uma paz permanente.

E as promessas bíblicas?
Se Deus fez promessas a Abraão e seus descendentes, de que a Palestina seria deles, por que permitiu que os judeus fossem expulsos de lá e ficassem dispersos por séculos?

A Bíblia explica as razões para isso - por exemplo, Jeremias capítulo 25, versículos 2 a 11. As promessas dadas ao povo de Israel estavam ligadas diretamente ao seu relacionamento íntimo e fiel com Deus. Longe d´Ele, Israel era somente uma pequena nação espremida entre impérios muito mais poderosos. 

Quando Deus retirou seu apoio a Israel, por causa da infidelidade do povo, que resolveu adorar outros deuses, o povo israelita foi rapidamente conquistado pelos vizinhos.

Mas a história de Israel, conforme o relato da Bíblia, não acaba aí. Deus revelou (Jeremias capítulo 30) que o povo de Israel será restaurado. 

Na verdade, estamos vivendo no período histórico em que essa promessa está sendo cumprida, aos poucos - o renascimento da nação de Israel em 1948 é uma prova viva disto. Porém ainda falta muito para esse processo chegar ao final. 

Agora, é certo que somente haverá paz na Palestina caso se chegue a algum tipo de acordo que leve em conta também a população árabe. As dificuldades para conseguir fazer isso são enormes, pois radicais de ambos os lados anseiam pela destruição do "inimigo", inclusive achando que possuem mandado de Deus para isto. 

E enquanto o problema não se resolve, ambos os povos sofrem com a violência e o potencial destrutivo desse conflito. 

Penso que somente Deus tem a solução para esse problema quase impossível de resolver. Quando todos os povos ali envolvidos entenderem isso, será possível encontrar uma solução na direção de uma paz duradoura.

Com carinho

sábado, 20 de janeiro de 2018

JESUS VEIO TRAZER ALÍVIO E DESCANSO

A experiência que tenho nas igrejas cristãs é que as pregações para evangelização de pessoas quase sempre procuram enfatizar a urgência em se decidir por aceitar Jesus. Os aspectos normalmente destacados nessas pregações costumam ser:
  • Ninguém sabe quando tempo vai viver e, portanto, é melhor aceitar Jesus agora, do que correr o risco de deixar para depois e perder a oportunidade.
  • Jesus vai voltar de forma inesperada e é preciso estar pronto/a para recebê-lo.
Essa abordagem não está errada, considerando o que a Bíblia ensina, mas estudos recentes mostram que ela é cada vez menos efetiva na sociedade atual. Esses estudos indicam que a estratégia de enfatizar a urgência apela mais para quem já é convertido/a. 

A abordagem que enfatiza a urgência era muito melhor antes, mas a sociedade e as pessoas mudaram muito, digamos, nos últimos 50 anos. E é preciso mudar a forma de se comunicar com quem não é convertido/as hoje em dia, se queremos ter melhores resultados.

Atualmente, a principal barreira a enfrentar, quando se deseja converter pessoas não cristãs, não é a falta de conhecimento sobre Jesus e sim a indiferença. É ela que mantém muitas pessoas longe de Jesus. Essas pessoas ouvem sobre Jesus e simplesmente não dão bola. Não se importam.

E apelar para a urgência da conversão não ajuda nada por uma razão muito simples: As pessoas hoje em dia já têm um monte de fontes de estresse na suas vidas – trabalho, estudos, problemas familiares, trânsito caótico, violência urbana, etc - e tudo que não precisam é mais estresse, vindo de uma pressão para se converter agora.

E já há muitas estratégias de marketing que apelam para o sentimento de urgência. Por exemplo, promoções só valem naquele determinado período de tempo. Muitas reportagens da mídia falam que as pessoas precisam mudar seu estilo de vida já - passando a comer melhor e/ou fazendo exercícios - pois sua saúde está em risco. E assim por diante. 

Ir pelo mesmo caminho só gera ainda mais estresse. Precisamos mostrar que a fé cristã vai em sentido contrário, diminuindo o estresse. Afinal, ela proporciona paz e tranquilidade. E restaura a esperança.

As pessoas precisam ficar maravilhadas com o que Jesus disse e com o que a fé n´Ele pode fazer em suas vidas. É isso que nos diferencia do mundo a nossa volta.

Ao sentirem perceberem essa diferença, as pessoas não convertidas se interessam em dar os passos necessários na direção de Jesus e fazer o investimento necessário para mudarem seus hábitos de vida, atendendo aquilo que Deus quer do ser humano. 

E é interessante perceber que essa ideia de mostrar a diferença que a fé cristã faz na vida da pessoa foi enfatizada pelo próprio Jesus - basta ver o que Ele disse em Mateus capítulo 11, versículo 28:
Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.
Esse é o segredo do Evangelho: Ele proporciona descanso, paz e esperança para quem está cansado e sobrecarregado. E é sobre isso que precisamos falar.

Com carinho

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O PECADO SEM POSSIBILIDADE DE PERDÃO

Várias pessoas que escrevem para este site fazem uma pergunta comum: será que podem não ter sido perdoadas por algum dos seus pecados cometidos antes da conversão a Jesus? E a maioria delas se mostra apavorada com essa possibilidade. 

Será que existe razão para tal tipo de medo? À primeira vista parece que não, pois mediante o sangue derramado por Jesus na cruz, nossos pecados são perdoados (1 João capítulo 2, versículos 1 e 2 e Colossenses capítulo 2, versículos 13 e 14). 

Mas, a Bíblia fala sim de um pecado para o qual não há perdão. E quem alertou para esse tipo de situação foi o próprio Jesus. Veja o que Ele falou (Marcos capítulo 3, versículos 28 e 29):
...tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno
O fato é que Deus pode perdoar todo e qualquer pecado, independentemente da sua natureza, duração e alcance, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não pode ser perdoada e, confesso, isso não deixa de ser assustador. 
Portanto, parece existir alguma razão para muitas pessoas ficarem aflitas. Mas que pecado é esse, para o qual não há possibilidade de perdão?

Explicando o "pecado sem perdão"
Blasfemar significa "falar de forma injuriosa sobre alguém". Portanto, será que o pecado sem perdão seria injuriar o Espírito Santo?

É importante lembrar que a Bíblia relata vários casos de pessoas que falaram injuriosamente contra Deus Pai ou Deus Filho e foram perdoadas (por exemplo, Mateus capítulo 12, versículos 24 a 29). Não teria sentido, portanto, a injúria contra Deus Pai ou Deus Filho ser perdoada e somente a injúria contra o Espírito Santo não. O tal pecado sem perdão deve ser diferente disso. Deve ter outra natureza.

Ao longo da história, muito teólogos tentaram esclarecer essa dúvida, e deram diferentes interpretações à natureza do pecado sem perdão. Uma dessas interpretações afirma que esse pecado se refere à rejeição do povo judeu a Jesus, como o Messias. Tratar-se-ia, portanto, de um pecado coletivo. 

Mas, é importante observar que, no alerta dado pelo próprio Jesus, Ele usou as palavras “aquele/a que blasfemar”, ou seja, falou claramente de um pecado de cunho individual, cometido tanto no passado, como no presente, quanto no futuro. A explicação de relacionar o pecado sem perdão ao povo judeu, portanto, não é correta. Eu diria até que tem um sabor de anti-semitismo.

Uma segunda possibilidade é que o pecado sem perdão ocorra quando alguém atribuir a Satanás uma ação que a pessoa saiba ter sido inspirada pelo Espírito Santo. 

Acontece que a própria Bíblia ensina que devemos testar o que está por trás de cada manifestação espiritual (1 João capítulo 4, versículo 1). E parece absurdo pensar que, se a pessoa se confundir quanto a determinada ação ser devida ao Espírito Santo ou a Satanás, ela acabe condenada para sempre. 

A simples falta de discernimento espiritual poderia levar a pessoa à perdição eterna e isso não faz qualquer sentido, porque Deus sabe que nossa caminhada espiritual é um processo evolutivo, com avanços e recuos e o discernimento espiritual é uma das coisas mais difíceis de conseguir.
Outra possível explicação é que esse pecado se refira à falta de fé em Jesus, como Salvador. E a menção ao Espírito Santo, nesse caso, deve-se ao fato que cabe a Ele convencer o ser humano do pecado e da justiça divina (João capítulo 16, versículos 7 a 11). Portanto, quando alguém rejeita Jesus é porque rejeitou também a ação do Espírito na sua vida. 

Agora, parece um exagero chamar esse tipo de descrença de "blasfêmia". E a simples resistência à ação do Espírito Santo, mesmo por muito tempo, não parece fazer com que a pessoa perca a possibilidade de ser perdoada A Bíblia tem exemplos de pessoas que aceitaram Jesus só no final da sua vida e foram salvas, como o ladrão crucificado ao lado de Jesus, que inclusive reconheceu ter tido uma vida pecaminosa. Portanto, essa explicação também não faz sentido.

Finalmente, existe a possibilidade da pessoa não apenas resistir à ação do Espírito Santo, como na alternativa anterior, mas se voltar contra Ele, exigindo ser "deixada em paz". E quase sempre isso é feito com ódio e revolta, pois os esforços do Espírito Santo incomodam - eu já vi isso acontecer e a pessoa à qual me refiro chegou a desafiar Deus a fulminá-la naquele instante e, quando isso não aconteceu, afastou-se com um sorriso vitorioso nos lábios. 

O resultado desse tipo de escolha é que o Espírito Santo pode desistindo de tentar convencer a mudar e a deixa à sua própria sorte. E sem a ação do Espírito Santo, nunca essa pessoa vai ter consciência dos seus pecados e irá se converter, aceitando Jesus. E nunca será perdoada por Deus, pois a aceitação de Jesus é a chave para o perdão d´Ele.

E faz todo sentido que, nesse caso, não haja perdão e a condenação seja eterna. Afinal, quem se volta contra o Espírito Santo e o expulsa da sua vida, fica sem possibilidade de perdão.

E quem se converteu? 
A conclusão lógica disso é que quem aceitou Jesus no seu coração não cometeu e nem poderá cometer o tal pecado sem perdão. E a razão para isso é simples: se houve conversão e desenvolvimento espiritual, é porque há atuação do Espírito Santo na vida da pessoa. 

Assim, as pessoas que me escrevem preocupadas não precisam ter medo, apesar do passado bem complicado de algumas delas. Se alguém se converte, o Espírito Santo está agindo na vida dessa pessoa. Simples assim.

E há um paradoxo interessante aí: quem fica preocupado em ter cometido o pecado sem perdão com certeza não o cometeu. A simples preocupação comprova que o Espírito Santo continua atuando na vida da pessoa. 

Quem comete o pecado sem perdão nunca tem consciência da sua situação. Nunca se preocupa com isso. 

Com carinho

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

SEM DESCULPAS

Neste novo vídeo, o Rogers fala sobre as desculpas que as pessoas procuram para não seguir Jesus.

Elas são dos mais diferentes tipos, desde não terem recebido atenção suficiente (quando tentaram frequentar uma igreja), até a falta de tempo. Mas nenhuma delas tem peso aos olhos de Deus.

Afinal, a Bíblia explica que somente Jesus pode levar o ser humano até a salvação. Sem Ele, não há esperança. Portanto, pare de procurar desculpas para justificar aquilo que nunca pode ser justificado e passe a andar com Jesus - veja esse vídeo aqui

Se você quiser conhecer outros vídeos do Rogers, veja aqui e aqui.

domingo, 14 de janeiro de 2018

A TECNOLOGIA DIGITAL NO USO DA BÍBLIA

Sou inteiramente a favor do uso da tecnologia digital em todos os aspectos da vida cristã - não admitir isso seria ficar para trás e tornar mais difícil difundir a mensagem do Evangelho de Cristo no mundo atual. E isso se aplica, em particular, também à leitura e ao estudo da Bíblia. 

Agora, é preciso ter em mente que o uso de novas tecnologias costuma causar mudanças de comportamento inesperadas. E algumas dessas mudanças podem ser negativas. 

Por exemplo, a popularização do uso dos smart phones entre os/as jovens fez com que eles/as passassem a ficar totalmente alheios durante as reuniões familiares - mesmo estando presentes fisicamente, passam o tempo todo trocando mensagens com amigos/as e/ou navegando na Internet. 

Uma tecnologia maravilhosa (os smart phones) está causando grande impacto negativo nas relações familiares, coisa que ninguém tinha previsto.

Um exemplo histórico do impacto da tecnologia no uso da Bíblia
Cerca de 1.000 anos atrás, foram incorporados ao texto bíblico os números dos capítulos e dos versículos, que não existiam no texto original. Isso permitiu que as pessoas passassem a encontrar com muito mais rapidez a passagem que queriam ler, no meio de um texto que é enorme. 

Esse avanço tecnológico trouxe um efeito secundário que pouca gente esperava: as pessoas passaram a procurar na Bíblia apenas suas partes preferidas, como os versículos contendo promessas ou consolo. E, ao agirem assim, acabaram perdendo o "fio condutor" de cada relato da Bíblia - antes, elas precisavam ir lendo todo o texto para chegar no ponto desejado -, empobrecendo muito seu entendimento do texto. 

Um recurso simples (números dos capítulos e versículos) mudou a maneira como as pessoas se relacionavam com o texto bíblico e essa mudança trouxe vantagens (mais facilidade), como também desvantagens (em muitos casos, perda da ideia geral do texto). 

O perigo da tecnologia digital no uso da Bíblia
De igual forma, o uso da tecnologia digital para acessar a Bíblia pode vir a causar um problema importante. Na verdade, está sendo construída uma "camada" de tecnologia digital (os aplicativos) entre a Bíblia e os/as leitores/as, fazendo com que eles/as passem a se relacionar mais com essa "camada" do que com o texto bíblico propriamente dito.

Vou me explicar melhor. Os aplicativos têm várias vantagens. Por exemplo, evitam que seja preciso carregar um livro grosso (a Bíblia) por aí - basta ter o aplicativo adequado que o texto bíblico pode ser acessado de forma muito simples e prática. 

Outra vantagem é contar com diferentes tipos e tamanhos de letras, o que torna a leitura mais agradável. Outra vantagem importante é ter pronto acesso a várias traduções da Bíblia - eu tenho um aplicativo muito útil que permite colocar duas traduções para comparação imediata. Muito interessante também é a possibilidade de fazer notas sobre o texto bíblico e compartilhá-las com outras pessoas de determinado grupo.

Agora, o acesso à Bíblia passou a ser intermediado pelo aplicativo que a pessoa venha a usar. A forma como as coisas são organizadas nesse aplicativo em particular determina como a pessoa passa a interagir com o texto bíblico. 

Por exemplo, conheço um aplicativo onde a pessoa precisa digitar as duas letras iniciais do nome do livro da Bíblia que deseja ler, seguido do número do capítulo e do versículo desejado. Há outros aplicativos que apresentam uma lista alfabética dos livros da Bíblia e a pessoa escolhe qual deles quer ler, seguido do número do capítulo e versículo. 

É fácil se acostumar com essa forma de procurar o texto bíblico desejado, esquecendo que não passam de invenções de quem desenvolveu o aplicativo em uso e nada têm a ver com o texto da Bíblia em si. Quem procura os textos bíblicos dessa forma, não precisa mais conhecer a ordem dos livros da Bíblia e essa ordem é importante para entender a mensagem geral que está sendo passada, pois há uma lógica nela (veja mais).

Com os aplicativos, as pessoas ficam mais distantes do texto, pois deixou de ser necessário conhecer como ele está organizado, pois a "camada" digital faz esse trabalho por elas. 

Não é de estranhar, portanto, que as pessoas cada vez conheçam menos sobre as características da Bíblia e, frequentemente, não saibam onde se dirigir para encontrar aquilo que querem. 

Está se tornando popular também o uso de aplicativos que contém planos de leitura da Bíblia e que passam diariamente para as pessoas pequenos textos bíblicos para meditação. 

Já vi aplicativos com diversos "temas", como "consolo", "exortação", "promessas", etc. Há aplicativos que mandam também sugestões de textos bíblicos, com base em perguntas que são feitas pelas pessoas. 

Isso não deixa de ser bom, por um lado, pois incentiva as pessoas a se lembrarem sempre de ler a Bíblia e até a memorizarem versículos úteis em determinados momentos da vida. Mas, por outro lado, cada vez mais as pessoas deixam por conta de terceiros (no caso quem organizou os aplicativos) a decisão do que elas vão ler na Bíblia. 

Elas correm o risco de se limitar a ler os textos que lhes forem indicados pelo aplicativo que usam, sem nunca terem curiosidade de buscar por si mesmas aquilo que precisariam ler. 

Essa camada de "inteligência" (o aplicativo), situada entre o/a leitor/a e o texto bíblico, me lembra de um problema que existia na Idade Média, antes da Reforma Protestante. Naquela época, a Bíblia somente estava disponível diretamente para os sacerdotes, pois seus textos eram copiados à mão, o que tornava os exemplares da Bíblia muito caros.

Assim, cabia a esses sacerdotes mediar o uso do texto bíblico pelas pessoas, escolhendo as passagens a serem lidas, lendo essas passagens para elas e explicando-lhes seu significado. E esse controle sobre o texto bíblico gerou enormes abusos por parte dos sacerdotes e essa foi uma das razões para a Reforma Protestante - não por acaso, uma das primeiras providencias de Lutero foi traduzir a Bíblia para alemão (até, então, ela só existia em latim) e incentivar a impressão de exemplares dela, barateando o seu custo. 

Por outros caminhos, a situação que hoje se desenha vai se tornando similar - as pessoas que concebem e gerenciam esses aplicativos podem acabar, de certa forma, controlando que partes da Bíblia os/as usuários/as vão ler 

A "camada" tecnológica corre o risco de, cada vez mais, se interpor entre as pessoas e o texto da Bíblia, por um lado, facilitando sem dúvida o acesso ao texto bíblico, mas, de outro, tornando as pessoas dependentes das regras e forma de funcionamento dos aplicativos.

Concluindo, nada deve substituir seu acesso direto ao texto da Bíblia. Você precisa saber como o texto está organizado e o que cada livro contém (pelo menos em termos gerais), para que saiba sempre encontrar aquilo que deseja.

Você precisa fazer seu próprio plano de leituras bíblicas, conforme seja do seu interesse e necessidade, nunca se limitando a programas pré-estabelecidos por terceiros, que podem influenciar você de forma indevida. 

Muito cuidado com essa questão, pois o domínio da Bíblia é vital para a vida espiritual de qualquer cristão/ã. A Bíblia é seu manual de vida dado diretamente por Deus e você precisa conhecer bem o que esse manual contém. 

Use a tecnologia digital, mas nunca se deixe influenciar demais ou escravizar por ela.

Com carinho

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

TEVE SUCESSO NO TRABALHO MAS FRACASSOU NA FAMÍLIA

Há pessoas que apresentam uma história de vida com resultados distintos nas diferentes áreas. Por exemplo, é comum encontrar quem alcance grande sucesso na profissão, enquanto fracassa fragorosamente nas relações pessoais e familiares.

Há vários exemplos na Bíblia de pessoas exatamente assim e o melhor deles talvez seja o rei Davi.

A história de Davi
Davi foi o maior rei da história de Israel, um político habilidoso, general invencível e um líder carismático. Pegou o reino de Israel semi-destruído, depois do reinado desastroso do rei Saul e deixou para seu filho (Salomão) uma nação rica e poderosa.

Além de tudo, ainda era um grande poeta e músico talentoso - escreveu a maior parte do livro de Salmos, onde existem textos maravilhosos que nos inspiram até hoje. 

Finalmente, a Bíblia conta ainda que ele era um homem "segundo o coração de Deus" (Atos capítulo 13, versículo 22), ou seja Davi tinha sintonia total com Deus. 

Davi teve grande sucesso como rei e por isso é reverenciado até hoje. Agora, na vida familiar, foi péssimo, um autêntico fracasso. E alguns exemplos servem para comprovar isso. 

Os problemas familiares de Davi começaram quando ele cometeu adultério com Bate-Seba, a esposa de um dos seus oficiais (Urias). Como a mulher engravidou, Davi bolou um plano para forçar a morte de Urias em batalha e poder, então, se casar com a viúva, escondendo o mal feito. Naturalmente, isso gerou um grande escândalo e nunca mais houve paz na família de Davi. 

Outro caso grave aconteceu quando um dos seus filhos (Amnon) estuprou uma meio-irmã (Tamar) e Davi nada fez para punir esse ato terrível, que destruiu a vida da moça. Outro irmão da mesma moça (Absalão) fez justiça com as próprias mãos e matou o ofensor (2 Samuel capítulo 13), gerando uma enorme crise familiar. 

Mais adiante, o mesmo Absalão, que era o filho preferido de Davi e seu herdeiro, revoltou-se contra o pai e tentou tomar-lhe o trono. Absalão acabou morto por um dos generais de Davi.

A partir da morte de Absalão, a sucessão de Davi ficou em aberto e as intrigas palacianas se multiplicaram, sem que Davi fizesse qualquer coisa para pacificar a situação. O segundo filho de Bate-Seba com Davi (Salomão) acabou herdando o trono e precisou matar alguns dos seus meio-irmãos para conseguir se consolidar no poder. 

Em resumo, a vida familiar de Davi foi um desastre completo, mesmo ele tendo sido um grande rei. E essa situação guarda um grande ensinamento para todos/as nós.

A necessidade de alcançar o equilíbrio 
Sucesso absoluto numa área, fracasso completo na outra, o que pensar de Davi? E essa mesma pergunta se aplicaria há muitos artistas, empresários, políticos, etc, que tem o mesmo perfil de vida. 

Há duas explicações possíveis para esse tipo de desequilíbrio. A primeira delas é a má distribuição do tempo - as pessoas tendem a gostar mais daquilo que fazem bem feito e acabam por dedicar uma parte muito grande do seu tempo e atenção às coisas onde alcançam sucesso, pois se sentem vitoriosas naquela área da vida.

Com isso, acabam tendo menos tempo para as áreas onde não costumam se sair tão bem, agravando suas dificuldades ali. 

Conheci um grande pastor que simplesmente não tinha tempo para sua família. Vivia meio "flutuando", somente pensando nas coisas de Deus e do seu ministério, deixando para sua mulher a pesada tarefa de educar um monte de filhos/as. 

Somando a essa situação as dificuldades financeiras naturais na vida de qualquer pastor realmente comprometido com o Reino de Deus, a vida da esposa dele tornou-se muito difícil e sacrificada. O resultado é que ela se tornou uma mulher muito amarga e difícil de se lidar, tornando a vida familiar desse pastou numa "zona de guerra".

Como tinha dificuldades no tratamento das relações familiares, aquele pastor se escondeu atrás do seu ministério e só tinha tempo para as coisas de Deus, negligenciando totalmente sua família, o que só fez tornar as coisas piores. 

Penso que esse também foi o caso de Davi - simplesmente não investiu tempo suficiente na sua família e deixava as coisas ali correrem ao sabor dos acontecimentos e deu no que deu.

A outra razão para algumas pessoas terem grande sucesso numa área da vida e simplesmente fracassarem na outra é que tentam usar as técnicas de resolução de problemas que funcionam muito bem na área onde são competentes nas outras áreas e isso nunca dá muito certo. 

O filme "A noviça rebelde", um belíssimo musical que encantou a minha infância, retrata a história real de uma família liderada por um viúvo, oficial do Exército aposentado. Ele tentou liderar seu bando de filhos/as como tinha feito com seus soldados no quartel, usando o mesmo tipo de disciplina e rigor e o resultado naturalmente foi desastroso. Somente com a chegada de uma governanta, que passou a funcionar como "mãe" para as crianças, o problema foi superado.

As pessoas que aplicam numa área da vida as técnicas que somente se aplicam a outras áreas, normalmente têm dificuldade de aceitar que estão errando e insistem no mesmo caminho, achando que vão obter resultados melhores, se fizerem um esforço maior.

Conheci um outro pastor, também muito bem sucedido no ministério, que passou a vida tentando pastorear os/as filhos/as, quando seu papel com eles/as deveria ter sido exclusivamente de pai. Ele acabou não sendo um bom pastor para os/as filhos, pois tinha demasiado envolvimento emocional com eles/as, e nunca conseguiu ser o pai que os/as filhos/as precisavam. 

E quando as reclamações dos/as filhos/as chegavam até esse pastor, ele tentava ser um pastor melhor para eles/as, fazendo mais do mesmo, quando não era isso que a família precisava.

Como corrigir esse tipo de situação
Uma vida cristã plena pressupõe equilíbrio em todos os seus campos: trabalho, família, lazer, espiritual, etc. Desequilíbrios são sempre ruins, mesmo quando o campo espiritual é aquele privilegiado. É preciso, portanto, investir na correção dos eventuais desequilíbrios. 

Isso passa, em primeiro lugar, pela percepção do problema - saber que alguma coisa está errada e que há um desequilíbrio. Davi nunca teve essa percepção, como também não a teve o pastor que só cuidava das coisas de Deus, deixando a esposa sozinha cuidar dos/as filhos/as. 

Percebido o desequilíbrio, a coisa a fazer é passar a dedicar muito mais atenção naquela área onde as coisas não vão indo bem. Por exemplo, se há problemas com filhos/as adolescentes, é preciso ter tempo disponível para eles/as e até, se for o caso, fazer uma terapia familiar. 

É preciso ainda ter em conta que as necessidades de atenção das diversas áreas da vida mudam com o tempo - por exemplo, filhos/as tomam mais tempo quando pequenos/as ou se alguém fica doente, essa pessoa vai ser objeto de maior atenção. 

A segunda coisa é ver se os métodos de ação adotados em cada área são adequados. Por exemplo, não é certo tentar tratar empregados/as como filhos/as e filhos/as como empregados/as - são coisas totalmente diferentes. O que dá certo num caso, não vai dar no outro. 

Finalmente, procure ajuda do/a pastor/a, de um /a amigo/a com mais experiência ou de um/a terapeuta se você perceber que não consegue agir bem em determinada área da sua vida. Há profissionais muito competentes que podem ajudar você a lidar com essas situações e lembre-se que não há vergonha nenhuma em buscar esse tipo de ajuda.

Com carinho