Nesses
últimos dias a família da minha mulher sofreu um grande baque: um rapaz de 20
anos morreu num acidente de carro. Junto com ele, morreram outros dois. O
acidente de carro foi daqueles que infelizmente acontecem frequentemente com os jovens:
viagem de noite por estrada não muito boa, excesso de velocidade, alguma chuva
e um caminhão vindo em direção contrária. O resultado vai marcar
profundamente a vida de dezenas de pessoas. Uma tristeza.
Quando
esse tipo de coisa acontece, você talvez fique se perguntando o que fazer. Deve tentar consolar ou permanecer calado(a)? Se a pessoa em sofrimento fizer
uma pergunta, tentando encontrar sentido para a tragédia, deve procurar responder? E o que dizer?
O que fazer nos primeiros momentos
Minha recomendação é simples: sente-se ao lado da pessoa que sofre, abraçe-a
e chore junto com ela. Apenas isso. Passe a mensagem que está solidário(a). Que
a dor da outra pessoa também é sua.
Evite
falar muito. Comunique-se mais através de atitudes solidárias do que de palavras. E nunca procure
dar explicações nesses momentos iniciais. Não há coisa pior do que alguém chegar num enterro e tentar
consolar, dizendo coisas como: “Conforme-se,
pois foi Deus quem quis assim”. Já vi isso acontecer e, acredite, o resultado nunca
é bom.
Nada do que
você falar naquele momento vai ajudar e basta uma palavra infeliz, mesmo com a
melhor das intenções, para deixar uma marca ruim. Há sim coisas que podem ser
ditas, mas depois, quando os ânimos serenarem um pouco.
E se
a pessoa, no seu desespero, se revoltar contra Deus, não se escandalize. Inúmeros
homens da Bíblia fizeram isso. Pode ter certeza que Deus compreende. E Ele não
vai usar palavras desesperadas contra quem está sofrendo.
O que fazer mais tarde
Passados
os momentos iniciais, aqueles(as) que sofreram a tragédia passam realmente a vivenciar sua perda. É quando “cai a ficha”, conforme se diz popularmente. A
perda passa a ser sentida no dia-a-dia e a vida muda para pior. E a
maior parte das pessoas que se solidarizou nos primeiros momentos precisou voltar para suas próprias vidas.
É aí que você pode ser mais útil. Primeiro fazendo-se
presente na vida de quem sofre. E depois ajudando a responder às dúvidas que vão
surgir.
Essas dúvidas são bem comuns: Por que isso aconteceu? Por que
Deus permitiu que a desgraça afetasse tanto minha vida? Posso continuar a confiar nesse Deus? Há respostas para essas
questões, mas infelizmente elas não são fáceis de dar e muito menos de receber, pois contrariam a lógica humana.
O fato é que Deus não nos revela todas as razões para aquilo que faz ou permite que aconteça. E a razão é simples: há limites para a mente humana. Para o que conseguimos entender.
Aceitamos essa limitação em relação a muitas questões. Por exemplo, não sabemos bem como será o
final dos tempos. E vivemos com essa ignorância
sem maiores problemas.
Mas é muito mais difícil aceitar a falta de explicação para uma catástrofe. As
pessoas querem entender. Precisam entender para sentir que têm algum
controle sobre suas vidas. A desgraça as faz sentir vulneráveis e inseguras - o que garante que ela não vai se repetir?
A solução que Deus oferece para esse impasse é estranha para a lógica humana: a fé. Ele nos pede para aceitar aquilo que não é possível entender pela razão através da fé n´Ele, da confiança
que Deus é amoroso, misericordioso e sempre interessado naquilo
que é melhor para os seres humanos.
É isso que você precisa dizer para quem está sofrendo. E reconheço
que não é fácil seguir por esse caminho. Em meio à dor e ao sentimento de fragilidade gerado pela catástrofe, encontrar sentido nas coisas da vida apenas mediante a confiança em Deus não é um pedido fácil de ser atendido.
Alguns vão conseguir dar esse passo, mas muitos outros infelizmente não. Esses últimos vão procurar outros caminhos que fornecem respostas mais faceis, como o espiritismo, através da comunicação com os mortos (sabemos que isso não é possível, mas essa não é a questão aqui).
Alguns vão conseguir dar esse passo, mas muitos outros infelizmente não. Esses últimos vão procurar outros caminhos que fornecem respostas mais faceis, como o espiritismo, através da comunicação com os mortos (sabemos que isso não é possível, mas essa não é a questão aqui).
Se a pessoa que sofre não aceitar o caminho que
Deus oferece, não a culpe e nunca diga que ela está pecando. Afinal, as pessoas reagem de
diferentes formas à dor.
Tenha paciência e continue a falar sobre Deus para ela. E peça ajuda ao Espírito Santo para mudar a mente daquela pessoa - nunca se esqueça que Deus tem meios que não estão ao seu alcance. Apenas faça sua parte e confie em Deus.
Tenha paciência e continue a falar sobre Deus para ela. E peça ajuda ao Espírito Santo para mudar a mente daquela pessoa - nunca se esqueça que Deus tem meios que não estão ao seu alcance. Apenas faça sua parte e confie em Deus.
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