quinta-feira, 31 de março de 2011

UM HOMEM SIMPLES QUE CONSEGUIU IMITAR JESUS

O site do jornal O Globo, em notícia dada no dia 29/03/2011, trouxe o seguinte texto:

“O pai das adolescentes Josely Laurentina e Juliana Vânia de Oliveira, encontradas mortas na manhã de 28/03/2011, em Cunha, no Vale do Paraíba, em São Paulo, afirmou logo após o enterro das filhas que perdoa o criminoso. José de Oliveira, que é católico, afirmou que as filhas deixarão muita saudade e que a família vai rezar para superar a perda. “Jesus diz para perdoar, por mais que a pessoa tenha cometido uma ofensa, tem de perdoar - só espero que quem fez isso não faça de novo com outras pessoas”, disse ele. Oliveira tinha três filhas. Agora, só resta uma: Betânia, de 17 anos, a mais velha... O enterro no cemitério da cidade contou com muitos jovens, a maioria amigos de escola das garotas. Mais de mil pessoas participaram do velório e do enterro.” 


Temos aqui um exemplo admirável de perdão: um pai de duas filhas adolescentes mortas por um criminosos foragido da justiça, declara, alto e bom som, o seu perdão e cita Jesus para justificar sua posição. E o mais impressionante é que o perdão foi incondicional, ou seja, esse pai não sabe se o criminoso está ou não arrependido e se irá ou não se regenerar.

Perdoar é difícil, sem dúvida alguma. Quando o ofensor mostra sinais de arrependimento, a tarefa fica um pouco mais fácil. O grande exemplo bíblico é o caso de José, filho de Jacó, que foi vendido como escravo pelos seus próprios irmãos. Anos depois, quando a família precisou dele, José socorreu os irmãos e os perdoou. Mas antes precisou se certificar que os irmãos tinham verdadeiramente se arrependido (ver Gênesis capítulos 37 e 42 a 45).

O perdão oferecido por Jesus foi um pouco diferente: quando estava pregado à cruz, em meio a grandes sofrimentos, Ele disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (ver Lucas cpítulo 23, versículo 34). 

Jesus perdoou àqueles que o torturavam, sem qualquer pré-condição. E o perdão incondicional oferecido por Jesus, que é incompreensível para as pessoas do mundo, tem trazido muitas pessoas para Deus. Para Jesus, é o perdão que dá início ao processo de aproximação com Deus e é por causa desse perdão, que as pessoas mudam suas vidas. 

E é esse exemplo que José de Oliveira – vale a pena citar de novo o nome desse homem – deu ao Brasil. Não tenho dúvida que Deus haverá de guardar como um tesouro precioso o testemunho que foi dado por esse homem simples, num momento de terrível sofrimento, que conseguiu - vejam bem o alcance do seu ato - imitar Jesus.

Que Deus nos permita crescer na fé para chegar ao nível do exemplo desse homem.

Vinicius

segunda-feira, 28 de março de 2011

QUANDO AS IGREJAS VALEM O MESMO QUE GOMA DE MASCAR

No meio de um livro que estou lendo, havia uma referencia a uma estatística que me chamou a atenção. Tão chocado fiquei, que fui pesquisar na Internet e acabei confirmando que o relato do livro era verdadeiro: os americanos doam anualmente para igrejas e organizações cristãs o mesmo que gastam em guloseimas, como goma de mascar! É isto mesmo que você acabou de ler: as organizações cristãs valem o mesmo que mascar chiclete!

Os americanos não são menos dedicados à causa cristã do que nós, brasileiros. Eles inclusive têm uma tradição maior do que a nossa de ajuda a trabalhos comunitários e de assistência social, especialmente entre os membros da classe média. Logo, aqui no Brasil, a situação não deve ser melhor.

É claro que, quando falamos de doações para igrejas e organizações cristãs, vem logo à mente pastores que exploram suas comunidades e se apropriam do resultado, o que é reprovável. Mas a discussão aqui é outra. Não se trata de avaliar onde e com que critérios as organizações cristãs usam as doações recebidas, e sim, o quanto é doado - aquilo que as pessoas abrem mão de consumir para investir na obra de Deus. E isto é pouco, surpreendentemente pouco – em média, nos Estados Unidos, não chega a 3% da renda disponível das pessoas.

É interessante ainda notar que os mais pobres doam proporcionalmente mais do que os mais ricos – essa proporção chega a ser quase três vezes maior. Uma pessoa da classe média alta, em média, tende a doar apenas 0,5% da sua renda disponível. Eu não tenho estatísticas para o Brasil, mas minha experiência nas igrejas me aponta que não é diferente por aqui e os pobres doam proporcionalmente muito mais.

Quando o assunto discutido é o tempo dedicado pelas pessoas às instituições cristãs, aí os resultados são ainda piores - afinal, é mais fácil doar um pequeno valor em dinheiro do que acordar no sábado pela manhã para fazer trabalho voluntário.

Ora, qualquer cristão sabe que depende de Deus para tudo, até para estar vivo. Sem a ação constante do Espírito Santo em nossas vidas, nada seríamos ou conseguiríamos fazer. E, em agradecimento, as pessoas pouco se lembram Dele e investem tão pouco na sua obra, em tempo ou em recursos financeiros, que o objetivo deve ser, na verdade, apenas acalmar um pouco suas próprias consciências.

Há muito pouca gratidão e reconhecimento no coração humano para aquilo que Deus faz. Mas, quando chega uma "tempestade" na vida, tudo muda: as pessoas correm para Deus e clamam desesperadamente por ajuda. 

Quando vejo isto, eu sempre me surpreendo com a Misericórdia de Deus, pois Ele muitas vezes atende esses pedidos e continua pacientemente a esperar que as pessoas se voltem para Ele. Se meus dois filhos, a quem muito amo, me tratassem com esse tipo de descaso, eu confesso que não sei se seria misericordioso assim – pelos menos eles ouviriam “poucas e boas” de mim.

Pense nisto quando você vir uma oportunidade para investir seu tempo e dinheiro em prol do Reino de Deus aqui na terra.

Com carinho

Vinicius

sexta-feira, 25 de março de 2011

POR QUE É TÃO DIFÍCIL PERDOAR

Peço a você que dê preferência para ler este mesmo texto no meu novo site no endereço  http://www.sercristao.org/2011/03/25/por-que-e-tao-dificil-perdoar/  . Conto com sua colaboração.

Post adaptado de um texto do psicanalista Luis Felipe de Melo Moura.

Existem muitos motivos que podem levar alguém a ter dificuldade em perdoar. Hoje vou abordar um motivo que é muito comum: a necessidade de nos cercarmos de pessoas a quem atribuímos características negativas.

Semana passada presenciei uma situação inusitada. Um senhor que, após conseguir brigar com a última pessoa com quem tinha amizade em seu ambiente de trabalho, afirmou não aguentar mais tanta gente ruim. É bastante claro que a maldade que esse senhor não aguenta, reside nele mesmo, e não nos outros.


O ser humano tem uma dualidade de sentimentos - todos nós sentimos amor e ódio. Nenhum ser humano é unicamente amoroso, assim como nenhum ser humano é apenas maligno.

Perdoar pode ser difícil porque frequentemente temos a necessidade de que alguém seja o vilão. O que seria do Batman sem o Curinga? O que faria o corintiano sem o palmeirense? A razão é simples de entender: se o outro é o vilão, então eu sou bom.

Quanto mais eu preciso ser bom, mais eu preciso que o outro seja ruim. Quem não se lembra de, nos tempos de escola, torcer para que a turma tirasse nota pior do que a sua? Quanto pior fossem os outros, melhor eu seria. Ou quem nunca sentiu uma pontinha de satisfação quando seu irmão esqueceu o aniversário da mãe, enquanto você ostentava, orgulhoso, um belo presente?

Quanto mais frágil emocionalmente estiver a pessoa, maior a necessidade de dividir o mundo em bom e ruim. Porque para uma pessoa fragilizada emocionalmente, a frustração de lidar com seu lado ruim é quase intolerável.

Em termos bem leigos, funciona da seguinte forma: eu não dou conta de olhar para aquilo que em mim mesmo eu considero ruim, mau, ameaçador. Tenho medo de que esse meu lado ruim venha a me dominar. Devido a isso, eu projeto essa maldade, esse lado ruim, em uma série de pessoas e circunstâncias. Assim, consigo me manter longe da ameaça do meu lado ruim.

Mas isso tem um preço: eu preciso de pessoas onde possa projetar esse sentimento ruim. Assim, não sou eu que sou agressivo, é o meu colega de trabalho. Não sou eu que sou falso, são as pessoas da minha comunidade. Não sou eu quem é severo e punitivo, é o meu chefe. E assim por diante.

É claro que as pessoas ao nosso redor não são perfeitas, e muitas vezes elas irão fazer algo que nos atinge. E isso se torna justamente o pretexto emocional ideal para que eu dê incío a esse processo contra o outro. Em outras palavras, se eu tenho um colega de trabalho que bate boca comigo, ele acaba justificando a minha agressividade contra ele.

Voltando à pergunta do título: Por que é tão difícil perdoar? Em muitos casos, é porque significa desistir de tomar o outro como mau.


Se tenho dificuldade de perdoar alguém, devo então me perguntar: O que é há nessa pessoa que tanto me incomoda? Se eu encontrar a resposta, e for capaz de lidar com ela, o perdão será muito mais fácil. Perdoar o outro passa por "perdoar", ou aceitar, a mim mesmo.


Nem sempre é possível encontrar essa resposta sozinho, especialmente quando ela é dolorosa demais. Aí é preciso ajuda especializada. Mas, em outros casos mais simples, mesmo uma simples reflexão pode trazer as respostas necessárias.