quinta-feira, 24 de setembro de 2020

CONHECENDO A VERDADE

Há três formas de saber se determinada afirmação representa uma verdade: experiência própria, uso da lógica ou o depoimento de terceiros. E usamos essas diferentes formas de avaliação automaticamente, quase sem nem perceber bem o que estamos fazendo.
A primeira alternativa é a mais usada e também a mais simples. Trata-se de saber que algo é verdade pela própria experiência. Por exemplo, sei que não choveu hoje de manhã porque não caiu água do céu em momento nenhum. E o chão não estava molhado. Sei o que vi e isso me garante que determinada coisa aconteceu ou existe.

A segunda alternativa é usar a lógica. As pessoas sabem intuitivamente que há relações entre as coisas que acontecem e usam tal conhecimento para avaliar a verdade das afirmações. Por exemplo, se estou num quarto escuro, sem acesso ao exterior, e ouço o barulho de trovões, sei que também existem raios caindo. Afinal, trovões são os barulhos gerados pelos raios - uma coisa sempre anda junto com a outra. Deduzo logicamente que há raios porque ouvi os trovões.

A terceira alternativa de saber que alguma coisa é verdadeira usa o depoimento de terceiros. Por exemplo, leio um artigo de jornal onde é citado um estudo científico falando que determinado alimento dá câncer. Aceito isso como verdade e deixo de comer o tal alimento. É por causa disso que você sabe que a famosa equação de Einstein (E= mc²) reflete uma verdade científica - contaram isso para você. E eram pessoas que tinham credibilidade (como professores ou cientistas importantes).

As pessoas tendem a acreditar naquilo que ouvem de terceiros caso acreditem na credibilidade de quem está afirmando determinada coisa. Por exemplo, os filhos se acostumam a aceitar as verdades ensinadas pelos pais. Mas, quando crescem, muitas vezes os amigos passam as ser fontes mais "confiáveis" que os pais, ou então, os professores, os seus líderes, etc.

Quando um artista conhecido recomenda um produto na televisão, num comercial, ele está tentando transferir a credibilidade que acumulou ao longo da sua carreira para convencer os telespectadores a comprar o produto. O artista, de certa forma, "vende" a credibilidade que tem. E é pela mesma razão que ninguém mais acredita em promessa de político - eles não têm mais credibilidade. 

Conhecendo as verdades sobre Deus
É de maneira similar à que descrevi que as pessoas acabam por conhecer as verdades sobre Deus (quem Ele é, como atua, o que deseja de nós, etc).

Primeiro, elas podem conhecer essas verdades com base na sua própria experiência, da vivência da ação dele nas suas vidas, através da oração, do louvor e/ou do envolvimento direto em milagres.

A Bíblia está cheia de relatos de experiências com Deus que mudaram as vidas das pessoas. Por exemplo, Paulo vinha pela estrada de Jerusalém para Damasco, onde iria liderar a perseguição aos cristãos. No caminho, teve uma experiência pessoal (uma visão) com Jesus que mudou sua vida (Atos dos Apóstolos capítulo 9, versículos 1 a 9). Ninguém precisou contar a Paulo sobre Jesus, ele experimentou diretamente esse contacto.

A segunda forma é a lógica que permite à pessoa tirar conclusões sobre quem Deus é e como atua com base nas evidências disponíveis - esse é o domínio da teologia. Por exemplo, quando a pessoa olha para o universo e percebe a complexidade daquilo que existe e a organização das coisas, e percebe que precisa existir uma grande inteligência e poder por trás de tudo.

Finalmente, existe ainda o testemunho de terceiros. O testemunho mais importante que podemos ter sobre Deus é a própria Bíblia, a Palavra dele. Mas, para que as pessoas aceitem o testemunho da Bíblia, é preciso que ela tenha credibilidade e é por isso que os contrários ao cristianismo procuram destruir o alto conceito que a Bíblia tem dentro da sociedade humana.

E as pessoas também podem aprender verdades sobre Deus através do depoimento de quem já experimentou de perto sua presença, desde que as testemunhas tenham credibilidade.

Problemas para conhecer a verdade
Alguns problemas podem surgir quando as pessoas tentam conhecer verdades sobre Deus. E esses problemas têm a ver com o mau uso das formas de conhecer a verdade que acabei de descrever.

O primeiro tipo de problema é o excesso de ênfase nas experiências pessoais. Isso é muito comum nas igrejas de corte pentecostal e carismático, onde há menos preocupação com o estudo da teologia e maior ênfase na experiência de cada pessoa com o Espírito Santo.  Muita gente pensa que o Espírito Santo vai lhes revelar diretamente aquilo que precisam conhecer e nada mais será preciso.

Por causa disso as pessoas acabam acumulando um conhecimento muito "raso" do cristianismo e aceitam doutrinas que não deveriam incorporar às suas vidas. E aí há o grande risco de passar a abrigar doutrinas estranhas. Por exemplo, tempos atrás uma pessoa me escrevi aqui no site dizendo que ouvira de sua pastora que Jesus só responde em oração quando a pessoa se dirige a Ele pelo nome correto dele em hebraico (Yeshua e Yehoshua). Ora, esse não é um ensinamento que exista na Bíblia e é, portanto, um erro, mas a tal pastora relatou para seus liderados que sua experiência pessoal garantia isso (veja mais). 

O segundo tipo de problema aparece quando há excessiva ênfase nos ensinamentos teológicos. Quando a teoria domina o pensamento e prescinde da experiência prática. Em outras palavras, quando a mente controla tudo e a prática da fé - a experiência com o Espírito Santo - deixa de ter qualquer peso. Religião fica fria e intelectualizada demais e isso leva a uma fé sem vida. Por exemplo, assim agiam os fariseus no tempo de Jesus, grandes estudiosos da Bíblia (naquela época limitado ao Antigo Testamento) mas completamente frios na aplicação prática daquilo que sabiam.

O terceiro tipo de problema vem da excessiva ênfase no testemunho de terceiros. Por exemplo, alguns pastores ditos "iluminados" que fazem afirmações absurdas de púlpito, nas quais o povo acredita pois esses pastores gozam de grande credibilidade. Por exemplo, muitos anos atrás assisti um pastor dizer numa pregação de domingo de carnaval que não haveria desfile de escolas de samba no Rio de Janeiro naquele ano, pois isso lhe tinha sido revelado pelo Espírito Santo. E foi aplaudido freneticamente pelo público. E o desfile aconteceu normalmente e ninguém cobrou do pastor aquela "profetada".

Concluindo, uma vida cristã saudável deve incluir as três formas de validação da verdade - a experiência direta com Deus, o uso lógico de doutrina sólida e o testemunho de terceiros da própria Bíblia e de quem tenha credibilidade. Todas essas formas de busca da verdade são válidas e importantes. E elas precisam ser usadas de forma equilibrada, complementando-se entre si e seno checadas uma pelas outras.

Com carinho

terça-feira, 22 de setembro de 2020

O SOAR DAS TROMBETAS

A trombeta ("shofar", em hebraico) foi muito importante na história de Israel e ainda haverá de ter papel significativo nos eventos futuros.

As trombetas podiam ser feitas dos mais diferentes materiais e assumir as formas mais diversas. A Bíblia se refere a trombetas de prata, usadas apenas pelos sacerdotes (Números capítulo 10, versículo 2). As mais comuns eram feitas de chifres de carneiro (Josué capítulo 6, versículo 8), parecidas com os berrantes tão conhecidos no interior do Brasil. Hoje é comum que as igrejas evangélicas usarem trombetas desse tipo como parte da sua decoração.

As trombetas eram usadas para dar avisos das mais diversas naturezas para o povo. Podiam ser tocadas por sacerdotes, vigias ou outras pessoas que tivessem esse encargo.  Por exemplo, as trombetas soaram para:

  • Chamar Moisés ao topo do monte Sinai para receber os Dez Mandamentos (Êxodo capítulo 19, versículos 19 e 20).
  • Convocar o povo para a guerra (Juízes capítulo 3, versículo 27).
  • Avisar o povo que havia perigo iminente, como a aproximação de um inimigo (Amós capítulo 3 versículo 6).
  • Convocar o povo para participar de festas religiosas (Levítico capítulo 25, versículo 9), como o dia do Perdão ou a Páscoa.
  • Avisar o povo sobre a coroação de novo rei (1 Reis capítulo 1, versículo 34).
  • Alertar que Deus ia falar, como registrado logo no início do Apocalipse (veja mais), que registra a visão do Cristo glorirficado que o apóstolo João teve.

Mas, as trombetas também vão tocar no final dos tempos, marcando acontecimentos fundamentais para a história humana - sete trombetas sucessivas irão anunciar esses acontecimentos (Apocalipse capítulo 8, versículo 2).

Outros chamados de trombetas vão ocorrer, ainda com relação ao final dos tempos, para:

  • Reunir o povo de Israel disperso pelo mundo, fazendo todos voltarem para Jerusalém, onde irão adorar a Deus (Isaías capítulo 27, versículo 3).
  • Indicar o arrebatamento dos salvos: "... nem  todos dormiremos,    mas    transformados  seremos  todos,  num  momento,  num  abrir  e  fechar  de olhos,  ao  ressoar  da última trombeta. A trombeta soará,  os  mortos  ressuscitarão  incorruptíveis,  e nós  seremos  transformados..."  (1  Coríntios capítulo 15, versículos 50 a 55
  • Marcar o retorno de Jesus (Zacarias capítulo 9, versículo 14).

Com carinho

domingo, 20 de setembro de 2020

DESCOBERTA QUE CONFIRMA A BÍBLIA

Talvez você não saiba mas há vários achados arqueológicas que confirmam a Bíblia. E uma descoberta, em particular, é impressionante. Algumas décadas atrás foram achados foram encontrados os ossos de um importante personagem citado no Novo Testamento, homem que viveu cerca de dois mil anos atrás!

Em novembro de 1990, estava sendo feita uma escavação na região que fica ao sul da esplanada do Templo, em Jerusalém, a região elevada onde ficava o Templo da época de Jesus. Hoje existem nessa esplanada uma mesquita e um monumento, o Domo da Rocha, ambos sagrados para os muçulmanos.

O trator que estava sendo usado na escavação afundou um pouco no terreno e, imediatamente, foram chamados os arqueólogos de plantão. E esses especialistas encontraram em um buraco no chão dez ossuários, caixas de pedra usadas para colocar ossos de pessoas mortas.

Os arqueólogos perceberam imediatamente que se tratavam de ossuários datados do século primeiro da época cristã - lembre-se que Jesus foi morto entre os anos 30 e 33 desse mesmo século primeiro.

Os ossários eram usados porque, já na época de Jesus, os espaços disponíveis para enterrar pessoas na região da esplanada do Templo tinham ficado escassos. Aí os judeus começaram a enterrar os mortos em locais provisórios, para depois remover os ossos e colocá-los em ossuários, que ocupavam muito menos espaço. Se Jesus não tivesse ressuscitado, é isso que teria sido feito com seus ossos.

Um dos ossuários encontrado chamou a atenção por ser muito bonito e muito adornado com rosáceas. Veja as imagens desse ossuário abaixo:

Examinando de perto o ossuário, os arqueólogos encontraram uma inscrição contendo o nome da pessoa cujos ossos estavam ali: "José filho de Caifás".  - veja a inscrição abaixo.

Os ossos pertenciam a um homem de cerca de 75 anos e os exames com carbono 14 indicaram que a pessoa viveu no primeiro século da época cristã.

Ora, a Bíblia conta que o sumo-sacerdote líder do julgamento de Jesus (Mateus capítulo 26, versículos 57 a 68 e João capítulo 18, versículos 19 a 27) era chamado Caifás. Em registros fora da Bíblia esse mesmo homem é referido como "José chamado de Caifás", ou seja, "Caifás" era um nome dado à família daquele sumo-sacerdote. Esse ossuário está hoje num Museu em Israel e pode ser visto por qualquer um.

Caifás foi uma figura histórica exatamente como a Bíblia relata. E o texto bíblico é mais uma vez confirmado.

Com carinho

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

DOIS TIPOS DE CRISTÃO

Há dois tipos de cristão: "árvore"e "cano". Mas, o que será que isso tem a ver com você? Eu me explico.

Árvores e canos têm algo em comum: Ambos são muito bons condutores de água. Canos são produtos feitos especialmente para conduzir líquidos em geral. Já as árvores buscam a água no solo, através das suas raízes, e depois a levam (na forma de seiva) para alimentar toda a planta.

Mas, árvores e canos também guardam uma grande diferença: O que a passagem da água faz com eles. Canos não são modificados pela passagem da água (exceto, talvez, por alguns resíduos que podem ficar acumulados). Já as árvores usam a água viver. Canos simplesmente transportam a água de um lugar para outro, ao longo de toda a sua vida útil, mas as árvores são transformadas pela água.

Você é "árvore" ou "cano"?

"... Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva."  João 7:37 e 38

Jesus ensinou que Ele é a fonte de "água viva" que nunca cessa de jorrar. Mas, como você lida com essa "água viva"?

Se a "água viva" passa por você e praticamente não traz nenhuma mudança, exceto, talvez, alguns "resíduos" de doutrina cristã, você é um cristão do tipo "cano". Em outras palavras, sua vida em nada é modificada pela fé em Jesus.

Mas, se você é um cristão do tipo "árvore", a "água viva" vai fazer seu espírito crescer, frutificar e gerar sementes, que poderão dar origem a novas "árvores". Sua vida será modificada para sempre e você nunca mais poderá viver sem essa "água".

Então, qual, dentre esses tipos de cristão ou cristã, você é?

Com carinho

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

RELATOS DIFERENTES

Uma verdade bem conhecida é que relatos de diferentes pessoas a respeito de um mesmo fato tendem a divergir, nos detalhes. Tanto isso é verdade, que, quando duas testemunhas contam exatamente os mesmos detalhes sobre os fatos, fica a desconfiança de ter havido combinação prévia dos depoimentos.
Isso ocorre porque pessoas diferentes observam o mesmo fato de maneira distinta. E há várias razões para que os testemunhos sejam diferentes entre si e vou apresentar apenas duas dessas razões, embora haja outras.

Primeiro, as testemunhas provavelmente estavam em lugares diferentes quando presenciaram o fato aconteceu. E assim não viram exatamente a mesma coisa. Por exemplo, uma arma pode ter ficado visível para uma testemunha e invisível para a outra.  Uma das testemunhas, por estar mais próxima, pode ter ouvido algo que a outra não conseguiu ouvir. E assim por diante.

A segunda razão é que as duas testemunhas usam diferentes "lentes" - convicções religiosas e políticas, experiências anteriores, etc - para ver as coisas e chegar a uma conclusão sobre o que viram. E não há como evitar isso.

Por exemplo, imagine que o fato presenciado fosse uma suposta agressão de um marido à sua mulher. E que uma das testemunhas soubesse que o homem já tinha agredido sua esposa antes. Quando essa pessoa presenciar o que parece ter sido uma agressão, ela vai "preencher" automaticamente na sua mente os eventuais vazios (coisas que não viu de fato) de acordo com suas impressões anteriores. E poderá acabar se convencendo ter visto mesmo uma agressão violenta do marido. Já outra testemunha, que não conhecesse o casal, poderá perceber as coisas de forma bem diferente.

Falo tudo isso porque os quatro Evangelhos da Bíblia - Mateus, Marcos, Lucas e João - dão testemunhos diferentes dos eventos sobre a vida de Jesus. E seria mesmo de se esperar que os quatro relatos não fossem iguais nos seus detalhes, caso contrário seria de desconfiar.

O nascimento de Jesus, por exemplo, é relatado apenas por Mateus e Lucas. O primeiro foi um apóstolo, enquanto o segundo foi companheiro de Pedro e Paulo. E os dois autores certamente se basearam em fontes de informação (testemunhas) diferentes.

A "lente" para o relato de Mateus foi o ponto de vista de José, pai adotivo do nosso salvador. A genealogia que aparece em Mateus mostra como Jesus era descendente de Davi, através de José, por ser essa a  genealogia que os demais judeus iriam usar na prática. A genealogia por José era genealogia oficial, digamos assim.

Mateus (ver capítulos 1 e 2 desse Evangelho) não dá muitos detalhes sobre o que aconteceu. Cita apenas a concepção de Maria pelo Espírito Santo, a visita dos magos, a matança das crianças por Herodes, a fuga para o Egito e o retorno a Nazaré (local de origem da família).

O grosso das informações que temos sobre o nascimento de Jesus - o bebê na manjedoura, a aparição de anjos e a visita dos pastores - está no relato de Lucas (ver capítulos 1 e 2 desse Evangelho). E Lucas apresenta o ponto de vista de Maria e, não por acaso, traz detalhes sobre ela. Como a visita, já grávida, a sua prima Isabel, futura mãe de João Batista. Em Lucas está também a genealogia de Jesus pelo lado de Maria, que também passa por Davi. E essa é, digamos assim, sua genealogia genética.

É claro que a totalidade dos fatos que ocorreram no nascimento de Jesus é resultado da soma dos relatos de Mateus e Lucas, mais as muitas informações que ficaram de fora desses relatos por limitação de espaço e/ou por serem detalhes desconhecidos pelas testemunhas que  informaram Mateus e Lucas.

É importante que você tenha essas coisas em mente quando ler os Evangelhos e, principalmente, quando ouvir por aí que a Bíblia é cheia de contradições, o que não é verdade.

Com carinho

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

COMIDA ENVENENADA

 O tema de hoje é comida envenenada. E isso tem a haver com as chamadas fake news e outras informações inverídicas que circulam pelas redes sociais.

A Internet trouxe muitas coisas boas para nossa civilização, mas também muitas coisas ruins, como o fácil acesso a pornografia. E uma das piores contribuições da Internet e das redes sociais é a disseminação de informações falsas, como notícias, pensamentos, comentários, etc.

Outro dia recebi de um amigo uma mensagem “linda” atribuída a Nelson Mandela, pessoa que muito admiro por sua capacidade de perdoar e pacificar a África do Sul. A mensagem atribuída a Mandela dizia mais ou menos o seguinte: “O nosso maior medo não é o de sermos inadequados e sim o de sermos poderosos, acima de qualquer medida. É nossa luz e não nossa escuridão que mais nos amedronta... À medida que sejamos liberados do medo, nossa presença automaticamente libera os outros.”

Fui verificar a autenticidade do texto – esse é um lado bom da Internet - e acabei achando a verdadeira autora dessa citação: ele pertence a uma guru da autoajuda: Marianne Williamson. Ou seja, alguém pegou deliberadamente o texto dessa escritora e o “embalou” como se fosse de Nelson Mandela, para ganhar mais penetração e credibilidade.

O problema é que muitas pessoas de boa fé acreditam nessas mensagens falsas e as reproduzem sem verificar a autenticidade. E sem perceber que, ao circular esse tipo de coisa, atribuem a ela o “selo” da sua própria credibilidade. 

Tempos atrás, depois das inundações da região serrana do Rio de Janeiro, uma pessoa cristã, e bem intencionada, repassou, num blog de discussões do qual eu participava, um texto atribuído a uma autoridade sanitária internacional, dizendo que tinham morrido muito mais pessoas do que o governo estadual havia reconhecido e que haveria uma epidemia na região, por causa dos cadáveres insepultos. Seis meses depois, como nada disso tinha acontecido, cobrei no mesmo blog, a responsabilidade da pessoa que tinha divulgado o texto falso.

Ela se defendeu dizendo que foi um texto que tinha recebido de um corretor de imóveis, do seu conhecimento e simplesmente repassou. E não percebeu que, ao repassar um texto falso, sem o verificar, também tinha colaborado para o clima de pânico que se instalou na opinião pública naquela oportunidade. 

Pensamentos falsos atribuídos a Jesus causam ainda mais estrago pelo prestígio que Jesus goza junto à opinião pública. E, infelizmente, a Internet está cheia desse tipo de textos também. Aliás, o fenômeno de atribuir pensamentos falsos a Jesus e seus apóstolos não é novo. Nos primeiros cem anos de vida da igreja cristão, muitas pessoas escreveram Evangelhos e os atribuíram a Pedro, Maria Madalena, Tiago e outras pessoas de prestígio no meio cristão. Pura comida envenenada.

Esses textos são hoje conhecidos como Evangelhos Apócrifos. O mais recente e famoso deles é o tal Evangelho de Tiago, que muitos estudiosos chegam a atribuir a mesma importância que dão aos quatro evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João).

Os relatos dos Evangelhos Apócrifos, tais como os textos falsos existentes sobre Jesus na Internet, têm as coisas mais absurdas. Por  exemplo, um deles fala sobre Jesus ainda criança fazendo milagres para punir outras crianças que tinham lançado ironias contra Ele.

Tome cuidado com mensagens que você receber, especialmente aquelas que dizem conter pensamentos de Jesus. Muitas vezes se trata de comida envenenada, que pode desviar você do caminho certo. E lembre-se que, se você repassá-los para alguém, sem verificar a autenticidade, está colaborando para espalhar uma ideia ruim e que pode causar mal a outras pessoas menos avisadas.

Se tiver dúvidas quanto ao conteúdo de uma mensagem, faça uma pesquisa na própria Internet para verificar sua autenticidade. Se não conseguir respostas claras, fale com seu pastor ou com alguém da sua igreja que conheça melhor a Bíblia do que você. Pode também escrever para mim, que eu responderei com prazer. Portanto, tome cuidado para não se deixar “envenenar” ou colaborar, sem perceber, para prejudicar os outros.

Com carinho

sábado, 12 de setembro de 2020

QUANDO ME SENTI ENVERGONHADO

Lembro bem do dia em que me senti envergonhado. Tudo começou quando minha igreja desenvolveu um projeto de apoio a um grupo de pessoas que vivia numa comunidade carente próxima. Esse grupo estava sob ameaça de desapropriação do terreno onde mantinham seus barracos.

O projeto incluía pequenos cultos nos lares dessas pessoas, para entender melhor suas necessidades, estreitar o relacionamento e fornecer apoio técnico (jurídico, psicológico e outros). Sem nunca esquecer de falar sobre Jesus, a coisa principal.

Certo dia, nos reunimos em uma das casas daquelas pessoas, que ficava a 10 minutos de caminhada da nossa igreja. Lá viviam três adultos, dois adolescentes e duas crianças, sem contar um bebê a caminho. E tudo isso num espaço de apenas 20 m². Não havia esgoto, as paredes eram de madeira compensada e a água entrava pelas frestas das paredes quando chovia.

Fiquei impressionado com a fé que encontramos ali. As pessoas criam sinceramente em Jesus. Oraram, cantaram conosco e ficaram com folhetos  para distribuir na comunidade, visando interessar outras pessoas na fé cristã.

Fiquei especialmente tocado por uma menina bonita e muito inteligente, que tinha cerca de 11 anos e vestia o uniforme da escola, provavelmente porque era a melhor roupa que tinha. Ficou perto de mim o tempo todo e pediu para não irmos embora, pois estava gostando da visita. Uma das irmãs dela  com apenas 17 anos, já tinha um filho e estava grávida de outro.

Quando cheguei em casa, rememorei tudo que tinha visto. Ocorreu-me logo que, se algo não fosse feito rapidamente por aquela menina, ela iria pelo mesmo caminho da irmã e acabaria sem qualquer perspectiva na vida, por ter uma penca de filhos.

Pensei também nas inúmeras vezes em que dei aula na Escola Dominical da minha igreja e falei do amor de Cristo, e depois fui para casa comer um almoço gostoso. E pessoas bastante carentes, que porventura tinham assistido à minha aula, voltaram para sua realidade triste, talvez se perguntado onde estava esse amor do qual eu havia falado.

Percebi como meus próprios problemas são pequenos, em relação à realidade daquelas pessoas, mas mesmo assim eles tomam quase todo o meu tempo e atenção. E me dei conta das inúmeras vezes em que me deixei vencer pelo comodismo e não ajudei os outros, quando poderia ter feito muito mais do que fiz.

Finalmente, recordei das palavras de Jesus, quando afirmou que, se déssemos até um copo de água para qualquer um dos pequeninos da vida, ou seja, aqueles desassistidos pela vida, estaríamos fazendo esse gesto para Ele.

Aí confesso que me emocionei muito e me senti envergonhado. Pela situação das pessoas que visitei e por perceber que fazia tão menos do que poderia. Foi isso que me fez sentir envergonhado. E me aprendi ali uma grande lição.

E convido você a fazer a mesma reflexão sobre sua vida.

Com carinho

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

UM CARRO REBOCADO

 Vou falar hoje sobre a lição que aprendi ao ter um carro rebocado. Durante alguns anos, a família da minha mulher se reuniu em Campos de Jordão durante as festas de fim de ano. Foram oportunidades maravilhosas de estar com a família toda, sem preocupações, comendo bem, dormindo melhor ainda e relaxando das lutas da vida diária.

No ano de 2012, éramos 14 pessoas, entre adultos e crianças, durante a passagem de ano.  Ficamos em Campos de Jordão por 4 dias e tudo correu maravilhosamente bem. Exceto na viagem de volta, quando meu carro teve uma pane geral no câmbio automático e acabamos chegando em casa de reboque. 

Uns dias depois, fazendo nossa devocional diária, minha mulher e eu chegamos a uma conclusão chocante: Durante o período em que tudo estava bem conosco, em Campos de Jordão, nosso relacionamento com Deus foi reduzido a um mínimo. Ficou limitado a uma simples oração pela manhã, que, para ser sincero, era meio burocrática. Na volta, quando paramos na estrada e as coisas começaram a ficar feias – medo de assalto, de desastre, etc –, imediatamente nos lembramos de Deus. Minha mulher começou a orar e pedir ajuda. E a ajuda veio, pois tivemos o carro rebocado para um posto de gasolina e, depois, a seguradora tomou conta de tudo até chegarmos a São Paulo. 

Nossa experiência, naquela oportunidade, reproduziu a história da relação do ser humano com Deus. Quando tudo está bem, geralmente as pessoas minimizam a presença de Deus em suas vidas, para voltar a se lembrar dele quando as coisas começam a ficar feias. Ou seja, as boas circunstâncias – saúde, boa situação financeira, vida em família ajustada, etc – tendem a levar as pessoas a aproveitar a vida e deixar Deus em segundo plano.

Minha experiência pessoal, com um carro rebocado, mostrou como é fácil perder o foco espiritual. E Deus me perdoe pelo que fiz naquela oportunidade.

Algumas pessoas conseguem de fato manter Deus como prioridade nas suas vidas, mesmo quando tudo vai bem. Mas, infelizmente são poucas e eu, confesso, certamente ainda estou lutando para ser uma delas. 

Há duas reflexões que eu gostaria de fazer com base no que já foi dito acima. A primeira delas é o fato da maioria das pessoas não escolher curtir sua alegria com Deus. Afinal, se elas tiverem um momento bom, seria de esperar querer dividi-lo com quem amam, no caso Deus. Mas, não é assim que acontece na prática. As pessoas preferem curtir seus bons momentos viajando, indo a festas, fazendo um churrasco em casa, enfim fugindo da rotina. Poucas vezes ouvir alguém dizer que iria curtir seus momentos alegres ajudando os pobres ou louvando a Deus. E isso coloca em dúvida o amor real das pessoas por Deus. 

A segunda reflexão tem a ver com a misericórdia de Deus. Se as pessoas se afastam de Deus nos momentos bons e Ele anseia por estar perto de nós - como a Bíblia mesmo afirma - não seria de estranhar que Deus permitisse que a vida das pessoas estivesse sempre carregada de problemas. O fato de isto não acontecer, prova como Deus é misericordioso. Ele entende nossas fraquezas e espera pacientemente que as pessoas aprendam suas lições, por  si mesmas – como eu espero tenha acontecido comigo, depois do evento que descrevi. 

Acho que já ficou claro que a escolha de Deus como prioridade e a manutenção dessa prioridade ao longo da vida não é algo simples de conseguir fazer. Trata-se de um exercício diário de persistência e humildade. Mas, foi isto que Jesus fez e ensinou seus seguidores a fazer também.

Com carinho

terça-feira, 8 de setembro de 2020

PROVAS QUE DEUS EXISTE

Várias vezes me perguntam se há provas concretas da existência de Deus. Normalmente, quem faz esse tipo de pergunta está em dúvida quanto à existência deles. Mas, em alguns casos, quem pergunta quer mesmo é colocar o cristão numa "saia justa".

A grande mídia, de forma geral, não se cansa de ridicularizar as explicações cristãs para Deus e para as questões da vida humana (como a origem da vida) e sempre insinua que nossa doutrina não têm base científica.  A Bíblia, então, é considerada, por quem pensa assim, como um livro cheio de fantasias e sem qualquer credibilidade.

As instituições de ensino superior vão pelo mesmo caminho - em algumas delas, é considerado absurdo quando algum professor declara ser cristão, como me confessou, tempos atrás, uma professora universitária.

Não é de se estranhar, portanto, que muitos cristãos acabem com dúvidas, depois de serem questionados e expostos a essas críticas ferozes. Alguns, especialmente os mais jovens ou quem tenha fé menos consolidada, acabam até abandonando a religião cristã por causa dessa pressão.

Muitas vezes perdemos a batalha pelos "corações e mentes" das pessoas e a culpa para isso é nossa mesmo. Primeiro, porque não damos a essa questão a importância devida. Tratamos as dúvidas que nascem nos corações das pessoas de forma simplista.

Muitos pastores, ao serem abordados por jovens com dúvidas, simplesmente aconselham a pessoa a manter sua fé a qualquer custo, sem dar qualquer resposta esclarecedora. Esse tipo de declaração que ajuda muito pouco, pois quem tem dúvidas precisa de respostas e provas e não de declarações vazias.

A segunda razão pela qual muitas vezes perdemos a batalha pelos "corações e mentes" das pessoas é que poucos cristãos sabem responder questionamentos sobre a existência de Deus. Isso porque pouca gente dedica tempo para estudar os argumentos a favor do cristianismo. E, acredite em mim, há argumentos muito poderosos que defendem nossa fé.

É exatamente como num exame escolar: Você somente vai saber a resposta certa se tiver estudado a matéria. As respostas apoiando a doutrina cristã existem, mas é preciso estudá-las e conhecê-las.

Finalmente, também perdemos a batalha pelos "corações e mentes" das pessoas porque ficamos intimidados pelas críticas, especialmente quando somos acusados de intolerantes, atrasados, etc.

É claro que um confronto de ideias pressupõe respeito de parte a parte. E foi isso que Jesus fez: debateu de forma contundente com escribas e fariseus, nunca deixando de falar o que precisava ser dito, mas sempre falando de maneira respeitosa.

E esse deve ser nosso comportamento: Defender nossa crença, sem sermos intimidados e sem preocupação de desagradar, mas fazendo isso de forma correta e respeitosa.

Há provas que Deus existe?
Voltando à questão das provas sobre a existência de Deus, o que você pode responder, quando lhe fizerem esse desafio? 

Comece lembrando que a ciência não pode provar diretamente nem que Deus existe, nem que Ele não existe. Isso porque Deus é um ser espiritual e a ciência somente lida bem com coisas materiais.

Deus está fora do escopo da ciência. Portanto, esperar provas científicas, contra ou a favor, não é razoável. Agora, embora não seja possível provar diretamente que Deus existe, com um experimento científico, é possível encontrar suas "impressões digitais" - os traços de sua existência - presentes no mundo que nos rodeia. É possível chegar à conclusão que Deus existe, analisando essas "impressões digitais", ao concluir que Deus é a melhor explicação para as evidencias  existentes. 

Esse tipo de abordagem não é uma invenção do cristianismo. A polícia usa essa abordagem todos os dias, quando quer provar que uma pessoa cometeu um crime para o qual não houve testemunhas.

Os investigadores criminais vão ao local do crime e procuraram evidencias indiretas da sua autoria - impressões digitais, fios de cabelo (para análise do DNA), etc. Quando conseguem juntar evidencias suficientes, constroem um caso forte o bastante para conseguir a condenação do suspeito num julgamento.

É exatamente assim que você vai mostrar que Deus existe para quem duvida disso. Pode citar as evidencias que existem (as tais "impressões digitais" que Deus deixou no mundo) e construir um caso cumulativo bastante forte.

Há muitas evidências para a existência de Deus. Por exemplo, a ciência já demonstrou que nosso universo foi formado no chamado Big Bang – a expansão de um “ovo” cósmico, ou seja, uma pequena esfera de matéria com densidade inimaginável. Aí começaram o tempo e o espaço, tal qual os conhecemos hoje.

E aí está uma "impressão digital" de Deus. Afinal, se o universo foi criado, era preciso haver uma força criadora para ele, pois as coisas não podem ser geradas do nada. Essa força criadora precisaria ter poder inimaginável para criar algo tão grande como o universo e também precisaria ter inteligência extraordinária, tal a complexidade do que foi criado.

Eu não tenho espaço aqui para apresentar todas as evidencias para a existência de Deus, que, de forma cumulativa, permitem construir um caso forte a favor daquilo que acreditamos. Mas já deu para você ter uma ideia de como isso pode ser feito.

Outras "impressões digitais" da ação de Deus são a criação da vida (a partir de simples compostos químicos) e também o aparecimento da consciência humana. Isso teria sido impossível sem uma mente inteligente e com grande poder criador. 

Repare que nessa argumentação não é preciso apelar para a Bíblia, o que faz todo sentido, pois se você está conversando com quem não acredita na existência de Deus, tal pessoa não vai mesmo acreditar na Bíblia como sua Palavra. 

Concluindo, não tenha dúvida em defender a existência de Deus, um Ser extraordinário que criou tudo que existe. Há argumentos sólidos para comprovar sua fé. E você pode fazer isso em qualquer círculo social, em qualquer circunstância, sem sentir vergonha ou dúvida. 

Se você tiver interesse em fazer isso, precisa se aprofundar no tema e entender a argumentação completa por traz da defesa da nossa fé. Falo sobre isso em outras postagens aqui no site, mas se você tiver interesse de se aprofundar, sugiro que leia o livro "Não tenho fé suficiente para ser ateu", de Norman Geisler e Frank Turek; ou o livro "Em guarda", de William Lane Craig.

Com carinho

domingo, 6 de setembro de 2020

PROVAS HISTÓRICAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

 A religião cristã está ancorada num fato histórico: A ressurreição de Jesus. Portanto, é necessário que esse fato seja verdadeiro para dar sentido ao cristianismo. O apóstolo Paulo reconheceu isso em 1 Coríntios capítulo 15, versículo 14, onde declarou: "... se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a vossa fé.

Em outras palavras, se os estudos históricos tivessem comprovado que Jesus não ressuscitou dentre os mortos, o cristianismo não teria se sustentado
 
É exatamente por causa disso que historiadores contrários ao cristianismo tentam encontrar falhas nos relatos históricos do Novo Testamento. Estudam cada detalhe do texto para achar erros e provar que Jesus não existiu ou não foi quem a Bíblia afirma. E publicam livro sobre livro tentando desacreditar nossa fé.

Ora, cabe a nós, cristãos, manter nossa fé, apesar desses esforços negativos e há sólidos motivos para isso. Mas, também precisamos aprender a dar as respostas adequadas para quem questiona a veracidade da ressurreição, conforme a Bíblia ensina em 2 Pedro capítulo 3, versículo 15. 
 
A comprovação da ressurreição
A comprovação de um fato histórico, como a ressurreição, é feita da mesma forma que um detetive demonstra que um suspeito matou outra pessoa, quando esse crime não teve testemunhas.
O detetive coleta um conjunto de evidências - impressões digitais, álibis, informações sobre uma possível relação entre a vítima e o suspeito, etc - e monta uma teoria para os acontecimentos, procurando explicar essas evidências.  Essa teoria, eventualmente, aponta o suspeito como responsável pelo assassinato. E ela é usada pelo promotor no julgamento para condenar o réu.
Durante o julgamento, a defesa tenta construir uma teoria alternativa, ou seja, uma outra narrativa para encaixar as mesmas evidências, procurando mostrar que as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente. A defesa tenta colocar dúvidas na cabeça dos jurados, o que levaria à absolvição do réu.
Vence o julgamento, portanto, quem conseguir construir a teoria que melhor explique as evidências coletadas. E é exatamente assim que os fatos históricos, como a ressurreição de Jesus, são analisados e comprovados.
Assim, cabe a quem quiser comprovar a ressurreição coletar evidências históricas e construir uma teoria que dê solidez à ideia da ressurreição. E essa narrativa precisa se mostrar superior às teorias alternativas, construídas por quem duvida da ressurreição. 
Sendo assim, vou mostrar que a teoria da ressurreição de Jesus é a que melhor explicas as evidências históricas e, portanto, deve ser aceita. 
Mas, preciso listar as evidências históricas com as quais vamos trabalhar, exatamente como o detetive que analisa um crime começa fazendo. As evidências às quais me refiro aqui são aceitas pela esmagadora maioria dos historiadores (mesmo aqueles que chegam a outras conclusões sobre os fatos). E são elas que precisam ser levadas em conta por quem quiser explicar o que aconteceu. São 4 as evidências a considerar:
  1. Jesus foi enterrado logo após sua morte na cruz, ainda na sexta feira. 
  2. No domingo de manhã, o túmulo apareceu vazio (veja mais). Por isso nem os líderes religiosos judeus, nem os romanos, puderam apresentar publicamente o cadáver de Jesus para destruir o cristianismo no nascedouro.
  3. Os discípulos relataram inúmeras experiências nas quais viram Jesus ressuscitado. 
  4. Essas experiências mudaram suas vidas, a ponto de eles aceitarem morrer pela sua fé.

As diferentes teorias sobre a ressurreição
É evidente que a teoria da ressurreição explica perfeitamente todas essas evidências. Ela esclarece porque o túmulo apareceu vazio, porque os discípulos disseram ter se encontrado com Jesus depois da sua morte e também porque eles mudaram sua vida após esses encontros.

Mas, existem várias teorias alternativas à ressurreição e vou me concentrar aqui nas duas mais conhecidas:  

A primeira alternativa defende que tudo não passou de uma fraude. Na verdade, os discípulos teriam roubado e escondido o corpo de Jesus - essa teoria é inclusive citada na Bíblia (Mateus capítulo 28, versículos 11 a 15).

Ora, se tudo não passou de uma fraude comandada pelos discípulos, por que eles adquiriram uma fé tão grande a ponto de se deixar martirizar? Só um louco se deixaria martirizar por uma mentira e os discípulos eram pessoas normais e pragmáticas.

Alguém poderia alegar que os terroristas muçulmanos sacrificam suas vidas por uma fé que não é verdadeira. Isso é fato, mas o caso deles é diferente: Esses terroristas não têm nenhuma informação que sua fé seja uma fraude. Eles estão dispostos a morrer por estarem errados naquilo que acreditam, mas se trata de um erro no qual acreditam piamente. Se tivessem certeza que sua fé era baseada numa fraude, certamente agiriam de forma diferente, afinal, ninguém aceita morrer por uma mentira. 

Se os discípulos tivessem roubado o corpo, eles seriam parte de uma enorme fraude e saberiam disso, sendo assim, seu comportamento posterior não faria qualquer sentido.

Portanto, a teoria da fraude não consegue explicar a mudança ocorrida na vida dos discípulos. 
 
Outra teoria é que os discípulos experimentaram alucinações coletivas quando afirmaram ter visto Jesus ressuscitado. Essa teoria é a mais aceita hoje em dia por quem nega a ressurreição de Jesus, mas ela não explica duas evidências importantes.

A primeira delas é: onde foi parar o corpo? Ora, sabemos que o túmulo estava vazio, portanto, onde o cadáver de Jesus foi parar? Não há explicação para essa evidência fornecida por essa teoria.

Outro problema com a mesma teoria é a que a ideia de alucinações coletivas não consegue explicar as experiências dos discípulos. Segundo os relatos da Bíblia, Jesus apareceu para pessoas diferentes (Pedro, Tiago, os doze apóstolos em conjunto, um grupo de 500 pessoas e assim por diante), em locais e circunstâncias distintas.

Ora, alucinação é um processo essencialmente individual, conforme os estudos científicos comprovam. Se duas pessoas alucinarem ao mesmo tempo - por exemplo, porque ambas estão morrendo de sede -, elas verão coisas diferentes, nunca a mesma coisa. 

Portanto, a teoria de alucinações coletivas não explica as múltiplas experiências dos discípulos. Além disso, alucinações, que são experiências de natureza mental, não explicam porque algumas pessoas, como Maria Madalena ou Tomé, conseguiram tocar no Jesus ressuscitado.  

Portanto, a teoria de alucinações coletivas não consegue explicar nem o túmulo vazio e nem as experiências dos discípulos. 
 
É fácil perceber que a  tese da ressurreição explica muito melhor o conjunto de evidências históricas do que essas alternativas. Portanto, é a teoria que tem mais suporte histórico. E, nesse sentido, podemos dizer que a teoria da ressurreição está comprovada historicamente.

É claro que muitos/as historiadores não concordam com essa conclusão e se aferram a uma das teorias alternativas, especialmente a da alucinação coletiva, porque não acreditam na possibilidade de Jesus Cristo ter sido quem a Bíblia afirma. E vão morrer negando a ressurreição e tentando encontrar outras explicações para as evidências das quais dispomos.

Palavras finais
A existência de Jesus, seu ministério neste mundo, sua morte na cruz e sua ressurreição são fatos que gozam de grande solidez do ponto de vista histórico.

Portanto, fique tranquilo/a e seguro que sua fé está embasada numa realidade concreta. Agora, quem não quiser acreditar nessa realidade, faz isso por sua conta e risco.
 
Com carinho

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O NOME CORRETO DO NOSSO SALVADOR

 Certa vez, uma pastora disse numa pregação mais ou menos o seguinte: "o nome verdadeiro do nosso Salvador é Yehoshua e se você quiser que Ele ouça quando você tentar falar com Ele, precisa chamá-lo pelo nome correto. Afinal, você só responde, quando  chamado pelo pelo seu nome".  

Essa tipo de declaração polêmica levanta duas questões. A primeira refere-se à identificação do nome correto de Jesus. Teria sido o nome correto de Jesus distorcido ao longo dos séculosA segunda questão, não menos importante, refere-se à forma como Jesus deve ser invocado. Será que há uma única forma correta de fazer isso
Algumas informações preliminares
Nomes vindo de uma língua, quando usados por pessoas de outra língua, costumam ser transliterados. Essa palavra difícil significa simplesmente transpor os sons correspondentes ao nome na língua original para a outra língua. Por exemplo, transliteramos o nome "New York" (em inglês) para "Nova Iorque" (em português), porque o nome transliterado é como o nome em inglês soa para os brasileiros. 
É comum haver mais de uma forma de transliterar determinado nome, pois o mesmo som pode ser escrito de diferentes maneiras no português. Por exemplo, podemos usar "ç" e "ss" para expressar o mesmo som. 
Qual o nome correto do nosso Salvador?
Os nomes dos personagens bíblicos que usamos no nosso dia-a-dia nasceram de transliterações para o português dos nomes nas línguas originais da Bíblia (hebraico, aramaico ou grego). 
No caso de Jesus, temos um ponto de partida sólido para essa análise, pois a Bíblia conta qual foi o nome que Deus deu ao filho de Maria, conforme recado transmitido pelo anjo Gabriel (Lucas capítulo 1, versículo 31).

O nome que o anjo passou para Maria, transliterado da língua original para nossa língua, com a melhor precisão que conseguimos obter, é "Yeshua", que significa "Deus salva". A origem desse nome é a palavra "yeshuá" em hebraico, que significa salvação. Há outras formas de fazer essa transliteração, mas essa é a mais adotada.

O nome "Yeshua" não é inédito na Bíblia, ou seja, nosso Salvador não tem o uso exclusivo dele. O mesmo nome aparece 29 vezes no Velho Testamento, como em Esdras capítulo 3, versículo 2, em referência a um sumo-sacerdote. Para evitar confusão, os tradutores da Bíblia costumam mudar ligeiramente os nomes desses outros personagens - o tal sumo-sacerdote costuma ser chamado de "Jesua". 

Agora, "Yeshua" é uma abreviação de um nome mais extenso: "Yehoshua". Esse outro nome é extremamente comum na Bíblia - aparece 219 vezes no Velho Testamento. Essa versão mais longa do nome costuma ser traduzida como Josué (há até um livro na Bíblia com esse nome).

Em alguns livros do Antigo Testamento, como no livro de Neemias, as versões mais curta ("Yeshua") e mais longa ("Yehoshua") do mesmo nome costumam ser usadas de forma intercambiável (por exemplo, no capítulo 8, versículo 17), demonstrando que elas eram consideradas como se referindo à mesma coisa. 

É provável que "Yeshua" fosse o nome usado no dia-a-dia, enquanto que nas ocasiões mais solenes - por exemplo, quando a pessoa era chamada na sinagoga para ler a Torah - prevalecesse a versão completa, "Yehoshua". Na cultura brasileira, seria como chamar a pessoa de "Zé" no dia-a-dia e de "José" nas ocasiões mais solenes.  

É possível que os tradutores tenham escolhido diferenciar essas duas versões do mesmo nome, gerando dois nomes separados, para evitar confusão. Não há dúvida que seria confuso chamar de Josué tanto o líder de Israel que sucedeu Moisés, como o nosso Salvador. 

Concluindo, não sabemos com certeza se o nome exato do nosso Salvador é Yeshua, Yehoshua ou se tanto faz.

Faz diferença invocar Jesus pelo nome certo?
Penso que não. Primeiro, se não temos certeza qual era o nome certo do nosso Salvador, não faria sentido Deus impor essa obrigação ao povo cristão. 

Depois, também não me parece razoável pensar que Jesus possa fazer questão de que seu nome seja invocado de forma precisa, quando existem 2,5 bilhões de cristãos no mundo, que falam milhares de línguas diferentes.

Finalmente, não há nada na Bíblia que dê apoio à exigência de chamarmos nosso Salvador por um único nome. Na verdade, podemos chamá-lo de "Jesus", de "Yeshua", de Yehoshua" ou até mesmo de "Josué".  Nenhum desses nomes estaria de fato errado.

Qualquer exigência de usar um único nome nasce na cabeça das pessoas, sem ter qualquer respaldo bíblico.

O que Jesus quer mesmo é manter um relacionamento próximo e amoroso com as pessoas e não que elas cumpram filigranas, como usar seu nome forma precisa. Ainda mais que, como Ele é onisciente, sabe perfeitamente quando alguém o está invocando, seja lá com que nome for. 

Com carinho

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O TERMÔMETRO DA FÉ

 O termômetro mede a febre, e como a febre é um indicador de doença, o termômetro acaba sendo um medidor de que algo está errado com sua saúde. Toda vez que ele indica uma temperatura elevada, especialmente quando acima de 39°C, é hora de consultar o médico. 

Agora, será que existe um "termômetro" para sua fé, que avalie se ela vai bem ou mal? Afinal, a fé é a base da sua relação com Deus e a Bíblia chega a dizer que, sem ela, não é possível agradar a Ele (veja mais). Portanto, se houver algo errado com sua fé, sua "saúde espiritual" está em risco e é hora de fazer alguma coisa.

Mas será mesmo possível medir uma coisa imaterial como a fé? É possível sim e a Bíblia ensina como fazer isso. E a forma de fazer isso é indireta, parecida com o que fazemos para medir a temperatura. Eu me explico.

O termômetro mais tradicional funciona usando a dilatação do mercúrio - encosta-se o termômetro no corpo e o calor corporal aquece o termômetro. E o mercúrio dentro dele se dilata e pode-se medir essa dilatação numa escala graduada, que, por via indireta, aponta a temperatura (se a temperatura for mais alta, a dilatação do mercúrio será maior, e vice-versa).

E a fé também é medida de forma indireta - nesse caso, mede-se os efeitos dela na vida da pessoa. A dica de como fazer isso foi dada por Tiago, irmão de Jesus. Ele explicou que as boas obras indicam se a fé existe e se está operante (Tiago capítulo 2, versículos 14 a 26).

E boas obras, nesse contexto, significam mudanças na vida da pessoa, no seu comportamento, nos seus hábitos, etc. Trata-se de deixar para trás coisas como hipocrisia, egoismo, maledicência, lascívia, mentiras, etc. E isso faz com que a pessoa consiga verdadeiramente cumprir os dois grandes mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo/a.

Tiago explicou que, se a pessoa diz ter fé, mas não pratica obras, essa fé é puramente nominal e não serve para nada - está morta (versículo 17).

De fato, há muitas pessoas que se dizem cristãs mas vivem como se Deus não existisse, pois a doutrina cristã não tem qualquer impacto real na vida delas. São pessoas que só vão à igreja para cumprir obrigações sociais (casamentos e batizados), e/ou não estudam a Bíblia e/ou só se lembram de Deus para pedir-lhe coisas. Essas pessoas sabem que Deus existe, mas não têm qualquer compromisso com Ele.

Mudanças de vida provam que a fé está viva e operante. Portanto, aí está um "termômetro" da vida espiritual de qualquer pessoa. Se há mudanças, é sinal que a fé vai bem, se não há, a fé está enfraquecida ou até morta.

E há outro "termômetro" útil, cuja natureza talvez surpreenda você. Quando a fé está viva e atuante, a pessoa tem dúvidas sobre o significado e a forma correta de aplicar a doutrina cristã na sua vida. Eu me explico melhor.

A doutrina cristã não é simples de entender: conceitos como Trindade, salvação apenas pela fé, santificação e outros assim não são nada triviais. E mesmo depois que a pessoa os entende bem, ainda assim provavelmente terá dúvidas sobre sua aplicação na prática.

E aí as perguntas costumam aparecer. Perguntas do do tipo: meus entes queridos serão salvos? Por que os bons sofrem? Por que as pessoas iníquas prosperam? Estou pecando ao fazer tal coisa? Quais serão as consequências dos meus atos? Posso perder a minha salvação? E assim por diante.

Pessoas que estão interessadas em conhecer e aplicar corretamente a doutrina cristã costumam ter dúvidas e vão continuar a tê-las por toda a sua vida espiritual - eu estudo a doutrina cristã há 30 anos e continuo a ter dúvidas. E aprendo todos os dias com aquilo que leio e ouço (veja mais).

Agora, quando a pessoa deixa de procurar respostas para questões intrigantes, está acontecendo uma, dentre duas alternativas. Pode ser ela que tenha perdido o interesse real pelo cristianismo - a Bíblia se refere a essa situação dizendo que a pessoas "esqueceu o primeiro amor". Pode ser também que ela pense nada mais ter para aprender, pois já conhece todas as verdades necessárias - nessa caso, a fé da pessoa "congelou", ficou parada no tempo e espaço. 

Qualquer dessas duas possibilidades representa um risco muito sério. No primeiro caso, a pessoa vai deixar de mudar porque perdeu o interesse e não vai mais se esforçar. E no segundo caso, a pessoa vai deixar de mudar porque acha não precisar mais, pois "já é boa o suficiente".

Portanto, a falta de interesse na doutrina cristã e na sua aplicação prática é outro importante "termômetro" para "medir" como anda a fé da pessoa.

Com carinho