segunda-feira, 31 de julho de 2017

QUANDO PARECEM HAVER PROBLEMAS DEMAIS


“Pai, é problema demais para Vinicius de menos”. Foi isso que falei para meu pai no ano de 1999. Eu passava por grandes problemas na minha vida: Casamento em crise, dificuldades financeiras, crise societária na minha empresa e filhos adolescentes dando muito trabalho. 

Os problemas me cercavam por todos os lados. E, sentindo-me miserável, completei o desabafo que fiz para meu pai naquele momento: “Só me falta agora ficar doente”. Felizmente, isso não me aconteceu também...

A verdade é que nossa fé em Jesus não nos garante isenção quanto aos problemas da vida. Não vivemos numa redoma de vidro preparada por Deus para nos proteger contra todas as dificuldades. Na verdade, a história demonstra que cristãos(ãs) são tão afetados(as) pelos problemas da vida quanto as demais pessoas. 

Jesus mesmo nos alertou que no mundo teríamos aflições (João capítulo 16, versículo 33). Disse ainda que quem quisesse segui-lo, precisaria pegar sua própria cruz e ir após Ele (Marcos capítulo 8, versículo 34). Ora, cruz é sinal de sofrimento, luta e assim por diante - e vemos isso com clareza na vida dos apóstolos, que foram perseguidos e quase todos foram martirizados (2 Coríntios capítulo 11, versículos 16 a 33). 

Então, se não existe essa redoma de proteção, por que vale à pena ser cristão(ã)? A salvação por si só já seria motivo suficiente para qualquer pessoa aceitar Jesus. Mas, há outras vantagens em ser cristãos(ã). Por exemplo, o cristão(ã) sabe que não vai enfrentar os problemas sozinho(a)! 

Voltando ao diálogo com meu pai, ele, do alto dos seus 80 anos de experiência, respondeu: “Meu filho, trate os problemas um de cada vez. Lide com cada problema como se fosse o único. E nunca se esqueça que Deus sempre estará com você”.

Eu segui esse conselho e, aos poucos, os problemas foram sendo resolvidos, um a um. Quando não podia resolver determinada situação, porque ainda não estava madura, deixava-a de lado e tratava do problema seguinte. 

Sempre contei com os conselhos e apoio do meu pai de outras pessoas. E, ainda mais importante, sempre tive certeza que o Espírito Santo estava me iluminando, abrindo portas, colocando as pessoas certas no meu caminho, enfim tornando as coisas mais fáceis. 

Não fiquei livre do sofrimento – passei muitas noites sem dormir, senti-me triste e injustiçado e assim por diante. Mas a tempestade foi passando aos poucos e sobrevivi. Consegui reconstruir minha vida e estou aqui, hoje, contando minha história para você. 

E ao longo desse caminho difícil, aprendi muitas lições importantes, ensinamentos que divido com você aqui no site. 

Uma coisa ficou clara para mim, depois de viver toda essa experiência: Se eu não tivesse sofrido, não teria aprendido algumas coisas importantes e não conseguiria ajudar pessoas, como procuro fazer hoje - já perdi a conta dos depoimentos de pessoas que me escreveram falando como meu depoimento as ajudou em momentos difíceis das suas próprias vidas.

Penso ainda que o sofrimento me tornou mais humilde e sábio. Percebi que não sou melhor do que ninguém e isso me fez mais compreensivo e tolerante com as dificuldades das outras pessoas. 

Parece loucura, mas penso que valeu à pena passar por todo esse sofrimento. Não me entendam mal: Não gosto de sofrer e não pretendo passar por tudo aquilo de novo. Não busco o sofrimento como forma de purificação da alma. Não acho que isso seja uma necessidade.

Mas percebi que meu sofrimento não foi em vão. Algo de bom nasceu ali. Simples assim.

Aí está a contribuição fundamental que o cristianismo traz: A percepção que não se caminha sozinho(a) e tudo que nos acontece - mesmo o sofrimento - contribui para nosso próprio bem (Romanos capítulo 8, versículo 28).

Com carinho

sábado, 29 de julho de 2017

O DIA EM QUE EU QUASE ME AFOGUEI...

O que vou contar a seguir aconteceu comigo quando eu tinha apenas dez anos. Era um sábado de sol, no Rio de Janeiro, cidade onde morava. E fui, com minhas irmãs, à piscina do Fluminense, clube que frequentava.

O clube tinha uma piscina olímpica - 50 m de comprimento e mais de 2 m de profundidade (na sua maior parte) – que somente deveria ser usada por quem sabia nadar ou usava boia. Eu não sabia nadar, mas, na minha arrogância juvenil, pensava que sabia. E, como boia era coisa para crianças pequenas, também não usava esse tipo de proteção.

Resolvi atravessar a piscina, coisa que estava além da minha capacidade, pois queria mostrar para todo mundo que podia. No começo, tudo foi fácil, mas quando cheguei no meio do caminho, cansei. E as forças me faltaram rapidamente. Lembro-me, como se fosse hoje, da água entrando pela minha boca e do desespero que comecei a sentir.

Aí, um rapaz mais velho, chamado Paulinho (nunca esqueci o nome), que conhecia apenas de vista, me segurou e me impediu de afundar. Ele me disse que tinha percebido minha dificuldade e resolveu intervir.

Ali, eu adquiri um respeito muito grande pela água e nunca mais corri esse tipo de risco. E um ano depois, aprendi a nadar de fato, quando entrei para o grupo de natação do Fluminense.

Só recentemente eu refleti com profundidade sobre o significado espiritual daquela experiência que vivi tantos anos atrás. E três coisas me chamaram atenção. A primeira é que normalmente se afoga quem pensa que sabe nadar. Quem tem consciência da sua incapacidade nessa área, não se expõe a situações de risco na água. Mas, quem acha que pode, e de fato não pode, arrisca-se sem ter condições de enfrentar a situação, como aconteceu comigo.

O mesmo ocorre na vida espiritual. Quem acha que já é suficientemente bom(boa), já está garantido(a), corre enorme risco. As igrejas estão cheias de pessoas que vão lá domingo após domingo, mas não vivem de fato o cristianismo. Não mudam sua vida – como diz a Bíblia, são “árvores que não dão frutos”. E como Jesus alertou, esse tipo de árvore só serve para ser cortada e lançada fora (Mateus capítulo 7, versículo 19).

Ter conhecimento real da própria condição - saber-se pecador(a), imperfeito(a) e carente da misericórdia de Deus – é fundamental. É essa humildade que aproxima a pessoa de Deus e a torna mais sensível aos ensinamentos da Bíblia. Quem pensa ser melhor do que é de fato, é igual a quem entra numa piscina funda e comprida, sem saber nadar, mas achando que sabe...

O segundo ensinamento que minha experiência na piscina do Fluminense me trouxe é que Deus age quando a gente nem espera. Quando eu comecei a me afogar, nem deu tempo de pedir ajuda. Foi tudo muito rápido. Mas Deus estava atento e usou aquele rapaz para me socorrer.

Sem Deus, nada somos - nossa vida é como um sopro e pode se apagar em segundos. Nossa dependência do Criador é total. E devemos ser sempre gratos(as) a Ele por isso.

O terceiro ensinamento ter a ver com a percepção que Deus me deu uma nova oportunidade e não posso desperdiçá-la. Confesso que durante muito tempo não tive essa percepção e muitas vezes não conduzi minha vida na direção que agradava a Deus. Foi preciso novos ensinamentos – outros momentos de sofrimento - para que eu entendesse mesmo a importância de usar bem a nova chance que Deus me deu. É o que tento fazer, embora sei que ainda estou aquém daquilo que Deus espera de mim – pelo menos, estou tentando.

As situações do nosso dia-a-dia podem nos ensinar muito, se adquirimos o hábito de refletir sobre o que aconteceu, com “olhos de ver”, como diz a Bíblia, e tirarmos as lições necessárias.

Com carinho

quinta-feira, 27 de julho de 2017

O FILHO QUE NÃO QUIS SE ALEGRAR

A parábola do filho pródigo fala de dois rapazes. O primeiro deles é o filho que foi para longe do pai e fez um monte de besteiras com o dinheiro da herança que tinha recebido. Depois, voltou arrependido. 

A parábola fala também do segundo filho, aquele que ficou fiel ao pai. E não gostou nada quando viu que o filho pródigo tinha sido recebido com festa. 

E é desse segundo filho, que não quis participar da alegria pela volta do irmão, que falo no meu mais novo vídeo. Veja aqui.

terça-feira, 25 de julho de 2017

VOCÊ PODE FAZER PARTE DOS MILAGRES DE DEUS

O Evangelho de João, no capítulo 11, versículos 1 a 46, traz o relato do milagre que Jesus fez ao ressuscitar seu amigo Lázaro. Há muitos ensinamentos que podem ser tirados desse evento especial e escolhi 3 deles para falar aqui.

Começo lembrando que Deus muita vezes nos surpreende com os milagres que faz. No caso de Lázaro, o milagre “esperado” por todos era a cura daquele homem enfermo. 

Ocorre que Jesus demorou propositadamente para viajar até Betânia, onde Lázaro morava, e só chegou lá depois da morte do amigo. O milagre "esperado", a cura, não mais era possível e a irmã de Lázaro chegou a falar sobre isso, comentando que ele não teria morrido se Jesus estivesse ali. 

Jesus tinha em mente outro tipo de milagre, algo que ninguém esperava: A ressurreição daquele homem. E pegou a todos de surpresa.

Precisamos abrir nossos corações e mentes para perceber Deus agindo, mesmo quando isso se dá de maneira inesperada. É um grande erro tentar colocar Deus numa “caixinha”, pré-definindo como Ele vai agir. Se fizermos isso, deixaremos de reconhecer o que Ele de fato está fazendo nas nossas vidas.

O segundo ensinamento da ressurreição de Lázaro tem a ver com o que nos cabe fazer, mesmo quando Deus está operando milagres. 

Antes de ressuscitar Lázaro, Jesus pediu que os discípulos removessem a pedra da entrada da tumba onde o corpo estava depositado. Ora, se Jesus tinha poder para ressuscitar um homem morto havia vários dias, certamente também podia remover aquela pedra. Mas Jesus não fez isso e pediu que os discípulos tirassem o obstáculo do caminho. 

A verdade é que Deus não faz por nós aquilo que nós mesmos podemos fazer. Os discípulos podiam remover a pedra, portanto, Jesus não fez isso por eles. 

O terceiro ensinamento desse evento maravilhoso também nasce no ato da remoção da pedra pelos discípulos. O fato é que eles tiveram o privilégio de participar do milagre, mesmo que de forma secundária. Agora, eles só puderam participar porque estavam presentes no momento certo e se colocaram à disposição para atender o pedido de Jesus. 

Quem hesitou – talvez por não perceber que Jesus iria operar um milagre, ou até mesmo por preguiça (afinal, deu trabalho remover aquela pedra) – deixou de ter a honra de participar de um evento que ficou na história. 

Em outras palavras, só quem diz “eis-me aqui”, só quem "bota a mão na massa", pode participar do milagre.

A desculpa que mais ouvi dentro das igrejas que tenho frequentado até hoje é “não posso ajudar por falta de tempo” - é mesmo muito complicado conseguir que as pessoas doem do seu tempo para a obra de Deus, sendo até mais fácil conseguir que elas doem seu dinheiro.

Agora, quem não se coloca à disposição, quem se acomoda, quem olha primeiro para seu próprio conforto, não vai estar presente quando Deus fizer o milagre. Simples assim.

Participam das coisas especiais que Deus faz somente quem se coloca à disposição e está presenta na hora certa, pronto para ajudar.

Será que você estará disponível quando Jesus te chamar para participar de um milagre? 

Com carinho

domingo, 23 de julho de 2017

QUEM DISCIPULA TAMBÉM PRECISA SER DISCIPULADO

Certa vez eu conversava com um irmão na fé, homem que já frequentava sua igreja havia mais de trinta anos. E ele me disse que não mais assistia aulas de Escola Dominical ou participava de estudos bíblicos porque já se considerava um cristão maduro, pronto, com conhecimento suficiente. Não tinha muito mais a aprender de ninguém.

Ora, o testemunho da Bíblia é bem diferente dessa posição - o que vemos ali são pessoas passando por processo contínuo de discipulado, sempre aprendendo mais sobre as coisas de Deus. E gostaria de citar aqui, em particular, o exemplo de Tito, discípulo de Paulo, para quem o apóstolo dirigiu uma carta com ensinamentos.

Tito era um pagão que tinha sido convertido por Paulo ao cristianismo - o apóstolo chega a chamá-lo de "filho na fé" (Tito capítulo 1, versículo 4). Sabemos que Tito, embora não seja citado nominalmente no livro de Atos dos Apóstolos, esteve presente em alguns dos eventos fundamentais do início da vida da igreja cristã, como o Concílio de Jerusalém, no ano 49, quando Pedro, Paulo e Tiago discutiram o futuro do cristianismo (conforme referencia em Gálatas capítulo 2, versículos 1 a 3).

Por volta do ano 57, Tito teve papel importantíssimo na superação de um atrito muito sério que Paulo teve com a igreja de Corinto, depois da sua segunda viagem até lá. Tito foi enviado por Paulo para pacificar aquela igreja e se saiu muito bem na tarefa, conforme testemunhos da própria Bíblia (por exemplo, 2 Coríntios capítulo 2, versículos 3 e 4 e capítulo 7, versículos 8 e 9). 

Vários anos depois, por volta do ano 64, Tito visitou a ilha de Creta, com o próprio Paulo, e ficou para trás para cuidar das igrejas que foram fundadas ali. Paulo, então, escreveu uma carta a Tito justamente para orientá-lo sobre como fazer esse trabalho. 

Nela, Paulo dá uma série de conselhos sobre como Tito deveria proceder para escolher pessoas que iriam pastorear as novas igrejas e como ele mesmo deveria se comportar (Tito capítulo 2, versículos 7, 8 e 15 e capítulo 3, versículo 10).

Ora, a situação aqui é a de um pastor de igrejas e líder espiritual bastante maduro e experiente, que já tinha sido encarregado de funções complexas, como pacificar a igreja em Corinto ou desenvolver o campo missionário em Creta. Mas, ainda assim Tito recebeu e aceitou conselhos de Paulo. 

Ao contrário do homem cujo testemunho citei no início desta postagem, Tito aceitou tranquilamente ser discipulado por Paulo, pois entendia precisar dessa orientação. Da mesma forma, no seu tempo, Paulo foi discipulado por pessoas como Barnabé.

O fato é que tanto podemos discipular outras pessoas, menos experientes e maduras na fé que nós mesmos, como também precisamos ser discipulados, no momento adequado, por quem tenha o que nos ensinar. E esse é um ciclo que não acaba nunca.

Com carinho

sexta-feira, 21 de julho de 2017

TRANSGRESSÃO, INIQUIDADE E PECADO SÃO COISAS DIFERENTES

Todo mundo comete erros que desagradam a Deus e essa afirmação vale igualmente para você e para mim.

Naturalmente nem todos os erros de uma pessoa são da mesma natureza. Há erros que a pessoa comete porque é orgulhosa e rebelde e se recusa a obedecer a vontade de Deus, como também há erros que a pessoa comete porque é imperfeita e ainda está aprendendo a agir como deve – pode ser que ela até queira fazer a coisa certa, mas acaba errando. 

Embora nem todo erro tenha natureza igual, em muitas passagens da Bíblia, para simplificar o relato, os erros de uma pessoa são todos resumidos por uma mesma palavra, como "pecados". Por exemplo, veja o que Jesus disse para a mulher que lhe lavou os pés com as próprias lágrimas: “Os teus pecados te são perdoados” (Lucas 7:36). É claro que aquela mulher, tinha cometido diferentes tipos de erros ao longo da sua vida, mas Jesus resumiu tudo com base na palavra “pecados”.

Eu costumo fazer a mesma coisa aqui no site, frequentemente usando a palavra “pecados” para me referir a tudo que uma pessoa faz de errado e desagrada a Deus. É uma maneira de simplificar as coisas, embora tecnicamente eu esteja juntando num mesmo “saco” coisas que não são exatamente iguais

Isso fica mais fácil de ver ao ler o Salmo 51 - Davi escreveu esse salmo depois de ter tomado consciência dos seus muitos erros relacionados com o episódio do seu adultério com Bate-Seba, incluindo a armadilha que levou à morte do marido dela. Veja o que Davi disse nos versículos 1 e 2 desse salmo: 

Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado”.
Davi usou três palavras diferentes para se referir aos próprios erros: transgressão, iniquidade e pecado. E ele não fez isso por acaso, pois estava se referindo a três tipos de erros bem distintos.

Transgressão significa se rebelar e ultrapassar conscientemente um limite que foi fixado. Quando a pessoa dirige acima do limite de velocidade que foi estabelecido para determinada estrada, ela comete uma transgressão. A pessoa erra tendo total consciência do seu erro. Sabe que não deveria fazer aquilo, mas faz assim mesmo, porque o erro lhe traz algum prazer ou alguma vantagem (por exemplo, chegar mais depressa).

Na vida espiritual, o limite que não deve ser ultrapassado é a lei de Deus. Ali foi estabelecido o que a pessoa pode ou não fazer e ultrapassar conscientemente tal limite, ou seja violar essa lei, é cometer uma transgressão (Romanos capítulo 4, versículo 15 e Gálatas capítulo 3, versículo 19).

A transgressão, portanto, é um ato de infidelidade, de desobediência explícita. Implica em querer fazer a própria vontade, contestando ativamente a vontade de Deus.

A lei de Deus estabelecia que Davi não podia se relacionar com a mulher de outro homem, pois isso seria adultério, mas foi exatamente isso que ele fez com Bate-Seba. Logo, Davi cometeu uma transgressão e reconheceu isso logo no início do salmo 51.

Iniquidade é um erro de natureza diferente: tem a ver com algo interno - pensamento e/ou sentimento perverso que a pessoa deixa crescer no seu interior. É exatamente por isso que a palavra “iniquidade”, no hebraico, significa “curvatura”, pois se refere a algo que está "torto" no íntimo da pessoa.

A iniquidade costuma preceder a transgressão: A pessoa abriga pensamentos errados e eles acabam dando origem a uma rebeldia consciente (transgressão).

No caso de Davi, a iniquidade residiu na luxúria que ele nutriu por uma bela mulher casada – da janela do seu palácio, pôde vê-la tomando banho e a desejou. E deixou aquele pensamento errado tomar conta da sua mente. Davi acabou mandando chamar aquela mulher ao seu palácio e adulterou com ela. A iniquidade de Davi (luxuria) deu origem à transgressão (adultério).

Finalmente, existe ainda o pecado. Essa palavra significa, no hebraico, errar o "alvo”. E que “alvo” seria esse? Simples: a vontade de Deus caracterizada pelas suas leis. 

No caso do pecado, esse acontece por conta das imperfeições da pessoa – por exemplo, ela se deixa levar pelas aparências ou não controla o próprio temperamento. 

Ela pode até estar querendo acertar o "alvo" e fazer a vontade de Deus. Mas, acaba errando assim mesmo. Foi isso que Paulo quis dizer em Romanos capítulo 7, versículo 19: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo”. 

Paulo lamentou que, muitas vezes, queria fazer a coisa certa e acabava errando assim mesmo. Queria acertar e ainda assim acabava pecando. 

Esse não é um erro fruto da rebeldia, da vontade de transgredir as leis de Deus. A situação aqui é outra.

Concluindo, não é por acaso que Davi, no salmo 51, tenha usado três diferentes palavras para descrever seus erros: transgressão (aplicável tanto à situação em que ele adulterou com Bate-Seba, como ao assassinato do marido dela), iniquidade (que teve a ver com a luxuria, que o levou ao adultério, e a hipocrisia, que o levou a matar o marido dela para esconder seu mal feito), e pecado (aplicável a outros erros que cometeu ao longo da sua vida).

Com carinho

quarta-feira, 19 de julho de 2017

CUIDADO COM O QUE VOCÊ FALA

Há um trecho em Provérbios (capítulo 15, versículos 1 a 4) muito importante. Nele, o autor do texto trata da questão das palavras que ferem e chegam a quebrar o espírito da pessoa para quem são dirigidas.

No seu mais novo vídeo, o Rogers fala sobre esse tema. Veja o vídeo aqui.

sábado, 15 de julho de 2017

OS GEMIDOS IMPRESSIONANTES DO ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo atua a favor dos(as) cristãos(ãs) de várias formas diferente. E vou citar aqui três dentre elas. 

Primeiro, Ele atua concedendo dons espirituais (profecia, ensino, línguas, etc) para as pessoas, que nada mais são do que revestimento de poder para dar a elas condições de realizar a obra de Deus. 

Outra forma de atuação do Espírito Santo tem a ver com a promoção mudanças no interior das pessoas para torná-las mais parecidas com Jesus. Esse processo é chamado na Bíblia de santificação e o resultado dele é conhecido como o "fruto" do Espírito (amor ao próximo, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, serenidade e domínio próprio).

Uma terceira forma de atuação do Espírito Santo a favor das pessoas é a contínua intercessão que Ele faz junto a Deus a favor delas

As duas primeiras formas de atuação do Espírito Santo são bem conhecidas e costumam ser objeto de muitos sermões e estudos bíblicos - eu mesmo já falei sobre esses temas várias vezes aqui no site. 

Agora, a terceira forma de atuação do Espírito Santo - a intercessão pelas pessoas - não é muito lembrada. Confesso ter ouvido poucos sermões ou estudos bíblicos tratando desse tema ao longo da minha trajetória cristã. Por que será que isso acontece? 

A razão me parece é simples: essa atividade do Espírito Santo tem a ver com nossos pecados. Afinal, não haveria necessidade de intercessão se as pessoas não pecassem e não estivessem sujeitas à punição de Deus. E as pessoas não gostam de ser lembradas sobre seus pecados. Esse é um tema que não agrada muito. Não é muito popular. Simples assim.

A intercessão do Espírito Santo por nós
O apóstolo Paulo contou que o Espírito Santo intercede pelas pessoas de uma forma maravilhosa: Faz uso de gemidos que não podem ser explicados com linguagem humana (Romanos capítulo 8, versículo 26) . 

Paulo simplesmente reconheceu que a intercessão do Espírito Santo por nós é uma dentre as muitas coisas relacionadas com Deus que são tão extraordinárias que a linguagem humana não alcança. 

Vale fazer um parêntesis aqui: essa dificuldade da linguagem humana não acontece somente com as coisas de Deus. A mesma limitação pode ser notada também em outras áreas, como na arte ou no estudo dos sentimentos. 

Por exemplo, pense na música de que você mais gosta. Agora, procure descrever sua melodia para outra pessoa - não o que você sente ao ouvir essa música, mas sim o conteúdo dessa melodia. Você verá que isso é quase impossível de fazer. 

A mesma coisa acontece quando alguém tenta descrever com precisão o que está sentindo. Palavras não são suficientes para descrever coisas como amor, ciúme, inveja, etc. 

Não é possível explicar adequadamente como é que o Espírito Santo intercede por nós junto a Deus. A Bíblia fala em "gemidos", mas isso nada mais é do que uma metáfora para dar ideia de angustia e sofrimento. 

Em outras palavras, o texto de Paulo nos conta que o Espírito Santo fica angustiado e sofre enquanto intercede por nós. Mas, por que será que isso acontece? 

A razão é simples: Ele está preocupado com as consequências dos nossos pecados. O Espírito Santo é nosso aliado permanente e incondicional e por causa disso Ele se angustia com a possibilidade de ser sermos punidos pelos erros que cometemos. 

A Bíblia ensina que todas as pessoas precisam da misericórdia e do perdão de Deus. Todas, sem exceção, e isso inclui você e eu. E se nossos pecados (inveja, hipocrisia, orgulho, maledicência, falta de caridade, egoismo, etc) não fossem sérios, não haveria motivo para o Espírito Santo se angustiar. 

Precisamos, portanto, ter consciência clara dos nossos pecados. Não podemos nos sentir confortáveis com o que já alcançamos e perder a motivação para continuar a melhorar. 

Muitas pessoas, bem lá no seu íntimo, pensam já serem suficientemente boas - talvez porque dão o dízimo, vão à igreja todos os domingos, não matam, não roubam, etc. Pensam que já estão seguras. Mas, não estão.

A verdade é que, sem a intercessão do Espírito Santo, estaríamos todos(as) perdidos. E precisamos ser gratos pela presença do Espírito Santo nas nossas vidas. 

Com carinho

quinta-feira, 13 de julho de 2017

A PAZ DE DEUS

[disse Jesus] "... a minha paz vos dou; não vô-la-dou como a dá o mundo. Não se perturbe o vosso coração nem se atemorize". João capítulo 14, versículo 27 
"E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus".  Filipenses capítulo 4, versículo 7

Esses dois versículos falam de algo muito importante: a paz que vem de Deus. Mas o que é essa paz e o que ela significa na vida do ser humano?

Vou começar por diferenciar entre a paz dos homens e a paz que vem de Deus. A paz humana é a ausência de conflito - trata-se daquela situação onde todos os lados envolvidos numa questão concordam em continuar a conviver bem, apesar das eventuais diferenças de opinião e interesse. 

A paz humana vem de fora pois depende inteiramente das circunstâncias da vida. Agora, a paz de Deus se faz presente mesmo em meio aos conflitos. 

Isso porque ela nasce dentro da pessoa, no seu íntimo, e por isso independe das circunstâncias pelas quais ela está passando na sua vida.

Os dois versículos acima ensinam diversas coisas sobre a paz de Deus. Primeiro, que ela foge a toda compreensão humana. 

Num mundo onde as pessoas vivem ansiosas e se preocupam a cada momento com muitas coisas, a paz de Deus é algo que não dá mesmo para entender. Como é possível sentir paz no coração mesmo em meio a perigos, dificuldades, problemas e até guerras? Isso só é possível porque esse tipo de paz vem de Deus.

O segundo ensinamento fala que a paz de Deus é completa, integral. A paz humana nunca pode ser assim, pois ela depende das circunstâncias. Se hoje a situação está sob controle e o risco do conflito afastado, qual a garantia de que as coisas continuarão assim. E mesmo que continuem, qual é a garantia que não surja conflito em outro lugar da vida da pessoa? 

Por exemplo, imagine que para determinada pessoa a independência financeira é fundamental para sua paz de espírito. Mas, quando ela acumula uma quantidade suficiente de recursos para ficar tranquila, a preocupação apenas muda de lugar: É preciso aplicá-los bem, para não serem corroídos pela inflação, e mantê-los seguros. Em outras palavras, a segurança financeira nunca é completa, como costumam descobrir as pessoas afetadas pelas sucessivas crises financeiras que têm ocorrido nos últimos 10 anos. 

O mesmo pode ser dito quanto à saúde, às relações afetivas e tantas outras coisas importantes.

O terceiro ensinamento é que a paz de Deus guarda, ou seja protege, o coração (os sentimentos) e a mente da pessoa. Quem não tem essa paz sofre muito e pode até ficar doente - não é a toa que doenças como depressão, pânico e outras tantas são cada vez mais frequentes. 

A paz de Deus elimina a perturbação e o medo que as pessoas sentem e gera saúde física, emocional e espiritual.

Finalmente, a paz de Deus é fruto da conversão a Jesus e da ação do Espírito Santo na vida da pessoa, a partir daí. Essa paz é um presente de Deus para o(a) cristão(ã) verdadeiro(a).

Se você ainda não sente esse tipo de paz no seu coração e na sua mente, pode ter certeza que está faltando presença do Espírito Santo na sua vida. Entregue mais sua vida a Jesus, ore bastante, estude a Bíblia e louve com frequência. E você verá essa paz chegar e passar a habitar em você.

Com carinho

terça-feira, 11 de julho de 2017

ATÉ QUANDO, MEU DEUS?

No seu novo vídeo, o Rogers fala sobre aqueles momentos da vida onde a angústia bate bem forte. Quando parece não haver saída para os problemas que você enfrenta. Quando você pergunta para Deus: Até quando, Senhor, vou ter que passar por isso?

Para analisar esse tema, ele usa um conhecido salmo de Davi - o salmo 13. Nele, o salmista abre seu coração, fala sobre sua angústia e dificuldade em enfrentar as lutas da vida, e também conta a resposta que encontrou. Veja o vídeo aqui.

domingo, 9 de julho de 2017

PARA QUEM NÃO TEM DISCIPLINA NA VIDA ESPIRITUAL ...

Certa vez, eu estava conversando com uma amiga, mulher inteligente e de grande talento artístico. Ela resolveu criar um blog pessoal e queria ouvir sobre minha experiência pessoal com esse tipo de atividade (este site é uma extensão do blog pessoal que comecei muito tempo atrás). 

Disse para minha amiga que ela tinha o talento e a experiência de vida necessários para escrever textos interessantes, que viessem a interessar as pessoas. Mas, alertei que esse não era o desafio real. O principal era ter disciplina para manter o blog atualizado, publicando textos com periodicamente, sem desanimar, por longo tempo.

Escrever regularmente para um blog ou site, "chova ou faça sol", com ou sem inspiração, estando bem de saúde ou não, e conseguir sempre falar algo novo para as pessoas, não é fácil. É um desafio verdadeiro. Ter talento é mais fácil do que ter persistência...

O mesmo tipo de desafio se repete em várias áreas da vida de qualquer pessoa. Se você quer entrar em boa forma física, precisa ter persistência para fazer exercícios com regularidade durante anos a fio. Se quer emagrecer, precisa ter persistência para comer só as coisas certas até o fim da sua vida. Se quer passar num concurso difícil, vai ser preciso persistência para estudar quase todos os dias por um bom tempo. E assim por diante. 

Disciplina na vida espiritual 
E o mesmo se aplica na sua vida espiritual. Se você quer crescer espiritualmente, vai precisar orar e meditar sobre a Palavra de Deus com grande frequência. E isso sem importar as circunstâncias da sua vida - falta de tempo, cansaço, vontade de fazer outras coisas, etc. 

É preciso ter persistência e não há outro caminho, pois as coisas não vão cair do céu no seu colo. Não é assim que Deus atua. Por exemplo, para formar seus discípulos, Jesus viveu três anos com eles, dia e noite, de domingo a domingo. E esse grupo não teve vida fácil - sua vida foi cansativa, sofrida, perigosa e desconfortável. Mas, ao final desse período, ali estavam onze apóstolos, prontos para levar a mensagem do Evangelho para todo o mundo.

Agora, se você tem dificuldade para ter disciplina para perseverar na sua vida espiritual, eu tenho uma sugestão: Crie um compromisso com a obra de Deus. E sugerir isso parece meio estranho, mas é fácil de entender a razão. 

Você levanta cedo todos os dias para ir trabalhar ou estudar não porque quer, mas sim por conta de uma obrigação, do compromisso que você tem. E é preciso construir o mesmo tipo de dinâmica na sua vida espiritual.

As pessoas costumam pensar que a vida espiritual não pode ser construída com base num clima de "obrigação", tudo precisa ser livre e voluntário. Mas, não foi isso que Jesus fez quando chamou seus apóstolos - exigiu compromisso, pedindo que largassem tudo para segui-lo. 

Quando não há algum tipo de obrigação, as prioridades da sua vida vão acabar por engolir as práticas espirituais - você nunca vai ter tempo para estudar a Bíblia ou para orar o suficiente. 

Toda vez que eu assumi um compromisso com a obra de Deus em alguma área específica, foi exatamente nessa área que mais cresci espiritualmente. Por exemplo, quando passei a dar aulas na Escola Dominical da igreja que frequentava, cresci no conhecimento da Bíblia. Quando assumi cargo de direção nas atividades de assistência social da minha igreja, cresci na questão do amor ao próximo. 

Este site tem tido esse tipo de papel na minha vida espiritual: Sinto um compromisso com os(as) leitores(as) e é isso que espanta a acomodação e a preguiça de escrever. Quando deixo de escrever, fico preocupado de estar privando alguém de uma palavra importante e aí a motivação volta. 

Portanto, a forma de crescer espiritualmente é construir compromissos concretos com a obra de Deus. É a obrigação assumida que vai manter você nos trilhos. Simples assim.

Com o tempo, vendo os resultados positivos dos seus esforços em determinado campo da sua vida espiritual, a obrigação vai se transformar em prazer, como, por exemplo, ocorreu comigo em relação a este site - ver o crescimento do número de leitores, hoje já na casa dos centenas de milhares, tem sido muito gratificante. 

Se você quiser adquirir o habito de orar, assuma compromisso com um grupo de oração. Se quiser estudar a Palavra de Deus com dedicação, inscreva-se numa classe ou num grupo de estudos bíblicos, que tenha dia e hora para se reunir e onde haja tarefa para casa. Se quiser desenvolver sua compaixão e caridade, junte-se a um grupo que desenvolve ação social na sua igreja. E assim por diante. 

Com carinho

sexta-feira, 7 de julho de 2017

MUDANÇA DE HÁBITOS

Há hábitos de todos os tipos, desde os inofensivos (como cantar no chuveiro), até os destrutivos (como fumar). O problema não está em ter hábitos, pois isso é natural, mas sim em evitar que os maus hábitos tomem conta da vida da pessoa.

Hábitos são adquiridos por responderem a necessidades interiores da pessoa - por exemplo, facilitarem sua vida, gerarem algum tipo de prazer, evitarem certo sofrimento, etc. Por exemplo, sou meio preguiçoso e também curioso intelectualmente. Portanto, o hábito da leitura se encaixa perfeitamente nessas duas necessidades - atividade que não exija esforço físico e que estimule a mente. Não é de se estranhar que eu sempre tenha sido um ávido leitor de livros.

Como os hábitos respondem a necessidades interiores da pessoa, torna-se difícil controlá-los, especialmente quando se tornam enraizados. Por isso, frequentemente, são os hábitos que controlam as pessoas - um bom exemplo é o caso do torcedor de futebol fanático, cujo batizado do filho teve que ser adiado porque naquele dia seu time de coração ia jogar. Ou o caso da senhora que gosta tanto de ver novela que não dá bola para ninguém quando chega a hora do seu programa preferido. 

Mudança de hábitos
É evidente que hábitos ruins precisam ser eliminados. E nessa categoria incluo não somente hábitos errados pela sua própria natureza, como também aqueles que parecem bons mas se tornam ruins por conta do exagero - por exemplo, fazer exercício físico é bom, mas tem gente que abusa e acaba doente e/ou tendo o corpo deformado. 

O cristianismo dá grande ajuda para quem percebe que precisa mudar de hábitos. Em primeiro lugar, a doutrina cristã ajuda a pessoa a identificar quais hábitos são prejudiciais, o que nem sempre fica claro para as pessoas. Por exemplo, querer ganhar dinheiro para ter segurança econômica é um hábito saudável. Mas, quando a busca de mais dinheiro deixa de ser saudável e passa a ser ruim? 

A Bíblia ajuda porque ela contem as leis de Deus que ensinam o certo e o errado. Elas fornecem uma perspectiva de como Deus olha para os atos das pessoas, independentemente de qualquer circunstância. 

As leis de Deus também explicam com clareza quando um hábito bom, na sua essência, torna-se nocivo por passar a dominar a vida da pessoa. Por exemplo, isso fica claro no mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas - nada pode ser mais importante para as pessoas. Assim, se o time de futebol ou a vontade de ganhar dinheiro passa a controlar alguém e Deus acaba em segundo plano na vida da pessoa, isso está errado - e a Bíblia chama esse erro de pecado. Simples assim.

O cristianismo vai além, pois também ajuda a pessoa a fazer as mudanças interiores necessárias - e não há outra forma de combater hábitos negativos do que essa mudança interior. 

Um exemplo simples vai ajudar você a entender isso: Quando uma pessoa decide lidar com um problema relacionado com a comida apenas fazendo dieta e/ou tomando remédios, está lutando uma guerra perdida, pois cedo ou tarde vai acabar comendo o que não deve e não pode tomar para sempre remédios para reduzir o apetite. Ela precisa passar por uma reeducação alimentar (uma mudança interior), o que é muito mais difícil de fazer, mas só assim vai conseguir fazer mudanças permanentes.

E é exatamente isso que Jesus ensinou as pessoas a fazer - mudar seu interior. Não é um caminho simples e nem fácil - este site tem centenas de postagens que falam dos problemas que as pessoas encontram ao seguir por esse caminho (chamado pela Bíblia de santificação). Mas dá resultado - eu já vi muitas e muitas pessoas terem suas vidas transformadas para sempre. 

Concluindo, se você luta com algum hábito do qual precisa se ver livre ou precisa aprender a controlar - excesso de tempo gasto navegando na Internet, consumo desenfreado, fumo, comida em excesso, pornografia, etc - entregue seu problema para o Espírito Santo, peça perdão e deixe que Ele trabalhe na sua vida. 

Procure conversar com quem já passou por problemas similares e venceu os maus hábitos - veja como ele(a) fez isso. Peça também apoio emocional e espiritual a irmãos(ãs) na fé - eles(as) podem orar por você e ajudar nos momentos em que você estiver para cair em tentação, retomando velhos hábitos. 

Mudança de hábitos não é fácil, mas pode ser feita. Mas para conseguir fazer isso, você precisa Deus muito presente na sua vida.

Com carinho

quarta-feira, 5 de julho de 2017

COMO DEUS SE REVELOU PARA O SER HUMANO

A palavra "revelação" significa "tirar o véu", ou seja mostrar algo que antes estava oculto. Em relação a Deus, revelação é aquilo que Ele decidiu nos contar a seu respeito e que não conseguiríamos saber se Ele não tivesse feito isso. 

Por exemplo, nunca saberíamos que Deus é uma Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), se Ele não tivesse nos contado. Também não saberíamos que a morte de Jesus na cruz abriu o caminho da reconciliação dos seres humanos com Deus. Só sabemos sobre isso porque Deus nos revelou. Simples assim.

Agora, há dois tipos de revelação de Deus para nós: a geral e a especial. A revelação geral é aquela dada a todas as pessoas, sem exceção. Todo mundo tem acesso ao conteúdo da revelação geral.

Já a revelação especial é diferente: foi dada apenas para algumas pessoas e infelizmente nem todo mundo teve ou tem acesso a ela. Vamos ver isso em maior detalhe.

Revelação geral 
A criação (o universo, a natureza e os seres vivos) é a essência da revelação geral. Ela comprova que Deus existe e criou tudo que está aí. Por exemplo, a complexidade da natureza, sua ordem surpreendente e seu funcionamento perfeito comprovam que somente uma mente poderosa poderia ter sido capaz de planejar e executar uma obra de criação dessa magnitude. 

É exatamente por isso que todas as sociedades humanas, em qualquer época da história, aceitaram a existência de uma força criadora e controladora do mundo natural. Não há registro histórico de um grupo social essencialmente ateu. 

É claro que as sociedades humanas divergem na forma como entendem que essa força criadora é e age, especialmente como se relaciona com os seres humanos. E é por causa disso que há religiões diferentes. Mas no aspecto básico - a existência de uma força criadora que vai além do mundo natural - há consenso quase universal. 

E essa percepção universal é fruto da revelação geral - as pessoas olham para a natureza e percebem que ela não está aqui por acaso.

Revelação especial 
Agora, Deus precisou comunicar muito mais do que apenas sua existência, seu poder e sua capacidade criadora. Ele precisava falar sobre seus planos, definir o que é certo ou errado para a vida das pessoas, ensiná-las a proceder da forma correta e assim por diante.

E observar a criação não fornece essas informações. Era preciso mais. Muito mais. Era necessário transmitir um conjunto de informações muito complexo e a forma para fazer isso necessariamente precisaria ser bem mais sofisticada. 

É aí que nasceu a Bíblia. Trata-se de uma série de relatos onde Deus construiu uma narrativa da sua relação com os seres humanos ao longo de alguns milhares de anos, explicou o que espera de cada pessoa, mostrou os problemas que as pessoas enfrentam para chegar até Ele e assim por diante. 

Foram necessários mais ou menos 1.500 anos para que a Bíblia ficasse pronta e ela foi escrita mediante o trabalho de dezenas de escritores, que trabalharam em épocas e circunstâncias bem distintas, mas sempre sob a inspiração do Espírito Santo. 

O problema com a revelação especial é que ela precisa ser divulgada e ensinada, caso contrário as pessoas não vão conhecê-la. Essa é a razão para haver no próprio texto da Bíblia mandamentos relacionados, com a pregação da Palavra de Deus e com a necessidade de discipular as pessoas para aprender a seguir os caminhos traçados por Ele. 

O conceito que Deus usou para desenvolver esse processo é o de "fermento da massa" - algumas pessoas (profetas, apóstolos, mestres, sacerdotes, etc) - foram "infectadas" com o "vírus" bom da revelação especial e coube a elas espalhar essa "infecção", convertendo outras pessoas. E esse processo vai se repetindo geração após geração.

Jesus começou seu ministério com apenas doze apóstolos e hoje há mais de dois bilhões de cristãos(ãs) no mundo e o cristianismo continua a crescer - todo dia muitas pessoas são convertidas.

A revelação é especial não porque pertence apenas a poucas pessoas. Ela foi dada a um grupo pequeno e depois se espalhou. Mas ela pertence, tal como a revelação geral, a todo mundo. O problema é que muita gente não conhece a revelação especial - nunca viu ou estudou a Bíblia.

E quem não conhece a revelação de Deus?
Como a revelação geral - a existência de Deus e seu papel como Criador - pode ser conhecida por todas as pessoas, o apóstolo Paulo ensinou que ninguém é desculpável por não aceitar essa verdade. E essa é uma advertência muito séria.

Onde quer que a pessoa viva e qualquer que seja sua cultura e grau de instrução, ela tem informações suficientes para acreditar numa força superior.

Agora, a situação é diferente no caso da revelação especial, ou seja as revelações que a Bíblia traz. Somente quem tiver oportunidade de conhecer e estudar a Bíblia tem acesso à revelação especial e, portanto, pode ser cobrado(a) no que diz respeito aos mandamentos bíblicos. 

Por exemplo, como Deus poderia cobrar de uma pessoa que não conhece Jesus que ela o aceite como seu Salvador? Seria injusto. Por isso, índios(as), boa parte dos seguidores(as) de outras religiões e crianças muito novas para entenderem a Bíblia, não serão cobrados por Deus por aquilo que não sabem ou nem tem consciência. Simples assim. 

Concluindo, Deus revelou aos seres humanos um monte de informações muito importantes - tudo aquilo que precisamos saber sobre Ele mesmo e a forma como quer se relacionar conosco. Mas, isso não significa que Ele nos contou tudo. Há coisas que Ele guarda apenas para si mesmo - são mistérios que somente vamos conhecer no final dos tempos. 

Com carinho

segunda-feira, 3 de julho de 2017

APESAR DA GLÓRIA QUE TENS, TU TE IMPORTAS COMIGO TAMBÉM

Pessoas comuns quando encontram governantes importantes (reis/rainhas ou presidentes) e recebem atenção especial, costumam se sentir muito honradas. Os momentos desse encontro costumam ser lembrados para sempre e contados para filhos(as) e netos(as).

Agora, quando as pessoas encontram o Ser mais importante que existe - Deus - não costumam se sentir tão honradas assim. Na maioria das vezes, elas se comportam como isso fosse uma coisa natural. Esperada. E não é.

Deus é um ser tão maravilhoso que é surpreendente Ele se importar com o que acontece com as pessoas, como você ou eu.

Eu gosto muito do hino "Tu és tremendo", especialmente da segunda estrofe, que fala exatamente sobre isso:
E apesar dessa glória que tens, Tu te importas comigo também, e este amor tão grande eleva-me, amarra-me a ti. Tu és Tremendo
Deus se importa com cada pessoa apesar dela ser nada diante da enorme glória que Ele tem. Vou lembrar aqui algumas características de Deus para que você tenha um dimensão real da diferença que existe entre nós e Ele. 

E começo falando da dimensão de Deus. Sabemos que Deus criou o universo a partir do nada - a ciência explica isso como a "explosão" de um "ovo cósmico", que ninguém sabe bem o que continha - o chamado "Big Bang". 

Desde a sua criação, o universo vem se expandindo de forma contínua, na mesma velocidade que a luz - incríveis 300 milhões de metros por segundo). E como o Big Bang ocorreu cerca de 13,5 bilhões de anos atrás, a extensão do universo é estimada hoje (quando medida em metros) pelo número formado pelo algarismo 3 seguido por 29 zeros - nem sei como chamar uma número dessa dimensão. 

Você e eu não temos nem 2 metros, enquanto o universo tem esse tamanho todo e cresce rapidamente. E não podemos nos esquecer que Deus é maior que o universo. 

Precisamos também lembrar que Deus criou o tempo, que é uma das dimensões do universo e, portanto, não está subordinado a ele. Deus até pode agir no tempo - por exemplo, fazer um milagre aqui e agora -, mas não sofre influência dele, pois o tempo é sua criação. 

Isso quer dizer que, para Deus, não há diferença entre passado, presente e futuro - nem conseguimos compreender como isso possível. Além disso, Deus não teve começo e nem terá fim - Ele é eterno.

Gostaria ainda de comentar uma terceira coisa: A dimensão do poder que um Ser precisa ter para ser capaz de criar o universo. Trata-se de um poder descomunal.

Aí está, em rápidas pinceladas, uma breve descrição do Deus que nos criou e ao qual servimos. Nem conseguimos entender direito um Ser assim.

E esse Ser tão especial, como bem diz o hino que citei acima, é capaz de se importar comigo e com você, coisa surpreendente.

Um rei, uma rainha ou um(a) presidente dar atenção para você ou para mim não é nada, nada mesmo, se comparado ao fato de Deus se importar conosco. 

Ele nos ouve e atua na nossa vida diariamente e estamos tão acostumados com isso que nem nos damos conta da honra que recebemos, por exemplo, quando Ele ouve e atende uma oração nossa. 

Mas não deveria ser assim. Não mesmo. Deveríamos valorizar cada gesto de Deus. Cada vez que Ele atua na nossa vida.

Portanto, a prenda a dar mais valor à presença d´Ele na sua vida. E seja grato(a) e reconhecido por isso

Com carinho

sábado, 1 de julho de 2017

VIDA OU MORTE NÃO SÃO AS COISAS MAIS IMPORTANTES

Certa vez assisti um capítulo de uma série de televisão, passada num hospital, no qual uma mãe conversava com sua filha adolescente, que sofria com grave deformação da coluna vertebral e por causa disso não conseguia levar vida normal. 

Mãe e filha conversavam sobre uma cirurgia muita arriscada, que poderia corrigir essa deformação, mas o risco de morte era enorme. E a mãe da adolescente não queria autorizar a cirurgia com medo da filha morrer.

Aí a filha disse para a mãe uma coisa muito importante: "você acha que a pior coisa que pode me acontecer é a morte, mas há coisas bem piores..." Ela se referia ao sofrimento diário que vivia, que a fazia preferir morrer a continuar vivendo assim. 

Esse diálogo entre mãe e filha me fez pensar sobre a condição humana e, em especial, sobre nossa relação com Deus. 

As pessoas costumam ser relacionar com Deus tomando como premissa que suas vidas são a coisa mais importante que existe. A própria vida é a referência para tudo - se ele é boa e sem problemas, fica fácil ver Deus como um Ser bom e amoroso. Se a vida está cheia de problemas e sofrimento, Deus já não parece ser tão bom assim.

É importante que você perceba que Deus não olha para as coisas dessa forma. Ele ama você - não tenha qualquer dúvida disso - mas não entende que sua vida terrena seja a coisa mais importante para você. 

O seu bem mais precioso é outro: a garantia de viver junto a Deus para sempre. Afinal, Deus é a fonte de todo bem e nada pode ser melhor do que estar junto a Ele. E não há felicidade possível sem Ele e por isso o inferno é um lugar terrível (Deus não está lá).

Essa forma de ver as coisas encontra amplo respaldo na Bíblia - basta lembrar o que Jesus disse, conforme o relato que está em Mateus capítulo 18, versículo 8: se o olho da pessoa vier a atrapalhá-la na sua entrada no Reino de Deus, ela deveria tirá-lo. Em outras palavras, se aquilo que a pessoa vê, e entende, faz com que ela se desvie do caminho certo, que a levará até junto a Deus, seria melhor ela ficar sem poder ver, e entender, e continuar no caminho certo.

Jesus disse ainda que, se a mão da pessoa atrapalhar sua entrada no Reino, seria melhor ela cortá-la. Isso quer dizer que, se a capacidade da pessoa de fazer coisas desviá-la do caminho certo, seria melhor perder essa capacidade e continuar no caminho que leva à salvação. 

Sei muito bem que essa verdade fundamental - "não é a vida terrena o que mais importa e sim a relação com Deus" - não é fácil de viver na prática. Até dá para entender isso, mas é muito difícil sentir-se assim. 

Na prática, cada pessoa se comporta como se a vida na terra fosse a coisa mais importante - o Reino de Deus parece algo distante e, portanto, não tem o mesmo peso do que o aqui e agora.

Se você tem essa dificuldade, não se culpe muito - confesso que também tenho, por mais que me esforce para ser diferente. E poucas são as pessoas que conseguem viver a relação com Deus como a coisa mais importante. 

E uma delas foi o apóstolo Paulo - ele afirmou que preferia estar com Deus, pois ali era sua verdadeira casa (Filipenses capítulo 1, versículos 21 a 24). Paulo sabia que precisava continuar neste mundo, pois ainda tinha uma missão a cumprir na obra de Deus, mas, por sua vontade, iria de imediato para junto do Pai. Simples assim.

Quando ficamos mais velhos, quando passamos a esperar menos coisas da vida, pois temos cada vez mais passado e menos futuro, é mais fácil viver essa realidade. E aí as pessoas costumam se aproximar mais de Deus, passando a ficar menos apegadas ao material - é por isso que as pessoas mais velhas são mais religiosas. 

Mesmo tendo dificuldade em viver a verdade que o mais importante é a relação com Deus, você deve manter esse ensinamento presente na sua vida. E sempre procurar olhar para os problemas e as dificuldades da vida aqui na terra levando em conta a perspectiva maior da vida eterna.

E fazer isso certamente vai ajudar você a encontrar a melhor forma de viver seu dia-a-dia nesta terra.

Com carinho