domingo, 31 de agosto de 2014

A DANÇA COM DEUS

Uma boa forma de visualizar a relação do ser humano com Deus é de um casal dançando. 

E é Deus, através do Espírito Santo, quem se aproxima e "tira a pessoa para dançar". A iniciativa da relação precisa caber a Ele pois o ser humano, deixado por conta própria, nunca vai dar os passos necessários para se aproximar de Deus. 
  
Mas a pessoa precisa aceitar o convite. Afinal, o livre arbítrio lhe dá essa possibilidade de escolha, inclusive a de se recusar a "dançar", como acontece, por exemplo, com os ateus. E quando a pessoa aceita o convite do Espírito Santo e se aproxima de Deus, aceitando Jesus como seu Senhor e Salvador, a "dança" começa de fato. 

A dança é uma boa metáfora para a relação entre o ser humano e Deus porque nela os parceiros precisam ficar atentos e reagir adequadamente aos movimentos um do outro. É preciso haver harmonia para ser possível dançar bem. 

Os parceiros precisam estar de acordo quanto a uma série de coisas: o ritmo a ser seguido, quem guia (e quem é guiado), a duração da dança, a distância que vão guardar um do outro e assim por diante. 

O ser humano sempre tem voz ativa no que vai acontecer na sua relação com Deus. Definirá, em boa parte, o tipo de "dança" que será vivida. Pode "dançar" um pouco e parar. Recomeçar, no momento que desejar. Pode "dançar" de forma fria e distante, como se cumprisse uma obrigação. Ou pode se entregar de corpo e alma. 

Deus é um parceiro especial: sempre atento e desejoso de se relacionar bem. Ele nunca perde o interesse na "dança", mesmo tendo sido rejeitado anteriormente. E responde ao estímulo da pessoa: caso ela se aproxime mais, Deus fará o mesmo. 

Agora, a harmonia da "dança" só vai ocorrer de fato se a pessoa entender que cabe a Deus guiar, e a ela, seguir. Sempre. Pois quando o ser humano tenta liderar a "dança", os resultados nunca são são bons. 

Vou dar um exemplo tirado da Bíblia. Deus tinha prometido a Abraão que lhe daria um filho, embora ele e sua mulher já fossem velhos. Como a promessa demorou a se realizar, Sara, mulher de Abraão, resolveu "ajudar" a Deus - assumir a liderança na "dança". 

Sara deu sua escrava, Hagar, para Abraão, imaginando que a moça pudesse gerar um filho. E Hagar gerou Ismael. Mas, anos depois, quando a promessa de Deus se cumpriu, e Sara teve seu filho, Isaque, estabeleceu-se uma rivalidade entre as duas mulheres. E a situação somente acabou resolvida quando Hagar foi exilada. E muitos problemas foram gerados a partir daí.

Quando se "dança" com Deus, é preciso lembrar que Ele não somente deve guiar, como também foi quem contratou a "orquestra" e providenciou a "comida e bebida". Tudo ocorre por sua causa e iniciativa.

Esteja disponível para participar dessa "dança". Entre nela com vontade e dedicação. E nunca saia do "salão de baile", deixando-se distrair por outras prioridades. E aprenda a depender da liderança com Deus. Será melhor assim, pode ter certeza. 

Com carinho

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A FÉ DO ATEU


Existe um livro muito interessante, escrito por Norman Geisler, cujo título já diz tudo: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”. 

A tese que originou o livro é que os ateus têm também uma forma de fé, pois acreditam  que o universo físico é tudo que existe e que não foi necessário haver uma força maior (Deus) para sua criação.  Os ateus ainda acreditam que, não havendo um criador, o universo é fruto do mero acaso

Parece-me que essa é uma crença e tanto. E muito, mas muito, mais difícil de sustentar do que a fé em Deus. 

Recentemente, li um artigo numa revista científica e fiquei surpreendido quando o autor, um cientista ateu, defendeu um ponto de vista parecido. Ele reconheceu que praticamente todos os aspectos do mundo moderno são governados por equações matemáticas que traduzem leis físicas. 

Por exemplo, os chips de memória dos computadores, hoje presentes em tudo, de celulares a fogões, nunca poderiam ter sido projetados sem uma equação chave da mecânica quântica, descoberta por um homem chamado Schrödinger. Os sinais de rádio, televisão, telefone celular, etc, não poderiam existir sem as equações descobertas por Maxwell. Os transportes (carros, aviões, satélites, etc) dependem das leis do movimento descobertas por Newton. A transmissão de calor é dominada pela transformada de Fourier. E assim por diante. 

Sem a descoberta dessas inúmeras leis físicas, e sua codificação em equações matemáticas, a maior parte da tecnologia moderna não existiria. 

Agora, é razoável imaginar que tudo isso foi gerado pelo acaso? Que não havia uma mente extremamente poderosa por trás? Confesso que não tenho fé bastante para crer nisso. 

Portanto, parece lógico admitir que houve sim uma mente por trás de toda essa ordem e é a essa mente, infinitamente poderosa, que chamamos de Deus Criador. 

Lembre-se disso quando conversar com um ateu. Faça esse raciocínio para ele. Você poderá ajudá-lo a entender uma verdade que talvez nunca lhe tenha ocorrido.

Com carinho

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

UM LIVRO MARAVILHOSO

Anne Frank foi uma adolescente judia que viveu em Amsterdã, capital da Holanda, durante a segunda guerra mundial. Quando a perseguição nazista começou, sua família (ela, o pai, a mãe e uma irmã) se escondeu num sótão de uma casa, cuja entrada foi disfarçada por uma parede falsa. Uma outra família de judeus (pai, mãe e irmão) se juntou a eles no esconderijo. 

Essa casa, inclusive o sótão, pode ser visitada em Amsterdã, no Museu Anne Frank. Tive oportunidade de conhecer aquele local e confesso que foi uma das experiências mais emocionantes da minha vida.

As duas famílias viveram escondidas durante alguns anos, ajudadas por amigos holandeses abnegados, que lhes levavam comida, roupas e as demais coisas de que necessitavam. É impressionante que tenham conseguido se manter escondidos por tanto tempo.

Acabaram presos pelos nazistas e mandados para um campo de concentração, onde foram mortos, exceto o pai de Anne - a adolescente morreu poucos meses antes do campo de concentração onde estava presa ser libertado pelos soldados aliados. 

Durante seu período no esconderijo, Anne escreveu um diário, onde falou da vida que viveu ali, dos seus sonhos, do encontro do amor (apaixonou-se pelo filho da outra família) e de suas angústias. O diário foi encontrado por uma amiga, depois que as famílias foram presas. O último texto do diário foi escrito exatamente 70 anos atrás, o que deu origem a muitas comemorações no mundo inteiro.  

Depois que o pai de Anne foi solto do campo de concentração, ele organizou o material encontrado e o publicou. "O diário de Anne Frank" tornou-se um sucesso mundial e deu origem a filmes e peças de teatro. Pode ser encontrado com facilidade em português. Se você puder, não deixe de lê-lo. Garanto que será uma experiência inesquecível. 

O legado que Anne deixou para todos nós não tem preço. É uma lição de vida e uma prova que o ser humano pode criar algo belo e bom mesmo nas condições mais difíceis. 

Com carinho

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O NOVO "TEMPLO DE SALOMÃO" EM SÃO PAULO

Acabou de ser inaugurada, em São Paulo, uma igreja evangélica gigantesca, obra luxuosa que custou quase R$ 700 milhões. Nela foram utilizados materiais da melhor qualidade, boa parte deles importados. Impressiona a quem olha.

Essa nova igreja foi denominada "Templo Salomão", pois alega seguir o modelo que foi utilizado pelo rei Salomão no templo de Jerusalém, construído cerca de 3.000 anos atrás. Mas, na verdade, a nova igreja apresenta mais diferenças do que semelhanças com o templo original - basta lembrar que o templo de Salomão media apenas 27 m x 9 m, uma bagatela perto da igreja que acabou de ser construída.

A pergunta que cabe, então, é porque houve essa preocupação dos donos da nova igreja de "ancorar" sua imagem à do templo de Jerusalém? Penso que existiram duas motivações.

A primeira foi angariar como que um "selo de aprovação" divina para a nova igreja. Afinal, foi o próprio Deus quem orientou a construção do templo original e há na Bíblia uma detalhada descrição do que foi construído (1 Reis capítulos 6 e 7). Talvez por isso quase não houve críticas à nova obra no meio evangélico - pelo contrário, a maioria das pessoas com quem tenho falado se mostra entusiasmada com o que foi feito. 

O segundo aspecto tem a ver com o modelo de religião para o qual essa nova igreja aponta: rico e grandioso. Mas esse é o modelo errado de religião para o cristianismo, como mostro a seguir. 

Foi a partir de Moisés (alguns séculos antes de Salomão) que a religião dos israelitas se tornou consolidada e sistematizada. Deus estabeleceu quem deveria ser sacerdote, a liturgia que deveria ser seguida nas cerimônias religiosas, quais festas precisariam ser comemoradas (como Yom Kippur e Páscoa) e assim por diante. 

Salomão foi o rei mais rico de Israel e foi justamente durante seu reinado que a religião adquiriu um cunho rico e grandioso. Construiu o templo de Jerusalém e conduziu ali grandes festividades, onde milhares de animais foram sacrificados. E infelizmente essa riqueza e poder gerou enormes distorções - toda vez que a religião se torna poderosa e rica, isso acaba acontecendo. 

Tanto foi assim que, cerca de 1.000 anos depois de Salomão, Jesus denunciou com vigor essas distorções, chegando a expulsar os vendedores e cambistas de moeda que operavam no recinto do templo de Jerusalém. Ele criticou muito a classe sacerdotal, que se preocupava mais em enriquecer, do que em pastorear o povo.  

Assim, se alguém procurar encontrar na Bíblia referencias a uma religião rica, para poder justificar uma igreja como aquela que acabou de ser construída, vai ter que olhar para Salomão e para os reis que o sucederam. Se olhasse para Jesus e para os seus apóstolos, jamais conseguiria justificar um prédio desse tipo.

Não é de estranhar, portanto, que a nova igreja tenha sido "ancorada" em Salomão. E é aí que reside minha perplexidade. Como uma denominação que se diz cristã toma como modelo aquilo que Salomão e seus sucessores fizeram e se esquece daquilo que o próprio Jesus criticou? 

Não faz qualquer sentido. E fico triste de precisar fazer essa constatação.

Com carinho   

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

COMO DEMONSTRAR AMOR AO PRÓXIMO

Há muitas formas de demonstrar amor ao próximo. Algumas, como a caridade e a misericórdia, são bem conhecidas, mas outras acabam passando meio despercebidas. 

Gostaria de discutir aqui cinco formas importantes de demonstrar amor ao próximo:

1) Ouvir
As pessoas tem cada vez menos tempo e disposição para ouvir os outros. Por exemplo, o marido ocupado pode achar que a esposa perde muito tempo contando todos os detalhes do que aconteceu na sua vida ao longo do dia. Ou ainda pode ser que o chefe pense não ter tempo suficiente para ouvir as "bobagens" dos subordinados. E assim por diante.

Jesus sempre teve disposição e dedicou tempo para ouvir os outros, mesmo aqueles que eram contra ele, como os escribas e fariseus. E ouvia as pessoas exatamente porque as amava - Ele investia seu tempo nelas. 

E é isso que devemos fazer. O ato de ouvir atentamente, por si só, já é uma forma de afirmar para a outra pessoa que ela é importante.

2) Respeitar
A falta de respeito é um problema muito comum. E pode haver várias causas para isso. Por exemplo, o excesso de intimidade, como ocorre depois de vários anos de casamento. Outra causa é o desnível social: as pessoas com nível social mais elevado muitas vezes olham para as de nível inferior com falta de respeito, pois lá no fundo se acham melhores.

A Bíblia ensina que cada ser humano é digno de respeito por carregar em si o sopro da vida dado por Deus - é exatamente esse ensinamento que deu origem ao conceito de "direitos humanos". Portanto, não há como amar de fato sem respeitar. 
 
3) Orar
Orar pelas outras pessoas - interceder pelos seus problemas junto a Deus - é prova de amor. E fazer isso, quando se tem os próprios problemas batendo à porta, é prova ainda maior.

Nunca perca uma oportunidade de ajudar os outros através da oração. Nunca deixe que seus próprios problemas tornem você insensível aos que estão à sua volta. 

4) Compartilhar

É comum que as pessoas compartilhem seus problemas umas com as outras. Mas muito menos comum é compartilharem as coisas boas. 


Por exemplo, muitas pessoas resolvem reservar para si mesmas e aqueles poucos(as) a quem amam os bens que conseguiram amealhar - dinheiro, casa de praia, etc. 

Outras pessoas se recusam a compartilhar os seus conhecimentos. Por isso é comum nas empresas que determinadas coisas somente sejam conhecidas por algumas poucas pessoas, que guardam essas informações zelosamente para manter seu "poder". Também é comum tentar manter para si mesmo(a) as informações que podem gerar vantagens, como a referencia das lojas onde é possível fazer compras a preço baixo (se a notícia se espalhar, outras também vão querer aproveitar e os preços vão acabar subindo). 

Dividir o próprio tempo com aqueles que precisam - de um conselho, de ajuda física, etc - é outra forma de demonstrar amor. Deixar o próprio conforto ou interesses por colocar à frente os outros(as) é prova fundamental de amor. Mas infelizmente isso é pouco comum - é mais fácil conseguir que as pessoas doem dinheiro do que seu tempo à obra de Deus. 

E nunca esqueça que o outro nome que damos para quem guarda apenas para si e uns poucos queridos aquilo que tem de bom é simplesmente egoismo.

5) Reconciliar-se
Perdoar e reconciliar-se são coisas diferentes: o perdão pode vir sem reconciliação e às vezes é necessário que seja assim. 

Mas aquelas pessoas que têm capacidade de perdoar e realmente deixar para trás aquilo que as magoou, retomando o relacionamento em bases zeradas, demonstram enorme capacidade de amar. Afinal, reconciliar-se é muito mais difícil do que apenas perdoar.

Ouvir, respeitar, orar, compartilhar e reconciliar-se são formas bem avançadas de demonstrar amor pelo próximo. E ter capacidade de exercê-las é sem dúvida indicação de grande maturidade espiritual.

Com carinho