sábado, 13 de outubro de 2012

OS FINS, OS MEIOS E O PROCESSO DO MENSALÂO

O processo do "mensalão" vai chegando ao seu final, depois de despertar grande interesse do público e dos meios de comunicação. Mas meu tema aqui não é a questão do saneamento das práticas políticas brasileiras - embora eu torça muito para que isso aconteça. 

Vou falar de algo que me chamou atenção ao longo do processo judicial: pelo menos um dos réus - refiro-me a José Genoino - tem perfil diferente dos demais, levando vida modesta e tendo uma história de vida bonita, marcada pela luta a favor da democracia e da justiça social.

Então, como é possível que uma pessoa assim entre numa "roubada" dessas, participando de algo em desacordo com sua própria história de vida? Acho que esse é mais um caso de erro com base no princípio "os fins justificam os meios". 

Penso que o que aconteceu nesse caso foi mais ou menos o seguinte: como o dinheiro ia ser usado para uma boa causa - manter no controle do Governo Federal um partido que Genoino acreditava privilegiar corretas -, era razoável ser "flexível" quanto à forma a ser usada para conseguir e distribuir esse dinheiro. Como a causa era nobre, não importava muito os meios usados para realizá-la com sucesso.  

Esse mesmo tipo de erro esteve presente muitas vezes na história do cristianismo. Por exemplo, na Idade Média, os cristãos acreditavam que aqueles que não eram batizados iam direto para o inferno. Daí era elogiável fazer qualquer esforço no sentido de batizar o maior número possível de pessoas, mesmo que fosse preciso empregar a força. E, por causa, índios, judeus, africanos e outras populações não cistãs sofreram graves perseguições e abusos.

Infelizmente também há muitos exemplos atuais para apresentar: agressão a pessoas consideradas "pecadoras" (por exemplo, gays e prostitutas), assassinato de médicos que realizaram abortos, invasão e destruição de terreiros de religião afro, etc. E a lógica é sempre a mesma: para combater um mal ou fazer um bem, vale qualquer coisa.

Ora, a Bíblia nos ensina postura totalmente diferente. Numa religião calcada no amor ao próximo, nunca deve ser possível esquecer a qualidade dos meios usadaos para se chegar a determinado fim. Fazer o bem ou evitar um mal não justifica desenvolver ações erradas aos olhos de Deus. Isso simplesmente contraria o cerne daquilo que Jesus ensinou e viveu. 

Nesse momento em que vemos diversos políticos sendo condenados pela justiça, alguns até com possibilidade de ir para a cadeia, ao invés de exultarmos com a desgraça dessas pessoas, melhor seria refletir sobre os erros cometidos por eles - como procurei fazer neste texto -, para não seguirmos também por caminhos errados. 

Com carinho

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

POR FAVOR, ALGUÉM SALVE O RIO JORDÃO

O rio Jordão liga o lago de Tiberíades (ou mar da Galileia), no norte de Israel, ao Mar Morto, no sul, junto ao deserto do Sinai. Margeia todo o território de Israel a leste e é uma fonte fundamental de água para aquela região. 

O Jordão foi extremamente importante na história do povo de Israel, inclusive no ministério de Jesus Cristo. E basta citar dois fatos para comprovar isso.  O primeiro ocorreu quando o povo de Israel, saído do Egito e após 40 anos de peregrinação no deserto do Sinai, foi entrar na Terra Prometida e teve que atravessar o Jordão. Para que essa travessia desse certo, ocorreu um milagre parecido ao da travessia do Mar Vermelho, pois as águas do rio Jordão se separaram e Israel passou no leito seco (Josué capítulo 3).
 

Foi também no Rio Jordão que João Batista exerceu seu ministério e batizou a Jesus (veja mais).

O rio Jordão hoje em dia
 
 


A foto acima retrata o grau de poluição que existe hoje no rio. O cenário é desolador - o rio está morrendo, assim como acontece com diversos rios que cortam as cidades brasileiras, como o Tietê, em São Paulo.
 

Resíduos agrícolas e esgoto são lançados no Jordão em diversos pontos. Barragens nesse rio e nos seus afluentes, como o Jaboque (onde Jacó teve a luta com o anjo), diminuíram radicalmente o fluxo de água, o que está fazendo o mar Morto encolher a olhos vistos. O fluxo de hoje é apenas 4% daquele que existia cerca de 100 anos atrás.
 

A situação ficou tão grave que o governo de Israel finalmente resolveu agir e lançou um plano para despoluição. Mas como existe uma grande distância entre os planos que os governos formulam e o que é feito na prática, ainda não há qualquer razão para nos alegrarmos. 

Vamos pedir a Deus que esse plano resulte em algo positivo, antes que seja tarde demais, e o rio Jordão vire apenas um registro nas páginas dos livros de história e na própria Bíblia.

Com carinho