sábado, 25 de maio de 2013

O PEQUENO CAMINHO DE RUTH LEMING

Era uma vez uma família que morava numa pequena cidade - cerca de 2.000 habitantes - no interior dos Estados Unidos. A família teve dois filhos - um menino (Rod) e uma menina (Ruth) - e levou uma vida bastante normal, como tantas outras. Era uma família religiosa que frequentava uma pequena igreja Metodista, como é muito comum no interior dos Estados Unidos.

Mas a família tinha um problema incomum que causou muito sofrimento. Rod era um intelectual e não uma pessoa voltada para atividades físicas. Ora, no tipo de ambiente em que moravam, a prova de masculinidade era gostar de atividades ao ar livre - caçar, pescar e acampar. Mas o prazer de Rod era frequentar bibliotecas e frequentar encontros políticos.

Por conta disso, ele sofreu bullying na escola e nunca se sentiu adaptado àquela pequena cidade. E assim que pode foi para a cidade grande. Formou-se em jornalismo e passou a ter uma vida intelectual muito ativa, escrevendo para vários jornais, escrevendo livros e mantendo diversos blogs.

A irmã, Ruth, era diferente: sempre se adaptou perfeitamente à vida no interior, pois achava que ali estava tudo o que queria e precisava. Formou-se professora, casou-se com seu primeiro namorado, teve três filhas e ficou morando na mesma cidade onde nasceu. 

E Ruth era uma pessoa especial, extremamente bondosa e gentil, querida pela cidade toda. E, de certa forma, era o filho que o pai deles queria ter tido, pois gostava da vida ao ar livre. É claro que Ruth não era perfeita, pois rejeitou seu irmão, já que não podia entender sua forma diferente de ser. 

Rod, sentindo-se rejeitado pela própria família, reagiu de forma agressiva e a família acabou meio rachada, embora ele nunca tenha deixado totalmente de frequentar a casa dos pais. E esse processo negativo acabou por levar Rod a uma vida espiritual confusa, conforme ele mesmo reconhece, durante a qual ele passou por diversas religiões, sem se sentir "em casa" em qualquer delas. E isso gerou outra fonte de crítica a ele, pois Ruth nunca entendeu a inquietude do irmão: "Será que meu irmão pensa que os metodistas não são suficientemente bons para ele?"

Anos depois, Ruth foi diagnosticada com um câncer intratável no pulmão e não durou muito (menos de dois anos). Sua doença teve um impacto enorme na cidade - uma coisa muito boa nas cidades do interior é a solidariedade que elas conservam, coisa que ficou meio perdida nas cidades grandes. 

Os vizinhos fizeram uma coleta para levantar fundos para o tratamento dela e entradas para o evento foram vendidas a R$ 20 por pessoa. E veio gente durante toda a noite e muitos pagavam com notas de cem e deixavam o troco. 

Certo homem voltou a orar, depois de muitos anos, pois queria fazer algo por Ruth e isso era o que estava ao seu alcance. Pessoas separadas por questões políticas - algo muito sério em cidades pequenas - se reconciliaram, porque participaram de reuniões onde todos oravam por ela. O homem que foi o principal responsável pelo bullying que Rod sofreu, quando jovem, telefonou-lhe para fazer as pazes. Exemplos como esses se multiplicaram. 

E, ao longo desse processo todo, Rod acabou fazendo as pazes com sua cidade, com suas origens. Mas somente teve consciência plena disso depois do enterro da irmã, quando finalmente percebeu que toda a mágoa tinha acabado - ela acabou por voltar a morar na sua cidade para ficar perto da sua família.

Naturalmente, durante a doença de Ruth, as pessoas da cidade se perguntavam porque uma pessoa tão boa tinha que passar por aquele sofrimento. Qual seria o objetivo de Deus ao permitir esse tipo de coisa? 

Ruth sempre disse para todos não ficarem zangados com Deus, para verem o lado positivo das coisas e que sabia que Deus estava com ela. E sua fé tornou-se um exemplo para todos. 

O fato é que naquela cidade Deus usou o sofrimento de uma mulher para mudar a vida espiritual de toda uma comunidade. Injusto com a mulher, poderia pensar alguém, pois, de certa forma pagou, foi ela que pagou o preço pelo BEM que aconteceu.

Há sentido nesse argumento, mas não podemos esquecer que o sacrifício de Jesus foi exatamente isso, mas em escala muito maior: Ele carregou sobre si nossos pecados até a cruz. E se Deus não hesitou em usar seu próprio Filho dessa forma, não há porque estranhar o que aconteceu com Ruth.   

Rod escreveu um livro maravilhoso para relatar toda essa experiência, mas que ainda não foi traduzido para o Português ("The little way of Ruthie Leming", cuja tradução deveria ser "O pequeno caminho de Ruthie Leming").

E ele conta que, quando estava orando por Ruth, em dado momento sentiu uma presença maravilhosa que lhe revelou que ela não iria sobreviver, mas que haveria muito BEM vindo de tudo aquilo. Em paralelo, Ruth também teve uma experiência espiritual que lhe tirou todo o medo, comprovando o cuidado que Deus teve com ela.

E quero terminar com um ensinamento que está no livro: "a vida não é um mistério a ser decifrado, mas uma experiência a ser vivida com fé e em comunidade". 

Com carinho  

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O DEPOIMENTO DE UMA MULHER CORAJOSA

"...Eu tenho um gene defeituoso, BRCA1, que aumenta radicalmente minha chance de desenvolver cancer de mama e dos ovários. Meus médicos estimaram que tinha 87% de chance de desenvolver câncer de mama e 50% de ovário, embora esse risco varie para cada mulher.
Assim que fiquei sabendo dessa realidade, decidi ser pró-ativa e minimizar o risco o quanto pudesse. Tomei a decisão de fazer uma mastectomia dupla preventiva. Comecei com os meus seios, porque o risco de cêncer ovariano é menor e a cirurgia dos seios é muito mais complicada.  
... Estou divulgando essa informação porque espero que outras mulheres possam se beneficiar da minha experiência. O câncer ainda é uma palavra que causa medo no coração das pesoas, produzindo um profundo sentimento de impotência. Mas hoje é possível saber através de um simples exame de sangue se você é altamente suscetível de de desenvolver esses tipos de câncer e fazer algo a respeito.
... A decisão de fazer uma mastectomia não foi simples. Mas eu me alegro de tê-la tomado. Minhas chances de desenvolver câncer de mama cairam de 87% para apenas 5%. Posso dizer para meus filhos que não precisam mais ter medo de me perder para o câncer de mama.   
 ... Em termos pessoais, eu não me sinto menos mulher. Sinto-me fortalecida por ter feito uma escolha importante que de nenhuma maneira diminuiu minha feminilidade... Angelina Jolie, artista, 37 anos

Achei esse depoimento tão importante que quis dividi-lo com vocês. Embora Angelina não seja cristã, o que ela disse e fez está em total acordo com o que a Bíblia ensina.

Primeiro, ela não teve medo de dar seu testemunho - falar sobre o que viveu e os resultados que obteve. Testemunho é uma palavra bonita para propaganda boca-a-boca, coisa que fazemos normalmente, recomendando lojas, restaurantes, etc. Mas muitas vezes não dividimos dificuldades por vergonha ou para manter a imagem que temos. Testemunho é sobretudo um ato de amor ao próximo, uma forma de ajudar os outros a não cometerem os mesmos erros. 

Em segundo lugar, Angelina foi pró-ativa - conheceu seu problema e foi atrás da melhor solução ao seu alcance. Não ficou sentada, adiando a decisão.

Depois, ela teve responsabilidade com seu corpo, coisa que poucas pessoas fazem de forma efetiva. As pessoas sabem que não podem fazer certas coisas (como comer determinados alimentos) ou que precisam fazer outras (como exercícios) e não fazem o que precisam - ficam adiando (eu mesmo nunca faço os exercícios físicos que preciso). Nosso corpo, ensina a Bíblia, é uma dádiva de Deus e o templo do Espírito Santo e é nossa obrigação cuidar bem dele.   

Em quarto lugar, ela passou uma mensagem de esperança - de que é possível olhar os problemas da vida de frente, ao invés de ficar se lamentando e culpando Deus e/ou os outros. 

Finalmente, ela provou que ser mulher é muito mais do que simplesmente manter um corpo perfeito - e precisamos lembrar que ela é uma artista, para quem a imagem física é muito importante.

Bravo, Angelina. Belo exemplo. 

sábado, 11 de maio de 2013

PECADO POR OMISSÃO





A foto acima causou-me uma enorme impressão - trata-se de um casal abraçado na morte, que chegou para eles pelo desmoronamento de um prédio em Bangladesh. 

Trabalhavam naquele prédio milhares de pessoas em condições de semi-escravidão - mais de mil dentre elas morreram no desastre -, fabricando roupas baratas, que eram exportadas para os mercados internacionais.

Fquei pesnando sobre como ouço falar com frequencia sobre como as roupas são baratas em locais como Miami e Nova Iorque - as pessoas chegam a viajar sem levar qualquer nada para comprarem um enxoval completo lá a preços inacreditáveis. 
E é evidente que algo não pode estar certo para que esses artigos custem tão barato. No caso, o que está envolvido é o trabalho escravo de milhares de infelizes. Mas isso só acontece porque há quem tira proveito disso tudo. 
As empresas ganham ao vender mais por terem preços menores e os consumidores também ganham porque conseguem artigos aos quais nunca poderiam ter tido acesso se eles fossem vendidos a preços normais. Assim, todos ficam felizes e o mal se perpetua.  
É parecido ao que acontece quando alguém oferece um celular que custa cerca de 2 mil reais por 10% desse valor - é claro que se trata ou de uma falsificação ou de mercadoria roubada. Mas há pessoas que, por ignorancia ou não se importarem, acabam comprando.
Depois desse desastre ganhar as manchetes internacionais, lojas americanas importantes se dissseram "horrorizadas" e asseguraram que vão cancelar seus contratos com os fornecedores que operavam no prédio que desmoronou. O que não conatarm é que vão assinar contratos com fornecedores semelhantes, de outros lugares. E vai tudo continuar no mesmo.
Temos aqui o caso clássico do que a Bíblia chama de "pecado por omissão" - as pessoas se omitem porque não querem saber e permitem a perpetuação do mal. Elas olham para o lado e seguem com suas vidas, sem perceber que seu estilo de vida contribui para manter a perversidade da sociedade moderna. Pense nisto.


A MORTE DE UM HOMEM ESPECIAL


Morreu nesta semana, aos 77 anos, depois de longa batalha contra o cancer, o filósofo cristão Dallas Willard. Ele é o autor de vários livros muito importantes, dentre os quais recomendo dois: "A Conspiração Divina" e "O Espírito das Disciplinas".

Transcrevo abaixo parte do depoimento dado por outro filósofo vcristão à revista Christianity Today a respeito dos ensinamentos deixados por Dallas, que têm tido grande influência no meio cristão:
" Muitos de nós na igreja cristã fomos influenciados pelos ensinamentos de Dallas, normalmente caracterizados como voltados para 'formação espiritual', embora a preocupação real dele sempre tenha sido o 'Reino de Deus' ou, como ele sempre disse 'a vida com Deus'.
Dallas nos  ensinou que há quatro grandes questões que os seres humanos precisam responder: O que é a realidade? O que é uma vida boa? Quem é uma boa pessoa? E como eu posso me tornar uma boa pessoa?
Sua meta sempre foi responder essas perguntas, e viver plenamente as respostas. E ele tinha a certeza que ninguém fez isso melhor do que Jesus Cristo". 

Eu devo muito aos ensinamentos dele, presentes em vários posts deste blog. Dallas, que Deus o recompense por tudo que fez. Descanse em paz na glória do Senhor. 

Com carinho