quinta-feira, 27 de novembro de 2014

EU TENHO UM SONHO...

Eu tenho o sonho que meus quatro filhos pequenos um dia irão viver numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele mas pelo conteúdo do seu caráter…
Rev. Martin Luther King, em 28/08/1963, no discurso mais importante discurso da história recente dos Estados Unidos.

O Rev. King sempre sonhou com o fim do racismo no seu país, mesmo quando, no sul dos Estados Unidos, os negros ainda eram massacrados por organizações de homens mascarados. E, apenas com a força desse sonho, ele conseguiu angariar apoio político para mudar as leis que discriminavam os negros naquele país. 

Um sonho parecido teve o Mahatma Ghandi, quando lutou para libertar, também de forma pacífca, a Índia do jugo colonial. John Wilberforce também sonhou e liderou a luta para abolição da escravidão na Inglaterra. 

Sonhos são coisas importantes e é preciso manter a capacidade de sonhar, mesmo quando há obstáculos pela frente. Afinal, os sonhos são tão necessários como o ar que se respira. 

É preciso não perder a esperança. Nunca. Foi isso que o apóstolo Paulo ensinou em sua primeira carta aos Coríntios (capítulo 13, versículo 13). 

E Deus se dispõe a apoiar seus filhos(as) a superar as dificuldades ou a encontrar novos sonhos que venham a dar sentido às suas vidas. Lembro bem do depoimento que um homem deu durante uma aula de Escola Dominical que eu estava dirigindo. Esse homem, hoje um pastor Metodista, teve seus sonhos achatados em 2000 por um problema de saúde, que quase o tornou um paralítico, e pela morte trágica de sua filha. Mas o Espírito Santo o conduziu amorosamente em nova direção e restaurou sua vida, fazendo-o encontrar novo sentido para viver, dentro do pastorado. 

O apoio de Deus para a realização dos sonhos é fundamental. Sem isso, tudo se torna mais difícil. Mas só é possível contar com esse apoio quando o sonho for adequado, o certo para a vida daquela pessoa. Se a pessoa resolver sonhar uma coisa que pensa ser boa, mas que Deus sabe não ser adequada, Ele não vai se envolver. Não pode se envolver.

Mas como saber se um sonho é aprovado por Deus? A resposta é simples: perguntando para Ele. E o meio mais simples e direto para fazer isso é através da oração. Algumas vezes Deus também vai falar através de profecias. 

Pergunte e pode ter certeza que Deus irá responder. E se a confirmação vier, nunca perca a esperança, não importa o que venha a acontecer, pois nada poderá impedir a realização daquele sonho.

Que você, assim como o Rev. King, sempre possa dizer: “eu tenho um sonho e ele me alegra a alma”.

Com carinho

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

REINTERPRETANDO O SOFRIMENTO

Uma mãe foi apresentar suas três filhas para uma visita. Apontou para a mais velha e disse: “essa é a minha filha mais feinha”. Essa história aconteceu cerca de 70 anos atrás e me foi contada, com lágrimas nos olhos, pela própria filha “mais feinha”. A filha nunca esqueceu - interpretou a declaração da mãe como uma rejeição, mesmo que essa não tenha sido a intenção original da mãe. 

Na verdade, os fatos que ocorrem na vida de cada pessoa acabam por ter o significado que ela lhes atribui. Um mesmo fato pode ter significado positivo para uma pessoa e negativo para outra. 

Como o significado vem da interpretação que cada pessoa dá aos fatos, é possível mudar o significado, por exemplo, tornando uma coisa ruim em algo bom, reinterpretando os fatos. E o cristão é ensinado a fazer exatamente isso. 

Vou tentar explicar isso melhor através de um exemplo, muito conhecido, que aconteceu com o próprio Jesus exatamente na noite em que foi preso. Ele sabia o que estava para acontecer e certamente sofreu a expectativa do sofrimento que estava por vir - a Bíblia chega a dizer que Ele suou sangue por conta da enorme tensão. Jesus aproveitou as últimas horas que tinha para comemorar a Páscoa dos judeus, participando de uma ceia em “família” (seus discípulos mais próximos). 

Para Jesus, aquela comemoração foi uma despedida da sua vida terrena e o início de um período de muitas dores. Durante a ceia, Jesus tomou o pão e o partiu e disse que aquilo era seu corpo, entregue ao martírio para salvação dos seres humanos. Depois tomou o vinho e disse que aquilo era seu sangue, a ser derramado por todos nós. E mandou que os discípulos continuassem a fazer o mesmo tipo de cerimônia em memória do seu sacrifício - foi instituída ali o sacramento da Santa Ceia (Marcos capítulo 14, versículos 22 a 26). 

A reinterpretação dos fatos feita por Jesus transformou um evento profundamente triste, num motivo de esperança para todos os seres humanos. E como Jesus conseguiu fazer isso? Olhando além dos fatos humanos - a abordagem humana somente conseguiria ver medo e tristeza. 

Quando Jesus colocou Deus na equação, o significado mudou. Haveria sofrimento sim, mas o sacrifício de Jesus iria abrir as portas da salvação para todos os seres humanos. O sofrimento de Jesus deixou de ser motivo de angústia e tristeza para se tornar no motivo de esperança. E foi isso que deu motivação aos discípulos para enfrentar todas as dificuldades que estavam por vir e pregar o Evangelho de Jesus a todos que viram pela frente.

Jesus ensinou que é preciso olhar para os fatos, especialmente aqueles que trazem sofrimento, buscando ver neles "as impressões digitais" de Deus. Sei que isso é muito difícil, especialmente quando o sofrimento é grande, mas quem consegue fazer isso tem sua vida inteiramente transformada.  

Trata-se de sempre tentar entender as coisas olhando para elas sob o ponto de vista de Deus. Já dei o exemplo do próprio Jesus, transformando seu sofrimento numa celebração periódica do plano da salvação de Deus. Um outro exemplo, esse relacionado com uma coisa boa, pode ser útil nessa discussão. 

Imagine que você recebeu uma promoção no emprego. É claro que isso é motivo de alegria e de realização pessoal - essa é a visão humana. Mas tente entender também o que Deus está mostrando para você a partir desse fato. Será que faz sentido pensar que Deus esteja esperando apenas que você passe a consumir mais, por ter mais dinheiro? Ou espera mais de você? 

Essa outra reflexão traz Deus para o centro da discussão e certamente vai levar você a conclusões bem distintas daquelas que chegaria se pensasse apenas no benefício material de um salário maior.

Portanto, tente sempre olhar para os fatos que acontecem na sua vida tanto sob o ponto de vista humano - aquele que normalmente é usado -, mas também tentando ver como Deus está olhando para aquilo que aconteceu. Isso é muito mais difícil de fazer quando há sofrimento envolvido, mas isso não deve desanimar você. Procure o sentido mais profundo das coisas, aquele que Deus dá. 

É claro que muitas vezes somente é possível ver o significado mais profundo do sofrimento anos depois. O sofrimento cega as pessoas e isso é natural. Muitas vezes somente é possível entender o lado de Deus tempos depois, quando há distanciamento emocional dos fatos.

Um bom exemplo disso é José, vendido como escravo, ainda adolescente, pelos próprios irmãos. Os irmãos cometeram essa barbaridade porque estavam enciumados com a preferencia que o pai deles, Jacó, demonstrava por José. O rapaz foi levado ao Egito, onde passou por muito sofrimento, mas eventualmente acabou se tornando o segundo homem mais poderoso daquele país - braço direito do faraó. Por conta disso, José teve condições de acolher sua família no Egito, salvando-a da grande fome que quase vinte anos depois aconteceu naquela região. 

Já velho, olhando sua vida em retrospectiva, José reinterpretou os fatos e percebeu naquilo tudo um plano de Deus para salvar sua família (Gênesis capítulo 50, versículos 15 a 21). E ele conseguiu perdoar os irmãos.

É claro que, se José fosse perguntado, quando ainda era escravo, o que estava achando daquilo tudo, provavelmente diria que Deus tinha se esquecido dele - que estava sofrendo de forma injusta. E seria normal esse tipo de reação. 

Com a perspectiva dos anos, José conseguiu olhar para o seu sofrimento com outro olhos e transformar algo ruim em uma coisa boa. E isso somente foi possível quando José percebeu a presença de Deus em tudo o que aconteceu.

Concluindo, quais são os fatos da sua vida que têm lhe causado sofrimento e podem ser reinterpretados, introduzindo Deus no quadro da sua análise? Será que seu sofrimento, embora duro e difícil, não pode passar a ter outro significado?

A Bíblia está cheia de relatos de pessoas - como Jesus ou José - que comprovam não ser possível evitar o sofrimento humano. Queiramos ou não, sofrer é parte da vida humana. E sempre é possível dar um novo significado à experiência vivida, mais positivo, que permite livrar você de sentimentos ruins, como raiva, mágoa, necessidade de vingança, etc.  

E a forma para conseguir fazer isso é entender o ponto de vista de Deus. O que Ele espera? O que pretende ensinar ou mostrar? E, como já disse antes, quem consegue fazer isso tem sua vida transformada. 

Com carinho    

terça-feira, 11 de novembro de 2014

DONS E MINISTÉRIOS

Lá por volta de 1985, eu estava numa reunião de oração. Minha vida espiritual não estava boa, o que é muito comum em pessoas jovens, no auge da sua carreira profissional.

Confesso que estava meio distraído durante as orações, até que um pastor olhou para mim e disse: “Deus me faz saber que o irmão tem dois dons espirituais, sendo o primeiro deles o ensino (da Palavra de Deus). Você conhecerá o segundo mais tarde...

Confesso que  não acreditei muito naquela revelação e cheguei a pensar: “esses pastores têm mania de encontrar dom espiritual para todo mundo”. E a minha vida seguiu.

Três anos depois, entrei numa livraria – mania que me faz comprar mais livros do que realmente consigo ler. De repente, vi um livro (em inglês) de introdução ao Velho Testamento. E tive vontade irresistível de comprá-lo, embora naquela época eu quase não lesse textos cristãos, exceto a Bíblia, de vez em quando. Só fui começar a ler aquele livro quase dois meses depois e um novo mundo se abriu para mim. 

Poucos meses depois, participei de um pequeno grupo de estudo bíblico realizado no consultório de uma amiga. Num dos encontros semanais, o mesmo pastor que tinha me dado a revelação inicial pediu-me para preparar um estudo para o grupo. Para minha surpresa, senti prazer em cumprir aquela tarefa. Não demorou muito e eu estava dirigindo o grupo. E nunca mais parei. 

Levou algum tempo até eu me dar conta que a revelação dada três anos antes tinha se cumprido: eu realmente recebera o dom de ensinar a Palavra de Deus. E falo isso com humildade, pois não se trata de mérito meu e sim de uma dádiva do Espírito Santo. 

Por que Deus me escolheu para essa atividade? Não tenho a menor ideia, mas fato é que essa escolha passou a determinar o rumo da minha vida.

Dons espirituais e ministérios
Dons espirituais são o revestimento de poder que as pessoas recebem do Espírito Santo para realizar a obra de Deus. Qualquer pessoa que se disponha sinceramente a trabalhar na obra de Deus receberá os dons necessários para isso. Não é privilégio de ninguém.

Assim, dons são dados não para proveito pessoal de quem quer que seja - por isso não se pode ganhar dinheiro com eles.

Agora, gostaria de introduzir outro conceito importante: ministério. Trata-se da missão que cada pessoa executa na obra de Deus. Por exemplo, este blog é um ministério de ensino da Palavra de Deus. Uma pessoa que visite doentes terminais em hospitais públicos, para levar-lhes conforto, estará exercendo o ministério de misericórdia. Um pregador, que trabalha para ajudar a converter pessoas para Cristo, estará exercendo o ministério de evangelista. E assim por diante.

Algumas igrejas, como a metodista (a qual frequento), chamam as diferentes áreas da sua organização de “ministérios”. E isso acaba gerando confusão, pois um ministério como o que tenho aqui no blog é diferente do que acontece numa igreja local. Aqui não tenho nenhuma organização por trás de mim. Agora, quando atuo na minha igreja local, por exemplo na área de ação social, preciso seguir as normas que foram estabelecidas ali. 

Dons e ministérios precisam se complementar. Para exercer um determinado ministério, a pessoa precisa dos dons que a capacitem para os desafios a serem enfrentados. Por outro lado, se a pessoa tem um dom e não o coloca em uso num ministério, estará desperdiçando aquilo que o Espírito Santo lhe deu e será cobrada por isso. 

Há uma parábola em que Jesus conta que certo rei (Deus) saiu em viagem e deu determinada quantia de dinheiro (dons espirituais) para três diferentes servos. Dois deles fizeram o dinheiro crescer, aplicando-o em atividades rentáveis (usaram com sucesso o poder recebido na obra de Deus). O terceiro, com medo de perder o que lhe tinha sido dado, enterrou o dinheiro (desperdiçou o poder que Deus lhe deu). Quando o rei voltou, os dois que fizeram o dinheiro render foram premiados, enquanto o que nada fez, foi punido (Mateus capítulo 25, versículos 14 a 30). 

Em outras palavras, quem recebe dons espirituais precisa aplicá-los para que a obra de Deus prospere. Se não fizer isso, seremos cobrado(a) por Deus. Agora, com base na minha própria experiência, posso garantir que usar um dom e ver a obra de Deus prosperar é motivo para enorme satisfação e realização pessoal. Quando a pessoa realmente se coloca a disposição da obra fará aquilo que for necessário sem sacrifício e com alegria. 

Você quer usar os dons que Deus tem reservados para você? Antes de qualquer coisa, ore e peça a orientação do Espírito Santo, porque a obra é dirigida por Ele.

Aí faça aquilo que seu coração mandar: ensine a Palavra, ajude um necessitado, console alguém caído, visite doentes, etc. Pode ter certeza que você não vai se arrepender.

Com carinho

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

PROVA ARQUEOLÓGICA DA EXISTÊNCIA DE DAVI

Cerca de 25 anos atrás, havia uma grande discussão histórica: será que o rei Davi realmente existiu mesmo ou não passa de uma figura mitológica? 

Para nós, cristãos, que acreditamos no testemunho da Bíblia, essa dúvida nunca existiu. Davi é uma figura fundamental da história de Israel.

Mas o fato é que não havia nenhum artefato arqueológico que provasse a existência de Davi. Somente textos, como a Bíblia ou escritos dos rabinos judeus, faziam referência a ele. Ora, alguns historiadores e arqueólogos, que passaram a ser conhecidos como minimalistas, lançaram dúvidas sobre a existência de Davi. Para eles, esse homem não passa de um mito - uma figura de fantasia criada pela cultura judaica que estava em busca de um herói que inspirasse as pessoas. 

O debate continuou durante muito tempo e muita gente deu atenção aos minimalistas. Muitos cristãos se sentiam confusos, achando que havia aí um grande problema com o relato bíblico. Até que foi encontrada uma inscrição, numa escavação arqueológica no local de Tel Dan, fazendo referência à "casa (dinastia) de Davi", que reinava sobre Judá à época. A inscrição foi feita em 830 AC, cerca de 150 anos depois do reinado de Davi - a parte realçada na foto abaixo é onde é feita essa referência. 


Ora, o costume daquela época era que cada dinastia fosse referenciada pelo nome do seu fundador. E a dinastia que reinava sobre Judá, a parte sul do reino de Israel (depois que ele se dividiu), descendia de Davi. Além disso, como a inscrição data de apenas 150 anos depois do reinado de Davi, não haveria tempo hábil para um mito ser criado - os estudos mostram que a criação de mitos leva várias centenas de anos. Portanto, essa inscrição é uma prova real da existência do homem Davi - confirma exatamente aquilo que a Bíblia afirma. 

É claro que os minimalistas tentaram reagir, primeiro dizendo que a inscrição era forjada e depois questionando a tradução fazendo referência à "casa de Davi". Mas eles acabaram sendo desmentidos por outros especialistas e a veracidade da inscrição se sustentou. E, a partir daí, os minimalistas foram perdendo credibilidade e embora ainda resistam, gozam de pouca reputação hoje em dia. 

Os minimalistas cometeram um erro conhecido: tomaram a ausência de evidencias (provas) concretas como evidencia da ausência de alguma coisa (no caso, Davi). Esse tipo de erro lógico infelizmente é muito comum - tropeçamos nele a toda hora. Por exemplo, quando os ateus alegam que não encontram provas que Deus existe e, portanto, isso prova que Ele não existe, estão cometendo o mesmo tipo de erro.   
A inscrição encontrada em Tel Dan chamou recentemente a atenção da mídia pois é parte de uma grande exposição de artefatos arqueológicos que está sendo apresentada no Museu Metropolitano de Nova Iorque. Pena que não posso ir a Nova Iorque vê-la de perto. Se você for, não perca essa chance. 

Com carinho