segunda-feira, 29 de abril de 2019

COISAS QUE A BÍBLIA NÃO FALA...

As pessoas pensam que a Bíblia ensina diversas coisas que, de fato, ela não faz isso. E as pessoas acabam moldando suas vidas por esses conceitos, por acreditarem erradamente que eles são bíblicos, e acabam passando por muitos problemas desnecessários. Para ajudar você a separar o joio do trigo, vou apresentar cinco ensinamentos muito conhecidos que parecem vir da Bíblia, mas não encontram apoio lá:

1. Deus ajuda quem se ajuda
Não há nenhuma declaração bíblica estabelecendo que Deus somente ajuda aqueles que ajudam a si mesmos.

É claro que a Bíblia diz que precisamos cumprir nossas obrigações. Mas fazer isso, por si só, não tem sempre como consequência atrair as bençãos de Deus.

Imaginar que o ato de cumprir com as próprias obrigações estaria atrelado às bênçãos de Deus, seria equivalente ao caso dos pais que prometem prêmios para seus filhos estudarem e passarem de ano. Isso é uma coisa muito errada, pois estudar para passar de ano é a obrigações dos filhos e esse resultado deve ser atingido sem qualquer incentivo adicional. Os filhos precisam fazer isso porque é sua responsabilidade. 

E o mesmo acontece com cada uma de nós: devemos cumprir nossas obrigações porque é nossa responsabilidade, mas não devemos esperar receber de Deus qualquer prêmio por causa disso. 

Agora, a Bíblia tem sim promessas para pessoas que decidem fazer determinadas coisas que não são sua obrigação. Por exemplo, "morrer para si mesmo" e seguir Jesus (Mateus capítulo 16, versículos 24 e 25). Há promessas sim, por exemplo, para quem coloca Jesus em primeiro lugar na sua vida, à frente até do seu conforto e das suas necessidades. Mas isso é uma coisa bem diferente.

2. Deus quer que sejamos felizes
A Bíblia nem discute o conceito de felicidade conforme o entendemos hoje em dia - ter nossas necessidades e desejos todos preenchidos. O que a Bíblia fala sim é sobre nosso bem (Romanos capítulo 8, versículo 28), coisa bem diferente do que entendemos ser a felicidade.

Até porque aquilo que pensamos irá nos tornar felizes não é necessariamente o melhor para nós, pois pode não ser aquilo que vai nos fazer bem.

Lembro do caso de um casal que tinha o desejo de ter uma casa de campo. Achava que isso lhe iria trazer felicidade. Acabaram conseguindo realizar seu sonho, mas isso desmontou sua vida espiritual, pois como iam para lá nos fins de semana, deixaram de frequentar sua igreja. O que os fez feliz não concorreu para seu bem.

Deus sabe, melhor do que ninguém aquilo que nos fará bem de fato. E suas escolhas para nós frequentemente não são aquelas que faríamos por conta própria. Às vezes Deus nos leva por caminhos que inicialmente não queremos trilhar. E somente mais tarde, com a passagem do tempo, vamos entender a razão para essa orientação d´Ele. Portanto, Deus quer o nosso bem, mas não necessariamente a nossa felicidade (como nós entendemos isso).

3. Todos somos filhos de Deus
Todos somos criaturas de Deus, ou seja, parte da sua criação. O único Filho de Deus é Jesus - a Bíblia é clara a esse respeito, pois o chama de Unigênito ("o único gerado").

Agora, quando aceitamos Jesus como nosso Salvador, viramos filhos de Deus por adoção (Romanos capítulo 8, versículos 15 e 16). E aí passamos também a ter direito à sua "herança", isto é, a viver eternamente junto a Ele. Portanto, filhos de Deus, por adoção, são somente aqueles que aceitaram Jesus como seu Salvador.

4. Deus não nos deixa passar por mais do que podemos suportar
Esse pensamento nos conforta muito, mas infelizmente não é verdadeiro. Por exemplo, em 2 Coríntios capítulo 1, versículo 8, o apóstolo Paulo declarou claramente que a tribulação pela qual ele mesmo passara estivera além das suas forças.

Não há nenhuma razão para imaginar que os problemas que vão aparecer à nossa frente estarão limitados àquilo que vamos conseguir aguentar. E um exemplo comprova bem isso: milhões de judeus e cristãos foram massacrados durante o regime nazista, na Segunda Guerra Mundial. As maldades cometidas com eles foram diabólicas. Sem dúvida essas pessoas receberam uma carga acima do que seria humanamente possível suportar.

Mas, se a vida pode nos apresentar uma carga além das nossas forças, qual a esperança que podemos ter? O que a Bíblia nos promete mesmo é que teremos Deus ao nosso lado, sempre, mesmo nos momentos mais difíceis. Mesmo quando tudo parece perdido e sem qualquer esperança.

O Salmo 23 diz que ainda que andemos pelo "vale da sombra da morte" não precisamos temer porque Deus estará ao nosso lado. Sozinhos não poderíamos suportar certas coisas que a vida nos traz, mas com a ajuda do Espírito Santo, tudo fica diferente. Passamos a ter forças que vão além das nossas.

5. Coisas ruins não podem acontecer com pessoas boas
Quando falamos de uma pessoa boa, basicamente pensamos em alguém que não rouba, não mente, não adultera e honra seu pai e mãe, dentre outras coisas. Provavelmente essa pessoa vai à igreja todos os domingos, dá o dízimo religiosamente e toma sempre a Santa Ceia.

Tal pessoa parece boa porque demonstra ser melhor do que tantas outras que vemos por aí. Ela parece estar mais de acordo com a imagem de Cristo.

E por ser boa, aos nossos olhos, não parece justo que Deus permita que ela passe por coisas ruins. E quando isso acontece, ficamos perplexos. Por que Deus permitiu que isso acontecesse?

Parece ser um paradoxo, mas não é. A questão de fundo aqui é a definição de "pessoa boa". Aquelas pessoas que são boas aos nossos olhos podem ter um status completamente diferente olhos de Deus (Romanos capítulo 3, versículo 10). Primeiro, porque Ele vê o interior da pessoa, coisas que não conseguimos fazer - Ele não se deixa levar por aparências e nós fazemos isso. Depois, porque Ele é um ser perfeito e santo, coisa que não somos. 

Portanto, os padrões morais de Deus são muito mais elevados do que os nossos. Basta lembrar que Jesus ensinou que o pecado não vem apenas pelo que se faz de fato, mas também pelo que se deseja e se fala (Mateus capítulo 6, versículos 27 e 28). Esses padrões não alcançáveis por nenhum ser humano, portanto, todos nós somos pecadores em alguma medida. E é por isso que todos nós precisamos ser salvos.

Não é por merecimento que qualquer pessoa deveria ser poupado de sofrimento. E, se isso acontece, é apenas por causa da Misericórdia e da Graça de Deus. Só isso.

Com carinho

sábado, 27 de abril de 2019

AMOR INIMIGO

Todos conhecem o ensinamento da Bíblia sobre amar o próximo. Mas, pouca gente conhece o mandamento de Jesus para amar até os inimigos. E isso, naturalmente, é muito, mas muito, difícil de fazer. Mas há quem consiga.

No meu mais novo vídeo, conto a história de um médico sul-coreano que conseguiu amar seus inimigos. E fez isso mesmo depois de participar de uma guerra terrível, que trouxe grande sofrimento para seu povo. E deu um exemplo admirável para todos nós. O testemunho desse médico comprova que é possível sim fazer aquilo que Jesus nos pediu. E mais ainda: o resultado desse tipo de esforço é maravilhoso. 

No mesmo vídeo, falo também de Jonas, profeta que foi mandado por Deus para pregar em terra inimiga (Nínive). E se recusou a obedecer e só cumpriu essa missão quando forçado por Deus. E ainda ficou profundamente irritado quando Deus perdoou o povo assírio. Esse é um enorme contraste com o exemplo do médico sul-coreano.

Veja o vídeo aqui.

Veja outros vídeos recentes meus aqui e aqui.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

COMO TER MAIS CONFIANÇA EM DEUS

Hoje vou falar sobre confiança, que é uma das coisas mais importantes nas relações entre as pessoas. Sem confiança é impossível viver em sociedade.

Meu pai teve um grande amigo, que conheceu na igreja frequentada por ambos durante muitos anos. Meu pai ajudou muito essa pessoa, que vinha de família pobre. Era uma amizade que parecia ser para toda a vida. Mas o tal amigo traiu nossa família de maneira vergonhosa. Foi um choque tão grande, que meu pai ficou doente - ser traído por pessoa na qual se confia muito é bastante doloroso. Só quem já passou por isso sabe o estrago que esse tipo de situação pode causar. 

Essa crise na vida da minha família ensinou-me, desde bem cedo, a importância de escolher bem as pessoas certas em quem vai se depositar confiança. Afinal, ficamos vulneráveis às ações das pessoas em quem confiamos. E esse é um risco presente na vida de todo mundo.

Como adquirimos confiança em alguém
Normalmente, passamos a confiar em alguém apenas depois de certo tempo de convivência. O começo de qualquer relacionamento, seja de amizade, seja amoroso, é um período de testes, onde você vai construindo uma imagem mental da pessoa com quem passou a se relacionar, analisa suas qualidades e defeitos e, sobretudo, decide se é possível ter confiança na pessoa que está entrando na sua vida. 

Repetindo, você forma uma imagem mental da pessoa e decide com base nessa imagem. E, infelizmente, muitas vezes essa imagem está distante da realidade. E aí você passa a depositar confiança em quem não a merece e só descobre isso depois, normalmente quando acontece um grande estrago na sua vida.

E, quando isso acontece, você não costuma culpar você mesmo/a pelo erro de julgamento, por ter construído uma imagem mental errada da pessoa em quem resolveu confiar. Não, você culpa quem traiu sua confiança. 

Acontece que, frequentemente, vemos nos outros aquilo que queremos ver. Por exemplo, uma pessoa solitária e carente pode ver amor sincero nos atos de alguém interesseiro, mas que se aproxima dela usando palavras carinhosas.

E quando você escolhe confiar em quem não era digno da sua confiança, o preço costuma ser muito alto, como minha família descobriu décadas atrás.

Confiando em Deus
A confiança que você deposita em Deus passa pelo mesmo processo: tudo se se apoia na imagem que você constrói com base nas suas experiências de vida com Ele. E essas experiências vêm das leituras da Bíblia que você faz da Bíblia, das pregações que ouve, das respostas de oração que obtém, dos testemunhos de outras pessoas e assim por diante. 

Naturalmente, o conteúdo dessas informações e a forma como você as processa, isto é, faz sentido delas, é muito particular sua. Por isso pessoas diferentes podem construir imagens de Deus bem diversas. Deus é o mesmo, mas a maneira como as pessoas olham para Ele varia muito. 

Assim, algumas poucas pessoas têm confiança quase ilimitada n´Ele. Agem como crianças pequenas que confiam cegamente no seu pai e/ou sua mãe. Já a maioria de nós confia em Deus de forma bem mais limitada - não deveria ser assim, mas essa é a mais pura verdade.

E é possível aferir o tamanho da confiança que uma pessoa deposita em Deus pelas dúvidas que ela têm. As perguntas que cada pessoa costuma fazer, tanto para si mesma, como para os outros, sobre Deus são um bom indicador do seu grau de confiança n´Ele. 

Não estou dizendo que é errado ter dúvidas - elas são naturais na caminhada espiritual de qualquer pessoas e Deus compreende e aceita isso. Afirmei apenas que a natureza dessas dúvidas e as respostas que encontradas para elas demonstram bem a imagem que a pessoa construiu de Deus e, portanto, o grau de confiança depositado n´Ele. Só isso. 

Vejamos dois tipos comuns de dúvidas e o que elas demonstram: 
  • Dúvida tipo 1: Como é possível que fulano, que não segue os ensinamentos da Bíblia, seja mais abençoado do que eu, que sou um cristão sincero? Essa é uma pergunta muito comum e demonstra falta confiança na capacidade de Deus de retribuir cada pessoa da maneira como ela merece, isto é, de forma justa. Pode ainda caracterizar falta de confiança no amor d´Ele (“se Ele me amasse mesmo, não me deixaria ficar nessa situação”).
  • Dúvida tipo 2: Por que Deus estabeleceu um plano para minha vida que me causa tanto sofrimento? A dúvida, neste caso, se refere à sabedoria de Deus e/ou a eficácia da sua. A pessoa com dúvidas, bem lá no fundo, acha que Deus deveria conhecer melhor suas necessidades e/ou agir de forma eficaz para que esses necessidades sejam atendidas, e não vem fazendo isso. Pode ainda caracterizar falta de confiança no amor Deus, o que leva a pensamentos do tipo "Ele não liga para mim" ou "Ele está muito ocupado para me dar atenção".
É importante ainda perceber que a imagem que você constrói de Deus e, portanto, a confiança que deposita n´Ele, vai necessariamente mudar ao longo do tempo, junto com seu amadurecimento espiritual. Estamos falando aqui de um processo dinâmico. E sua confiança n´Ele pode tanto crescer como diminuir, de acordo com suas experiências com Ele.

Agora, por que a maioria das pessoas tem tanta dificuldade em confiar em Deus? Acho que a explicação é simples. As pessoas sabem muito pouco sobre a natureza real de Deus e sobre como Ele decidiu agir nesse mundo. 

E por entenderem as coisas de forma errada, não entendem aquilo que Deus espera delas e/ou ficam esperando que Deus aja de forma que Ele não vai fazer e acabam se decepcionando profundamente. 

Essa dificuldade de entendimento de como Deus é, o que espera de nós e da forma como age neste mundo, leva à falta de experiência real com Ele. Acaba havendo muito pouca coisa em comum entre as pessoas e Deus por falta de uma convivência próxima. É criado um "abismo" relacional entre o ser humano e Deus.

E aí começam a surgir mal entendidos de todos os tipos. Por exemplo, as pessoas muitas vezes acham que sabem melhor do que Deus aquilo que é bom para elas mesmas, ou não confiam que Ele vai conseguir protegê-las de fato, na medida que precisam, ou ainda, que Deus não as ama de fato, até porque elas são pecadoras. Esses e outros mal entendidos vão envenenando a relação com Deus e reduzem a confiança que as pessoas depositam n´Ele.

É o resultado disso tudo é confiança bem limitada em Deus - é isso que vemos na maioria esmagadora dos casos. O que pode ser feito, então, para modificar esse quadro? Como você pode melhorar sua confiança em Deus?

Comece fazendo um auto-exame sincero e identifique porque sua confiança em Deus não é aquela que deveria ser. Descubra onde está a raiz da sua desconfiança: será no senso de justiça de Deus? Na sua sabedoria? No seu amor por você? No seu poder sobre o mundo?

Entendida a origem do problema, procure trabalhar as lacunas na sua fé que você percebeu. Por exemplo, converse com outras pessoas que já passaram pelo mesmo tipo de dificuldade e conseguiram super o problema. Procure neste sites postagens e vídeos onde eu e outras pessoas trabalhamos para esclarecer dúvidas comuns das pessoas e falamos sobre como Deus age no mundo, como exerce seu amor, sobre seus planos para seus filhos e assim por diante. 

E também estude a Bíblia, pois nada substitui os ensinamentos da Palavra de Deus. Veja como situações parecidas com a sua foram resolvidas e aprenda com elas para evitar repetir os mesmos erros que os personagens bíblicos cometeram. E, finalmente, ore muito - confesse suas dificuldades para Deus e peça a ajuda do Espírito Santo para guiar sua vida. 

Se você fizer essas coisas com seriedade, pode ter certeza que sua vida espiritual vai evoluir muito, você vai se aproximar de Deus e vai aprender a confiar bem mais n´Ele. E isso vai fazer toda a diferença quando os problemas normais da vida baterem na sua porta. 

Com carinho

terça-feira, 23 de abril de 2019

ANTES DE EU MORRER

Antes de eu morrer. Esse é o nome de uma campanha que ficou famosa nas redes sociais e se espalhou pelo mundo. A ideia é perguntar às pessoas o que eles fariam, se tivessem uma única escolha, antes de morrer. E as respostas foram as mais diversas. 

E você, como cristão, o que você escolheria fazer? Qual seria sua atitude se colocado numa situação como essa? Será que você escolheria realizar um desejo importante? Ou faria uma coisa ligada à sua fé? Ou ainda procuraria juntar as duas coisas?

É sobre isso que a pastora Carol e a Alícia falam neste novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes da pastora Carol e da Alícia aqui e aqui.

Veja o canal da pastora Carol no Instagram aqui.

domingo, 21 de abril de 2019

OS ÚLTIMOS DIAS DE JESUS

Vamos falar hoje sobre os últimos dias da vida de Jesus, que conhecemos como semana santa. 

Duas procissões entraram em Jerusalém no domingo que antecedeu à Páscoa dos judeus (hoje conhecido como Domingo de Ramos). Em uma delas, Jesus ia montado num burrico, saudado pelo povo (Marcos capítulo 11, versículos 1 a 11). Na outra, Pôncio Pilatos, Governador da Judeia, trazia tropas para reforçar a guarnição de Jerusalém durante o período de festas religiosas dos judeus. Os romanos tinham medo de possíveis desordens na cidade, pois a comemoração da Páscoa atraia centenas de milhares de peregrinos judeus a Jerusalém. 

Pilatos foi recebido com frieza e antagonismo, pois representava o opressor. Já Jesus foi saudado com gritos de “hosana”, que significava, na língua hebraica, “salva-nos por favor”. Era um pedido de socorro dos judeus, oprimidos pelo jugo romano, esperando a intervenção de Deus.

E é preciso ainda lembrar que o nome de Jesus (Yehoshua) significava “Deus salva” e, certamente, fez conexão entre as duas palavras: o grito de socorro (hosana) e o nome de quem iria trazer o socorro (Yehoshua).

No dia seguinte à sua entrada triunfal em Jerusalém, uma segunda-feira, Jesus purificou simbolicamente o Templo de Jerusalém, expulsando comerciantes e cambistas que faziam comércio naquele lugar, desvirtuando seu sentido de casa de adoração (Marcos capítulo 11, versículos 15 a 19). 

Na terça-feira, aconteceu uma grande batalha espiritual entre Jesus e as autoridades religiosas judaicas, por causa do que tinha se passado no domingo e segunda-feira. Aconteceram vários embates verbais, onde a liderança religiosa dos judeus sempre questionou a autoridade de Jesus (Marcos capítulo 12, versículos 13 a 17 e 27 a 34). Jesus, como sempre, deu respostas brilhantes àqueles que o questionavam. 

Dois fatos marcaram a quarta-feira. O primeiro deles foi o pacto de traição que Judas fez com as autoridades religiosas (Marcos capítulo 14, versículos 1 a 11). Judas recebeu trinta moedas de prata para trair Jesus. E essa traição era imprescindível pois alguém precisaria identificar Jesus com toda certeza e também dizer onde Ele poderia ser encontrado, para que fosse possível prendê-lo longe dos olhos do povo. 

Ainda na quarta-feira, Jesus foi ungido por Maria, irmã de Lázaro (Marcos capítulo 14, versículos 3 a 9). Ela usou um perfume muito caro e recebeu críticas de alguns discípulos, especialmente de Judas, pois a fragrância usada nesse ato tinha custado o equivalente a 10 meses de trabalho de um operário. Apesar da murmuração, Jesus aprovou a ação de Maria, pois sabia que simbolicamente ela o estava ungindo em preparação para sua morte e sepultamento próximos. 

A quinta-feira marcou o início do período da Páscoa (Marcos capítulo 14, versículos 12 a 16). Jesus orientou alguns discípulos que fossem à Jerusalém e conversassem com determinada pessoa, com quem Ele já havia acertado a cessão de uma casa para a realização da sua última ceia. O sigilo era importante, pois caso Judas soubesse antecipadamente sobre esse local, poderia precipitar a prisão de Jesus.

A ceia de Páscoa celebrava a saída do povo judeu do cativeiro do Egito (Êxodo 12) e era comemorada em família. Todos comiam um cordeiro, sacrificado de acordo com os ritos apropriados, recitando trechos do livro do Êxodo. Jesus expandiu o significado dessa cerimônia para abranger seu sacrifício. Foi aí que Ele instituiu a Santa Ceia, que tomamos até hoje, em memória dele. Nesse sacramento, o pão significa seu corpo e o vinho seu sangue (Marcos capítulo 14, versículos 22 a 26). 

Ao terminar a ceia, Jesus e os onze discípulos restantes foram rumo ao Jardim que ficava no pé do monte das Oliveiras. Judas saíra antes, para cumprir seu papel diabólico. Ali, algum tempo depois, Jesus foi preso por soldados do Templo de Jerusalém, guiados por Judas. O traidor deu um beijo em Jesus, que era o sinal combinado para sua identificação.

Pedro, sabendo que Jesus tinha sido levado para a casa do sumo-sacerdote, seguiu-o até lá. Em dado momento, questionado por uma simples serva, se era um dos discípulos de Jesus, Pedro negou três vezes o seu mestre, pois teve medo (Marcos capítulo 14, versículos 66 a 72).

Na madrugada da sexta-feira, houve um simulacro de julgamento de Jesus (Marcos capítulo 14, versículos 53 a 65), onde os procedimentos legais não foram seguidos. Isso porque os líderes religiosos judeus tinham pressa de condená-lo, antes do começo do sábado (o que ocorreria ao cair do sol). 

Por volta das 6 horas da manhã, Jesus foi levado a Pilatos, sob o pretexto que os líderes judeus não tinham poderes para condená-lo á morte. Isso era falso, pois poucos anos depois, Estevão foi apedrejado como herege (Atos dos Apóstolos capítulo 4, versículo 5 até capítulo 6, versículo 15). Na verdade, o sumo-sacerdote sabia que estava fazendo algo errado e queria dividir a culpa com os romanos. Queria esconder-se atrás do poder dos conquistadores.

Pilatos ficou diante de um dilema: devia seguir seu dever, libertando Jesus, pois não via crime nele? Ou seguir seu interesse, pois seria de boa política atender os líderes religiosos judeus? Acabou ficando com o seu interesse e entregou Jesus para ser crucificado (Marcos capítulo 15, versículos 1 a 15). 

A crucificação era um suplício horrível, no qual a vítima morria lentamente, por asfixia. No caso de Jesus, ainda houve um componente de sofrimento adicional: a carga espiritual que pesou sobre Ele. Jesus tomou sobre si nossos pecados e se fez maldição por nós (Gálatas capítulo 3, versículo 13). 

Jesus ficou mais ou menos 6 horas na cruz, entre 9:00 e 15:00 horas. Durante sua agonia, houve trevas sobre a terra (Marcos capítulo 15, versículos 33 a 41), caracterizando aquele como o mais terrível dia da história humana. E o véu do Templo de Jerusalém, que separava o Santo Lugar do Santíssimo Lugar (onde ninguém podia entrar), rompeu-se (Marcos capítulo 15, versículos 38 e 39). O significado disso é que, a partir daquele momento, o ser humano passou a poder chegar diretamente a Deus, sem intermediários, mediante o sacrifício de Jesus.

Depois que Jesus morreu, seus seguidores tiveram a difícil tarefa de conseguir realizar seu sepultamento em 3 horas apenas, pois após as 18:00 horas (o cair do sol) começaria o sábado e todas as atividades teriam que ser paralisadas. Se não tivessem sucesso, o corpo de Jesus ficaria pendurado na cruz até o domingo, ao sabor das aves de rapina e dos cães vadios. 

José de Arimatéia, membro do Sinédrio, e seguidor de Jesus, pediu a Pilatos a liberação do corpo e cedeu a sepultura da sua família, que ainda não tinha sido usada para depositar o corpo (Marcos capítulo 15, versículos 42 a 47). E Jesus foi enterrado no limite do tempo disponível e tanto foi assim que a preparação do corpo foi feita às pressas, sem seguir todos os ritos tradicionais.

E foi esse o túmulo encontrado vazio no domingo, o dia da ressurreição. Glórias a Deus por isso.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

QUEM VOCÊ DIZ QUE ELE É?

Um dos momentos mais importantes do ministério de Jesus foi quando Pedro, pela primeira vez, reconheceu quem Ele de fato era: o Messias, o Filho do Deus vivo. Isto está em Mateus capítulo 16, versículos 13 a 20.

E Jesus disse a Pedro que apóstolo era uma pessoa afortunada pois essa revelação somente poderia ter lhe sido dada pelo Pai.

Há nessa passagem há um grande ensinamento: cada pessoa, cedo ou tarde, precisa dar esse passo. Reconhecer Jesus como o Messias e seu salvador. E, a partir daí, sua vida mudará para sempre. 
É sobre isso que o Rogers fala no seu mais novo vídeo - veja aqui.
Veja outros vídeos recentes dele aqui e aqui.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

PARECE, MAS NÃO É

Hoje vou falar de hipocrisia. Escolhi esse tema porque volta e meia somos surpreendidos por pessoas que parecem ser uma coisa e, bem lá no fundo, são outra bem diferente. Vejamos alguns casos que ocorreram no Brasil nos últimos anos. 

Um deles envolveu um empresário brasileiro que se tornou um dos homens mais ricos do mundo depois de fundar várias empresas e abrir seu capital na Bolsa de Valores. Os investidores lhe deram bilhões e bilhões de reais para desenvolver essas empresas. 

Em dado momento, foi descoberto que uma delas, ligada à área de produção de petróleo, não tinha as reservas que registrara no seu relatório financeiro oficial. O mercado financeiro ficou muito decepcionado e derrubou o valor das ações dessa empresa na Bolsa. Isso trouxe desconfiança sobre as demais e o castelo de cartas ruiu. Uma após outra, as empresas faliram ou foram vendidas a preço de liquidação. Os investidores que acreditaram no empresário perderam bilhões de reais. E o empresário precisou prestar contas à justiça e caiu em desgraça. Nesse caso, nada era de fato como parecia ser. 

Anos atrás, uma empresária paulista era dona de uma cadeia de butiques muito conhecidas, onde eram vendidas as marcas de roupas e sapatos mais famosas do mundo. Mulheres ricas vinham de todo país para comprar nessas lojas. 

A empresa foi crescendo e a empresária acabou abrindo uma mega loja, que impressionava por sua beleza arquitetônica e sofisticação. Tempos depois, as autoridades descobriram que a empresa dela fraudava os impostos de importação - declarava as mercadorias importadas por valor muito menor do que seu custo real e, assim, economizava milhões em impostos. A empresa acabou falindo e foi fechada. A empresária acabou presa e morreu pouco tempo depois, de câncer. Aqui também nada era de fato como parecia ser.

Um casal fez fama no meio evangélico pelo seu espírito inovador e dinamismo. Fundaram uma denominação cristã que se caracterizava por recursos como o louvor de excelente qualidade musical e as pregações baseadas em temas atuais e que pareciam bem inspiradas, com forte apelo para a classe média urbana. 

A nova denominação cresceu muito e abriu centenas de locais de culto em muitas cidades. Mas aí, começaram a pipocar na imprensa acusações ao casal fundador de práticas desonestas, incluindo mau uso do dinheiro arrecadado. Eles foram até presos e cumpriram tempo na cadeia, mas sempre atribuíram as acusações contra eles a uma "armadilha do diabo". E continuam por aí... A igreja que eles fundaram não era o que parecia ser.

A Bíblia também traz vários exemplos de gente que não era o que parecia ser. Um desses exemplos envolve o grupo de alto-sacerdotes que dirigia a religião judaica no tempo de Jesus. Esses homens controlavam o Templo de Jerusalém, o lugar mais sagrado para os judeus, e usavam essa posição privilegiada para lucrar e oprimir as pessoas. E, ao mesmo tempo, posavam de pessoas sinceras e interessadas nas coisas de Deus. 

Aqueles líderes religiosos definitivamente não eram o que pareciam ser. E Jesus entrou em choque com eles e isso ficou patente quando Ele expulsou os vendedores que faziam comércio no pátio do Templo de Jerusalém (João capítulo 2, versículo 16):
Aos que vendiam pombas [Jesus] disse: "Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado! "
Nenhum de nós tem, em público, o mesmo comportamento exibido na intimidade - de uma forma ou de outra todos usamos uma "máscara" que nos protege, escondendo nossas fraquezas e inadequações. Isso é normal. E não é a isso que me referi nos casos acima.

Nesses casos, assim como em tantos outros, a situação vai muito além disso. Trata-se de um esquema de hipocrisia especialmente elaborado para tirar vantagens, que podem ser financeiras, sucesso e status aos olhos dos outros. É uma coisa muito mais grave e indesculpável.

Jesus criticou muito as pessoas que não eram aquilo que aparentavam ser, visando se beneficiar. Os hipócritas de "carteirinha". Suas acusações e ameaças contra essas coisas foram pesadas (por exemplo, em Mateus capítulo 23, versículos 1 a 39:

... [os hipócritas] atam fardos pesados e difíceis de suportar e os põem aos ombros dos homens, eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los; fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens... e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas... ai de vós... hipócritas, pois que fechais aos homens o reino dos céus e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, ...hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé, deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. Condutores cegos, que coais um mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, ...hipócritas, pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança. Ai de vós, ...hipócritas, pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Serpentes, raça de víboras, como escapareis da condenação do inferno?

Com carinho

segunda-feira, 15 de abril de 2019

JURO DIZER A VERDADE: O NONO MANDAMENTO

Senhorita Luz: "O senhor quer mesmo que eu lhe diga a verdade?"
Fausto: "Diga a mentira que a senhorita considerar a mais digna de ser a verdade."
Extrato da peça “Meu Fausto” de Paul Valéry
O nono dentre os Dez Mandamento – “não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo capítulo 20, versículo 16) – trata da mentira. Fala de acusar outra pessoa de coisas que não ela tenha cometido, o que inclui o perjúrio num tribunal.

Acredito que uma forma mais produtiva de ver esse mandamento é entendê-lo como um chamado para controlar o uso da língua, o que inclui mentira, fofocas, etc.

Existe uma parábola, na tradição judaica, na qual um rei pediu uma coisa para dois dos seus servos: ao primeiro, pediu a coisa mais maravilhosa do mundo e ao outro, a coisa mais destrutiva. Ambos trouxeram uma língua humana. E isso faz sentido porque a língua é capaz de gerar coisas lindas - louvor a Deus, palavras de amor, etc -, mas também pode destruir reputações e causar muita amargura.

A questão do controle da língua é tão importante que dois dentre os Dez Mandamentos lidam com ela - o terceiro mandamento proíbe tomar o nome de Deus em vão. E há ainda uma passagem em Tiago capítulo 3 que trata exclusivamente do mau uso da língua. Controlar o uso da língua, para a Bíblia, é tema de grande relevância.
O mal causado pela mentira
O que me preocupa não é que tenhas mentido e sim que de agora em diante, não poderei mais acreditar em ti.Nietzsche
A citação de um filósofo conhecido explica qual é o maior problema da mentira: ela destrói as relações entre as pessoas e, em um nível maior, o próprio tecido social. A perda da confiança e da credibilidade sempre cobram alto preço.

O Brasil sofre muito com esse problema: os políticos não têm qualquer pudor em mentir. Em contrapartida, a sociedade não mais acredita nos políticos e eles perderam a capacidade de liderar as pessoas.

A questão da mentira na mídia é também muito preocupante. Lembro bem de um caso que se tornou emblemático, ocorrido no ano de 1984, durante a campanha das “Diretas Já”, que pedia o direito de poder eleger o Presidente da República através do voto direto. No dia 25/1/1984, houve uma grande manifestação das "Diretas Já" em São Paulo e a Rede Globo, querendo agradar o Governo Militar da época, noticiou o ocorrido como se fosse uma comemoração pelo aniversário da cidade, que ocorreu na mesma data. E até hoje a Rede Globo paga um alto preço pelo que fez, mesmo já tendo se desculpado publicamente, pois boa parte da sociedade se recusa a dar credibilidade a esse grupo de comunicação.

Um problema mais recente é o das fake news, notícias totalmente falsas, muitas vezes extremamente maldosas, difundidas nas redes sociais, visando influenciar as pessoas mais incautas. Essa prática foi usada pelos diferentes espectros políticos e causou muito mal nas últimas eleições.
Uma sociedade que não tem como ponto de partida o combate à mentira, punindo pesadamente o perjúrio, acaba pagando um preço alto. E, infelizmente, esse é o caso do nosso país, onde mentir passou a ser um meio de vida para muitas gente importante.As mentiras não são todas iguais
As mentiras não são iguais frente ao nono mandamento. Algumas mentiras podem ser até admitidas como, por exemplo:
  • Aquelas necessárias para alcançar um bem maior, como salvar a vida de uma pessoa inocente.
  • As integradas ao jogo social, fruto da cortesia, normalmente consideradas inofensivas. Por exemplo, quando concordamos que a pessoa ficou muito bem no vestido novo ou que o presente recebido agradou muito. Em nenhuma cultura, as pessoas esperam a pura verdade nessa troca de “afagos” e até se ofenderiam se a verdade fosse realmente dita.
  • O errada passada de boa fé, ou seja, quem fala pensou ter dito a verdade, mas houve um erro. 
As mentiras que verdadeiramente violam o nono mandamento são as que objetivam trazer vantagens para o mentiroso, as fruto da hipocrisia (que visam apenas preservar uma imagem falsa do mentiroso) e a fofoca, que é extremamente destrutiva e maldosa.

Com carinho

sábado, 13 de abril de 2019

O QUE ME FALTA AINDA?


...um jovem disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: ...Se queres, porém, entrar na vida [eterna], guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedadesMateus capítulo 19, versículos 16 a 23
Essa história é muito interessante: é o diálogo de Jesus com um jovem rico. O rapaz era seguidor fiel dos mandamentos do judaísmo - afirma isso expressamente e Jesus não o desmente. Mas o jovem sabia que isso não era suficiente. Faltava-lhe alguma coisa importante. E ele queria saber de Jesus o que era.

Jesus respondeu indo ao centro da questão: disse ao jovem para vender tudo e segui-lo. Agora, é importante entender bem o motivo para essa resposta. Jesus não estava estabelecendo a doutrina que os cristãos precisam vender tudo para poder segui-lo. Tanto assim, que Jesus não fez o mesmo tipo de pedido para outras pessoas, fez isso apenas para aquele jovem.

Jesus teve uma razão forte para fazer esse pedido tão exigente exatamente para aquele jovem: queria expor o problema daquele rapaz, que era o excessivo apego dele aos bens materiais. Não era Deus quem vinha em primeiro lugar na vida daquele jovem e sim os bens materiais. E foi por isso que o rapaz ficou tão triste com o pedido de Jesus. 

O jovem até cumpria fielmente os mandamentos, mas não dava prioridade a Deus, nunca entregou seu coração de fato a Ele. Sua religião era fria e legalista. E esse é um problema terrível e de difícil solução.

Conheço algumas pessoas nessa situação - até tentam seguir o cristianismo, mas suas vidas espirituais são pobres e limitadas exatamente porque nunca tomaram a decisão de dar prioridade a Jesus. Outras coisas - como família, emprego, sucesso, bens materiais, conforto, lazer, etc - sempre vêm na frente, são sempre mais importantes. Deus fica com o tempo que sobra. 

Algumas dessas pessoas até se iludem pensando que vão conseguir fazer essa transição aos poucos - passo a passo irão dando menos importância para as coisas do mundo e aumentando a presença de Deus nas suas vidas. . Mas não é isso que a Bíblia ensina. Ela fala que tudo começa com a decisão pessoal de entregar de fato a própria vida para Jesus. E esse é um passo fundamental. A decisão vem sempre antes e a mudança de vida vem depois. Sem essa decisão, Jesus nunca vai ocupar o lugar que merece na vida da pessoa. 

Mudança de hábitos e de práticas de vida são fruto da ação do Espírito Santo, quando a pessoa decide caminhar com Deus. A decisão faz com que a passe a contar com o apoio e a orientação do Espírito Santo e aí as mudanças acontecem e, mesmo com essa ajuda, o processo de mudança normalmente é lento. Dificilmente há uma mudança do dia para a noite.

Portanto, se você quiser saber o que lhe falta, a resposta é simples: você já entregou de fato sua vida a Jesus e Ele é o principal interesse da sua vida? Se sua reposta para essa pergunta for "sim", você já está no bom caminho. Se sua resposta for "não" ou "talvez", tome a decisão por colocar Jesus em primeiro lugar sem demora.

Com carinho

quinta-feira, 11 de abril de 2019

CRESCENDO AO VENTO

Um experimento científico, nos Estados Unidos, a Biosfera 2, procurou reproduzir a natureza numa situação de controle total, debaixo de uma cúpula, onde inclusive não havia vento. Essa grande bolha, com dimensão de pouco mais que um hectare, continha plantas de diversas espécies, inclusive muitas árvores. 

Para surpresa geral, as árvores cresceram ali mais depressa do que o normal, só para entrarem repentinamente em colapso. Ocorre que a tal bolha, como já disse, não tinha vento e as árvores precisam passar pelo estresse causado por ele para se fortalecerem. 

E assim somos nós: os problemas que a vida coloca diante de nós, funcionam como o vento: precisamos deles para fortalecer nosso caráter e nossa fé. E é por isso que, muitas vezes, Deus permite coisas que parecem ruins aconteçam nas nossas vidas.

E é sobre isso que o Rogers fala no seu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes dele aqui e aqui.

terça-feira, 9 de abril de 2019

O ENSINAMENTO DO VERSÍCULO MAIS POPULAR DA BÍBLIA

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João capítulo 3, versículo 16
Este é o versículo mais popular da Bíblia, fato reconhecido por diversas pesquisas feitas ao longo do tempo, várias inclusive usando recursos digitais (veja mais).

Mas por que esse texto é tão querido assim? Por que ele inspira tanto as pessoas? A resposta é simples: nele está resumida nele toda a mensagem do Evangelho de Jesus. O versículo tem quatro partes que falam sobre: 1) a causa de haver um Plano de salvação do ser humano instituído por Deus; 2) o preço desse processo de salvação; 3) a condição para que a salvação ocorra; e 4) a sua consequência. Vamos ver isso tudo em maior detalhe. 

A base para a salvação
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira...”

O plano para a salvação foi instituído porque Deus nos ama muito. Ele já sabia desde o início que, ao dar o livre arbítrio para as pessoas, elas iriam contrariar seus mandamentos, ou seja, pecar. Deus, então, montou um plano para dar-lhes seu perdão, sem precisar abrir mão do seu senso de justiça. Isso porque Jesus pagou o preço dos nossos pecados. E esse caminho é o da Graça.

O preço da salvação
“... que deu seu filho unigênito...”

Como os seres humanos pecam, a justiça de Deus demanda punição pelos pecados cometidos. O caminho tradicional para fazer isso seria Deus acertar contas com cada pessoa, tendo por base aquilo que ela fez, e regulando a punição dela de forma proporcional aos seus pecados. 

Mas essa abordagem gera um problema: como todas as pessoas pecam e Deus abomina o pecado, a punição seria severa e ninguém conseguiria ser salvo. Portanto, era preciso haver uma alternativa. 

E a Graça de Deus é justamente esse caminho alternativo. Em outras palavras, Deus deu seu Filho para que Ele sofresse a punição em nome de cada pessoa pecadora. Jesus foi sacrificado na cruz por nós. 

Assim, Deus conseguiu manter sua justiça, pois houve um preço pago pelos pecados, e mesmo assim conseguiu dar acesso às pessoas a sua salvação (graça). É uma solução brilhante. 

A condição para a salvação
“... para que todo aquele que nele crê...”

O caminho para a salvação, via Graça de Deus, não tem um preço para o ser humano, mas tem uma condição: a pessoa acreditar que Jesus morreu por conta dos seus pecados. Ela precisa reconhecer essa realidade. É essa crença (fé) que abre o caminho da Graça para cada ser humano. 

A consequência da salvação
“... não pereça, mas tenha a vida eterna.”

A salvação é o processo pelo qual a pessoa passa novamente a ter acesso a Deus. Esse caminho, antes obstruído pelo pecado, fica re-estabelecido. Os pecados dela são perdoados (cobertos pelo sangue de Jesus) e a pessoa pode se apresentar purificada diante de Deus, voltando a ser aceita por Ele. 

E, assim, no final dos tempos, quando houver o julgamento final, a pessoas receberá a vida eterna, ou seja, terá acesso a uma nova realidade - uma nova sociedade, sem pecados, perfeita no seu funcionamento, onde Deus será o centro de tudo. E essa nova realidade não acabará - terá começo mas não fim. 

Tecnicamente é errado usar a palavra "eterna" para se referir a essa nova forma de viver, pois eterno é algo que não tem nem começo nem fim - sempre existiu e sempre existirá - como Deus. Essa nova forma de vida tem um começo mas não acabará, portanto, tecnicamente, não é eterna. 

Mas falamos em "vida eterna", porque essa nova realidade, que ainda vai acontecer, sempre esteve presente na mente de Deus. E nesse sentido, ela é eterna. 

Conclusão
João capítulo 3, versículo 16 resume numa única frase todo o plano de salvação que Deus concebeu para o ser humano. Daí sua importância.

Esse plano é fruto do amor extremado que Deus tem por cada ser humano, querendo ter cada pessoa junto a si. E a forma de fazer isso é o caminho da Graça. 

E o preço da salvação pela Graça é que os pecados cometidos pela humanidade sejam todos resgatados pelo sacrifício feito por Jesus, na cruz, cerca de 2.000 anos atrás.

Agora, a Graça de Deus é oferecida de forma condicional: a pessoa precisa aceitar que Jesus morreu por ela e não há como fugir desse requisito.

A vida eterna será uma nova forma de funcionamento da sociedade, onde não mais haverá sofrimento nem injustiças. Deus será o centro de tudo e o garantidor da felicidade geral.

Confesso que eu fico com inveja da capacidade de síntese de João, ao dizer, numa única frase, tudo que há para ser dito sobre esse o plano da salvação. Penso que essa frase genial demonstra, sem dúvida, que o texto da Bíblia é inspirado por Deus. 

Com carinho

domingo, 7 de abril de 2019

ANSIEDADE, COMO VENCER ESSE MAL


A ansiedade é um sentimento difícil de evitar. Parece fazer parte da vida de todo mundo. Quem já não ficou ansioso antes de uma prova na faculdade ou ao mudar de emprego ou, ainda, na véspera de uma cirurgia? Acredito que todo mundo já passou e passa por isso.

Mas, frequentemente, a ansiedade da pessoa vai muito além de um nível razoável, do que poderia se considerar natural. Há quem viva ansioso/a por coisas demais e, muitas vezes, o nível de ansiedade da pessoa torna-se tão alto que ela acaba até doente.

A raiz desse problema, conforme a Bíblia ensina, está no desejo da pessoa de controlar as situações da própria vida. E quando a circunstância está ao alcance dela interferir (como estudar e fazer uma prova ou adaptar-se bem a um emprego novo), a ansiedade pode até ser uma boa coisa, pois galvaniza a ação e ajuda a levar à superação de desafios. 

Mas, frequentemente, as pessoas ficam mesmo ansiosas por coisas que não estão ao alcance delas interferir. Por causa disso, o filósofo francês Montaigne chegou a dizer: “minha vida é cheia de infortúnios, a maior parte dos quais nunca me aconteceu”.

Meu sogro era uma pessoa muito boa e correta, mas tinha uma enorme ansiedade com a declaração do imposto de renda. Dois meses antes do prazo de entrega, ele já começava a se preocupar e a sofrer. Chegava a acordar no meio da noite, preocupado em ter feito alguma coisa errada na declaração. E só entregava sua declaração na última hora, pois tinha receio que o governo mudasse alguma coisa até lá. Ele sofreu anos a fio com isso e nada veio de positivo dessa experiência toda.

E assim costuma acontecer com a maioria das pessoas muito ansiosas. Elas passam por ansiedades de todo tipo: E se alguma coisa ruim vier a acontecer com meus filhos ou minha mulher (marido)? E se alguém tiver uma doença grave? E se o país entrar em crise e eu perder o emprego? E se meu time perder a decisão do campeonato? E se...? E se...?

Essas pessoas jogam um jogo muito peculiar, chamado de “e se...”. E esse jogo tem apenas duas regras muito simples, mas implacáveis:
  • Regra 1: a pessoa nunca consegue ganhar, só pode perder. Ou seja, ela nunca consegue imaginar coisas boas, só ruins.
  • Regra 2: a pessoa teme que irá acontecer sempre o pior possível. 
Se você é ansioso, acredito que isso seja bem familiar. O fato é que os problemas vêm e vão e a ansiedade não contribui em quase nada para ajudar a resolvê-los. Ela funciona como uma cadeira de balanço: passa a sensação de movimento, mas deixa a pessoa sempre no mesmo lugar.

Deus é a resposta para a ansiedade destrutiva 
As pessoas costumam ficar ansiosas, como já disse, porque querem ter controle sobre suas vidas. Querem adquirir certezas sobre o que lhes vai acontecer. E isso caracteriza uma falta de confiança em Deus - em outras palavras, é simplesmente falta de fé.

Bem lá no fundo, a pessoa ansiosa acha que Deus não quer se envolver com as circunstâncias da sua vida e se quiser fazer isso, não iria tomar conta das coisas tão bem quanto ela mesma. Parece absurdo dizer isso, mas essa é a mais pura verdade. Afinal, a pessoa confiasse mesmo em Deus, acreditando no seu amor e na sua onipotência, não haveria razão para ficar tão ansiosa.

Jesus entendeu bem essa dificuldade humana e falou bastante sobre a ansiedade excessiva – por exemplo, ver Mateus capítulo 6, versículos 25 a 34):

"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? "Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal".
Jesus ensinou que não devemos ficar preocupados demais com as coisas e precisamos aprender a confiar em Deus. Em Lucas capítulo 21, a partir do versículo 10, Jesus alertou seus discípulos que viriam dias difíceis para eles, pois iriam sofrer perseguições (como de fato sofreram). Aí, no versículo 14, Ele fez essa declaração surpreendente:
Mas convençam-se de uma vez de que não devem preocupar-se com o que dirão para se defender.
Repare que Ele usou aqui o verbo “convencer-se”, ou seja, cabia aos próprios discípulos chegarem à conclusão que ficariam melhor nas mãos de Deus. Essa tarefa era deles mesmos.

Portanto, aceite a proposta de Jesus: convença-se que você está nas mãos de Deus e isso é o melhor que lhe pode acontecer. Não deixe que a “doença” da ansiedade tome conta da sua vida. Agora, a Bíblia também alerta que isso é um exercício de humildade – veja o texto de 1 Pedro capítulo 5, versículos 6 e 7:
Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.
Se tivermos humildade para entregar nossas dúvidas e ansiedades nas mãos de Deus, devemos ter certeza de receber de vir a receber as melhores respostas para nossas dificuldades. Afinal, ninguém é mais sábio e tem maior conhecimento das coisas do que Deus. 

E, à medida que sua fé cresce, sua ansiedade diminui. E quando você entra por esse caminho, passa a viver na paz de Deus, que vai além de qualquer compreensão humana.

Um exercício útil
Aqui vai um exercício simples e muito útil para você – eu já fiz e funcionou. Encontre uma caixa pequena e escreva nela a frase: “confiando em Deus”. Aí, sempre que você ficar ansioso/a, por alguma coisa que não estiver ao seu alcance resolver, escreva sua preocupação num pedaço de papel, date e coloque o papel na caixa. Ao fazer isso, você estará entregando aquela preocupação para Deus e você vai confirmar isso com uma oração.

Esse procedimento estará seguindo o ensinamento de Filipenses 4:6-7: 
Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.
Em outras palavras, você está liberado para orar sobre tudo, mas não deve se preocupar com nada. As preocupações passam a ser responsabilidade de Deus e deixam de ser suas. E se, por absurdo, você quiser voltar a se preocupar com alguma situação, terá que ir na caixa e pegar o papel correspondente de volta, deixando claro que está tirando aquela situação das mãos de Deus.

E, periodicamente, pegue alguns dos papéis que ficaram na caixa e relembre o que aconteceu em sua vida. Você vai se maravilhar ao perceber como Deus agiu, as coisas que Ele fez. E aí será um bom momento para agradecer e louvá-lo. 

Amém.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

UM CHAMADO À HONESTIDADE: O OITAVO MANDAMENTO

O oitavo mandamento, dentre os famosos Dez, é bastante simples no seu conteúdo: “não furtarás” (Êxodo capítulo 20, versículo 15). Agora, como acontece com os outros, o oitavo mandamento há diversas nuances que tornam a caracterização do certo ou errado, no caso do mandamento de não furtar, menos simples do que parece ser. 

Para entender o que acabei de dizer, como você responderia às perguntas abaixo? Elas seriam (ou não) violações ao oitavo mandamento? 
  • O empregador que não paga um salário justo ao empregado, para aumentar seu lucro, está roubando? 
  • Comprar produtos piratas é roubo dos direitos autorais de alguém? 
  • Usar dinheiro público de forma ineficiente, gastando a maior parte em burocracia inútil, é roubar o contribuinte? 
  • Aumentar o lucro da empresa à custa do meio ambiente é roubar o público? 
  • Colar nas provas da escola é roubar o conhecimento do outro?
Na verdade, todas essas situações são exemplos de violações ao oitavo mandamento. Mas, o fato é que algumas dessas situações – como colar na prova ou comprar produtos piratas – gozam de certa aceitação social e a maioria das pessoas acha que não estariam roubando se agissem assim e ficam com sua consciência em paz. 

O oitavo mandamento não se refere apenas à proibição de roubar diretamente bem ou dinheiro que pertença a outro pessoa. Abrange também negar determinado direito que essa pessoa tem (como o salário justo ou um meio ambiente não poluído), para ganhar vantagem com isso (por exemplo, para aumentar o lucro). 

O espírito desse mandamento, portanto, é fazer um chamado para as pessoas levarem uma vida de honestidade radical.

Dilemas morais
Agora, costumam aparecer uma série de dilemas morais relacionados com esse mandamento. E vou dar um exemplo típico: é legítimo roubar para dar de comer a quem está morrendo de fome?

Dilemas são situações onde parece haver um choque entre dois mandamentos, não sendo possível cumprir os dois ao mesmo tempo. No exemplo que dei, o dilema está entre o direito de propriedade e o direito da preservação da vida. 

Em situações como essa, a Bíblia estabelece como uma hierarquia de direitos e sempre fica na frente a preservação da vida. Em outras palavras, o roubo nunca pode ser incentivado, mas em situações bem extremas, onde vidas precisam ser preservadas e não há outra forma de agir, ele pode ser justificado. Isso vale, por exemplo, em casos de miséria absoluta, guerras, grandes catástrofes naturais e outras situações assim.

E a Bíblia fala de um caso que dá sustentação ao que acabei de falar. Davi e seus homens entraram no Tabernáculo (a tenda precursora do Templo de Jerusalém) e comeram os doze pães consagrados (representavam as doze tribos de Israel). Seus homens tinham fome e Davi não encontrou outra solução. E ele não foi criticado por Deus por causa dessa atitude (Lucas capítulo 6, versículos 3 e 4).

O conceito de propriedade privada é aceito pela Bíblia mas ele não goza de prioridade absoluta. Tanto é assim que, segundo a Lei Moisaica, a cada 50 anos (o ano do Jubileu), toda terra vendida ao longo daquele período de tempo deveria voltar para seu proprietário original. E as dívidas deveriam ser anuladas (Levítico capítulo 25, versículos 10 a 16 e 23 a 31). Para a Bíblia, portanto, há limites ao direito de propriedade, mais ou menos como acontece hoje em dia na maioria dos sistemas legais das democracias ocidentais. 

E tais limitações ao direito de propriedade não constituem violações ao oitavo mandamento. E quando isso é entendido, os dilemas morais a que me referi acima são resolvidos sem muitas dificuldades.

Com carinho