terça-feira, 25 de setembro de 2018

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER NINGUÉM DEVE METER A COLHER?

O ditado que recomenda ninguém se meter em briga de marido e mulher é bem conhecido. Mas isso nem sempre se aplica, pois há situações, sim, em que torna-se necessário intervir nessas brigas.

Mas quando é preciso intervir em briga de marido e mulher? Simples, em situações de violência e abuso. É uma intervenção que se faz necessária, pois muitas vezes a pessoa que está sendo abusada e agredida perde as condições de se defender por si mesma.

Aí é nossa obrigação, como cristãos/ãs, intervir para que aquela situação não acabe se tornando uma tragédia. É sobre isso que a pastora Carol e a Alícia falam no seu mais novo vídeo - veja aqui.

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domingo, 23 de setembro de 2018

O PREÇO DA ADMISSÃO

Os grandes lugares turísticos do mundo compram um preço da admissão - o valor que custa para serem visitados. E isso acontece até quando os/as turistas visitam igrejas. 

Mas, a catedral de São Paulo em Londres, é diferente. Ali nada cobra se a pessoa entrar na igreja para assistir um dos inúmeros cultos que ocorrem ali ao longo do dia. Nesse caso, o preço da admissão é igual a zero. O preço é pago pela própria igreja anglicana, que deseja ver as pessoas frequentarem seus cultos.

A mesma coisa acontece com a nossa salvação: o preço que pagamos por ela é igual a zero. Isso porque Jesus já pagou o preço necessário derramando seu sangue na cruz. É sobre isso que falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

SE DEUS ME DISSER PARA FAZER ALGUMA COISA, TUDO VAI CORRER BEM. CERTO?

A maioria dos/as cristãos/ãs costuma acreditar que, se Deus lhes disser para fazer alguma coisa, e eles/as fizerem, vai correr tudo bem. E se não correr, é porque, das duas uma: aquele caminho não tinha sido de fato orientado por Deus ou faltou fé á pessoa. 

Talvez eu surpreenda você ao dizer que a Bíblia não dá suporte a esse tipo de pensamento. E vou dar dois exemplos para provar isso: 

Caso 1: O PLANEJAMENTO DO PRIMEIRO NATAL
Pense nas condições em que Jesus chegou ao mundo. José e Maria (grávida de nove meses) chegaram a Belém em meio a um recenseamento e não encontraram onde ficar. Acabaram instalados num curral, em meio a animais, sendo que o berço de Jesus foi um cocho (manjedoura). 

Ora, como Deus escolheu a dedo o local e o momento para mandar seu Filho ao mundo, essa dificuldade toda causa estranheza. Só há duas possibilidades. Ou Deus não sabe planejar, o que é uma conclusão absurda, ou era para ser assim mesmo. Era para Maria e José passarem por tudo isso. 

Maria e José fizeram exatamente a vontade de Deus e ainda assim passaram por enormes dificuldades.

Caso 2: O SOFRIMENTO DE PAULO 
Outro exemplo é o apóstolo Paulo. Ele saiu em viagens missionárias, plantando igrejas pela Ásia Menor, Grécia, Macedônia e Roma. Fez a vontade de Deus e ainda assim padeceu muito. Veja o relato que ele mesmo fez (2 Coríntios capítulo 11, versículos 23 a 33):
São eles servos de Cristo? Eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas...
E nada disso aconteceu por acaso. Em Atos capítulo 9, versículos 15 e 16, Paulo recebeu a seguinte profecia: 
Vai, porque este [Paulo] é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 
Qual a explicação para isso?
A maioria dos homens e mulheres de Deus, como os profetas, sofreram bastante quando estavam cumprindo as missões que tinham recebido. Como explicar isso?

O fato é que Deus pensa de forma muito diferente do que nós. Nós olhamos para as questões materiais, buscando conforto, segurança e prazer. Privilegiamos o aqui e agora. Enquanto isso, Deus olha para nosso comportamento pensando na implantação do seu Reino e na vida eterna.

É claro que Deus se preocupa com as suas condições de vida, saúde, etc. E que Ele quer te abençoar, ajudando você a superar suas dificuldades. Mas Ele se preocupa muito mais com a forma como você vive, com aquilo que você faz. Pois são essas coisas que vão determinar seu futuro junto a Ele. 

E tanto é assim que Jesus afirmou uma coisa surpreendente em Mateus capítulo 18, versículos 8 e 9: 
Se, pois, a tua mão ou o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, lança-o de ti; melhor te é entrar na vida aleijado, ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo eterno. E, se teu olho te fizer tropeçar, arranca-o, e lança-o de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que tendo dois olhos, ser lançado no inferno de fogo. 
Repare o significado dessa afirmação: Jesus alertou que, se seu bem-estar afastar você de Deus - talvez porque a vida boa lhe torne insensível, preguiçoso ou frio espiritualmente -, é melhor perder essas coisas, sofrer e mudar. Pois essa mudança pode aproximar você de Jesus e te levar para o céu. Simples assim.

Mudando a perspectiva da vida
A compulsão quase obsessiva dos seres humanos pela felicidade, para que tudo dê certo nas suas vidas, pode impedir você de aprender quando as coisas não correrem bem. 

Se você ficar preso/a ao que aconteceu, buscando razões e justificativas para os problemas (que provavelmente não vai encontrar), deixará de olhar para as portas que Deus vai abrir à sua frente. E não vai crescer espiritualmente.

E frequentemente são os problemas e fracassos que verdadeiramente ensinam. O jogador de basquete Michael Jordan, num comercial famoso, declarou: “errei cerca de nove mil lançamentos de bola à cesta ao longo da minha carreira... E falhei muitas vezes. E é por isso que tive sucesso”. 

Repare bem: para conseguir sucesso, ele precisou errar muito e aprender. Teve muitas derrotas antes de conseguir colher grandes vitórias.

Não se impressione quando estiver fazendo aquilo que Deus orientou você e mesmo assim surgirem dificuldades inesperadas. Tenha confiança que Deus está fazendo aquilo que o melhor, mesmo quando você não conseguir entender as razões d´Ele. Lembre-se que trabalha para que as coisas venham a cooperar para seu bem (veja mais).

Com carinho

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

SERÁ QUE SUA ORAÇÃO NÃO FOI RESPONDIDA POR FALTA DE FÉ?

Há muitas orações não respondidas e as pessoas não gostam muito de falar sobre isso. Elas se sentem fracassadas espiritualmente quando passam por esse tipo de experiência. É claro que a falta de fé faz com que algumas orações não sejam respondidas, mas na maioria das vezes não é isso que acontece. Deus costuma ter razões muito boas para não atender boa parte dos pedidos que recebe. E às vezes os pedidos são atendidos sim, mas não da forma ou no prazo que as pessoas esperavam. É o que vamos detalhar a seguir:

Deus tem outra perspectiva de tempo
Deus opera numa perspectiva de tempo diferente da nossa. Assim, pode ser que o pedido venha a ser atendido num tempo diferente daquele que as pessoas esperam. Vejamos um exemplo:

Jesus passou uma noite em oração antes de escolher os doze apóstolos (Lucas capítulo 6, versículos 12 e 13), procurando orientação para fazer a melhor escolha. Mas não há como esconder o fato que os homens escolhidos por Jesus muitas vezes agiram mal. Por exemplo, fugiram no momento em que seu Mestre mais precisou do apoio deles, um deles (Judas) vendeu Jesus por 30 moedas e outro (Pedro) o negou de forma vergonhosa.

A oração de Jesus parece não ter sido respondida. Mas, a história da igreja cristã comprova que os apóstolos tiveram sucesso. Em outras palavras, se fizermos uma radiografia da sua atuação na época da crucificação de Jesus, concluiremos que eles fracassaram. Mas a mesma radiografia, feita 30 anos depois, levará a conclusão bem diferente. A oração de Jesus foi respondida sim, mas em outra perspectiva de tempo.

A pessoa pediu a coisa errada
O apóstolo Paulo pediu que Deus lhe retirasse um “espinho” na carne. E recebeu como resposta que a Graça lhe bastava (2 Coríntios capítulo 12, versículos 7 a 10). Esse pedido do apóstolo nunca foi atendido.

O próprio Paulo reconheceu que não teria sido mesmo bom para ele ficar livre do tal “espinho” (versículo 7), pois ele teria se deixado levar pelo orgulho e pela vaidade. Não podemos esquecer que o apóstolo liderava um ministério de muito sucesso, realizando muitas curas, libertações e até ressuscitando pessoas, sem contar as inúmeras conversões. É fácil a pessoa se perder numa situação dessas, como testemunham inúmeros exemplos na história da Igreja Cristã. O "espinho" na carne manteve o apóstolo humilde e dependente da Graça de Deus.

Esse exemplo demonstra bem uma das causas mais comuns para as orações não respondidas: pedidos que não são adequados para quem pede. E Deus precisa recusar esses pedidos, mesmo quando feitos com muita fé. De forma similar ao que os pais fazem quando as crianças pedem para receber coisas que não são boas para elas mesmas. Simples assim.

A pessoa pediu da forma errada
Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele”. Ele lhes disse: Quando vocês orarem, digam...Lucas capítulo 11, versículos 1 e 2
Por que os discípulos pediram a Jesus que os ensinassem a orar? Não podemos esquecer que o judaísmo é uma religião onde existem diversas orações prontas, ensinadas às pessoas desde crianças. Portanto, o pedido dos discípulos não foi feito por não saberem o que dizer para Deus.

Outra possível razão seria os discípulos pensarem que a ocasião exigisse uma oração especial, que ainda não fizesse parte da sua rotina religiosa. Isso é muito comum no judaísmo, pois, ao longo da história, os rabinos criaram muitas orações adequadas às mais diferentes situações. Mas esse não parece ter sio o caso, pois não havia nada de especial na circunstância que os discípulos estavam vivendo. 

Portanto, sobra uma única alternativa: os discípulos sabiam que Jesus orava de forma diferente e queriam o mesmo para si. De fato, Jesus orava sem repetir fórmulas prontas, sem recitar palavras que acabavam não tendo muito significado. Ele orava do coração, demonstrando intimidade com Deus.

E Jesus atendeu o pedido ensinando-lhes a oração hoje conhecida como "Pai Nosso. Nela incluiu todos os princípios que devem ser seguidos para uma boa oração. Isso inclui louvar a Deus, reconhecer as próprias fraquezas, fazer apenas os pedidos necessários, etc. 

Agora, vejam o que Jesus disse em Mateus capítulo 6, versículos 6 e 7 (pouco antes de ensinar a oração do Pai Nosso):
...E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa, como fazem os pagãos. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. 
Jesus advertiu contra o hábito comum (naquele tempo como hoje em dia) de ficar repetindo fórmulas prontas (e aí se inclui até o “Pai Nosso”), sem nem entender bem o que se está dizendo e/ou sem nem prestar atenção nas palavras. O que nos permite concluir que orações feitas mecanicamente dificilmente são respondidas. Como também não são as orações feitas de forma desrespeitosa, com desatenção, etc.

Deus tem coisa melhor preparada
Certa vez Jesus orou pedindo pela unidade do povo cristão (João capítulo 17, versículos 20 a 23). Ora, essa não é a experiência vivida pela igreja – hoje existem dezenas de milhares de denominações que se dizem cristãs. Essa oração parece não ter sido atendida.

Nesse caso provavelmente Jesus pediu pela unidade espiritual e não pela manutenção de todo o universo de fiéis debaixo de um único "guarda-chuva" – seria uma organização gigantesca com cerca de 2,5 bilhões de seguidores/as.

Imagina como essa organização descomunal seria difícil de administrar - a igreja católica, que tem cerca de metade desse tamanho, já sofre demais com esse problema. Essa igreja gigantesca teria enorme burocracia, seria lenta em atender às necessidades das pessoas e assim por diante.

A parte dinâmica do cristianismo, hoje, é formada pelas igrejas independentes, onde a decisão é essencialmente tomada no local, de acordo com as necessidades da comunidade diretamente envolvida. Assim, o fracionamento da igreja cristã gerou agilidade e poder de adaptação. É claro que o custo disso foi a desunião do povo cristão, inclusive espiritual - não há como negar esse fato. Mas, é provável que os ganhos tenham válido à pena.

Conclusão
Há outras razões para que as orações não sejam respondidas por Deus, além daqueles que resumidas aqui. Esse é um assunto bastante complexo. Mas os exemplos apresentados já demonstram que não é possível atribuir a falta de resposta às orações apenas à falta de fé – essa é uma explicação simplista.

Portanto, quando sua oração parecer não ter sido respondida, procure analisar o que aconteceu. Estude casos na Bíblia cujas circunstâncias sejam similares às que você está vivendo e procure entender como Deus agiu naquelas oportunidades. E, se ainda assim, você não entender bem as razões de Deus, confie que Ele está fazendo o melhor por você.

Com carinho

sábado, 15 de setembro de 2018

MARCANDO PASSO


Muitas vezes nos vemos marcando passo. Ficamos parados no mesmo lugar, aguardando que algo aconteça ou venha uma ordem para seguir em frente. Exatamente como vemos os soldados fazerem numa parada.

Muita gente pensa que ficar marcando passo é pura perda de tempo. Elas anseiam por tomarem decisões e agirem. Mas, muitas vezes, Deus nos quer ver marcando passo. Quer nos ver aguardando sua voz de comando, quando certamente Ele vai dizer para onde a pessoa deve ir.

Nesses casos, marcar passo, ficar no mesmo lugar aguardando, é fazer a coisa certa. Não é perda de tempo. E esse é o tem do meu mais novo vídeo - veja aqui.
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terça-feira, 11 de setembro de 2018

HÁ PRAZO PARA TUDO NA VIDA

O livro do Eclesiastes, no capítulo 3, tem um texto muito famoso, que afirma haver um tempo para tudo - há tempo para alegria e tempo para tristeza, tempo para plantar e tempo para colher, e assim por diante. A pastora Carol, no seu novo vídeo com a Alícia, explica que o sentido de tempo nesse texto equivale a prazo.

Ou seja, a Bíblia está nos alertando que há prazo para tudo neste mundo. Tanto para nascermos, quanto para morrermos. Também para a duração da nossa alegria e da nossa tristeza. Enfim, cada coisa nesta terra tem seu respectivo prazo de duração.

E por isso precisamos ficar atentos para aproveitar as coisas boas, enquanto elas durarem, e manter a esperança que as circunstâncias ruins (quando aparecerem nas nossas vidas) vão passar, pois elas também têm prazo de duração. Veja o vídeo aqui.

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domingo, 9 de setembro de 2018

A DESTRUIÇÃO DO MUSEU DA QUINTA DA BOA VISTA

O Brasil assistiu chocado, no último fim de semana às cenas de destruição do Museu da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Foi talvez o maior desastre já ocorrido no plano científico no Brasil. Muitos milhões de itens científicos importantes foram devorados pelas chamas. Isso sem contar o prejuízo para o prédio histórico, pois a Quinta da Boa Vista foi, durante anos, o palácio habitado pelos imperadores do Brasil.

Não vamos nos iludir: uma grande parte da perda que a comunidade científica brasileira sofreu é irreparável e serão necessários muitos anos para conseguir repor, pelo menos parcialmente, aquilo que foi perdido. Sinceramente, dá até vontade de chorar.

A busca pelos culpados
Apagado o fogo, chegou a hora de calcular o prejuízo e ver o custo de recuperar o patrimônio afetado, que será bem alto. E inevitavelmente, chegou também o momento de buscar culpados/as. E como estamos num momento eleitoral, o que temos assistido nas redes sociais e na grande mídia é um jogo hipócrita, onde cada um/a fica empurrando a “batata quente” para o/a outro/a.

O Governo Federal é cobrado por conta dos cortes de verbas. E se defende, dizendo que existiram verbas suficientes e a culpa é da direção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a quem o Museu está vinculado. Segundo o Governo Federal, a UFRJ teria escolhido as prioridades erradas. Já a direção da UFRJ acusa de volta o Governo Federal. E a grande mídia acusa um ou os dois pelo desastre. As manifestações nas mídias sociais, então, beiram as raias da insanidade, sendo ditas as coisas mais absurdas.

Esse jogo de empurra da culpa é a coisa mais antiga do mundo. No relato da queda de Adão e Eva, a Bíblia conta que a mulher colheu o fruto proibido, comeu-o e o deu para o homem também comer. O ato foi cometido primeiro por Eva, mas Adão assistiu tudo calado e nada fez para evitar o erro – ele foi conivente e depois participante ativo. 

E é interessante observar que, quando Deus chama os dois à responsabilidade, o casal colocou a culpa um no outro e também na serpente (Satanás), conforme relata Gênesis capítulo 3, versículos 11 a 13:
E Deus perguntou [a Adão]: "Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual lhe proibi comer?" Disse o homem: "Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi". O Senhor Deus perguntou então à mulher: "Que foi que você fez? " Respondeu a mulher: "A serpente me enganou, e eu comi".
Naturalmente, Deus não se deixou influenciar e puniu ambos, pois os dois tinham sua parcela de responsabilidade no corrido. Ambos foram expulsos do Jardim do Éden e tiveram suas vidas profundamente afetadas pelo que fizeram.

De quem é a culpa desse desastre?
Penso que a situação do incêndio do Museu da Quinta da Boa Vista tem muito a ver com esse caso. Afinal, um desastre dessas proporções não poderia acontecer sem o descaso e a incompetência de muita gente. O erro começa no topo da hierarquia e vai descendo pela organização.

O desastre aconteceu por muitas decisões erradas tomadas no dia-a-dia, por exemplo, quando foram priorizados os investimentos em outras áreas que pareciam mais urgentes e importantes. Ou quando, foram permitidas gambiarras na parte elétrica, que todo mundo sabe gerarem muito risco de incêndio. E assim por diante.

Infelizmente, não será nunca possível apontar um/a único/a culpado/a e levá-lo/a à justiça para responder pelo que fez (ou deixou de fazer). Há uma enorme cadeia de responsabilidades e foi ela que assinou a sentença de morte do Museu. Mas as responsabilidades individuais ficarão diluídas na burocracia que caracteriza a gestão pública.

Já vimos a mesma coisa acontecer em outros desastres importantes, como a ruptura da barragem de rejeitos de mineração que destruiu vasta área em Mariana, Minas Gerais. E, embora não sirva de consolo, esse tipo de situação não acontece apenas no Brasil. 

Para ficar apenas nos casos mais recentes, podemos lembrar da ruptura brusca de uma ponte na cidade de Gênova, na Itália, que matou dezenas de pessoas, fruto da falta de manutenção. As obras necessárias foram adiadas para depois das férias de verão na Europa e, nesse meio tempo, a ponte caiu. 

Não podemos esquecer, também, da destruição da ilha de Porto Rico por um furacão. A ação das autoridades responsáveis foi lamentável, concorrendo para que muitas pessoas morressem. A infraestrutura dessa ilha ainda não foi recuperada. E até hoje há um jogo de empurra de responsabilidades entre o Governo dos Estados Unidos e o Governo de Porto Rico.

O que nos resta fazer?
A natureza hipócrita dos seres humanos, que fogem das suas responsabilidades, ocorre desde Adão e Eva. E permanece tão forte e presente hoje em dia, como era lá atrás. Nesse aspecto nada mudou.

O que cabe a nós, povo cristão, pensar e fazer num caso como o do incêndio desse Museu? Primeiro, precisamos reconhecer que a lógica das coisas neste mundo é, muitas vezes, satânica. E aí predominam a hipocrisia, a vaidade, a preguiça, a ambição, a vaidade e por aí vai.

Depois, precisamos ter em mente que nada vai mudar enquanto as pessoas não reconhecerem seus erros, arrependerem-se e pedirem perdão a Deus. Só aí essa situação vai mudar. Até lá, os desastres virão, haverá um grande custo para reparar as consequências dos erros cometidos, quando isso for possível. Afinal, há coisas que são destruídas para sempre, como as vidas humanas, no Porto Rico, ou o acervo do Museu da Quinta da Boa Vista. 

Até que as pessoas mudem, só nos cabe orar e pedir a Deus que tenha misericórdia e contenha o mal que se faz tão presente na nossa sociedade.

Com carinho

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

MÃO ABERTA

A Bíblia traz um grande ensinamento: é muito melhor dar do que receber. Em outras palavras, somos ensinados a ser mão aberta. A exercemos generosidade com nossos recursos materiais, nosso tempo e atenção e até com nossas emoções. 

Infelizmente, não é isso que vemos à nossa volta hoje em dia, num mundo cada vez mais caracterizado pela ambição, egoismo e insensibilidade.

Ainda assim, ao longo da história do cristianismo, muitas pessoas têm conseguido ser muito generosas. Mesmo quando receberam muito pouco da vida, foram capazes de dar muito. De produzir grandes frutos. Foram mão aberta. 

É sobre uma dessas pessoas admiráveis que eu falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

O LADO RUIM DE ALGUMAS COISAS BOAS

Há várias situações relatadas na Bíblia que costumam deixar as pessoas meio perplexas. Isso porque essas situações têm tanto um lado muito bom, que gera ensinamentos maravilhosos, como também um outro lado, ruim, que parece ser triste e desanimador. 

Naturalmente, as pregações e os livros de estudo bíblico costumam olhar somente para o lado bom dessas situações, deixando de comentar o outro lado. Aí quando as pessoas se dão conta desse lado mais escuro das coisas, ficam perplexas e sem orientação sobre o que pensar. Vou dar alguns exemplos para você entender melhor o que acabei de dizer.

Olhando os dois lados 
O melhor exemplo que conheço é o caso do sacrifício de Isaque, filho de Abraão. Deus ordenou a Abraão que sacrificasse o menino, numa prova de fé. E Abraão obedeceu cegamente - levou o filho até um monte, amarrou-o a uma pilha de lenha, para acender um fogo sacrificial, e pegou uma faca para matar o garoto. No último momento, Deus ordenou a Abraão sacrificar uma cabra no lugar de Isaque, poupando a vida do garoto (Gênesis capítulo 22).

O lado positivo dessa história é bem conhecido por todos: a enorme demonstração de fé de Abraão - ele não negou nada a Deus, nem seu próprio filho. Não é por acaso que Abraão ficou conhecido como o "pai da fé". 

O lado negativo fica evidente quando se olha a história do ponto de vista do Isaque. O menino não sabia o que estava acontecendo, pois o pai nada lhe contou, viu-se deitado numa pilha de lenha, como um sacrifício, e o pai puxando uma faca para matá-lo. Certamente ficou aterrorizado - e não é por acaso que, em certo ponto, o autor do Gênesis se refere a Deus como o "terror de Isaque" (capítulo 31, versículo 42). 

Acredito que você já tenha ouvido várias pregações sobre a prova de fé de Abraão, mas duvido muito que já tenho visto qualquer pregação ou texto discutindo como Isaque se sentiu. Eu mesmo, em muitas décadas de frequentar igrejas e ler coisas sobre a Bíblia só lembro de ter visto um comentário nesse sentido.

E a razão é simples: pregadores e escritores cristãos não sabem bem o que fazer com o terror que Isaque sentiu. Gostam de falar da fé de Abraão, porque isso edifica, mas temem que o terror de Isaque assuste as pessoas. 

Outro exemplo interessante é o milagre que Jesus fez ao curar um cego de nascença que encontrou mendigando na porta do Templo de Jerusalém. Naquela época as pessoas acreditavam que uma deficiência física era consequência de pecados cometidos pela própria pessoa ou pelos pais dela. Jesus explicou que, naquele caso, não havia sido cometido pecado algum e tudo tinha acontecido para honra e glória de Deus e curou o homem (João capítulo 9, versículos 1 a 12). 

O lado bom desse relato abrange tanto o milagre de Jesus e como a importante constatação que os pecados dos nossos pais não têm esse tipo de influência nas nossas vidas, assim como nossos pecados não vão arrebentar com a vida dos/as nossos/as filhos/as.

Mas há um lado bem ruim nessa história: o ponto de vista do cego. Parece injusto que ele tenha sofrido tanto para que Jesus pudesse usar seu exemplo para passar uma mensagem importante. Confesso que nunca vi ninguém pregar ou escrever refletindo sobre esse outro lado do milagre de Jesus. 

Um exemplo similar, mas fora da Bíblia, é o caso do desastre de avião onde morreram quase todos os passageiros exceto um, que era cristão fervoroso. E o sobrevivente foi à igreja dar graças a Deus pelo milagre da sua salvação. 

Agora, será que os parentes das pessoas que morreram deveriam então culpar a Deus pelo perda dos seus entes queridos? Afinal, se Deus deve ser louvado por ter salvo aquela pessoa, parece ser que também deveria ser responsabilizado pelo que aconteceu de ruim. Mas esse outro ponto de vista nunca é discutido.

Como já disse, as pessoas cedo ou tarde se dão conta desses outros aspectos de situações que parecem ser maravilhosas, isto é, percebem um lado escuro que se desenvolve em paralelo. E ficam sem saber bem o que pensar.

O que dizer sobre isso tudo?
Não é fácil construir um raciocínio coerente para lidar com esse tipo de questão. Mas acredito que Deus espera isso de nós, pois a Bíblia ensina que as dúvidas precisam ser tratadas. E se não fosse assim, a Bíblia não registraria abertamente histórias com esses dois lados tão marcadamente diferentes.

E há muito a dizer a esse respeito, mas nem todas as respostas são fáceis de aceitar. Começo pelo aspecto mais fácil das respostas, que é o impacto do livre arbítrio na vida das pessoas. 

Frequentemente são os próprios seres humanos que geram problemas para si mesmos. Fazem escolhas erradas e sofrem as suas consequências. E Deus não pode ficar intervindo toda hora para livrar as pessoas dos seus problemas, pois senão o livre arbítrio acabaria - a razão de haver livre arbítrio é outra questão, que não tenho espaço para discutir aqui, mas há postagens neste site que tratam desse tema. 

Deus intervém em alguns casos para mudar ou amenizar as consequências ruins das escolhas feitas e podemos e devemos ser gratos por isso. Mas não podemos culpar Deus pelas consequências ruins das escolhas feitas pelas pessoas. Essa análise esclarece a questão da única pessoa que se salvou do desastre aéreo. O desastre foi causado por falhas humanas - de manutenção, de pilotagem, etc - e Deus não pode ser culpado por elas. Ele interviu para salvar alguém, por motivos que desconhecemos, isso deve ser motivo de gratidão e louvor. Mas isto não quer dizer que Ele é responsável pela morte das demais pessoas.

Para você entender melhor isso, acho que é evidente que a pobreza e as injustiças sociais existem pelas escolhas erradas das pessoas que detém o poder político e econômico. E quando eu escolho ajudar determinada pessoa a melhorar sua vida, por qualquer que seja o motivo, não me torno automaticamente responsável pelo fato das demais pessoas, que não escolhi ajudar, continuarem vivendo na pobreza. 

De certa forma, essa explicação também permite amenizar a análise do caso de Isaque. Abraão deveria ter conversado com seu filho e contado para ele o que Deus tinha lhe pedido. Poderia falar da sua fé e convencer o filho que nada iria acontecer com ele, porque confiava em Deus. Finalmente, poderia ter ensinado o filho a conversar com Deus e certamente algo de bom teria resultado desse contato. Mas Abraão não fez nada disso.

Na verdade, Abraão não era um pai amoroso - basta olhar suas atitudes com Ismael (a quem exilou) e Isaque para perceber isso. E foi ainda pior esposo (vendeu Sara duas vezes e auferiu lucro com isso). Abraão se calou, deixando seu filho totalmente no escuro e gerando consequências ruins na vida do menino. 

É possível ainda que a cegueira de nascença doe homem que foi curado por Jesus tenha a ver com falta de cuidado pré natal, algum problema no parto ou alguma infecção que o bebê tenha adquirido muito cedo (parecendo ter sido cegueira de nascença). Não temos certeza, pois a Bíblia não nos dá informações suficientes. 

Mas se alguma dessas possibilidades ocorreu, o sofrimento daquele homem se deveu à ignorância do povo daquela época, não muito diferente do que aconteceu com milhões de pessoas ao longo da história e nada disso pode ser atribuído a Deus. 

Mas isso não explica outras coisas. Por exemplo, por que Deus tinha que pedir a Abraão uma prova de fé através do sacrifício de seu filho? Essa situação não pode ser explicada pela ação humana. Como também seria o caso se tivesse havido uma interferência direta de Deus no caso da cegueira do homem curado por Jesus.

E aqui entramos no lado difícil dessa discussão: não conseguimos entender todos os planos e as razões de Deus para fazer as coisas de uma forma e não de outra. Portanto, muitas vezes não vamos conseguir entender completamente os acontecimentos. É difícil de aceitar, mas essa é a realidade com a qual precisamos aprender a conviver.

Isso não é fácil de "engolir" porque queremos entender as coisas - até as crianças demonstram isso quando ficam perguntando a razão para as coisas acontecerem para seus pais. Estamos aí no território da fé. 

Não saber a razão para certas coisas e ainda assim aceitá-las, requer confiança irrestrita em Deus, acreditando que Ele sempre busca o melhor para nós. Mesmo quando as aparências parecem indicar o contrário. 

Esse é um teste de fé que, de certa forma, vivemos diariamente. Aí está um dos desafios de ser cristão no mundo em que vivemos. Deus espera fé de nossa parte e, se soubéssemos de tudo, teríamos conhecimento e a fé não seria necessária. Por exemplo, eu não preciso de fé para acreditar que existe a força da gravidade, pois os fatos comprovam isso. 

Fé é justamente manter a confiança mesmo quando não se sabe sobre as coisas. E, conforme a Bíblia nos ensina, sem fé não é possível agradar a Deus (Hebreus capítulo 11, versículo 6). 

Com carinho

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O BEM AJUDA A PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS

A comprovação da existência de Deus não pode ser feita da mesma forma como se prova uma teoria da física, usando equações matemáticas e experimentos científicos. E a razão para isso é simples: a existência de um ser sobrenatural, que existe fora do mundo físico, não pode ser feita com base nas leis que regulam esse mesmo mundo físico. 

Deus existe fora do mundo natural e vem daí a afirmação que Ele é um Ser sobrenatural. E a comprovação da sua existência só pode ser feita de duas formas. A primeira é através da experiência pessoal, através da ação do Espírito Santo. Mas aqueles/as que não acreditam em Deus não aceitam esse caminho e aí existe uma outra alternativa: buscar no mundo físico os vestígios da presença de Deus, como que as impressões digitais que Ele deixou na sua criação.

E a forma de fazer isso é construir um "caso" a favor da existência de Deus, acumulando evidências a esse favor. Isso pode parecer estranho para você, mas é exatamente assim que os promotores de justiça agem para comprovar a culpa de um réu, cujo crime não teve testemunhas - vão juntando evidências da culpabilidade do réu (DNA, impressões digitais, falta de álibi, etc) e é esse conjunto de evidências que convence o juri a condenar. 

Assim, se conseguirmos juntar um conjunto suficiente de evidencias apontando para a existência de Deus, essa realidade ficará demonstrada para todos os efeitos práticos. Já apresentei diversas evidencias que apontam para a existência de Deus (veja mais), como o início do universo (o Big Bang), o conjunto organizado de informações que controla a vida (o DNA) e o fato do universo funcionar de forma tão regular e previsível que pode ser descrito com exatidão por equações matemáticas. Tudo isso aponta para um Criador com inteligencia e poder extraordinários.

Uma nova evidencia
Hoje vou somar mais uma evidencia, baseada na existência de obrigações morais universais (aquelas que obrigam todos os seres humanos). A obediências a essas obrigações é aquilo que chamei o "bem". Não se assuste, pois o raciocínio não é difícil de acompanhar. 

Começo definindo que uma obrigação moral universal é válida em qualquer lugar, tempo e cultura, não dependendo, portanto, da opinião das pessoas. Todo mundo é obrigado a obedecer essas obrigações.

Por exemplo, é proibido para todo mundo torturar crianças. Ninguém pode ser desculpado se fizer isso, nem mesmo se alegar motivação religiosa. O mesmo pode ser dito do estupro.

Praticamente, todo mundo reconhece a existência de obrigações morais universais e é por causa disso que existem documentos como a "Declaração Universal dos Direitos Humanos", promulgada pela ONU.

Agora, quem pode estabelecer obrigações morais que sejam válidas para todo mundo? Só há duas respostas possíveis: o próprio ser humano (através da sociedade) ou um ser superior (Deus).

Ora, quando os padrões morais são estabelecidos pela própria sociedade, eles são dependentes da evolução do pensamento humano. Hoje achamos que certas coisas, como a escravidão, são erradas, mas elas eram socialmente aceitáveis apenas 150 anos atrás. O próprio conceito de direitos humanos, hoje amplamente aceito, que garantem a igualdade das pessoas, independentemente de raça, religião, sexo ou condição social, somente começou a ser mais amplamente aceitos 200 anos atrás mais ou menos. 

A sociedade muda de opinião e se as obrigações morais forem estabelecidas por ela, elas certamente vão mudar ao longo do tempo. E aí deixarão de ser padrões universais absolutos, já que serão sempre dependentes do momento histórico.

Além disso, se uma obrigação moral for estabelecida por um determinado segmento da sociedade, ela pode não ser aceita por outro segmento - é por isso que as leis variam tanto de país para país. Obrigações que vinculem todos os seres humanos somente podem ser estabelecidas por alguém que esteja acima dos diferentes segmentos da sociedade humana. Por alguém que todas as pessoas sejam obrigadas a respeitar.

Portanto, obrigações morais universais somente podem ser estabelecidas por Deus. E dessa conclusão decorre uma outra, também muito importante: caso as obrigações morais existam de fato, isso será mais uma evidencia da existência de Deus.

Repare que não estou dizendo aqui que um ateu não possa viver uma vida moralmente correta. Conheço vários deles que levam vidas exemplares. Mas essa não é a questão sendo discutida aqui. A questão em discussão é definir como estabelecer obrigações que todos precisem cumprir. 

Os ateus procuram se comportar seguindo as leis do país onde vivem e aquilo que entendem ser o melhor, com base no seu próprio conhecimento e cultura. E podem acertar, mas se mudarem de convicção, sentir-se-ão à vontade para para passar a agir de forma diferente, sem qualquer remorso. 

Já os cristãos precisam se comportar de determinada maneira porque são comandados por Deus a fazer isso. Eles devem obedecer essas obrigações (o que não quer dizer que façam isso sempre) até mesmo se discordarem delas. E isso vale para todo mundo. 

Repare que as motivações num caso e no outro, são totalmente diferentes. O ateu precisa fazer aquilo que as leis do seu país mandam e seguir sua própria consciência. Os cristãos precisam obedecer a Deus, em primeiro lugar, e também devem seguir as leis humanas, desde que elas não violem a lei de Deus (por exemplo, se o governo me mandar roubar, eu não posso fazer isso, pois contraia a lei divina). 

Obrigações morais universais existem?
Evidentemente há discussão sobre se tais obrigações morais universais existem mesmo, até pelas consequências que isso tem quanto à comprovação da existência de Deus. Por exemplo, muitos pensadores ateus defendem que, como o ser humano é fruto da evolução das espécies, não há como garantir que esse tipo de obrigação exista de fato. 

Segundo quem pensa assim, pode até ser que as pessoas venham a fazer as coisas certas, mas isso seria simples coincidência. Os atos que parecem bons seriam praticados apenas porque concorrem para a sobrevivência das pessoas. Por exemplo, as pessoas ajudam umas às outras porque isso aumenta suas chances de sobrevivência nos momentos de crise. 

Mas a experiência humana mostra que tal tipo de padrão universal existe mesmo, conforme comentei antes, e vários deles não podem ser explicados pelas vantagens que geram para quem os adota. Por exemplo, o auto-sacrifício de uma pessoa, para preservação da outra, não pode ser justificado pelo benefício de quem se sacrifica e, ainda assim, esse tipo de prática sempre é reconhecida como tendo grande valor. A traição até pode ajudar uma pessoa a se salvar de circunstâncias difíceis, mas se trata de ato criticado por quase todo mundo. 

Concluindo, a existência de obrigações morias universais é mais uma comprovação que existe um Ser superior a todos nós, a quem precisamos obedecer.

Com carinho

sábado, 1 de setembro de 2018

O CRISTÃO E AS ELEIÇÕES

Estamos próximos das eleições gerais e tenho recebido algumas perguntas sobre como os cristãos devem se comportar frente a esse evento. Aí vão algumas reflexões minhas, que espero sejam úteis para você: 

Participar sempre 
Há desencanto e cansaço natural quanto ao processo eleitoral: afinal, os/as candidatos/as prometem e não cumprem, a corrupção dos/as políticos/as é enorme e assim por diante. Por causa disso ouço com frequência pessoas dizerem que não vão votar ou anularão seus votos. 

Eu não concordo com essa posição e por várias razões. Primeiro, porque o ato de votar, para mim, sempre terá muita importância. Fui impedido, até os 38 anos de idade, de votar para Presidente, por causa das regras eleitorais impostas pelo regime militar ao nosso país, e sinto que fui roubado por muito tempo de um direito que era meu. Depois que recebi de volta esse direito, acho muito importante exercê-lo, sempre. 

Depois, porque as consequências de se omitir numa eleição podem ser trágicas. Por exemplo, na Venezuela, cerca de 15 anos atrás, a oposição decidiu boicotar as eleições parlamentares, em protesto contra o governo de Hugo Chávez. E acabaram sendo eleitos/as somente parlamentares favoráveis ao governo dele e, com base nisso, Chávez mudou a Constituição do país, pintou e bordou. E a sociedade venezuelana vem pagando até hoje um preço trágico por causa desse enorme erro político.

Não se iluda: alguém será eleito/a para Presidente, vote você ou não. Se você votar, poderá influir no resultado final. Se não votar, vai ter que aceitar aquilo que tiver sido decidido em seu nome.

Além disso, Jesus disse para sermos a "luz do mundo" e a luz só pode iluminar quando se faz presente no ambiente escuro. Se nos omitirmos, como poderemos "iluminar" as eleições gerais? 

Avalie sempre as idéias e os atos dos candidatos 
Procure conhecer as idéias (plano de governo) dos/as candidatos/as - se isso não existir, já é um sinal muito ruim. Por exemplo, onde cada candidato/a pretende colocar a ênfase nas suas futuras ações governamentais? O que está sendo proposto para promover o desenvolvimento do país e diminuir as injustiças sociais existentes? 

E verifique se as ideias estão dentro dos princípios que a Bíblia ensina a respeito de como uma sociedade precisa funcionar. Se não estiverem em linha com esses ensinamentos, aí está uma razão muito forte para não votar no/a candidato/a que propõe essas ideias estranhas.

Mas não basta olhar para o que o/a candidato/a diz e promete, olhe também para como ele/a se comportou no passado, na vida política. Todos/as eles/as já ocuparam cargos públicos antes e o que fizeram precisa influenciar sua escolha. Se ele/a praticou corrupção, por que imaginar que fará diferente no futuro? Se não cumpriu as promessas feitas na eleição anterior, por que vai se comportar de outra forma no futuro mandato? O passado das pessoas ajuda muito a prever o que farão no futuro. 

Evangélico sempre vota em evangélico?
A resposta correta para essa pergunta é não. O eventual voto num/a candidato/a evangélico/a depende da pessoa que está pedindo seu voto. Afinal, dizer-se evangélico/a não pode ser passaporte para ganhar seu voto - trata-se simplesmente de uma declaração da fé do/a candidato/a e não um atestado de que irá fazer as coisas certas. 

E temos visto, infelizmente, com frequência, exemplos deprimentes dados pela chamada "bancada evangélica", cujos/as integrantes se envolveram em negócios escusos, barganharam cargos e assim por diante, cobrindo de vergonha o povo evangélico.

Ser evangélico/a é uma informação importante, assim como deve ser a história da pessoa, as idéias que defende e também com quem está aliada. Esse último fator é fundamental porque, não se iluda, as alianças eleitorais têm "preço", pago dando aos/às aliados/as fatias do poder. Se os/as aliados/as não são dignos/as, parte do poder será exercido de forma indigna. Simples assim. 

A igreja cristã deve ficar longe do poder político
Não aceite que as lideranças da sua igreja tentem usar a membresia como "curral eleitoral", empurrando todo mundo para votar neste/a ou naquele/a candidato/a. Trata-se de coisa totalmente contrária à prática bíblica. 

O papel da igreja cristã é ser um canal para levar os homens a Jesus e para implantar o Reino de Deus aqui na terra. Já o papel dos/as candidatos/as é lutar para conseguir obter e manter o poder civil, visando o bem da população (pelo menos é assim que deveria ser). São objetivos muito diferentes e quase nunca compatíveis entre si. 

Partidos políticos e a igreja cristã não podem se misturar, pois são como água e óleo. 

Com carinho