domingo, 30 de dezembro de 2018

FELIZ ANO NOVO

Vou fazer uma confissão: não sou muito fã da comemoração de Ano Novo. Já participei de todo tipo de festa, inclusive algumas bem famosas, como a queima de fogos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. E confesso que nunca fiquei muito entusiasmado com o que vivi. 

A comemoração da passagem de Ano Novo, para mim, tem um sabor meio artificial. Afinal, comemorar a passagem de ano no dia 31 de dezembro, à meia noite, é uma simples convenção. Essa passagem poderia acontecer em qualquer outro dia e hora do ano. Não há qualquer razão cósmica para que ela ocorra nesse dia e hora. 

Deixar os problemas para trás?
Outra coisa que concorre para o artificialismo da comemoração da passagem de ano é a ideia de deixar para trás os problemas velhos e começar vida nova. Ora, isso simplesmente não é verdade. Na manhã do primeiro dia do novo ano, você e eu continuaremos a ter mais ou menos os mesmos problemas que tínhamos antes. Nada terá mudado de forma significativa. E nem poderia ter mesmo mudado em algumas poucas horas...

O que muda de fato a vida de uma pessoa é o fato dela contar com a presença do Espírito Santo. É deixar que Ele influencie seus pensamentos e decisões e assim se aproximar mais de Deus. Essa é a fonte real de mudanças. 

Mas nada do que falei deve impedir você de comemorar a passagem de ano, se você é fã dessa festa. Portanto, aproveite bastante. 

Se, por outro lado, você não se impressiona muito com o espírito dessa festa, não se entristeça, pois muita gente, como é o meu caso, se sente assim. Não há nada de errado com essa posição, pois ela é tão válida quanto a outra.

Desejo para você um ano de 2019 muito feliz, pleno de realizações e das bençãos de Deus. E que, contando com a Graça d`Ele, possamos continuar a nos encontrar muitas vezes neste site.

Com carinho

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

DANDO NOME A DEUS

O nome de Deus sempre foi uma coisa muito importante para o povo de Israel. Por isso a Bíblia traz tantos nomes diferentes, aplicados a cada tipo de sentimento que as pessoas estavam sentindo em diferentes momentos das suas vidas. 

E foi assim com Agar, a escrava egípcia que concebeu o primeiro filho de Abraão - Ismael -, mas sofreu inúmeras desentendimentos com Sara, a esposa oficial. Agar acabou exilada, mas sobreviveu e seu filho deu origem aos ismaelitas, origem dos povos árabes. 

Agar teve experiência em falar com um anjo, quando fugiu de Sara, inconformada com os maus tratos que sofria. E aí teve uma experiência espiritual muito importante, que culminou quando ela deu um nome a Deus - Aquele que ouve -, honra reservada a poucas pessoas na Bíblia. Logo, ela que nem convertida era. 

Isso prova que Deus age através das pessoas mais inesperadas para cumprir seus propósitos. Veja mais no mais novo vídeo aqui.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

E QUANDO 100 PESSOAS VALEM O MESMO QUE 4 BILHÕES

Estamos vivendo uma situação de desequilíbrio no mundo. E os sintomas desse desequilíbrio vem gerando insatisfação visível entre as populações de vários países do mundo. 

Por exemplo, vimos assistindo nas últimas semanas cenas de violência na França em protesto a aumentos nos combustíveis e a outras decisões do governo francês. Em maio deste ano, tivemos no Brasil uma greve de caminhoneiros, que paralisou o país e trouxe graves consequências econômicas. E essa greve contou com muito apoio da população. No Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Gales, etc), ocorreu no ano passado um plebiscito que levou o país a decidir sair da União Europeia. A razão para isso foi a insatisfação das pessoas com a imigração vinda de países do terceiro mundo. E a saída da União Europeia vai gerar grandes custos para o país. E há vários outros exemplos a citar.

Há várias explicações apresentadas pelos analistas para esse "mal estar" das populações dos mais diferentes países. Violência, urbana, desemprego, queda do poder aquisitivo das pessoas e por aí vai. Em outras palavras, há muita coisa errada com o mundo atual. 

Eu gostaria de me concentrar num problema específico, dentre todos esses que foram citados, que me parece vem se agravando nas últimas décadas. Acredito que ele vá gerar mais e mais instabilidade social e política no mundo, se não for resolvido. Refiro-me à distribuição da riqueza em quase todos os países do mundo que vem ficando cada vez pior. 

Cada vez menos pessoas concentram um volume cada vez maior da riqueza do mundo. Um punhado de bilionários/as pode se dar ao luxo de levar uma vida de sonho, enquanto milhões e milhões mal tem o que comer. 

Quando muito poucos valem tanto quanto muitos
Relatórios recentes preparados pela Organização Internacional do Trabalho indicam que apenas 100 bilionários/as têm patrimônio igual a cerca de 4 bilhões de pessoas no mundo. Isso é equivalente a dizer que cada uma dessas pessoas riquíssimas acumulou a mesma riqueza que cerca de 40 milhões de pessoas (o equivalente à população da Argentina ou do Canadá).

Não estou afirmando que esses/as bilionários/as sejam más pessoas e/ou tenham feito suas fortunas explorando os outros. Vários deles, como Bill Gates, fundador da Microsoft, ou Jeffrey Bezos, fundador da Amazon, são pessoas decentes. E até se mostram muito preocupados com os mais pobres. E demonstram isso doando centenas de milhões de dólares para a caridade. 

Essas pessoas fizeram seus bilhões de maneira honesta, sendo criativas, competitivas e sabendo aproveitar as oportunidades. Ganharam dinheiro como fruto do seu trabalho e capacidade. Mas é claro que essas pessoas super bem sucedidas tiveram oportunidades na vida que a esmagadora maioria dos quase 8 bilhões de habitantes do mundo nunca sonharam ter. 

O problema com o mundo
A verdade é que a realidade deste mundo é profundamente injusta. O sistema (a forma como a sociedade moderna funciona) está errado, muito errado. Tal tipo de concentração de riqueza está errada, qualquer que seja o padrão de análise usada. Não pode uma única pessoa ter tanta riqueza quanto 40 milhões de outras. 

A Bíblia já reconheceu isso quase dois mil anos atrás, tanto é assim que o João declarou: "o mundo jaz no Maligno" (1 João capítulo 5, versículo 19). Em outras palavras, o sistema deste mundo é controlado por uma lógica satânica, doentia e malvada, que perpetua as diferenças. 

É escandaloso que num mundo com a riqueza e o avanço tecnológico que já foi alcançado, ainda existam pessoas morrendo de fome ou vivendo sem um mínimo de dignidade. E o pior é constatar que temos esses problemas aqui no Brasil - debaixo dos nossos narizes.

Ainda pior, é ver que os governos se desculpam, afirmando não ter recursos para acabar com a pobreza, quando gastam bilhões de dólares com sistemas de armas sofisticadas, com obras inúteis e ainda permitem haver largo desperdício com burocracia e corrupção. 

Para você ter uma ideia, se o mundo todo gastasse a metade do que gasta atualmente em armamentos e usasse o dinheiro economizado para fazer justiça social, a pobreza absoluta no mundo acabaria em apenas cerca de 5 anos. Não existiriam mais gente vivendo sem dignidade.

O que dizer de tudo isso?
Para mim, esse desequilíbrio no mundo comprova que a humanidade dá cada vez menos importância ao que deveria ser fundamental. Deus deixou de ser uma referência e passou a ser uma coisa sem qualquer sentido para muita gente. 

As pessoas infelizmente guardam cada vez menos espaço para Deus nos seus corações. Abrem cada vez menos lugar para a ação do Espírito Santo nas suas vidas. E o resultado é exatamente esse que eu descrevi.

Enquanto a humanidade não se der conta dos seus erros, não se arrepender e mudar seu rumos, os problemas vão crescer, mesmo havendo cada vez mais progresso material no mundo. É triste, mas essa é a realidade que vivemos.

Com carinho

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

APRENDENDO A AGRADECER NO NATAL

Natal é um momento na vida que deveria ser usado para agradecer a Deus e a outras pessoas. É claro que não é assim que acontece, pois Natal costuma ser momento de comemoração, de troca de presentes. 

Mas Natal é motivo de gratidão a Deus por ter enviado seu Filho ao mundo. E também para gratidão a muitas pessoas que ajudam a tornar nosso dia-a-dia mais fácil. Desde aquelas mais simples, como o porteiro do prédio ou a pessoa que cozinha nossas refeições, até quem nos fez um grande favor, daqueles que muda o curso das nossas vidas.

É sobre gratidão no Natal que a pastora Carol e a Alícia falam no seu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes da pastora Carol e da Alícia aqui e aqui.

Veja o canal da pastora no Instagram aqui.

sábado, 22 de dezembro de 2018

COMO SE SENTIR FELIZ NO NATAL APESAR DOS PROBLEMAS

Tem muita gente que não consegue se sentir feliz no Natal. E é para essas pessoas que quero escrever hoje. Quero ver se se consigo ajudá-las num momento difícil.

Para a maioria das pessoas, um Natal feliz é aquele passado em família, estando todos com saúde, em paz e sem problemas maiores. Não podem faltar também uma mesa farta e muitos presentes.

Mas, quando as circunstâncias não são essas - por exemplo, quando a pessoa está passando o Natal sozinha -, essa comemoração pode se tornar penosa. Por isso há quem fique muito deprimido/a nessa época do ano, se sentindo como um peixe fora da água, ao perceber que todo mundo parece feliz, mas ele/a não se sente assim. 

Eu sei como é se sentir assim. Em 2002, minha mãe teve que ser operada durante a noite de Natal - ela sofreu muito e acabou morrendo em meados de 2003. Por causa disso, durante alguns Natais, eu não conseguia me sentir alegre. A lembrança de visitar minha mãe na UTI, na manhã do dia 25, assombrou minhas memórias durante bom tempo.

Mas aprendi, à medida em que amadureci espiritualmente, que a verdadeira felicidade do Natal não está nas coisas tradicionais - comemoração alegre, sem problemas, com mesa farta, presentes, etc -, embora reconheça que tudo isso ajuda muito.

Os motivos para estar feliz no Natal devem ser encontrados em outro lugar e eles não dependem das circunstâncias da vida humana. O primeiro motivo para se sentir feliz no Natal decorre da percepção que Deus nos ama de tal maneira que mandou seu Filho ao mundo para morrer por nós (João capítulo 3, versículo 16). E no Natal comemoramos exatamente a chegada de Jesus no mundo.

O segundo motivo para se ter alegria no Natal vem da certeza que Jesus nos compreende, incluindo nossas fraquezas e sofrimentos. Afinal, Ele viveu entre nós e também passou por grandes dificuldades. Teve fome e frio, foi discriminado, torturado, escarnecido e, no final, abandonado por quase todos os seus discípulos. Portanto, Jesus sabe bem o que é sofrer. O que é se sentir só e triste. 

E é exatamente por conhecer nossas dificuldades que Jesus sabe como nos consolar. E temos n´Ele o melhor dos advogados para interceder por nós junto a Deus Pai. E isso deve ser motivo de grande alegria.

Concluindo, não importam as circunstâncias da sua vida, sempre há motivos para você se sentir feliz nesse e em todos os futuros Natais. Portanto, comemore cada um deles, sozinho ou em grupo, com comida ou sem ela, com muitos ou poucos presentes, não importa. Comemore porque a razão para se alegrar na época do Natal está em Jesus Cristo e isso nunca muda.

Feliz Natal, são os meus votos carinhosos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

VIDA HONROSA

Somos chamados por Deus a viver uma vida honrosa. Uma vida que o honre por estar de acordo com seus mandamentos e sua vontade. 

Isso parece cada vez mais difícil no mundo de hoje, caracterizado por corrupção, promiscuidade, cobiça desenfreada e outros tantos males espalhados por todo o mundo.

Viver uma vida honrosa, portanto, é um grande desafio. Mas nenhum cristão que se preze pode desconhecer esse chamado. Pode deixar de ouvir a voz de Deus nos dizendo para viver corretamente. E, não há dúvida, se todos os cristãos conseguirem fazer isso, certamente o mundo vai mudar muito e para melhor. Esse é o tema do mais novo vídeo do Rogers - veja aqui.
Veja outros vídeos dele recentes aqui e aqui.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO?

O egoísmo é um sentimento básico - todo ser humano tem. Basta observar a dificuldade que uma criança pequena tem para dividir um brinquedo com qualquer outra criança. O que mais se ouve as crianças pequenas falarem é a frase: isto é meu!

À medida que as pessoas crescem, a sociedade vai lhes ensinando que é feio demonstrar egoísmo. E esse sentimento básico vai sendo mascarado e controlado, tornando mais difícil identificá-lo. Mas com certeza continua presente em maior ou menor grau. 

As diferentes manifestações do egoísmo
O egoísmo costuma ser demonstrado por quatro tipos de manifestações: 
  • Primeiro eu”. Por exemplo, "eu mereço mais", "minhas necessidades são maiores", "esperei mais tempo", etc. É exatamente a esse tipo de postura que o ditado popular citado no título desta postagem se refere. Quando os recursos a distribuir são escassos, a pessoa sempre acha que seus interesses devem prevalecer. Isso é muito presente no corporativismo que marca a sociedade brasileira. Os grupos de interesse - funcionalismo público, empresários, sindicatos, ruralistas, etc - costumam pensar primeiro nas suas necessidades, sem levar em conta o impacto na sociedade como um todo. Daí os aumentos de salário, as desonerações fiscais ou os subsídios de preço que aumentam o deficit e a dívida pública prejudicando toda a coletividade. 
  • O que é meu, não dou, nem empresto”. É muito comum as pessoas não conseguirem abrir mão daquilo que tem para beneficiar quem precisa mais. E isso se manifesta de várias formas: deixar de doar dinheiro para quem precisa ou emprestar algo que pode ser útil para os outros. O pecado cometido aqui é por omissão – deixar de fazer o bem. 
  • Não tenho tempo”. Cada vez mais o tempo é o bem mais precioso das pessoas. Elas preferem doar dinheiro a dar do seu tempo. Vemos isso, por exemplo, nos pais demasiadamente ocupados para educar os filhos. Acabam por dar para eles todos os bens materiais, mas quem educa de fato são as babás ou até o colégio. Esses pais dão tudo, exceto de si mesmos.
  • Vão ter que me aguentar”. Conheço uma senhora, bem nascida e educada, que costuma declarar: “alguém tem que dizer a verdade para as pessoas”. Naturalmente, ela está sempre se colocando na posição de arauto da verdade. Alguém sabe melhor do que ninguém o que é certo ou errado. Quando ouço essa senhora falar assim, fico pensando: mas quem vai dizer para ela as verdades que precisa ouvir? Tomar atitudes sem avaliar o impacto dela sobre as outras pessoas - do tipo "vão ter que me engolir" - é uma forma muito comum de egoismo. 
Lutando contra o egoísmo
A primeira coisa a fazer nessa luta é reconhecer que o problema existe. Não há como melhorar sem dar esse passo antes de tudo. Ore, abra seu coração para Deus, e peça para Ele lhe mostrar onde você está falhando e muitas vezes nem consegue perceber.

Depois, lembre-se do ensinamento de Jesus: ame seu próximo como a si mesmo/a. Uma outra forma de apresentar esse mesmo mandamento é: faça pelos outros aquilo que gostaria que fizessem por você. 

Essa é a chave do mecanismo para enfrentar o egoísmo. Procure sempre olhar para as situações pela perspectiva das outras e não somente pela sua. Dessa forma você será muito mais sensível ao que ocorre com quem está ao seu lado. Será mais fácil avaliar o impacto das suas atitudes.

Assim, se você quer ser ajudado quando estiver em dificuldades, ajude quem precisar. Se não gosta de ser atropelado nos seus direitos, nunca atropele os direitos dos outros. Se quer que tenham tempo para você, tenha também tempo para as outras pessoas. E assim por diante.

Finalmente, tome consciência que a luta contra o egoísmo é diária.. O avanço é lento, passo a passo. Hábitos e atitudes não são mudados de uma única vez e sim aos poucos. E seu parceiro nessa caminhada é o Espírito Santo. É com Ele que você conta.

Com carinho

domingo, 16 de dezembro de 2018

E QUANDO DECEPCIONAMOS OS OUTROS...

Ninguém gosta de decepcionar as outras pessoas. E quando percebemos ter causado algum tipo de decepção e pensamos não termos feito nada de errado, ficamos tristes, nos sentimos injustiçados e assim por diante.

Jesus passou por duas grandes crises pessoais ao longo dos trinta e poucos anos de sua vida. Uma delas teve a ver com sua família e a outra com seus seguidores. Ambas causaram ferimentos emocionais em Jesus, conforme podemos depreender da leitura da Bíblia. E nas duas vezes Jesus decepcionou pessoas que eram importantes para Ele, embora nada tivesse feito de errado.

O que aconteceu com Jesus não é muito diferente do que pode vir a acontecer (ou está acontecendo) comigo ou com você. Daí a importância de estudar o que aconteceu com Jesus, para podermos tirar ensinamentos valiosos para nossas vidas.

Os papéis que desempenhamos na sociedade
Mas antes de tudo, preciso falar sobre o conceito de "papéis" desempenhados por determinada pessoa dentro da sociedade onde vive. 

Todos desempenhamos vários papéis: pai ou mãe, filho ou filha, funcionário ou funcionária, amigo ou amiga, chefe, etc. E passamos a vida tentando conciliar os compromissos que esses papéis geram, ora dando mais atenção a um papel ora a outro. Por exemplo, tem horas que as exigências do papel de "funcionário" pesam mais do que o de "pai" e aí a pessoa deixa de estar com seus filhos para atender as demandas do seu emprego. E isso é absolutamente natural, acontece com todo mundo. 

Crises relacionadas com um ou mais dos papéis desempenhados podem gerar problemas sérios, impactando toda a vida da pessoa. Por exemplo, se as demandas do emprego sempre estão na frente dos filhos, há algo de errado com essa pessoa e a família dela vai sofrer. Outro exemplo: uma mãe em crise com sua filha adolescente (que acha já ser adulta e quer tomar suas decisões sozinha) pode gerar enorme problemas. Outro exemplo ainda: uma funcionária que falta a todo momento para atender as necessidades dos filhos vai acabar ficando desempregada.

Os papéis vividos por qualquer pessoa estão sempre mudando ao longo da sua vida. Por exemplo, eu não posso ser hoje o mesmo pai que já fui, pois meus filhos ficaram adultos. Precisei mudar a minha forma de me relacionar com eles. 

E comum também que novos papéis vão sendo acrescentados. Por exemplo, quando um homem se casa, ele agrega o papel de "esposo" à sua vida. O mesmo vai acontecer quando tiver filhos, pois vai agregar o papel de "pai". Mas há também papéis que desaparecem - por exemplo, meus pai morreram e eu deixei de ser "filho". 

As crises relacionadas com expectativas erradas
Esse tipo de crise aparece quando as pessoas, por algum motivo, criam expectativas muito diferentes da sua em relação a um papel que você desempenha. E cria-se um abismo entre essa expectativa e o seu pensamento quanto à melhor forma de desempenhar esse papel. 

Por exemplo, imagine que seus pais tenham expectativas sobre qual deveria ser seu marido (ou esposa). E aí você apresenta para eles uma pessoa com perfil completamente diferente daquele que eles esperavam. provavelmente haverá uma crise (pois seus pais não vão aprovar a relação) e você causará decepção neles. Isso é muito comum.

De igual forma, se os frequentadores de uma igreja tiverem uma percepção muito diferente do seu pastor quanto à forma correta de tocar a comunidade, pode acabar havendo uma ruptura no relacionamento. E as pessoas acabarão profundamente decepcionadas com seu pastor. Eu já vi isso acontecer várias vezes.

As crises pelas quais Jesus passou
Jesus passou por duas crises geradas pelas diferenças de expectativas entre o que as pessoas pensavam e o que Ele entendia ser o certo a fazer. Isso aconteceu em relação a dois papéis cruciais na sua vida, um deles relacionado com sua família e outro com seu ministério. Vamos começar discutindo a crise familiar.

Jesus era o filho mais velho e, assim, todos os seus familiares e amigos próximos entendiam caber a Ele cuidar da sua família depois da morte do pai (José). E Jesus fez isso por bom tempo - segundo a Bíblia, até mais ou menos os 30 anos. 

Mas a partir daí, seu ministério na obra de Deus passou a ter prioridade e Ele deixou tudo para trás. É óbvio que sua família não se conformou e tentou trazê-lo de volta de todas as formas. Chegaram até a alegar que Jesus estava meio louco e por isso tinha deixado a família para trás. Isso gerou uma grande tensão familiar. Tanto assim que, quando sua família chegava num lugar onde Jesus estava e Ele ficava sabendo disso, Jesus afirmava que sua família verdadeira era composta por aqueles que o seguiam (Mateus capítulo 12, versículos 46 a 50). 

Não há dúvida que os familiares de Jesus ficaram muito decepcionados com Ele e devem ter se sentido abandonados e deixados para trás. É claro que Jesus não poderia ter agido de outra forma, pois tinha uma importante missão a cumprir na obra de Deus, mas seus familiares ficaram decepcionados mesmo assim.

A outra crise que Jesus enfrentou teve a ver com seu ministério. A sociedade judaica esperava havia séculos a chegada do Messias, um líder militar que viria libertá-la do jugo dos dominadores que, sucessivamente, iam se revezando na tarefa de oprimi-la. No tempo de Jesus, os Romanos eram os opressores dos judeus. 

Jesus começou a ser reconhecido por alguns judeus como o Messias tão esperado - por exemplo, no Domingo de Ramos, quando Ele entrou em Jerusalém saudado por todos. Aí as pessoas passaram a esperar que Ele se comportasse segundo suas expectativas. Mas, Jesus preencheu o papel de Messias de forma totalmente diferente. 

Ele veio para libertar o povo do pecado, dar às pessoas acesso à salvação e inaugurar a chegada do Reino de Deus na terra. Por causa disso, muitos dos seus seguidores se decepcionaram com Ele e o abandonaram (João capítulo 6, versículos 60 a 66). E alguns, como Judas Iscariotes, até se voltaram contra Ele. 

Jesus não poderia ter agido de forma de diferente. Logo, o erro não estava nele mesmo e sim nas expectativas que as pessoas tinham do seu papel como Messias. E a decepção das pessoas foi inevitável.

O ensinamento que deve ser tirado
Todo mundo vive crises de papéis geradas pelas expectativas das pessoas. Mas ainda assim essas crises são dolorosas - Jesus sofreu muito com os dois casos que citei, embora sem ter tido qualquer culpa. 

O que então você deve fazer quando passar por esse tipo de problema? Comece por identificar a origem da diferença de expectativas. Em outras palavras, entenda por que as pessoas esperam de você algo diferente do que você entende ser o certo a fazer. 

Se a diferença de ponto de vista for fruto de um erro de posicionamento seu, a Bíblia ensina que você deve ter humildade, reconhecer seu erro e mudar. Passar a atuar de outra forma.

Mas há outra possibilidade: a diferença de expectativas pode dever-se a percepções erradas de quem está à sua volta, como aconteceu com Jesus. Lembro-me do caso de uma mulher que se converteu a Jesus e o marido não. Aquele homem era machista e esperava que a mulher estivesse sempre à sua disposição. 

E como a esposa passou a ir à igreja aos domingos pela manhã, o marido ficou ressentido e começou a reclamar e fazer ameças. Suas reclamações encontraram apoio junto ao seu sogro e sua sogra, preocupados que a filha viesse a perder um bom marido. E a pobre mulher acabou pressionada de todos os lados, o que gerou muito sofrimento para ela.

Em segundo lugar, quando você enfrentar uma situação em que as pessoas esperem de você aquilo que não for justo, é preciso seguir o exemplo de Jesus. Fazer o que é certo e confiar que Deus haverá de mudar as circunstâncias que atrapalham sua vida - é claro que você vai precisar orar muito a esse respeito.

Por isso Jesus não mudou seu ministério para torná-lo mais adequado ao gosto dos judeus daquela época. Da mesma forma, não mudou por conta das pressões da sua família. Persistiu no seu caminho. E o mesmo fez a esposa do exemplo que dei acima - ela resistiu a todas as pressões, até que o marido também se converteu e mudou.

Portanto, não mude sua vida apenas para satisfazer as opiniões e as pressões de quem estiver à sua volta. É claro que isso tem um preço, pois, como comentei acima, decepcionar as pessoas gera desconforto. E isso é especialmente difícil de enfrentar quando decepcionamos pessoas de quem gostamos. Mas mudar apenas para ficar bem com os outros é ainda pior. 

Fique firme e peça ajuda a Deus para suportar as pressões. Resista e pode ter certeza que a vontade de Deus na sua vida vai prevalecer, sempre.

Com carinho

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A DOR DE UM ESTIGMA

Estigma é uma marca de natureza moral que a pessoa carrega, marca essa normalmente imposta a ela pela sociedade. 

Estigmas causam muito sofrimento e conheço inúmeros casos que comprovam isso. Por exemplo, lembro do caso de uma moça que tem temperamento sanguíneo - ela reage muito rápida e fortemente às provocações ou críticas. É da natureza dela. Mas ela também é extremamente amorosa, dedicada e tem a enorme qualidade de não guardar ressentimentos.

Durante sua juventude, essa característica explosiva foi mais acentuada, pois tudo nos jovens é intenso. Com a maturidade e depois de muito esforço pessoal, ela aprendeu a se controlar melhor. Mas ficou estigmatizada dentro da sua própria família como "criadora de caso". Ainda hoje, toda vez que ela reage com maior intensidade a uma situação ruim, mesmo quando tem toda razão, ouve de imediato a acusação que é encrenqueira. 

E mesmo a evolução por ela obtida não lhe é creditada: a família acha que o mérito é do marido, com quem ela se casou cerca de dez anos atrás. Para a família, foi a boa "influência" dele que resolveu tudo. Resumindo, o lado ruim sempre é responsabilidade dela enquanto os aspectos positivos vão para a "conta" do marido. 

Pessoas estigmatizadas sempre têm dificuldade de se livrar da marca negativa que receberam dos outros. Assim, a artista de televisão que começou a vida fazendo o papel de "gostosa", vai ser sempre classificada nessa categoria, não importa que depois passe a desempenhar papéis mais sérios. Do palhaço que virou deputado federal, todos esperam palhaçadas, embora as verdadeiras "palhaçadas" sejam feitas por pessoas com diploma e "colarinho branco engomado". E, no meio cristão, a pessoa que teve seu pecado sexual exposto nunca mais vai recuperar o respeito e será  sempre olhada de "esguelha" dentro da igreja que frequenta. 

Essa é uma triste realidade. E, por conta dela, a autoestima das pessoas estigmatizadas fica muito reduzida - elas se sentem inseguras, injustiçadas e infelizes.

Agora, se você passa por esse tipo de dificuldade, não desanime. Afinal, vários personagens da Bíblia precisaram enfrentar esse tipo de situação e conseguiram seus estigmas. E você pode aprender com o exemplo deles.

O caso mais doloroso e impressionante é o do próprio Jesus. Maria, sua mãe, apareceu grávida de forma misteriosa e isso gerou uma sombra permanente sobre sua origem. Seria ele um filho bastardo? Quem foi seu pai de sangue?

Os adversários de Jesus chegaram a espalhar boatos de toda ordem sobre sua origem - por exemplo, alguns afirmaram que Maria foi estuprada por um soldado romano e engravidou dele. E nuca podemos esquecer que esse tipo de questão, no meio dos judeus, era muito sério. Para eles, a pureza do sangue era algo inegociável e isso continua a ser verdade até os dias de hoje. 

O estigma de Jesus fica aparente no texto bíblico, por exemplo, quando Ele é chamado de "filho de Maria". Ora, naquela época, as pessoas sempre eram identificadas através da linhagem paterna. Portanto, referir-se a uma pessoa pela linhagem da sua mãe somente fazia sentido quando havia dúvida quanto a quem era de fato seu pai. 

Jesus carregou essa carga terrível por toda a vida, sem dúvida com grande sofrimento pessoal. Mas não foi só Jesus que foi estigmatizado. 

Paulo também passou por sua cota de sofrimento. Antes de se converter, ela perseguiu os cristãos, considerados hereges. Mais adiante, Paulo começou suas viagens missionárias e abraçou a missão de trazer o Evangelho de Jesus para os não judeus. E passou a ser considerado o Apóstolo para os gentios. 

Ocorre que a posição de "apóstolo" estava reservada, em princípio, para os 12 homens escolhidos por Jesus no início do seu ministério, como Pedro e João - esses homens beberam os ensinamentos espirituais diretamente do próprio Mestre.  

Mas Paulo não andou com Jesus, pois se converteu depois da morte e ressurreição d´Ele. Aí, quando Paulo começou a se apresentar como apóstolo, houve reação e muitos entenderam que ele tinha usurpado essa função. 

O estigma de usurpador que Paulo recebeu gerou muitos problemas e, não foi por acaso, que várias das suas cartas dedicam espaço à defesa da sua autoridade apostólica, coisa que Pedro e João, por exemplo, nunca precisaram fazer. 

A resposta para o estigma que eventualmente tenha sido atribuído a você é entender que, para Deus, toda pessoa importa muito. Para o Criador do universo, você tem valor, tanto valor, que Ele enviou seu Filho para morrer no seu lugar.

E Deus nunca vai olhar para você levando em conta os estigmas que a sociedade eventualmente lhe impôs. Você sempre será um(a) filho(a) querido(a) para Deus. E nada, nada mesmo, poderá separar você do amor d´Ele (veja mais).

Com carinho

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

COMPARTILHAR

Compartilhar a própria vida numa comunidade de fé, isto é, numa igreja, é a base da vida cristã. Todas as pessoas precisam fazer isso. 

Ter com quem dividir suas alegrias e tristezas, seus problemas e soluções. É nessa comunidade que o cristão pode ouvir um conselho, uma palavra de sustentação, um consolo e ver uma uma mão estendida na sua direção, quando estiver carente.

O povo cristão sempre viveu em comunidades, compartilhando boa parte da sua vida com irmãos e irmãs na fé. Esse é o exemplo que a Bíblia nos dá. E é sobre isso que falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes meus aqui e aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

OS CICLOS DA VIDA

Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;... tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir;... tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se... tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a pazEclesiastes capítulo 3 versículos 1 a 8

Dois anos antes da morte do meu pai, eu o encontrei lendo um livro intitulado "Como morremos". O tema do livro me pareceu muito pessimista e falei isso para ele. Aí meu pai me deu uma resposta inesquecível: "Filho, se eu não pensar nisso agora, com 82 anos de idade, quando será a hora de fazer isso?"

Meu pai tinha toda razão: há um tempo certo para tudo na vida, até para pensar na morte. A Bíblia traz esse ensinamento no livro do Eclesiastes, no trecho que citei no início dessa postagem. Há tempo na vida para trabalhar e para descansar, para plantar e para colher os frutos do que se plantou, para ficar alegre e para se entristecer, e assim por diante.

Na verdade, a vida do ser humano é composta por uma sucessão de ciclos, sendo que cada um deles pode envolver coisas boas e ruins, coisas que trazem alegria e tristeza.

Por exemplo, é fácil perceber o ciclo da vida econômica das pessoas. Quando crianças e adolescentes, elas são sustentadas (geralmente por sues pais) e assim podem ter tempo para crescer e obter os conhecimentos que serão necessários na sua futura vida profissional.

Mais adiante, começam a trabalhar e passam a se sustentar. Um pouco mais adiante passarão a sustentar outras pessoas, como os pais (já velhos) ou os próprios filhos/as. Durante sua fase produtiva, as pessoas pagam impostos e ajudam a sustentar as políticas públicas e também quem já se aposentou. Quando chegam na fase final do seu ciclo econômico, as pessoas vão perdendo as forças e chega a hora delas mesmas se aposentarem e aí a sociedade passa a lhes devolver um pouco do que fizeram ao longo das suas vidas. E pode ser até que precisem de ajuda econômica de outras pessoas (como filhos/as), caso não tenham conseguido poupar o suficiente.

Há quem tenha dificuldade em aceitar esses ciclos naturais da vida. Lembro que certa vez uma amiga me disse o seguinte: "minha vida está tão boa, que fico com medo de que as coisas mudem para pior." Ela sabia que os ciclos se sucedem, mas como as coisas estavam muito boas para ela, temia que a situação só pudesse mudar para pior, nunca para melhor. Por isso essa amiga queria "congelar" o tempo. 

Mas isso não é possível. Os ciclos da vida vão se suceder, como a Bíblia ensina, e não há nada que possa ser feito para mudar. Há um ditado muito famoso que procura descrever essa situação: "não há bem que sempre dure ou mal que não se acabe". De uma forma ou de outra, como reconhece o ditado, tudo acaba passando, tanto as coisas boas quanto as ruins. A vida sempre entre num outro ciclo.

Agora, quando as pessoas se recusam a aceitar as mudanças inevitáveis da vida, acabam por gerar problemas para si mesmas. Entram em "guerras" que não podem ser vencidas. Um bom exemplo disso é a questão do envelhecimento.

Acho que as pessoas precisam ter alguma vaidade e procurar envelhecer de forma adequada - por exemplo, há gente que não envelhece, "desmorona", e isso é muito ruim. Mas, por mais que as pessoas lutem, os efeitos da idade vão se fazer sentir, cedo ou tarde. E é preciso aceitar isso. 

É preciso aprender a conviver com as perdas que a vida traz: da beleza, do vigor físico, da importância na sociedade, etc. Revoltar-se com esse estado de coisas não adianta nada - somente gera sofrimento inútil. E lembro aqui das pessoas deformadas por plásticas excessivas, buscando rejuvenescer, ou idosos/as se vestindo e comportando como adolescentes, tornando-se ridículos/as aos olhos da sociedade.

Os ensinamentos da Bíblia
Há três ensinamentos bíblicos sobre os ciclos da vida. O primeiro, conforme já comentei acima, é que eles são inevitáveis e é preciso aprender a conviver com eles. Pessoas nascem, crescem, amadurecem, envelhecem e morrem. Assim é com toda a humanidade e é preciso aceitar essa realidade. Simples assim.

O segundo ensinamento é a necessidade de valorizar os momentos bons e as realizações obtidas: 
Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. Descobri também que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho, é um presente de Deus. Eclesiastes capítulo 3, versículos 12 e 13.
Por exemplo, uma viagem de férias com toda a família, uma festa de casamento ou uma vitória profissional. Podem até ser coisas mais simples do que essas, como ler um bom livro numa tarde de chuva ou apreciar um lindo por do sol com alguém que se ama.

Mas, nunca se esqueça que a valorização das coisas boas da vida precisa incluir a gratidão a Deus. O reconhecimento que tudo vem d´Ele e que nossa dependência d´Ele é completa. É claro que é preciso também reconhecer o esforço pessoal que levou a se conseguir a coisa boa, mas é preciso nunca perder de vista que, sem Deus, nada teria sido possível.

O último ensinamento da Bíblia sobre esse tema é o seguinte: prepare-se com antecedência para as mudanças que irão acontecer cedo ou tarde. Isso está bem claro na mente das pessoas no que se refere a algumas áreas da vida - por exemplo, a necessidade de poupar para ter uma velhice sem sobressaltos. Quase todo mundo tem isso bem claro na mente.

Mas, em outras áreas da vida, não é bem assim e as pessoas não se preparam adequadamente para os ciclos futuros. Por exemplo, poucas pessoas constroem atividades paralelas para se manter ativas depois da aposentadoria. Atividades que as mantenham se sentindo úteis e realizadas. Aí muitas pessoas aposentadas acabam virando "mortas-vivas", sem saber como preencher seu tempo e se sentindo inúteis.

Concluindo, prepare-se para os ciclos da vida, pois, quer você queira ou não, eles vão acontecer.

Com carinho

sábado, 8 de dezembro de 2018

A GENTE SE ACOSTUMA ... MAS NÃO DEVERIA

A gente se acostuma com coisas erradas e ruins. Mas, não deveria...

Na verdade, temos grande capacidade de nos adaptarmos às coisas ruins que vemos e/ou vivemos. Isso é até uma forma de auto-defesa. Mas essa capacidade de adaptação frequentemente se torna nociva, pois, de certa forma, anestesia e nos impede de reagir e lutar contra o que está errado.

Assim, notícias de morte violenta ou grandes desastres nos horrorizam por algum tempo, mas depois seguimos com a vida, como se nada tivesse acontecido. Pessoas miseráveis costumam não mais nos chamar atenção, quando passamos por elas na rua. A corrupção desenfreada no Brasil nos choca, mas nos consolamos ao dizer que os políticos não prestam, ou ainda que vamos anular o voto na próxima eleição como forma de protesto. A ineficiência e o desperdício nos serviços públicos nos incomodam, mas nos consolamos dizendo que o sistema é assim mesmo.

De igual forma, ficamos preocupados por algum tempo com a salvação das pessoas que amamos (e que ainda não aceitaram Jesus), mas depois seguimos em frente. Ou vemos coisas erradas na igreja que frequentamos, mas percebemos que vai dar muito trabalho mudar as coisas e nos acomodamos. Vemos o pecado se espalhando pela sociedade onde vivemos e nos calamos. E vamos em frente com nossas vidas.

Agimos assim por puro comodismo, porque não queremos nos incomodar e pagar o preço de reagir e/ou mudar. Poucos meses atrás escrevi aqui no site, com minha mulher, um texto contra o aborto (veja aqui), pois o tema deve ser brevemente discutido no Supremo Tribunal Federal. Meu objetivo era esclarecer as pessoas por que somos contra essa prática. Depois que publiquei essa postagem, conversei com um rapaz cristão, que tem extenso trabalho no Facebook e sugeri que ele colocasse um link dessa postagem para ajudar seu próprio público. A resposta que recebi foi que ele não queria tratar desse assunto, pois gera polêmica.

O exemplo de Jesus
O fato é que Jesus não agiu assim. Ele nunca deixou para lá o que estava errado. Nunca seguiu em frente com a própria vida, pois iria gerar incômodo lutar para mudar as coisas. 

Por exemplo, quando viu os sacerdotes mais importantes fazerem do Templo de Jerusalém um local de comércio, aproveitando-se da religiosidade do povo, Jesus revoltou-se e expulsou os vendedores que ali desenvolviam seu comércio iníquo. Ao perceber que os fariseus queriam impor ao povo judeu uma religião legalista e hipócrita, Jesus levantou sua voz, fez críticas e deu os alertas necessários. Ele sempre agiu assim e, em boa parte, foi por causa disso que acabou condenado e morto.

O exemplo do pastor Billy Graham
Há algumas pessoas cristãs que não temem seguir o exemplo de Jesus e se posicionam, mesmo enfrentando críticas. Por exemplo, anos atrás o pastor Billy Graham publicou uma carta aberta no seu site. Para quem não o conhece, trata-se do pregador que falou do Evangelho de Jesus para mais pessoas em toda história, através de centenas de cruzadas evangelísticas pelo mundo todo. O pastor Graham faleceu recentemente, com mais de 100 anos de idade e foi por muito tempo considerado uma “reserva moral” da sociedade em que vivia, tendo inclusive aconselhado vários presidentes dos Estados Unidos.

No caso ao qual me refiro, o pastor Graham, mesmo já com idade bem avançada, saiu da sua zona de conforto e levantou sua voz contra aquilo que entendia estar errado no seu país. Preste atenção no que ele escreveu e veja que muitas das suas palavras se aplicam também ao Brasil:

"Anos atrás, minha mulher, Ruth, estava lendo a minuta de um livro meu. Quando ela terminou de ler um capítulo que descrevia a espiral descendente dos padrões morais vigentes em nosso país e o crescente culto a falsos deuses, como a tecnologia ou o sexo, ela me causou espanto ao afirmar: “Se Deus não punir os Estados Unidos, Ele vai ter que pedir desculpas a Sodoma e Gomorra.” 
...Eu fico imaginando o que Ruth pensaria dos Estados Unidos se ela estivesse viva hoje. Desde que ela fez aquela observação, milhões de bebês foram abortados e nosso país não parece nem um pouco preocupado. Autoindulgência, orgulho e falta de vergonha pelo pecado cometido são hoje emblemas do estilo de vida norte-americano ... Nossa sociedade faz esforços para não ofender nenhuma pessoa – exceto Deus. 
A notícia maravilhosa é que nosso Deus é misericordioso e Ele responde ao arrependimento. Nos dias do profeta Jonas, Nínive era a única superpotência do mundo – rica, sem preocupações e autocentrada. Quando Jonas finalmente viajou para Nínive e transmitiu ao povo o alerta de Deus, as pessoas ouviram e se arrependeram... 
Comentário final
Faça como Jesus. Siga também o exemplo corajoso do pastor Graham. Não se acostume com o que estiver errado. Não se acomode quando vir o mal à sua volta. Exerça sempre sua capacidade de se indignar e de falar o que for necessário. E quando puder, faça algo de concreto. 

Isso pode significar, muitas vezes, ter que sair da sua zona de conforto e até receber críticas. Por exemplo, é isso acontece comigo aqui neste site, quando escrevo coisas mais duras. 

Mas não se importe. Faça o que for necessário. Pelo menos você terá sua consciência tranquila por ter feito sua parte para ajudar a construir um mundo melhor. E também por estar agradando a quem de fato importa, Deus.

Com carinho

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A DIFERENÇA ENTRE ALMA E ESPÍRITO

Você sabe qual é a diferença entre alma e espírito? Todos os estudiosos, mesmo quem não é cristão, concordam que o ser humano é formado de uma parte material - seu corpo - e outra imaterial, onde são produzidos os pensamentos, as emoções, etc. Essa parte imaterial costuma ser chamada de "mente". Corpo e mente formam um conjunto - não há vida humana sem essas duas partes. 

Quem não acredita em Deus pensa que, no fim da vida humana, a mente morre junto com o corpo. Já o povo cristão acredita que o corpo vai morrer sim, mas há uma parte da pessoa permanecerá viva. E essa parte que permanece viva vai ganhar um novo corpo, conforme aconteceu com Jesus, na ressurreição que acontecerá no final dos tempos. 

Portanto, a permanência de parte de cada ser humano, até o final dos tempos, é uma crença essencial do povo cristão, pois sem isso não podeira haver a ressurreição dos mortos no final dos tempos. 

Alternativa 1: A alma seria diferente do espírito
Agora, mesmo no meio cristão, há diferenças quanto ao entendimento sobre a composição da mente humana. Alguns acreditam que ela é constituída de duas partes diferentes, alma e espírito. Veja o texto de 1 Tessalonicenses capítulo 5, versículo 23:
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
Segundo essa ideia, na alma seriam registrados os pensamentos e as emoções. O espírito seria a "semente" divina, que vem de Deus, a sede da vida (Gênesis capítulo 2, versículo 7). Por isso o espírito não morre.

Mas há problemas com essa interpretação. Veja o que diz Apocalipse capítulo 6, versículo 9:
E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.
Esse texto trata de uma visão do apóstolo João e nessa parte específica lhe foram mostradas as almas dos mártires da fé junto a Deus, aguardando sua ressurreição no final dos tempos. Mas no modelo tradicional que aceita a separação entre alma e espírito, os espíritos das pessoas é que deveriam estar junto a Deus e não suas almas.

Outro problema com a divisão da mente entre alma e espírito é a questão da individualidade do ser humano. Onde seria a sede dessa individualidade: na alma ou no espírito? Ou ela seria repartida entre essas duas partes? Mas, se for assim, como essa divisão é feita? Essas são questões muito complexas e que parecem não ter uma boa resposta. Por causa disso, muitos estudiosos/as cristãos defendem uma outra abordagem, que me parece mais adequada.

Alternativa 2: alma e espírito seriam duas partes da mesma coisa
A outra abordagem defende que não há separação real entre alma e espírito. Quando a Bíblia fala nessas duas coisas estaria, na verdade, descrevendo duas funções diferentes da mente humana. A alma se referiria à função que tem a ver com nosso relacionamento com o mundo físico, incluindo as outras pessoas, incluindo emoções, o raciocínio lógico, a memória, etc. A outra função, chamada de espírito, se refere ao relacionamento do ser humano com Deus, o que dá origem à fé, ao louvor, etc.

Isso explicaria porque a Bíblia usa os termos "alma" e "espírito" de forma meio livre. Em alguns momentos, usa as duas palavras juntas para descrever a mente humana (como no texto de 1 Tessalonicenses que citei acima. Em outras usa um ou outro termo, de forma meio indistinta, como acontece no texto do Apocalipse citado acima. 

Alma e espírito seriam uma coisa só, formam a mente humana, que é a sede da individualidade da pessoa. A mente não morre e receberá um corpo renovado no final dos tempos. E essa é a esperança que todo o povo cristão tem.

Com carinho

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A MEMÓRIA DE DEUS NUNCA DESAPARECE

Hoje em dia as pessoas se preocupam muito com a perda de memória à medida que envelhecem. Sem dúvida, esse é um problema sério.

A experiência prática, com pessoas que ficam com a memória comprometida, tem demonstrando que a lembrança de Deus é muito mais permanente. Ela quase nunca desaparece. Por causa disso, pessoas totalmente desligadas da realidade à sua volta, despertam quando ouvem hinos que conhecem e conseguem cantá-los. Ou repetem orações que estavam acostumadas a dizer nas suas igrejas. 

É sobre isso que falo no meu mais novo vídeo, mostrando que há uma promessa na Bíblia nesse sentido - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes meus aqui e aqui.

domingo, 2 de dezembro de 2018

A PROVA DE CONFIANÇA EM DEUS


A melhor forma de entender o conceito de fé é pensar em CONFIANÇA. Se você confia em alguém pode dizer, então, que tem fé nessa pessoa. 

E isso se aplica também à nossa relação com Deus. Assim, se você tem fé em Deus, é porque confia que Ele é bom, misericordioso e sempre atua no sentido de trazer o melhor para você. Simples assim. 

Jesus falou sobre confiança, quando comentou com os discípulos o tipo de fé que o ser humano deve ter em Deus. Ele chegou a dizer que a fé verdadeira é como a confiança cega que as crianças pequenas têm nos seus pais. E é uma fé assim - sem restrições - que Deus espera de cada um/a de nós. 

A fé que as pessoas normalmente têm
Na maioria absoluta dos casos, não é essa que fé que as pessoas têm , mesmo quando são cristãos/ãs sinceros/as. As pessoas costumam confiar em Deus, mas não totalmente. E essa é a pura verdade. 

As pessoas confiam n´Ele mas esperam respostas lógicas para aquilo que acontece com elas. Elas querem, por exemplo, entender os motivos de Deus para permitir que haja sofrimento no mundo. Mais ainda, as pessoas esperam ser protegidas e receber bençãos de Deus em contrapartida para sua fé e quando isso não acontece da forma como imaginavam, se revoltam e ficam bravas com Deus.

Agora, mesmo imperfeita, é essa fé com a qual o Espírito Santo trabalha no dia-a-dia. Ele usa essa confiança frágil e limitada em Deus das pessoas para realizar coisas maravilhosas nas vidas dela.

Os campeões da fé
Não há dúvida que algumas pessoas têm mais capacidade de ter fé em Deus. A Bíblia chega a apresentar relações de "heróis e heroínas" da fé - pessoas que confiarem em Deus num grau muito acima da média dos demais seres humanos. E estou falando de pessoas inteligentes, competitivas e com mentes questionadoras, como Davi ou Paulo. Gente que não iria confiar em qualquer bobagem que lhes dissessem ouvisse. 

O que permitiu a essas pessoas construir uma fé tão forte assim? Simples, sua fé foi construída com base num relacionamento próximo com Deus, mantido por muitos e muitos anos. E se você pensar um pouco, a confiança nas pessoas que nos cercam é construída exatamente assim. 

Por exemplo, eu confio na minha mulher, a ponto de dar um "cheque em branco" para ela, mas esse sentimento foi construído ao longo de anos de convivência, vendo como ela se comporta e conhecendo na prática os princípios éticos que regem sua vida. É óbvio que o sentimento inicial (a paixão) abriu as portas para a relação, mas a confiança só veio com o tempo de convivência.

E não é diferente com Deus. Quando a pessoa se converte, a emoção inicial tem grande peso - ela funciona como a paixão numa relação entre homem e mulher. Mas esse é só o começo. É preciso ir construindo a relação com Deus passo a passo, criar canais de comunicação com Ele e assim por diante. 

Essa é a razão pela qual a Bíblia ensina que a "fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus" (Romanos capítulo 10, versículo 17). O estudo da Bíblia ajuda poderosamente na construção de uma relação íntima e saudável com Deus. Mas há outras coisas que podem ser feitas para aprofundar essa relação, como a oração constante, o diálogo entre a pessoa e Deus). Como também o louvor, a manifestação concreta da alegria que pessoa sente em se relacionar com Deus. E assim por diante.

Concluindo, invista na sua relação com Deus e veja sua fé, sua confiança n´Ele, crescer. Você só vai se beneficiar com isso.

Com carinho

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

UMA AGENDA POSITIVA É SEMPRE MELHOR

As pessoas costumam ter dois tipos de agenda: negativa e a positiva. A agenda negativa se caracteriza por coisas que as pessoas combatem, ou seja, aquelas que são contra. Já a agenda positiva trata das coisas que elas apoiam e querem ver feitas. 

A propaganda eleitoral no nosso país se caracteriza essencialmente pelas agendas negativas - as últimas eleições são a melhor prova disso. Quase todos os(as) candidatos(as) se caracterizam por falar mal dos/as adversários/as. Perdem mais tempo criticando do que propondo coisas concretas, positivas. 

O problema com as agendas negativas é que elas não geram progresso - podem no máximo evitar ou reduzir problemas. É o esforço em prol de implantar coisas novas, de construir, de fazer diferente do que no passado, que leva a sociedade progredir. 

Infelizmente, os cristãos são conhecidos na sociedade em geral como pessoas cujas agendas são muito mais negativas do que positivas. São muito melhores para falar sobre aquilo que não querem (combatem), especialmente sobre aquilo que é pecado, do que para defender propostas concretas de mudança e melhoria. 

Está mais do que na hora do povo cristão se preocupar em propor agendas positivas, sem deixar, é claro, de condenar aquilo que esteja errado. Veja a seguir alguns tópicos sobre os quais o povo cristão pouco fala e precisam atrair muito mais atenção: 
  • Melhor tratamento para o meio ambiente - precisamos ajudar a preservar a criação de Deus.
  • Erradicação do analfabetismo funcional (aquelas pessoas que parecem saber ler, mas não conseguem entender direito aquilo que leem). Afinal, como alguém que é analfabeto funcional pode entender a Bíblia?
  • Melhoria da eficiência do serviço público. Esse problema afeta muito as camadas mais pobres da população, aquelas que mais dependem do Estado para tudo (saúde, educação, transporte, etc).
  • Erradicação da pobreza extrema. Não há justificativa para ainda termos no Brasil um contingente tão de pessoas vivendo em condições extremamente precárias. Sem ter onde morar com um mínimo de dignidade, sem saber se vão ter condições de comer na próxima refeição e assim por diante.
Há muitos outros temas semelhantes a esses que merecem atenção. E uma agenda com esse tipo de conteúdo, se for apoiada fortemente pelo povo cristão, teria boa chande de ser implementada. E assim poderíamos trazer mais luz para o mundo onde vivemos, seguindo aquilo que Jesus nos orientou a fazer.

Com carinho