quarta-feira, 31 de outubro de 2018

TENTANDO ENTENDER DEUS

Como entender Deus em toda sua majestade e glória? Como explicar esse Ser para aqueles que ainda não o conhecem? É o que vou tentar responder nessa postagem. 

O antropomorfismo
Comece por fechar seus olhos e pensar em Deus. Como você o imagina? A imagem mais comum é a de um belo senhor, de barbas brancas, com formas majestosas. Mas Deus não é assim - essa é a imagem d´Ele que alguns artistas famosos, como Michelangelo, usaram para representar Deus nas suas pinturas. E de tanto olhar para fotos desses quadros famosos, ficamos com essa impressão na cabeça.

Esses artistas viam Deus como um ser humano e essa também é a abordagem usada pela própria Bíblia, quando fala, por exemplo, sobre os braços, os olhos ou as mãos de Deus. É claro que Deus não tem braços ou olhos, mas é um pensamento reconfortante imaginar que podemos nos abrigar nos braços d´Ele.

Essa “humanização” de um Ser que não é humano é chamada de antropomorfismo. E esse recurso é muito usado nas artes de forma geral - basta ver os desenhos animados onde animais e até vegetais "funcionam" como pessoas. 
Mas o recurso ao antropomorfismo não é uma tentativa real de entender como Deus é e sim de torná-lo mais “parecido” conosco, diminuindo as diferenças.

Aquilo que Deus não é 
É muito comum também as pessoas tentarem descrever Deus falando do que Ele não é ou não faz – não peca, não erra, não tem limites, etc. E conseguimos entender coisas importantes usando essa abordagem. 

Por exemplo, Deus não está limitado a nenhum lugar, portanto, pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo (onipresença). Deus não pode ser afetado pelo tempo, portanto, Deus é eterno (sempre existiu e sempre existirá). 
Agora, é fácil perceber que essa abordagem não gera todo o conhecimento que buscamos. Por exemplo, dizer que alguém é um homem não é alto e nem forte ou gordo não contribui muito para saber como essa pessoa é de fato. Ajuda, pois dá uma ideia aproximada, mas ficam lacunas importantes.

As "impressões digitais" de Deus
É comum também tentarmos entender Deus através do que Ele faz - chamo a isso procurar as "impressões digitais" de Deus na natureza e na vida das pessoas. 

Por exemplo, Deus criou o universo e estabeleceu as leis fundamentais que o governam. Logo, é claro que Deus é incrivelmente poderoso, tem uma inteligência gigantesca e uma criatividade absurda. 

É evidente também que, se criou tudo isso, Deus tem conhecimento completo sobre a realidade física, incluindo os seres humanos. Assim, Deus sabe o que pensamos e o que fazemos. Nada o surpreende. 

Mas, ainda assim, fica uma lacuna. Isso porque, se você disser que um homem é paciente, articulado, culto e tem certo nível de inteligência, ainda assim fica muito a explicar sobre quem essa pessoa de fato é. 

A Bíblia fala também que Deus é amor. Será que um sentimento pode ser a essência de um Ser vivo? Parece que não. Na verdade, quando a Bíblia fala dessa forma, está dizendo que Deus se revelou para nós como um Ser essencialmente amoroso - a impressão que passa é que Ele é feito de puro amor. 

Por que é difícil falar de Deus?
Há duas razões para que seja tão difícil falar sobre Deus. A primeira delas é que se trata de um Ser de um tamanho, poder e majestade que desafia nossa capacidade de entendimento. Entender como Deus de fato é, para nós, seria tão difícil como uma criança de 4 anos entender a Teoria da Relatividade Geral, formulada por Albert Einstein.

A segunda razão é que as palavras humanas não foram feitas para descrever Deus. Para explicar melhor essa limitação, vou usar o exemplo da música. Ela funciona a partir da melodia, do ritmo e da harmonia. Mas como descrever essas coisas com palavras. 

É quase impossível explicar a música com palavras - no máximo, podemos dizer como nos sentimos ao ouvi-la. A música somente pode ser "compreendida" de fato com os "olhos" do coração. 

Assim também ocorre com Deus: Ele não pode ser compreendido adequadamente pelo raciocínio humano e nem descrito pelas palavras de qualquer idioma. Somente podemos entendê-lo verdadeiramente com outros “olhos”, os da fé.

Com carinho

sábado, 27 de outubro de 2018

MUDE ENQUANTO É TEMPO


Hoje vou falar de mudança de vida. E meu conselho é: mude enquanto há tempo. 

Parte do povo cristão acredita que, como Deus é amoroso e misericordioso, não importa muito o que a pessoa faça no seu dia-a-dia, pois ela acabará sendo perdoada, de uma forma ou de outra. E acabará salva

Alguns estudos feitos nos Estados Unidos, pela fundação Barna, apontam com clareza que não há muita diferença nos estilos de vida das pessoas cristãs e não cristãs. Muitos cristãos/ãs vivem e agem de forma muito parecida com quem não acredita em Deus. E não deve ser muito diferente no Brasil. Isso significa que há muitos/as cristãos/ãs vivendo, na prática, como se Deus não existisse.

E essas pessoas usam toda sorte de desculpas para se justificar e auto enganar: “os mandamentos bíblicos estão ultrapassados” ou “Deus vai entender minhas dificuldades e necessidades”. Essas pessoas seguem o ditado: “viva e deixe viver”. Isso quer dizer mais ou menos o seguinte: “eu não vou te julgar, se você não me julgar também”, ou ainda, “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”.

Deus percebe o pecado e se entristece com ele
Será que essa gente pensa que Deus não vê o que estão fazendo? Que Deus não se importa com o pecado? Achar que Ele aceita calmamente o pecado continuado é um grande erro – não se pode confundir amor e capacidade de perdoar, que Deus tem em dose enorme, com leniência. Deus não é leniente. Simples assim.

E nunca podemos esquecer que os padrões de santidade estabelecidos por Deus são muito rigorosos - veja o que Jesus falou em Mateus 5:27-28:
Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Para Deus, somente o ato de desejar algo errado já é pecado - não precisa nem praticar o mal. E a razão para isso é simples: todo ato errado começa com um desejo pecaminoso no coração - primeiro vem a vontade de pecar e depois o pecado propriamente dito.

É preciso considerar ainda o impacto do envolvimento crescente com o pecado, que pode ser ocasional, como também deliberado e até habitual. Veja o ensinamento de Salmo 1:1:
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
O texto fala da pessoa que não segue (anda) pela vida segundo o conselho dos pecadores. Não se detém no caminho deles (o sentido aí é não imitar o que eles fazem). E muito menos, chega a se sentar na roda de quem faz pouco e até zomba das coisas certas. Repare que a imagem usada pelo salmista indica comprometimento crescente com o pecado: andar pode ser uma coisa até casual, mas parar e se sentar indicam compromisso crescente com o mal.

Deus espera mudança de coração
Quem pensa que pode pecar numa boa e Deus vai entender, esquece que, quando Ele perdoa, espera mudança de comportamento. E isso fica claro numa conhecida passagem. Trouxeram para Jesus uma mulher pega em adultério - foi nessa oportunidade que Jesus disse que, quem não tivesse pecado, fosse o primeiro a atirar pedra na mulher adúltera. E normalmente fica meio esquecido o que Jesus disse, em seguida, para essa mesma mulher (João 8:9-11):
Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando com os mais velhos. Jesus ficou só, com a mulher em pé diante dele. Então Jesus pôs-se de pé e perguntou-lhe: "Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? " "Ninguém, Senhor", disse ela. Declarou Jesus: "Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado".
Jesus protegeu a mulher da morte por apedrejamento, mas não passou a mão na cabeça dela. Suas últimas palavras foram uma cobrança para ela mudar sua vida.

E Deus faz isso pela simples razão que amor sem limites não é amor e sim uma relação disfuncional. Amor precisa de limites reais - veja Hebreus 12:5-8:
Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos.
Palavras finais
Lembre-se que a consequência do pecado muitas vezes não aparece de imediato. O fato de parecer estar indo tudo bem, não significa que as coisas vão continuar assim.

Segundo, quanto mais você fizer o que é errado, mais fácil será pecar de novo. Por exemplo, se você se acostuma a mentir, a nova mentira vai ser muito facilmente da sua boca. Portanto, combata o pecado na diariamente. Lute para não ceder à tentação. E se errar, arrependa-se, peça perdão (reconhecendo o erro) e aprenda a lição, para não errar de novo.

Terceiro, salvação não é um direito e muito menos uma coisa garantida. Salvação pode ser perdida sim, caso a pessoa se desvie do caminho certo. Portanto preocupe-se com sua situação. E isso significa olhar para o “estado de saúde” da sua fé - uma boa forma de medir isso é ver que obras sua fé vem gerando. Afinal, a fé verdadeira é aquela que gera resultados (obras), que traz mudanças na vida da pessoa (Tiago 2:17-18):
Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: "Você tem fé; eu tenho obras". Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras.
Haja enquanto é tempo. Mude sua vida enquanto a oportunidade existe. Não se acomode achando que está tudo certo e tudo vai ficar bem. Não é isso que a Bíblia ensina.

Com carinho

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O ALÍVIO DO SOL ESCALDANTE

Você já andou numa região desértica e precisou de alívio do sol escaldante? Uma sombra fresca, um copo de água gelado ou algo assim?

Ás vezes, nossos problemas parecem nos levar para o meio de um deserto terrível e nos deixar debaixo de um sol escaldante. O tempo vai passando e parece que não há saída. Não encontramos alívio do sol que nos queima. Parece que não vamos resistir.

Mas existe alívio. E ele só pode vir de Deus. E é sobre isso que falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes meus aqui e aqui.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

O ESTUDO DA TEOLOGIA ESFRIA O CRENTE?


Será que importa mais viver a fé, sem dar muita importância à doutrina que tenta explicá-la (teologia)? Ou será que primeiro é preciso entender bem a doutrina (teologia), para embasar a fé seja numa fundação sólida? O que vale mais: teoria ou prática?

Esse dilema costuma estar presente na vida espiritual das pessoas, mesmo quando elas não estão muito conscientes disso. Por exemplo, as igrejas mais avivadas privilegiam a experiência, como a vivência dos dons do Espírito Santo no dia-a-dia. E boa parte das lideranças acha que muito estudo de teologia esfria o/a crente. As igrejas mais tradicionais costumam se preocupar muito com a doutrina (teologia) e acham que a falta de conhecimento de teologia leva a heresiais de todo tipo. 

Qual das duas abordagens é a certa? O que deve ter mais importância na vida do crente: a teoria (teologia) ou a prática?

Entendo porque creio
Na maioria dos casos as pessoas começam a crer e não se preocupam muito em entender e muito menos encontrar razões para sua crença. Trata-se de um tipo de fé que, mesmo vibrante, é meio cega.

A pessoa começa por "sentir Jesus no seu coração" e depois, se houver condição e tempo, ela vai tentar entender de fato a doutrina que explica e justifica o que está acontecendo na sua. 

Cada vez mais, essa é a norma pela qual a experiência cristã vem sendo medida. Mas, crer sem entender bem naquilo que se acredita, gera um risco importante: a prática de excessos (como o abuso dos dons do Espírito Santo), mesmo quando as pessoas estão pensando fazer a coisa certa. A doutrina serve como padrão de referência para as ações e se seu conhecimento não é forte, a vivência espiritual pode sair do controle: as pessoas podem confundir desejos pessoais com revelações de Deus, ver a presença de Satanás onde isso não ocorre ou perceber milagres onde eles não aconteceram de fato. usam o jejum de forma errada e tornam dízimos e ofertas o padrão da fé. 

E, se a doutrina não fosse de fato necessária, não haveria tanta preocupação na Bíblia em falar sobre isso - o apóstolo Paulo, por exemplo, dedicou a maior parte dos seus textos para explicar a teologia cristã. 

E, nunca se pode esquecer, que a experiência vivida nunca pode servir para estabelecer doutrina, ou seja, para definir regras de vida para as pessoas. Não é porque Paulo ou Davi viveram de uma forma ou de outra, fizeram isso ou aquilo, que obrigatoriamente devemos agir da mesma forma. Vivemos numa outra época e experimentamos problemas que eles não vivenciaram. 

A experiencia vivida serve apenas para dar exemplos positivos e negativos do que pode ser feito e das consequências que decorrem das escolhas erradas ou certas. 

Regras de vida somente podem ser estabelecidas por Deus, conforme consta na Bíblia. Regras de vida são fruto da teologia, como também é a definição de como essas regras devem ser seguidas na prática. Tudo isso requer estudo da doutrina cristã - não há como escapar.

Creio porque entendo 
Algumas pessoas precisam primeiro entender a doutrina para depois conseguir crer. Querem ter certeza que estão acreditando na coisa certa. Primeiro, querem ser convencidas. Portanto, para elas, o conhecimento da teologia vem antes de viver o cristianismo. 

E só conseguem continuar acreditando se encontram respostas adequadas para suas dúvidas. Se não encontramo, vão em busca de outra fé, "mais racional". A fé dessas pessoas acaba sendo meio instável, pois está sempre dependente da busca de explicações e das razões encontradas. 

Essas pessoas têm grande dificuldade em aceitar os "mistérios" da fé cristã, ou seja, aquelas verdades espirituais que não podem ser explicadas pela razão. E sempre desconfiam da experiência espiritual direta, como o uso dos dons do Espírito Santo ou a ocorrência de milagres. Por causa disso acabam vivendo uma fé meio fria, excessivamente racional. 

A Bíblia repudia essa posição, lembrando que a razão não pode orientar todos os aspectos da vida espiritual. Conforme Jesus alertou, o cristão precisa viver sua fé como as crianças, que confiam cegamente nos seus pais. 

Palavras finais
Escolher entre experiência vivida e doutrina é um falso dilema, semelhante a perguntar quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha.

É preciso entender a doutrina para poder verificar se as experiências vividas estão de acordo com que a Bíblia estabelece. O estudo da doutrina não esfria o/a crente. Por outro lado, o estudo da doutrina não pode se tornar um fim em si mesmo. É preciso sair da zona de conforto, levar a fé cristã para o mundo e viver essa verdade plenamente - precisamos ser sal da terra, conforme Jesus ensinou.

Doutrina e experiência vivida, as duas coisas precisam andar juntas e se completar. Nenhuma é mais importante do que a outra. Pode ser que, num determinado momento, a experiência vivida tenha mais peso - por exemplo, a pessoa passa por uma crise existencial e precisa sentir, de forma forte, a presença de Deus na vida dela. E em outra circunstância, pode acontecer exatamente o contrário, sendo preciso dar preferência ao estudo da doutrina - por exemplo, a pessoa tem dúvida por que Deus age de uma forma e não de outra. 

Uma vida espiritual saudável requer doutrina e prática, em medidas iguais. 

Com carinho

domingo, 21 de outubro de 2018

OS CRISTÃOS COSTUMAM SER BONS EM DUAS COISAS QUE NÃO SÃO BOAS

A maioria dos cristãos costuma ser muito boa fazer duas coisas que não são muito boas: ficar apenas assistindo enquanto outras pessoas trabalham na obra e condenar com rigor as pessoas das quais discordam.

Ficar apenas assistindo o “jogo”
Trata-se da situação em que a pessoa se contenta em ficar sentada na "arquibancada", vendo outros lutarem para fazer a obra de Deus neste mundo e não se motiva a "arregaçar as mangas" para ajudar. E eu mesmo às vezes me pego assumindo essa posição.

Muitas pessoas cristãs pensam assim: eu já dou o dízimo e vou à igreja no domingo, já fiz minha parte. É como se o dízimo comprasse a entrada da pessoa no "estádio" e, a partir daí, ela tivesse todos os direitos, aos olhos de Deus, inclusive o de fazer críticas - por exemplo, o sermão hoje não foi bom, ou a distribuição de cestas básicas na igreja está muito confusa, ou a aula da escola dominical estava pouco inspirada. 

A carta de Tiago, irmão de Jesus, no capítulo 4, versículo 17, diz literalmente: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando." Ou seja, existe pecado por omissão, isto é aquele fruto da pessoa se omitir em fazer aquilo que está ao seu alcance. 

Ao invés de ficar criticando, envolva-se na obra de Deus. Lute para que as coisas na sua igreja melhorem. Siga o conselho de Tiago.

Reagir com excesso
Algumas pessoas não suportam que alguém faça algo errado no trânsito: reagem com palavrões, ameaçam, fazem gestos, etc. São reações excessivas, pois a causa não justifica a gravidade da resposta. 

E a reação em excesso é muito comum entre os cristãos. Se um pastor conhecido fala alguma coisa que parece contrariar a doutrina correta, se um /a irmão/ã comete um pecado daqueles considerados "terríveis" (especialmente os ligados com questões sexuais), a reação costuma ser muito pesada. Desproporcional ao tamanho do erro cometido. 

E essa reação pesada é “justificada” pelo ardor em defender a causa de Cristo. Frases comuns são "não consigo ver as palavras de Jesus distorcidas e é preciso denunciar essa heresia" ou "esse pecado não pode ficar sem punição, senão daqui há pouco vai valer tudo". 

Ora, os verdadeiros/as seguidores/as de Cristo não condenam as outras pessoas dessa forma. Não “demonizam” os que pensam de forma diferente ou fazem coisas que achamos serem erradas. 

É muito perigoso passar julgamento imediato sobre as pessoas e inclusive estabelecer punições para quem errar. Os/as cristãos/ãs que fazem isso podem errar no diagnóstico, cometer injustiças e até agir como bobos. Um pouco de paciência, calma, tolerância e sabedoria nunca faz mal. 

Com carinho

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O HOMEM QUE DEIXOU DE SER RACISTA

O racismo é um problema ainda bem presente em nosso país, embora muita gente não queira reconhecer ou entender isso. Até dentro das igrejas cristãs ele ainda se faz presente. Por isso é um tema que volta e meia precisa ser relembrado. 

O pastor John Piper, hoje aposentado, dirigiu por algumas décadas uma das maiores igrejas evangélicas dos Estados Unidos (Bethlehem Baptist Church). Tem muitos livros publicados, vários deles extremamente populares. E é uma das vozes mais respeitadas no mundo evangélico atual. 

Anos atrás, ele publicou um novo livro, ainda não traduzido para o português, chamado “Bloodlines” (“Fronteiras pelo sangue”). Descreveu ali , de forma franca e até comovente, sua trajetória, de racista assumido a pai adotivo de uma criança negra. É um depoimento que vale a pena acompanhar.

O período de formação
John Piper conta que foi criado, entre o final da década de 40 e o início da de 50, na cidade de Greenville, Estado de Carolina do Sul, um estado norte-americano bem racista, naquele época. Depois, mudou-se para outras cidades e até morou no exterior, mas reconhece que aqueles anos, na Carolina do Sul, sempre estiveram na raiz do seu problema de racismo.

Naquela época, a Carolina do Norte adotava a política de segregação, que separava lugares e recursos públicos, como bebedouros, banheiros públicos, escolas públicas, lugares nos ônibus, restaurantes, salas de espera de hospitais e até igrejas (incluindo a que Piper frequentava) para uso de brancos e negros. 

Piper hoje reconhece que essa política não era justa e nem era amorosa e, portanto, não era cristã. Era pecado puro e simples. E até hoje lamenta sua cumplicidade com ela. Veja nas palavras dele:
Era assim a cidade onde eu cresci. Eu era um racista. Como criança e adolescente, minhas atitudes e ações levavam em conta a superioridade da minha raça, sem conhecer ou querer conhecer qualquer pessoa negra, exceto a Lucy.
Lucy vinha à nossa casa aos sábados para ajudar minha mãe na limpeza. Eu gostava da Lucy mas toda a estrUtura do nosso relacionamento era iníqua. Aqueles que se defendem dizendo-se bons e caridosos e que os empregados negros até frequentam suas festividades familiares, são ingênuos no que tange ao que torna um relacionamento degradante. 
É claro que éramos agradáveis com ela. Nos amávamos a Lucy... Mas isso desde que ela e sua família soubessem onde era o seu lugar. Sermos agradáveis, termos afeição e permitirmos participação em nossas vidas, é o que fazemos também com nossos animais de estimação. E isto não tem nada a ver com honrar, respeitar e ser igual aos olhos de Deus. E minha amizade por Lucy não restringia em nada minhas atitudes racistas, quando eu estava com meus amigos.
Despertando para o problema
Em dezembro de 1962, a irmã de John se casou e a família da Lucy foi convidada. E eles foram à cerimônia, gerando um momento muito tenso e estranho. Os introdutores na entrada da igreja não sabiam bem o que fazer. Um deles até tentou levar a família de Lucy para o balcão da igreja, que raramente era usado. 

Mas a mãe de John, do alto dos seus 1,55m de altura, interveio e tomou as pessoas pelo braço e as levou para sentar no meio da congregação. Veja o que Piper disse:
Minha mãe, depois de Deus, foi a semente da minha salvação. Enquanto eu via o drama se desenrolar, eu sabia bem dentro de mim que as minhas atitudes eram uma ofensa à minha mãe e a Deus. Sou muito grato pela convicção e coragem da minha mãe.
Mais adiante, já na faculdade, Piper conheceu Noël, com quem acabaria se casando, e ela foi fundamental em ajudá-lo a despertar para o problema. Em 1969, quando começou seus estudos no Seminário e já estava casado, aconteceu o assassinato do pastor Martin Luther King Jr., que liderou o movimento pela busca de igualdade de direitos nos Estaos Unidos. 

Foram dias explosivos na política americana e os professores do seminário deram o empurrão que faltava, fazendo os alunos refletirem sobre a iniquidade da política de segregação racial. Um deles, Paul Jewett, compilou uma apostila de 208 páginas intitulada "Leituras sobre o preconceito racial” , que até hoje, cerca de 50 anos depois, John ainda guarda no seu escritório, em frente à sua mesa. A introdução do professor Jewett, na apostila, termina assim: 
Precisamos lembrar que se Deus nos deu uma revelação sobre a verdadeira natureza do ser humano, nós seremos cobrados por não viver de acordo com a luz dessa revelação...
Ao terminar o Seminário, John Piper foi fazer doutorado na Alemanha e teve oportunidade de visitar o campo de concentração de Dachau. Ali John tomou consciência do enorme aparato de horror – câmaras de gás, fornos crematórios, campo de concentração, etc – montado em nome da crença da superioridade da raça ariana. E ali ele completou seu aprendizado.

Um homem renovado
Quando John já era pastor titular da igreja que dirigiu por muito tempo e tinha 50 anos de idade, Noël recebeu um telefonema de uma amiga, assistente social, que lhe disse: "Eu encontrei uma garotinha que precisa de uma família. E eu penso que ela é para você”. Veja o depoimento de John:
Será que essa era resposta das muitas orações da minha mulher por uma filha, depois de ter tido 4 filhos? Não foi uma decisão fácil, pois a criança era negra. E recomeçar na função de pais, com idade de 50 anos, não era o nosso plano. Muitos pensaram que eu estava louco.
Noël e eu oramos muito. Finalmente eu soube a resposta: ame sua mulher, ame sua nova filha como se fosse do seu sangue e assuma o compromisso, até o final dos seus dias, com a questão da harmonia racial...
Comentário final 
O depoimento de John Piper serve de alerta para a realidade que, muitas vezes, o pecado se faz presente dentro das comunidades cristãs - lembre-se, que a igreja de origem de John Piper proibia a presença de negros. Era defensora do racismo. 

As comunidades cristãs precisam sempre olhar para seus hábitos e comportamento, com humildade, para ver se o mal não criou morada dentro dela mesma.

Serve também de alerta para o fato da banalidade do mal. Em outras palavras, pessoas comuns e até bem intencionadas, como você ou eu, podem praticar o mal, até mesmo pensando estar praticando o bem. 

Finalmente, esse depoimento comprova uma das coisas mais belas do cristianismo: a capacidade de mudar as pessoas, de tirá-las de seu caminho de pecado e trazê-las para a luz. 

Com carinho

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

PRECISAMOS DOS NOSSOS AMIGOS

Em diversas de suas cartas, o apóstolo Paulo escreve longas listas de agradecimentos. São referências carinhosas aos seus amigos. Pessoas de todos os sexos, idade e condição social, que o ajudaram muito no seu ministério. E fizeram isso de diversas formas: com apoio financeiro, com suporte emocional, fazendo trabalhos diversos, dando carinho, visitando, etc.

No seu mais novo vídeo, falo exatamente sobre isso: a necessidade do apoio de outras pessoas. Da importância de sermos ajudados por quem nos ama, nos aceita como somos e está disposto a sair da sua zona de conforto para fazer algo por nós. Veja este vídeo aqui.

Se você quiser ver outros vídeos recentes meus, veja aqui e aqui.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

SERÁ QUE QUANDO ALGUMA COISA RUIM ACONTECE, HAVIA UMA RAIZ DE PECADO?

As pessoas nas igrejas costumam pensar que, quando a desgraça ou problemas sérios batem na porta de alguém, a razão desse sofrimento é a existência de alguma raiz de pecado na vida de quem sofre. Às vezes, essa acusação é até feita diretamente, mas, em outros casos, esse julgamento cruel fica sendo sussurrado pelos cantos. E essa situação aumenta ainda mais o sofrimento de quem passa um momento difícil na sua vida – não basta enfrentar o problema e/ou a tragédia em si, é preciso ainda lidar com essa situação absurda.

Um bom exemplo disso aconteceu na ocasião do atentado às Torres Gêmeas em Nova Iorque. Alguns evangelistas americanos falaram que Deus estava passando julgamento nos Estados Unidos porque o país tinha se desviado nos seus caminhos e muita gente aqui no Brasil concordou. Esse sofrimento todo teria sido causado pelo pecado e, portanto, uma justa punição de Deus. O que esses novos fariseus não explicaram é porque exatamente aquelas pessoas precisaram pagar pelo pecado de tantas outras – afinal, em meio aos mortos havia cristãos/ãs sinceros/as. Nunca vi uma resposta para esse tipo de questionamento.

É interessante perceber que também era assim que muitos judeus pensavam na época de Jesus. Para essas pessoas, o sofrimento sempre tinha origem nas ações pecaminosas da própria pessoa ou até mesmo de seus pais. Veja o que os discípulos de Jesus perguntaram e a resposta que receberam a respeito dessa questão (João 9:1-3):
Ao passar, Jesus viu um cego de nascença. Seus discípulos lhe perguntaram: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?" Disse Jesus: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele”.

As causas para esse tipo de julgamento absurdo
Quando coisas ruins acontecem, as pessoas querem entender e encontrar razões para o sofrimento que estão vendo. E costumam perguntar: Por que comigo? Por que agora? Por que está acontecendo dessa forma?

E atribuir tudo ao pecado é uma explicação simples, que parece lógica, mas ela não está certa. E basta ver o que Jesus disse nos versículos acima para comprovar isso. Há sim sofrimento fruto do pecado sim – por exemplo, os vícios causam problemas sérios. O adultério destrói famílias. E assim por diante. Mas nem todo sofrimento é fruto dos erros das pessoas e muitos outros fatores intervêm nesse processo. E foi isso que Jesus testemunhou para os discípulos.

Um bom exemplo de sofrimento não causado pelo pecado é Jó. O livro da Bíblia que conta a história desse homem relata como seu sofrimento se deveu à ação de Satanás. E os amigos de Jó tinham certeza que ele estava escondendo algum pecado, pois essa obrigatoriamente tinha que ser a explicação para seu sofrimento.

Mas o texto bíblico deixa claro que Jó não tinha pecado e ele se recusou a aceitar tal tipo de acusação. No final, as coisas se esclareceram, mas o sofrimento de Jó aumentou mais ainda com as acusações que enfrentou.

Portanto, quando você olhar para o sofrimento humano – seja seu, ou de outras pessoas – cuidado com o que faz. Resista à tentação de atribuir tudo ao pecado, pois isso pode ser uma grande injustiça. E procure se lembrar de 3 coisas:
Deus não responderá todas as perguntas dos seres humanos
Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que Pilatos misturara o sangue de alguns galileus com os sacrifícios deles. Jesus respondeu: "Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão. Ou vocês pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu lhes digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão". Lucas 13:1-5
Nessa passagem, os discípulos procuraram Jesus para encontrar uma explicação para o sofrimento de algumas pessoas. Eles se referiam a alguns homens da Galileia que se revoltaram contra o domínio romano e foram trucidados por Pôncio Pilatos. Por que isso aconteceu? Será que se tratava de pecadores?

E a resposta de Jesus surpreendeu por aquilo que Jesus não incluiu na sua fala. Ele inclusive tornou a resposta mais difícil falando também do caso de dezoito pessoas inocentes que morreram no desmoronamento de uma torre em Jerusalém
  • Não citou qualquer pecado como causa dessas tragédias.
  • Também não disse que foi a vontade de Deus (outra resposta muito comum nessas horas).
  • E não culpou Satanás, que também costuma levar a culpa nesse tipo de situação.
  • Finalmente, não propôs nenhuma resposta teológica rebuscada, mostrando, de forma indireta, que certas coisas estão fora do nosso alcance.
E se Jesus não foi por nenhum desses caminhos, porque deveríamos tentar andar por eles? O que Jesus disse mesmo foi que problemas e tragédias nos fazem perceber a fragilidade da vida humana e ressaltam a necessidade de mantermos uma relação próxima com Deus. Nesse sentido, eles servem como sinais de alerta para todos/as.

Sinceramente, não acredito que os interlocutores de Jesus tenham ficado satisfeitos com essa resposta, embora o texto não aprofunde essa questão. Assim como acredito que a maioria das pessoas que hoje em dia querem conhecer as razões para o sofrimento humano, também não ficaria satisfeita com essa resposta. Mas essa é uma realidade que precisamos aprender a aceitar com humildade e fé.

O mundo jaz no Maligno
A segunda coisa que precisamos ter em mente ao lidar com o sofrimento humano é que o mundo jaz no Maligno (1 João 5:9). Isso significa que os seres humanos cometem erros e fazem coisas erradas todo o tempo. São capazes de atos lindos e também de atitudes horríveis. Alguns desses pecados não geram muitas consequências, mas muitas vezes o impacto deles é terrível. E também não podemos esquecer o sofrimento gerado por coisas sobre as quais não temos controle, como terremotos, furacões ou até mesmo doenças inesperadas.

E a única forma de explicar tudo isso é usando o ensinamento da Bíblia: esse mundo está debaixo do domínio do mal e isso ocorre desde que o pecado entrou na vida dos seres humanos. Veja o que Paulo diz sobre isso (Romanos 8:22-23):
Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo.
Nosso mundo não é como deveria ser - o pecado o distorceu de tal forma que muitas vezes fica difícil ver nele a beleza da criação de Deus. E nosso mundo não é o paraíso que nos foi prometido. A Bíblia fala de uma restauração - um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 21:1-4):
Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". 
Portanto, o sofrimento é parte da vida neste mundo. E somente no final dos tempos, depois da volta de Jesus, tudo será restaurado e não haverá mais sofrimento. Até lá essa é a realidade que precisamos aceitar.
Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus

E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Romanos 8:28

Esse texto traz uma promessa que nos deve trazer grande consolo no meio ao sofrimento. Deus afirmou que tudo – aí incluído até o sofrimento – colabora para o bem do/a cristão/ã verdadeiro/a. Mas cuidado: o bem, nessa promessa, não se refere ao conforto material, ao sucesso, à segurança, etc. Deus pode até nos dar tudo isso e, muitas vezes, é exatamente isso que Ele faz. E não porque tenha prometido agir sempre assim e sim por causa da sua Graça maravilhosa.

A promessa embutida nessa passagem, o “bem” do qual Paulo está falando, é o próprio Deus. Afinal, Ele é a fonte de tudo que é bom. Portanto, Deus prometeu que tudo vai colaborar para aproximar o/a crente verdadeiro/a d´Ele. Não importa quais sejam as dificuldades, tudo acabará cooperando para esse fim maravilhoso.

Isso nos permite olhar para o sofrimento com outros olhos- embora, sei bem disso, que não atenue a dor. Mas fica a esperança que o sofrimento não cria uma barreira entre nós e Deus, como os fariseus pensavam ocorrer, no tempo de Jesus. Pelo contrário, Deus usa essas dificuldades para se aproximar, para aprofundar o relacionamento com seus filhos/as.

Conclusão
Nunca passe julgamento sobre as pessoas que você vir passando dificuldades e/ou enfrentando tragédias. Não estabeleça jamais a correlação: “problemas aparecem sempre onde o pecado se faz presente”. Esse não é um ensinamento bíblico.

E, além de não ter suporte bíblico, é um julgamento injusto. E Jesus nos alertou fortemente contra o erro de julgar as outras pessoas dessa forma (Mateus 7:1-3):
Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Com carinho

terça-feira, 9 de outubro de 2018

AQUILO QUE VOCÊ FAZ

Quando aparece uma crise na sua vida, é muito importante aquilo que você faz nesse momento. E importa especialmente como você se apresenta diante de Deus.

É fundamental que você ore e fale com Ele aquilo que sente e apresente sua necessidade e suas angústias. Não há dúvida que Deus já sabe o que você precisa e sente, pois nada lhe passa desapercebido. Mas, ao trazer seus pedidos para Ele, você demonstra sua confiança (fé), coisa extremamente importante.

A Bíblia tem inúmeros exemplos de pessoas que procederam assim nos momentos de angústia e desespero. E mostra também como Deus respondeu a cada pedido, bem como o problema foi resolvido em cada caso.

No meu mais novo vídeo, onde discuto essa questão, eu uso o exemplo de um rei de Judá que apelou para Deus quando seu reino precisou enfrentar um inimigo poderoso, ao qual, em condições normais, não teria conseguido resistir. Veja o novo vídeo aqui.

Veja outros vídeos meus recentes aqui e aqui.

domingo, 7 de outubro de 2018

FUJA DA IMPIEDADE PARA SER FELIZ

No seu mais novo vídeo, a pastora Carol e a Alícia falam de um tema muito interessante e importante. Elas alertam que fugir da impiedade pode ajudar você a ser feliz.

E fugir da impiedade significa, em primeiro lugar, deixar de andar com pessoas ímpias. Isto porque essas pessoas podem influenciar e levar você para caminhos que não são adequados aos olhos de Deus. Significa também você mesmo/a tomar cuidado para não se tornar um/a ímpio/a e virar pedra de tropeço na vida das outras pessoas.

Conheça mais sobre esse tema vendo o vídeo aqui.

Veja também outros vídeos recentes da pastora Carol e da Alícia aqui e aqui.

Veja o canal da pastora Carol no Youtube aqui.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

JESUS NASCEU "ANTES DE CRISTO"

O nascimento de Jesus é um evento tão importante para a história, que contamos o tempo "antes do nascimento d´Ele" (AC) e "depois" (DC), usando o ano em que Ele veio ao mundo como o divisor de águas. 

Saber o ano exato em que Jesus nasceu é muito importante porque permite colocar a vida d´Ele contra o pano de fundo da história. Torna-se possível estabelecer o ambiente cultural, econômico e político em que Ele viveu. E tirar muitas conclusões a partir daí. E é possível também procurar registros arqueológicos que confirmem o relato bíblico. Aliás, boa parte da arqueologia é feita exatamente com esse objetivo. 

Mas a Bíblia não nos informa exatamente nem quando Ele nasceu e muito menos quando morreu. Só nos dá pistas, por exemplo fazendo referência ao imperador romano que governava na época. Ou citando eventos que ocorreram em paralelo à sua vida. Assim, estabelecer a cronologia absoluta (os anos exatos de nascimento e morte) tornou-se um ponto muito pesquisado. 

O problema com a cronologia
É preciso analisar com cautela as dicas dadas no texto bíblico, para evitar erros. Por exemplo, sabemos que Jesus foi morto quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia. Procurando nos registros históricos do Império romano, é fácil estabelecer os anos em que ele governou aquela região. Isso não nos dá o ano exato da morte de Jesus, mas permite restringir a busca ao período de governo de Pilatos. Outro dica interessante é o dia da semana em que a festa da Páscoa caiu quando Jesus morreu. Uma consulta ao calendário rabínico dos judeus, fornece informações preciosas sobre isso. 

Mas a verdade é que faltam informações suficientes para definir com absoluta segurança essa cronologia. Temos uma boa aproximação - por exemplo, sabemos que Jesus morreu no ano 30 ou ano 33. Mas não temos certeza absoluta.

E assim também é com a maioria dos fatos relatados na Bíblia. Em muitos desses casos a variação existente é de poucos anos, para lá ou para cá. Já em outros, como o ano da saída de Israel da escravidão no Egito, a variação é grande (cerca de 200 anos).

Antes e Depois de Cristo
Na Idade Média, um monge (Dionísio) teve uma ideia brilhante. Propôs que a história fosse dividida em duas fases: Antes do nascimento de Jesus (Antes de Cristo ou AC) e depois (Depois de Cristo ou DC). Convencionou-se, então, que ano 1 DC começaria em janeiro do ano imediatamente seguinte ao nascimento de Cristo.

Essa proposta foi aceita e os estudos de história passaram a ser feitos com base nesse critério. A contagem de tempo é crescente para o período Depois de Cristo e decrescente para o período Antes de Cristo. Ou seja a contagem sempre caminha na direção do nascimento de Jesus. 

Agora, o tal monge tinha um problema: precisava estabelecer a cronologia absoluta dos anos de nascimento e morte de Jesus. Isso seria necessário para amarrar esses eventos aos demais fatos da história conhecidos. Ele fez uma série de estudos e chegou à conclusão que o nascimento ocorreu em determinado ano. E montou sua cronologia a partir dessa conclusão. 

Seu resultado aponta que Jesus teria nascido na madrugada do dia 25 de dezembro do ano imediatamente anterior ao ano 1. E esse ano 1 aconteceu 2018 anos atrás. 

O erro de Dionísio
Dionísio até que fez um bom trabalho, considerando as informações que dispunha. Mas, como era de se esperar, cometeu um erro pequeno (uns poucos anos). Um erro que tem significado e é fácil comprovar.

A Bíblia conta que, quando Jesus nasceu, o rei Herodes estava vivo. Afinal, foi esse rei quem mandou matar os recém-nascidos judeus para eliminar Jesus junto com eles. E Herodes morreu no ano 4 AC (Antes de Cristo). Portanto, Jesus necessariamente nasceu antes desse ano!

Outra passagem da Bíblia dá uma dica adicional importante. Em Mateus capítulo 2, versículos 19 a 23, é dito que a família de Jesus voltou para a Palestina, depois da morte de Herodes, porque o perigo já tinha passado. Vale lembrar que a fuga deles para o Egito foi justamente para fugir da ameaça de Herodes. 

Essa dica aponta para o fato que Jesus nasceu algum tempo antes do ano da morte de Herodes (4 AC). Pelo menos 1 ano antes e não mais que 3 anos. Ou seja, Jesus nasceu entre os anos 5 e 7 AC

É até engraçado dizer isso, mas Jesus nasceu "Antes de Cristo".

Com carinho

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR

Tem uma frase que caracteriza minha vida desde minha conversão: o melhor ainda está por vir. Essa frase fala da minha confiança em Deus e também do meu entendimento que Ele zela por nós. Deus quer sempre o melhor para seus filhos/as.

Há muitas passagens da Bíblia que dão suporte ao ensinamento que o melhor ainda está por vir. E uma delas fala é aquela que relata a despedida de Moisés da liderança de Israel. Isso aconteceu pouco antes da sua morte, conforme o relato do Deuteronômio. Moisés subiu ao monte Nebo e dali viu a Terra Prometida, onde não pode entrar, mas sabia que seu povo (Israel) iria  habitar aquela terra, conforme promessa de Deus. Veja este vídeo aqui.
Você pode ver outros vídeos recentes meus aqui e aqui.