quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A FAMÍLIA QUE OS OUTROS NÃO GOSTAM

Cada vez mais as famílias divergem do modelo tradicional (um pai e uma mãe vivendo com seus próprios filhos/as). São comuns hoje em dia núcleos familiares onde pais ou mães, separados/as, criam seus filhos/as sozinhos/as. Como também avós que cuidam de netos/as. Ou ainda, filhos/as de casamentos diferentes convivendo na mesma casa. 

Dentro das igrejas, o modelo de família bem aceito por todo mundo costuma ser o tradicional. Outros modelos, infelizmente, podem ser olhados com desconfiança - não deveria ser assim, mas essa é a realidade.

O que fazer quando as outras pessoas não gostam muito da família que você tem? Como enfrentar essa dificuldade? Veja aqui respostas para essas e outras perguntas, no novo vídeo da pastora Carol e da Alícia.

Se você quiser ver outros vídeos da pastora Carol, visite o canal dela.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

SABER DIZER NÃO


As sereias, na mitologia grega, eram seres meio mulheres e meio peixes. Moravam numa ilha no Mar Mediterrâneo e ficavam sempre tentando enfeitiçar os marinheiros dos navios que passavam por perto, usando seu canto. E, quando enfeitiçados, os marinheiros se atiravam no mar para ir ao encontro das sereias e acabavam devorados. 

As únicas formas de resistir ao canto das sereias eram ficar longe ou tapar os ouvidos para não ouvir seu canto. Não havia como resistir ao canto delas. 

Os cristãos também estão sujeitos ao "canto das sereias", ou seja, as tentações que a sociedade humana gera para afastar as pessoas do caminho certo. Há muitas coisas que podem ser classificadas nessa categoria como o consumismo excessivo, a ambição sem controle, a busca do prazer a qualquer preço, o egoismo sem limite, etc. 

E, assim como acontece com as sereias da mitologia somente é possível resistir aos apelos da sociedade moderna de duas formas: Ficar longe, como fazem as pessoas que se retiram para conventos, longe da sociedade, ou "tapar os ouvidos", isto é encontrar formas de não deixar que as influências ruins da cultura moderna criem raízes nas mentes humanas.

O primeiro caminho - distanciar-se - é seguido por quem concentra toda sua vida social dentro da igreja que frequenta - todos os(as) amigos(as) estão ali, só vão a eventos evangélicos, só ouvem música gospel, só entram em relacionamentos com pessoas da mesma crença, etc. 

O problema com essa abordagem é que Jesus nos pediu para sermos o "sal da terra". Ora, para poder dar "sabor" diferente à sociedade, assim como o sal faz com os alimentos, os(as) cristãos(ãs) não podem fugir dessa mesma sociedade, buscando evitar a contaminação vinda dela. 

A outra alternativa para escapar do "canto das sereias" seria "tapar os ouvidos", isto é, encontrar alguma forma de se tornar imune às influências negativas da sociedade. Isso significa, essencialmente, saber dizer não para tudo aquilo que pode afastar você de Deus. 

Isso não é fácil de fazer, pois requer lutar contra tentações bem humanas. Contra desejos e vontades que passam pela mente de quase todas as pessoas, pois são bem humanos.

Ora, a Bíblia apresenta vários exemplos de pessoas que souberam dizer não. E o estudo desses exemplos tem muito a nos ensinar. Vejamos dois desses casos em maior detalhe: José, filho de Jacó, e os apóstolos Pedro e João.

Os que disseram não
José foi vendido por seus irmãos como escravo e acabou levado para o Egito. Lá, foi forçado a trabalhar na casa de um oficial do faraó, chamado Potifar, e acabou por conquistar a confiança do seu amo.

A mulher de Potifar se apaixonou por José e quis trair seu marido com ele. Não deve ter sido fácil para José resistir - afinal, ele era um escravo e, portanto, não devia lealdade a seu amo. Sem contar, que um relacionamento desse tipo poderia melhorar bastante sua condição precária. E nem estou considerando nessa discussão os atrativos físicos daquela mulher, que certamente não deviam ser pequenos.

Tudo incentivava José a adulterar e acredito mesmo que a esmagadora maioria dos homens, no lugar dele, teria aceito a proposta da mulher de Potifar. O "canto das sereias" foi muito forte. 

E José disse não! O pior foi que, ao invés de ser elogiado, acabou por pagar um preço muito alto: a mulher, ofendida com sua recusa, acusou-o de tentar violentá-la e José acabou indo para a prisão (Gênesis capítulo 39, versículos 7 a 20). 

Deus valorizou a lealdade de José - mais adiante, ele foi reabilitado e acabou se tornando a segunda pessoa mais importante do Egito. E é isso que realmente importa para cada um de nós - como Deus avalia nossas atitudes.

O segundo exemplo vem dos apóstolos Pedro e João. O caso a que me refiro aconteceu logo depois da ressurreição de Jesus. O povo cristão estava enfrentando perseguições das autoridades religiosas judaicas, que não queriam a pregação do Evangelho. E essa repressão violenta levou ao martírio de diversas pessoas, como o do diácono Estevão (Atos dos Apóstolos capítulo 6, versículos 7 a 15). 

Foi nessas circunstâncias que Pedro e João foram presos pelas autoridades judaicas e ameaçados por elas de castigo físico, caso continuassem a falar sobre Jesus. E, apesar dessa ameaça, os apóstolos disseram não! 

Eles responderam às autoridades religiosas judaicas que lhes era mais importante obedecer a Jesus, pregando o Evangelho a toda criatura, do que obedecer a quem tinha mandado prendê-los (Atos dos Apóstolos capítulo 5, versículos 10 a 32). 

Deus intercedeu nesse caso e os apóstolos acabaram sendo libertados, sem dano físico. E como tiveram coragem de permanecer no caminho certo, de dizer não a uma ameaça, Pedro e João servem de exemplo para nós até hoje.

Palavras finais 
Não é fácil ser cristão(ã) - gostaria de afirmar o contrário, mas não posso. Jesus chegou a dizer que a estrada a ser trilhada por nós seria estreita, difícil e pedregosa, enquanto a alternativa (a estrada para a "perdição") é larga, espaçosa e confortável. 

Muita coisa nos na direção contrária àquela que precisamos seguir. E o "canto das sereias" pode ser difícil de resistir. 

Isolar-se, para ficar imune ao "contágio", não resolve o problema, pois temos que viver no mundo. A alternativa é resistir, aprender a dizer não. Mas, isso só é possível quando a pessoa se apoia numa fé forte, que libera a ação do Espírito Santo na sua vida. 

É essa ação do Espírito Santo que vai nos convencer a enfrentar as dificuldades e fazer a escolha certa. E é Ele quem irá nos consolar, quando parecer que fizemos a pior escolha, e nos convencer dos bons resultados que a escolha correta irá gerar nas nossas vidas (mesmo quando não sejam inicialmente pouco visíveis). 

Tenha fé, confie em Deus e aprenda a dizer não, quando necessário. Esse é o desafio que cada um(a) de nós precisa enfrentar vida.

Com carinho

domingo, 27 de agosto de 2017

OS GRANDES MISTÉRIOS DE DEUS

As pessoas têm dificuldade de aceitar que Deus guarda mistérios. E essa realidade incomoda porque as pessoas estão acostumadas a perguntar e obter as respostas que desejam. 

Por exemplo, quando um médico pede autorização a uma pessoa para fazer uma cirurgia nela ou numa criança, essa pessoa espera que lhe seja explicado em detalhe porque isso precisará acontecer, quais os riscos envolvidos, etc. E se o médico se recusar a informar, a pessoa simplesmente não vai autorizar a cirurgia. 

Ora, se funcionamos melhor quando sabemos a razão para as coisas, por que Deus guarda tantos mistérios de nós? Isso não dificulta sua relação conosco? 

Na verdade, Deus não guarda mistérios porque tem um prazer secreto em fazer isso, mesmo gerando dificuldades para as pessoas. Ele faz isso porque é necessário. E eu explico as razões.

Por que Deus guarda mistérios?
A grandeza de Deus, comparada ao ser humano, não dá nem para expressar. É bem maior do que a diferença entre um grão de areia e o território brasileiro como um todo. Somos insignificantes em relação a Deus.

Portanto, não há como imaginar que nós sejamos capazes de entender a natureza e os planos de um Ser da dimensão e da complexidade de Deus. Isso não seria possível. Sempre haverá coisas referentes a Deus que não conseguiremos entender. 

A segunda razão pela qual Deus guarda mistérios é para nos proteger. E nós fazemos o mesmo com quem amamos. Por exemplo, um casal não conta para os(as) filhos(as) pequenos(as) todos os problemas emocionais, financeiros e de saúde que vive porque sabe que as crianças não teriam capacidade para processar bem essas informações. O casal até dá para os(as) filhos(as) uma ideia de que há problemas, mas sempre passará para eles(as) a imagem mais atenuada possível da realidade - por exemplo, se a mãe vai fazer uma cirurgia séria, o casal diz para as crianças que ela vai viajar por alguns dias e voltará logo. 

E Deus faz o mesmo conosco. Por exemplo, você gostaria de saber o dia e a hora em que vai morrer bem como a causa da sua morte? Acredito que não. Se você viesse a saber dessas informações, com certeza iria começar a sofrer desde hoje e sua vida seria transformada para sempre.

Resumindo, Deus guarda mistérios porque não poderíamos mesmo entender toda a realidade. E também para nos proteger, ou seja, por amor a nós.

Os maiores mistérios de Deus
Acredito que os maiores mistérios de Deus são aqueles que descrevo abaixo:

a) Criação a partir do nada 
A Bíblia conta que Deus criou o universo a partir do nada: Ele apenas "falou" (por exemplo, "haja luz") e algo aconteceu (a luz apareceu). 

Essa realidade está refletida na teoria do "Big Bang", segundo a qual o universo teve início num "ovo cósmico", de matéria muito densa, que se expandiu ("explodiu") com enorme rapidez. 

Mas, de onde veio esse "ovo", se nada existia antes? Esse é um completo mistério para nós.

b) A Trindade 
Deus é um só. Mas, é composto de três pessoas diferentes: Pai, Filho (Jesus Cristo) e Espírito Santo. São três pessoas da mesma natureza, que trabalham em comunhão contínua - parecido com um casal, duas pessoas que funcionam como uma coisa só.

Esse talvez seja o mistério de Deus mais difícil de entender. Se a Bíblia não falasse que essa é a realidade d´Ele ninguém iria sequer imaginar tal possibilidade. 

c) As duas naturezas de Jesus 
A segunda pessoa da Trindade, o Filho, tem duas naturezas: humana e divina. A natureza humana (Jesus) passou a existir a partir da concepção de uma mulher (Maria), mediante a ação do Espírito Santo.

A Bíblia diz que o Filho se "esvaziou" da sua natureza divina, para poder, digamos assim, "caber" num corpo humano. Isso quer dizer que Ele voluntariamente limitou sua natureza divina e funcionou, enquanto esteve neste mundo, apenas como um ser humano. Mas, nunca deixou de ser divino. Mas, não temos a menor ideia de como isso foi possível.

d) O final dos tempos 
A Bíblia ensina que haverá uma série de acontecimentos que vão levar ao fim do mundo tal como o conhecemos. Jesus vai voltar e haverá um julgamento final, quando serão indicadas as pessoas salvas.  

E ninguém sabe o dia e a hora quando isso vai acontecer - Jesus foi muito claro a esse respeito. Existirão sinais que vão apontar que o final se aproxima - tem gente que eles já se fazem presentes. Mas, a data certa é um mistério.

Como também há muito mistério sobre os próprios acontecimentos que vão levar ao final do mundo. A Bíblia até dá algumas dicas, principalmente no livro do Apocalipse, mas as informações não são fáceis de entender, até porque há muito simbolismo nesses textos.

Com carinho

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O TEMPO DE DEUS E O TEMPO DO HOMEM


Andamos sempre correndo - fazemos um monte de coisas e nunca sobra tempo para fazer tudo que queremos. E sobra ainda menos tempo para dedicar às coisas de Deus. Sem dúvida, temos problema com o tempo...

Por outro lado, muita gente pensa que Deus também tem seus próprios problemas com o tempo, pois, frequentemente, dá a impressão de demorar a agir.

Os dois tipos de tempo: "Kronos" e "kairós"
Vivemos no tempo cronológico, apelidado de "kronos" e Deus opera num outro tipo de tempo, bem diferente, apelidado de kairós. E não é muito difícil entender porque kronos e kairós não são a mesma coisa.

Deus criou tudo que existe, incluindo o tempo cronológico. Os seres humanos são totalmente dependentes do kronos e tudo que fazemos está amarrado a ele. 

Agora, como foi Deus quem criou o tempo cronológico, como tudo mais que existe, Ele não pode ser limitado kronos, que também é criação dele. Por isso dizemos que Deus é eterno - Ele sempre existiu e sempre existirá - e não muda com a passagem do tempo cronológico. 

É evidente que Deus pode atuar no tempo cronológico, como comprovam os diversos relatos de milagres na Bíblia. Para entender como Deus faz isso, pense no tempo cronológico como um "quadro" pintado por Ele. 

Deus, como autor desse "quadro" não está contido por ele. Mas, naturalmente, pode intervir na "pintura", por exemplo, para fazer um "retoque", sempre que desejar. É mais ou menos assim que funciona a ação de Deus no tempo cronológico (kronos).

O tempo de Deus (kairós) deve ser entendido como a oportunidade em que Ele resolve agir. Portanto, o kairós é bem diferente do tempo cronológico - a Bíblia explica isso afirmando que, para Deus, mil anos são como um dia e um dia como mil anos.

Voltando aos problemas com o tempo que comentei no começo deste texto, a falta de tempo para fazer aquilo que Deus espera de nós ocorre quando o kronos é insuficiente para atender o kairós. Já a nossa percepção que Deus está atrasado aparece na situação contrária: quando o kairós vem depois do kronos. 

Vou explicar melhor como é isso.

Quando não há tempo suficiente
O bem mais escasso para o ser humano é o kronos, pois a vida é finita - cedo ou tarde ela acaba. O tempo disponível, portanto, é o que limita o que cada pessoa pode fazer na sua vida.

Há um sentimento geral que a vida moderna está ficando cada vez mais corrida. Que há cada vez mais coisas para fazer em menos tempo. E é fácil explicar porque isso acontece. 

A sociedade moderna é controlada por uma busca constante pela eficiência: É preciso fazer cada vez mais usando cada vez menos recursos. E como o recurso mais precioso é o tempo, é preciso sempre economizá-lo. 

E se você prestar atenção no mundo à sua volta verá muitos sinais dessa tendência. Por exemplo, as cadeias de "fast food" tornaram possível comer em poucos minutos, os eletrodomésticos tornaram as tarefas domésticas mais rápidas e os meios de transportes tentam proporcionar deslocamentos mais velozes.

Agora, como as pessoas começaram a fazer tudo mais rápido, elas passaram a ter mais tempo disponível. E o que elas fizeram com esse tempo adicional? Assumiram mais tarefas, para se tornaram mais "produtivas", aproveitando melhor o seu tempo. E essa é outra tendencia que domina a sociedade moderna.

E a vida das pessoas tornou-se mais complexa e exigente. Antes, elas estudavam ou trabalhavam. Agora, muitas trabalham e estudam ao mesmo tempo. Antes, tinham um emprego só e agora é comum pessoas com mais de um emprego. Antes, as pessoas tinham poucas atividades de lazer e agora tem muitas. E assim acontece em quase todos os setores da vida humana. 

Aconteceu com o tempo o mesmo que com o salário - quando passam a ganhar mais (digamos por causa de uma promoção), as pessoas rapidamente liquidam com a folga que passaram a ter no orçamento simplesmente consumindo e gastando mais.

Em resumo, como as pessoa não tem tempo suficiente para fazer tudo que gostariam, elas estabelecem prioridades, reduzindo o tempo disponível para determinadas coisas. Por exemplo, diminuem o tempo gasto para comer, chegando a se alimentar até andando. 

Infelizmente, como não sabem escolher suas prioridades, falta para as pessoas tempo para olhar o por do sol e as estrelas, curtir as pessoas amadas e, principalmente, fazer a obra de Deus. E o grande paradoxo disso tudo é que são essas coisas, muitas vezes esquecidas, que dão sentido verdadeiro à vida humana. 

Como sair desse dilema? A resposta é simples: Entregue seu tempo cronológico para Deus. Sei que isso é mais fácil de dizer do que fazer, mas é a única solução. 

E a experiência mostra que quando as pessoas colocam Deus no controle do kronos, duas coisas acontecem. Primeiro, parece que o tempo delas rende mais, pois tudo passa a fluir melhor.

Depois, o Espírito Santo irá orientar a pessoa a escolher melhor suas prioridades, concentrando esforços naquilo que realmente importa. E assim sempre vai haver tempo para fazer o que precisa ser feito.

Um exemplo simples explica bem o que acabei de falar. Todos concordam que a televisão brasileira não tem boa qualidade, mas as pessoas gastam, em média, 6 horas por dia na frente dela - é como se vivessem um vício. Mas, Deus pode mudar isso, sem qualquer sofrimento para a pessoa e orientá-la a usar esse tempo de forma melhor – eu praticamente não vejo mais televisão hoje em dia e não sinto nenhuma falta.

Quando Deus comanda o kronos, tudo que precisa ser feito é feito na hora certa. Simples assim.

Quando Deus parece demorar
O povo de Israel ficou escravizado no Egito por mais de quatrocentos anos, sempre pedindo a intervenção de Deus para sua libertação. E Deus havia prometido mandar um libertador, mas muitas gerações se passaram antes que Moisés fosse enviado.

No kairós (o tempo de Deus), a missão de Moisés já estava em andamento desde que Ele fez sua promessa ao povo de Israel, mas foi preciso esperar a época cronológica adequada. Moisés chegou exatamente quando tinha que chegar - quando o Egito estava enfraquecido pela ação de seus inimigos, o que deu a Israel condições para sair do cativeiro e se estabelecer com tranquilidade na Terra Prometida (Canaã).

A época em que Jesus veio ao mundo também foi escolhida a dedo. Os romanos foram conquistadores impiedosos, mas introduziram ordem num mundo caótico - os livros de história se referem a esse período como a "Paz Romana". 

Eles construíram boas estradas, desenvolveram a navegação, incentivaram o comércio, fizeram cumprir as leis, etc. Todos esses avanços, por exemplo, permitiram as viagens missionárias de Paulo. Sem a "Paz Romana", teria sido muito mais difícil o cristianismo se espalhar com velocidade pelo mundo.

A resposta para quando Deus parece estar atrasado é simples: a fé. A confiança que Ele faz as coisas quando elas devem ser feitas. Nem antes e muito menos depois.

Com carinho

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

OS NOSSOS HÁBITOS

Há um livro muito interessante chamado “O poder do Hábito”, escrito por Charles Duhigg, falando sobre a ciência da formação de hábitos, aplicável tanto às pessoas, como às organizações e à sociedade em geral. 

A verdade é que o ser humano é um “animal” de hábitos e isso é confirmado por inúmeros estudos. Todas as pessoas têm hábitos e em algumas pessoas isso fica mais evidente, especialmente quando chegam à velhice. 

Nos últimos anos de sua vida, meu pai sempre almoçava no mesmo restaurante, no centro do Rio de Janeiro, sentava-se à mesma mesa, sempre por volta de 12:30 hs e comia a mesma coisa. Quando mais jovem, ele não era tão sistemático assim, embora sempre tenha tido hábitos marcantes. Com a chegada da idade, os hábitos passaram a dominar seu comportamento. 

A ciência do marketing há muito tempo percebeu a tendência do ser humano a ter hábitos e tem usado esse conhecimento para gerar bons lucros para as empresas. 

Um exemplo clássico é o de Claude Hopkins, publicitário que foi fundamental para que o povo americano criasse o hábito de escovar os dentes todos os dias. 

Por mais de uma década, sob orientação desse publicitário, a pasta de dentes Pepsodent foi constantemente anunciada numa campanha de publicidade estrelada por artistas de cinema famosos, que davam testemunho das vantagens de escovar os dentes para ter um sorriso bonito e um hálito agradável. 

Nesse curto período de tempo, mais da metade da população norte-americana adquiriu um hábito que não tinha (escovar os dentes) e tal hábito foi se tornando mais e mais popular com o correr do tempo - somente depois vieram as pesquisas científicas comprovando a vantagem da escovação para manter a saúde dos dentes. 

O marketing moderno faz extenso uso da ciência que estuda a formação de hábitos, levando em conta, inclusive, os mais modernos estudos neurológicos que procuram entender os processos mentais por trás da formação dos hábitos, permitindo a criação de técnicas visando conseguir, quando necessário, alterar hábitos ou mesmo substituí-los por outros. 

E todo esse conhecimento é usado em todo tipo de situação, desde a propaganda de novos produtos, até a definição de políticas públicas pelos governos. 

Anatomia dos hábitos
Os estudos mostram que há três componentes na formação de qualquer hábito: gatilho, recompensa e sinal. O gatilho é aquilo que aciona o comportamento habitual (hábito). 

Por exemplo, os fumantes sempre relatam que beber café traz vontade de fumar. No caso do hábito de escovar dentes, o gatilho é o mau hálito - vale lembrar que, durante boa parte da história da humanidade, ninguém se preocupou com o mau hálito próprio ou das outras pessoas, pois todo mundo tinha hálito ruim. 

A recompensa, na formação de um hábito, é aquilo que traz benefício para a pessoa. No caso do cigarro, trata-se do prazer que o viciado sente quando a nicotina chega ao seu cérebro. No caso da pasta de dentes, há duas recompensas, a propaganda estabeleceu duas recompensas: o sorriso mais bonito e o hálito mais fresco. 

O sinal indica que a recompensa foi alcançada. Por exemplo, no caso do uso da pasta de dentes, costuma haver um leve ardor demonstrando que o produto "funcionou" bem - esse ardor não tem nada a ver com a qualidade do produto em si, mas é importante para sinalizar para as pessoas que o produto funcionou. Estudos mostraram que as pessoas acham que as pastas de dente que tem o tal ardor são consideradas mais eficientes. 

Os hábitos cristãos
Os(as) cristãos(ãs) também acabam por criar hábitos relacionados com sua vida espiritual e é natural que façam isso. E Deus conhece bem essa característica humana, pois foi Ele quem nos criou. 

E não é por acaso que Deus sempre procurou incentivar a formação de hábitos espirituais pelas pessoas. Exemplos clássicos, no Velho Testamento, são as orações diárias, os sacrifícios e as festas que o povo judeu tinha. 

As orações diárias lembravam às pessoas quem elas eram e sua relação com Deus. Já os sacrifícios, apontavam para seus pecados e a necessidade de purificá-los. As festas (Páscoa, Dia do Perdão, etc) criaram o hábito de comemorar momentos importantes da história de Israel (como a saída do povo da escravidão no Egito), mantendo viva memória do que Deus tinha feito por esse povo. 

No Novo Testamento, Jesus agiu da mesma forma. O melhor exemplo é o hábito que Ele estabeleceu, para o povo cristão de tomar periodicamente a comunhão (pão e vinho). Tal cerimonial tem por objetivo fazer com que o povo cristão nunca se esqueça do sacrifício de Jesus na cruz. 

O gatilho para o hábito de tomar a comunhão (Santa Ceia) é conscientização das pessoas que são pecadoras. Essa é a razão porque a liturgia do culto cristão sempre tem uma parte que pede as pessoas para se autoanalisarem, tomarem consciência dos seus pecados, arrepender-se deles e pedir perdão a Deus. 

Porque ao se perceber pecadora, a pessoa anseie pela Santa Ceia. Em outras palavras, a consciência do pecado faz com que a pessoa procure a “cura”, o sacrifício de Jesus, que abre as portas para a reconciliação das pessoas com Deus. 

E essa "cura" é a recompensa do hábito de tomar a Santa Ceia. E isso se traduz na paz de espírito e no alívio que a pessoa passa a sentir ao se sentir perdoada.

Finalmente, o sinal de que a recompensa está sendo alcançada é o ato de comer o pão e beber vinho. E é exatamente por isso que a Santa Ceia envolve um ato físico na Santa Ceia e não é uma cerimônia totalmente simbólica. 

Quando as pessoas sentem o gosto desses elementos nas suas bocas, seus cérebros recebem a mensagem de que elas estão participando da Graça de Deus. 

Há outras práticas, também instituídas por Jesus, buscando criar outros hábitos espirituais para o povo cristão. Por exemplo, Jesus ensinou a oração do Pai Nosso, atendendo um pedido feito pelos seus discípulos. 

O objetivo dessa fórmula pronta é facilitar o hábito de orar, extremamente importante para a vida espiritual das pessoas. E podemos usar o mesmo tipo de análise anterior para facilitar o entendimento da razão para haver diversas práticas acompanhando a oração, como fechar os olhos, concluir a oração “no nome de Jesus” e assim por diante. E o mesmo pode ser dito de outros hábitos espirituais, como louvor, meditação ou jejum. 

A teologia apelida esse conjunto de hábitos de "disciplinas espirituais" e aponta que todos são fundamentais para o crescimento espiritual das pessoas. Aqui no site eu falo sobre cada uma dessas disciplinas - basta você procurar. Também há vídeos do Rogers e da Alicia sobre o mesmo tema. 

Concluindo, hábitos espirituais são muito importantes para a vida espiritual das pessoas e precisam ser incentivados e mantidos. Afinal, não vivemos sem nossos hábitos...

Com carinho

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O RENO DE DEUS: JÁ, MAS AINDA NÃO

O ministério de Jesus na terra não durou muito: Cerca de 3 anos apenas. E nesse curto espaço de tempo Ele ensinou muita coisa, mas, naturalmente, concentrou sua atenção em alguns poucos temas, digamos assim, suas prioridades. 

E como foram prioridades para Jesus, esses mesmos temas deveriam despertar grande interesse para o povo cristão. As prioridades de Jesus também deveriam ser as nossas. 

Mas, é perturbador, para dizer o mínimo, perceber que boa parte dos(as) seguidores(as) de Jesus costuma eleger prioridades bem diferentes das d´Ele. E para comprovar isso, basta analisar os pecados mais criticados por Jesus (hipocrisia, falta de amor a Deus e ao próximo e falta de compromisso com a obra de Deus) e comparar essa lista com com os pecados mais enfatizados pelas igrejas cristãs hoje (os de natureza sexual). São preocupações bem diferentes.

Outro exemplo interessante é pode ser encontrado quando lembramos que Jesus mandou seus seguidores darem do seu tempo, do seu dinheiro e do seu amor, sem esperar receber nada em troca. Hoje em dia, uma das linhas teológicas mais populares é a chamada "Teologia da Prosperidade", que incentiva as pessoas a “investirem” em Deus, doando para sua obra (igrejas) e contando em receber retribuição na forma de prosperidade (bênçãos). 

Se você quer ser um(a) bom(oa) cristão(ã) precisa fazer diferente: Precisa alinhar suas prioridades com as de Jesus. Simples assim. 

E talvez o melhor lugar para começar é priorizando o crescimento do Reino de Deus na terra. Afinal, o Reino de Deus talvez tenha sido o tema mais frequente no discurso de Jesus, conforme o relato dos Evangelhos.

O que é o Reino de Deus
A palavra "reino" indica certo território que tem um governante chamado rei(rainha). Ali, esse(a) governante manda e sua vontade é lei. E todo mundo obedece. 

Assim também é com o Reino de Deus: Trata-se do local onde a vontade de Deus é obedecida. E isso fica muito claro numa frase da oração do "Pai Nosso": "Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu..." (Mateus capítulo 6, versículo 10).

Ora, essa preocupação de Jesus tinha uma razão muito evidente: A vontade de Deus é muito pouco feita no mundo. Se fosse diferente, não existiria tanta pobreza, violência, injustiça, etc. E isso precisa mudar.

Por isso Jesus passou bom tempo ensinando seus seguidores(as) a priorizarem as ações que contribuíssem para a chegada e o crescimento do Reino de Deus, aqui e agora. 

Jesus nos lembrou também que o Reino é como a semente de uma grande árvore: É pequena, no início, mas cresce até poder dar sombra e fornecer frutos em abundância (Mateus capítulo 13, versículos 31 e 32). A obra de Deus começa pequena, aparentemente frágil, mas cresce de forma inesperada e gera resultados que surpreendem. 

Tanto é assim, que o cristianismo começou com um grupo de apenas 50 pessoas, 2.000 atrás. E hoje são quase 2,6 bilhões de pessoas que seguem Jesus, de uma forma ou de outra. 

Certamente, nenhuma daquelas 50 pessoas, tímidas e preocupadas com a própria vida (afinal, seu líder tinha sido crucificado), que aparecem no relato do livro de Atos dos Apóstolos, onde é contado o início da vida da igreja cristã, imaginou que suas ações gerariam tantos frutos, que o resultado seria tão espetacular.

Já, mas ainda não
Agora, o Reino de Deus tem uma característica interessante. Ele chegou, quando Jesus veio ao mundo, e continua presente, através do trabalho do Espírito Santo. A Bíblia é clara a esse respeito. 

Mas, somente estará completo no final dos tempos, quando a vontade de Deus será feita em todos os lugares e por todas as pessoas. Quando tudo e todos(as) se renderem à soberania de Deus.

Assim, vivemos num período que pode ser considerado como “já, mas ainda não”. O Reino JÁ chegou, mas AINDA NÃO está presente na sua plenitude, o que somente irá acontecer depois da segunda vinda de Jesus. 

E é exatamente na fronteira entre o "já" e o "ainda não" que o(a) cristão(ã) precisa aprender a viver. 

Com carinho

sábado, 19 de agosto de 2017

A OBRIGAÇÃO DOS PAIS COM A FÉ DOS FILHOS

Não há dúvida que pais têm responsabilidade de educar os filhos em todos os aspectos das suas vidas. E o lado espiritual também está incluído nessa missão. 

Alguns pais, que se consideram mais "liberais", acham que não devem interferir no lado espiritual das vidas dos filhos, para dar-lhes liberdade de escolha quanto à religião que irão seguir ao crescerem. 

Essa postura parece-me ingênua e meio desavisada. Afinal, nenhum pai/mãe responsável deixaria que o(a) filho(a) aprendesse, por exemplo, os princípios morais necessários por conta própria, de forma inteiramente livre. Mesmo os pais que se dizem liberais sabem que precisam ensinar desde cedo os(as) filhos a serem honestos, não serem egoístas, respeitarem os direitos dos outros e assim por diante. Deixar que os(as) filhos aprendam (ou não) tudo isso por conta própria é receita certa para o desastre.

Da mesma forma, por que os pais imaginam que seus filhos, sem qualquer forma de liderança paterna/materna, vão fazer as escolhas certas nas suas vidas espirituais? Portanto, se os pais realmente acreditam que o cristianismo é o melhor caminho para seus filhos, devem sinalizar isso claramente para eles e dar os passos necessários para inseri-los(as) na fé cristã. 

Pais liberais, que acham dar liberdade total de escolha para seus filhos, bem lá no fundo não têm certeza que o cristianismo é mesmo o melhor caminho para eles(as). Pensam que talvez existam outras alternativas boas que poderiam ser exploradas. 

O que os pais devem fazer
Como dar aos filhos(as) uma boa educação religiosa? Acho que há três aspectos importantes a serem considerados. E o primeiro deles é garantir que os(as) filhos(as) aprendam a viver o cristianismo de forma correta. 

Para isso, os pais precisam ensinar os(as) filhos(as) a Palavra de Deus e, especialmente, como aplicar na prática os ensinamentos bíblicos. Naturalmente, isso precisa ser feito num nível adequado à idade de cada criança e adolescente - há muito material adequado para isso, como Bíblias de estudo para crianças, livros que contam as principais histórias bíblicas de forma ilustrada, etc.

Os pais devem fazer isso diretamente, como também recorrer à Escola Bíblica da igreja que frequentam. Ambas as coisas são importantes. 

A segunda coisa que os pais precisam fazer é dar o exemplo certo. Não há como cobrar, por exemplo, que os(as) filhos(as) frequentem a igreja se os pais não fizerem o mesmo. Não há como pedir-lhes que se envolvam com a obra de Deus, se os pais nada fizerem por essa obra. Não é possível pedir aos filhos(as) que vivam de acordo com os ensinamentos cristãos, se os próprios pais não fizerem isso. Nunca se pode esquecer que filhos(as) olham para seus pais em busca de exemplos de como proceder na vida. Simples assim.

E é interessante perceber que essa obrigação de dar o exemplo certo acaba gerando resultados positivos também para na vida dos pais. Conheço várias pessoas que acabaram se aproximando de Deus porque se sentiram na obrigação de dar uma educação espiritual adequada para seus filhos(as). Aí passaram a frequentar uma igreja, envolveram-se em diversas atividades de assistência social, abandonaram maus hábitos, etc.

Essas pessoas não teriam dado esses passos se não tivessem a motivação de encaminhar bem seus próprios(as) filhos(as). E aquilo que inicialmente foi feito por esses pais por pura obrigação, acabou se tornando também parte das suas vidas - as coisas de Deus são assim mesmo, pois um passo na direção positiva acaba frutificando de maneira inesperada.

A terceira coisa que os pais precisam fazer é perseverar. Educação é tarefa de longo prazo, seja em que campo for e, portanto, não é muito diferente no aspectos espiritual. Não se pode imaginar que alguém venha a ter bom conhecimento da Bíblia após poucos meses de estudo ou que aprenda a viver de acordo com os princípios cristãos depois de apenas dez lições semanais. Essas coisas levam tempo, anos a fio.

Palavras finais
Se você tem filhos(as), tem também responsabilidade de encaminhá-los(as) na vida cristã. E quanto mais cedo esse processo começar, melhor, pois mais preparados os(as) filhos(as) estarão para tomarem decisões acertadas.

Não deixe essa tarefa para amanhã e muito menos tente delegá-la para outras pessoas. Essa tarefa é responsabilidade sua, pai e mãe. 

Com carinho

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O INFERNO E OS DEMAIS "INFERNOS"


E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá / Olhando aquele inferno vai abençoar! / O que não tem governo nem nunca terá! / O que não tem vergonha nem nunca terá! / O que não tem juízo...”                 "O que será”, letra de Chico Buarque.
O Inferno não é assunto sobre o qual gosto de falar – aliás ninguém deveria mesmo gostar. Mas não posso fugir desse tema, pois ele gera muitas dúvidas entre os cristãos: Será que ele existe mesmo? Como é? Onde fica? 

O livro do Apocalipse (capítulo 20, versículo 10) descreve o Inferno como um "lago de fogo", onde haverá tormento permanente. Jesus disse que o Inferno será lugar de "choro e ranger de dentes", isto é, de sofrimento.

O Inferno é um lugar?
A vida humana se passa sempre em locais situados no tempo e no espaço. Ora, sabemos pela Bíblia que haveremos de ressuscitar no final dos tempos e ter um novo corpo físico (1 Coríntios capítulo 15, versículos 35 a 49). 

Assim, é razoável concluir que o Inferno, assim como o Céu, serão lugares também físicos onde as pessoas ressuscitadas habitarão. 

Alguns teólogos discordam pois pensam no Inferno como uma situação puramente espiritual e não como um lugar - confesso que eu mesmo já pensei assim. Mas, hoje acredito que a Bíblia se refere a realidades físicas quando fala tanto do Inferno como do Céu.

Como será o Inferno?
A Bíblia fala pouco sobre o Inferno, menos ainda do que sobre o Céu, do qual também pouco sabemos. Sabemos que no Inferno estarão reunidas todas as pessoas que não forem salvas. 

A fonte de sofrimento não é, como muita gente pensa, por causa de Satanás, que ficaria atormentando as pessoas. Afinal, a Bíblia diz que o próprio Satanás será jogado dento do "lago de fogo" (Apocalipse capítulo 20, versículo 10). 

O sofrimento que existirá para quem estiver no Inferno será decorrente da ausência de Deus. E essa ausência não se dará porque Ele não tenha poder para se fazer presente naquele lugar, mas sim porque escolheu se ausentar. 

Sendo assim, é claro que o Inferno não pode ser um lugar bom, pois tudo de bom nasce em Deus e depende d´Ele para existir. 

Fomos criados para estar em comunhão constante com Deus e a ausência d´Ele nas nossas vidas só pode causar sofrimento e solidão. Vemos isso acontecer com frequência, quando pessoas importantes (como artistas famosos ou empresários ricos) se suicidam, apesar de terem fama, dinheiro e beleza. Essas pessoas têm tudo que se poderia desejar, mas vivem sem Deus, ou seja, já passam pela experiência do Inferno aqui mesmo na terra.

É justo condenar pessoas a uma pena sem fim?
O questionamento mais frequente sobre o Inferno é o seguinte: Não parece ser justo que pessoas permaneçam indefinidamente ali para pagarem por pecados cometidos ao longo de suas vidas. 

A resposta a esse questionamento começa na lembrança do mecanismo que leva as pessoas para o Inferno: As escolhas que fazem durante suas vidas na terra, recusando aceitar Jesus como Salvador. Sendo assim, são as próprias pessoas que escolhem ir para o Inferno, mesmo que não deem conta disso. É como se a “porta” do Inferno fosse trancada por dentro...

Assim, não há nada de injusto: As pessoas escolhem ir para lá e, como Deus não se faz presente no Inferno, elas conseguem mudar a condição que as levou até ali. Isso porque a conversão de qualquer pessoa só ocorre por conta da obra do Espírito Santo, que age para convencê-la a vir para Deus. Assim, não haverá como as pessoas condenadas mudarem suas escolhas - elas permanecerão em rebeldia. Estarão continuamente escolhendo continuar ali. 

As ameaças usando o Inferno 
Há um tipo de cristão(ã) que usa o Inferno como ferramenta de dominação e instrumento de poder. Vive ameaçando as demais pessoas com esse terrível lugar. Por isso mesmo, caso o Inferno não existisse, certamente seria “reinventado” por essas pessoas. 

Quando encontrar gente assim, não dê atenção ao que dizem. Ninguém tem poder para decidir quem irá ou não para o Inferno - isso cabe exclusivamente a Deus. Cada pessoa precisa tomar conta de si mesma, preocupando-se com seu próprio "umbigo".

Os outros "infernos"
A sociedade cria inúmeros “infernos”, como bem fala a letra de Chico Buarque que iniciou este post. E essa é uma realidade muito triste. 

Refiro-me aos vícios que escravizam, ao abandono que desumaniza, à pobreza extrema que gera falta de esperança, à corrupção desenfreada que apodrece a sociedade, à poluição que adoece o meio ambiente, ao consumismo excessivo que aliena e assim por diante. 

Para boa parte da humanidade, especialmente as pessoas menos favorecidas, o Inferno já se faz presente, aqui e agora. E nós, cristãos(ãs), precisamos lutar não só contra o Inferno, mas também contra todos esse outros “infernos” que escravizam e matam as pessoas. 

E a resposta, em todos esses casos, é o amor. Primeiro a Deus e depois ao próximo. O amor a Deus nos permite focar naquilo que importa de fato - viver uma boa relação com o Autor e Consumador da vida. E o amor ao próximo gera justiça social, elimina a violência e acaba com os vícios. 

Se o amor fosse amplamente difundido certamente o Inferno iria se esvaziar. 

Com carinho

terça-feira, 15 de agosto de 2017

COMO AJUDAR QUEM ESTÁ SENDO DESTRUÍDO PELA TRISTEZA

1 Samuel capítulo 1, versículos 1 a 18 conta a história de Ana, mãe do profeta Samuel. Esse é um dos melhores exemplos que conheço na Bíblia do tratamento do tema "tristeza". A história de Ana traz grandes ensinamentos para quem deseja ajudar uma pessoa que esteja muito triste. 

Ana tinha um problema terrível: não conseguia ter filhos. Ora, naquela época, ser mãe era o principal papel de qualquer mulher, pois eram os filhos por ela gerados que iriam garantir a continuidade da linhagem do marido. Uma mulher infértil, portanto, não tinha valor e era considerada amaldiçoada por Deus.

O marido de mulher infértil tinha direito de se casar com outra mulher para gerar, com a segunda esposa, os descendentes de que precisava. Por isso, Elcana, marido de Ana, casou-se com Penina, que lhe deu vários filhos.

Assim, Penina acabou assumindo um lugar de destaque na família e se aproveitava disso para humilhar Ana, porque tinha ciúmes do amor que o marido demonstrava pela esposa infértil. E a vida de Ana tornou-se insuportável.

Certa vez, quando a família de Ana foi até o Tabernáculo (tenda usada para abrigar a Arca da Aliança antes do Templo de Jerusalém) para fazer os sacrifícios exigidos pela Lei, ela deixou-se ficar para trás, pois estava profundamente triste. Ficou ali, orando a Deus e falando do seu sofrimento. 

É interessante prestar atenção na forma como Ana orou: Ela repetia sempre o pedido que Deus se lembrasse dela e lhe desse um filho. E fez um compromisso com Deus: Se recebesse a benção pedida, dedicaria a criança ao serviço d´Ele. De certa forma, devolveria a criança a Deus. 

Eu já vi muitas pessoas fazerem compromissos com Deus, quando esperam receber uma benção, mas nunca vi alguém prometer devolver a Deus o que vier a receber d´Ele. Mas, foi isso que Ana fez.

O sacerdote Eli, que cuidava do Tabernáculo, viu Ana orando e se aproximou dela. E como Ana mal conseguia falar, ele achou que a mulher estava bêbada, julgamento profundamente injusto. O surpreendente é que Ana enfrentou Eli, coisa quase impensável naquela época, pois ela era uma simples mulher e ele um sacerdote importante. E assim Eli acabou aceitando as explicações de Ana e a abençoou. 

Quando Ana saiu daquele lugar, seu semblante já tinha mudado: Ela se sentiu ouvida por Deus e a tristeza foi embora. Com efeito, logo depois, Ana engravidou e meses depois deu à luz o profeta Samuel, que foi um dos mais importantes personagens da Bíblia. E, depois que a criança desmamou, Ana cumpriu sua promessa e a entregou para o sacerdote Eli (1 Samuel capítulo 1, versículos 19 a 28).

Vamos falar agora dos ensinamentos que a história de Ana traz quanto ao enfrentamento dos casos de tristeza. E estou falando daquele tipo de tristeza que pode destruir a vida de uma pessoa. 

E começo lembrando que tristeza é parte da vida humana, portanto, a tese que cristão(ã) não fica triste, defendida por muitos líderes cristãos, é bobagem. É um bom exemplo disso é a própria Ana, mulher temente a Deus e que ficou profundamente triste e a Bíblia não a critica por causa disso.

Agora, quando você vir uma pessoa triste e quiser ajudar, a primeira coisa a fazer é ter certeza que sabe o que deve dizer. Mesmo com a melhor das intenções, se você falar a coisa errada, como fez o sacerdote Eli com Ana, poderá causar um grande estrago. 

Se você não souber bem o que falar, fique calado(a) - somente abrace quem está triste, mostre carinho e traga conforto para a pessoa pela sua simples presença física. 

E uma das coisas que você não deve falar é tentar mostrar para a pessoa triste todas as coisas boas que ela tem na vida e argumentar que, por causa disso, ela não há motivo para tanta tristeza. Isso não resolve o problema e só faz com que a pessoa triste se sinta culpada. 

Foi isso que Elcana tentou fazer, ao dizer para Ana que ele era um bom marido e valia mais que muitos filhos. E ele era de fato bom marido e provavelmente fazia mais por ela do que muitos filhos faziam por suas mães. Mas, isso não consolou Ana - não era isso que ela precisava.

Tristeza tem causas - no caso da Ana, por exemplo, a baixa auto-estima - e a vida da pessoa triste somente será restaurada quando ela superar as barreiras que enfrenta. E isso pode ser feito de duas formas. A primeira é resolvendo o problema - por exemplo, quando o desempregado consegue um novo emprego. 

E a segunda forma da pessoa triste superar suas barreira é através da fé, como aconteceu com Ana. Quando a pessoa triste consegue reconquistar a esperança que tudo vai ficar bem, acreditando que Deus vai agir, normalmente a tristeza vai embora, como aconteceu com Ana.

Portanto, se você quer ajudar quem está triste, você pode, em primeiro lugar, colaborar para resolver (ou minimizar) o problema que aflige aquela pessoa. Em outras palavras, ajude no que estiver a seu alcance.

A outra coisa que você pode fazer pela pessoa que está triste é colaborar para reforçar sua fé. Você pode testemunha para ela outras situações onde Deus operou, mudando a vida de pessoas que você conhece. Pode também citar passagens bíblicas que apontam nessa mesma direção. Você ainda pode orar com a pessoa triste e ajudá-la a derramar seu coração na presença de Deus. E, finalmente, pode louvar a Deus junto com ela - nunca se esqueça que o louvor tem um poder enorme.

Concluindo, se você quer ajudar quem está muito triste, aproxime-se da pessoa, mas, só fale se souber o que deve dizer. Se puder fazer algo para eliminar ou minimizar o problema que a pessoa enfrenta, faça isso sem hesitação e sem esperar retribuição. 

E, sobretudo, ajude a pessoa a reforçar sua fé, testemunhando sobre a ação de Deus em outras vidas, estudando junto com ela passagens bíblicas aplicáveis àquele caso, orando e até louvando. 

Tenha certeza que você pode ajudar muito uma pessoa que esteja bem triste, se souber fazer as coisas certas.

Com carinho

domingo, 13 de agosto de 2017

A VIAGEM MAIS IMPORTANTE DA SUA VIDA

Imagine que você vai fazer a viagem mais importante da sua vida, mas não conhece bem o caminho para onde pretende ir. A viagem vai acontecer com certeza, mas a data da partida ainda não está escolhida. E você sabe para onde precisa ir, mas conhece muito pouco esse lugar. 

Esse lugar para onde você vai é muito bom, mas se você tomar o caminho errado, pode acabar em outro lugar muito, mas muito, ruim - como acontece com o GPS, quando joga a pessoa num lugar perigoso, onde ela não deveria passar.

O que você faria, enquanto aguarda chegar a data dessa viagem? Procuraria fontes de informação para saber mais sobre o tal lugar e como chegar até lá? 

Acredito que a maioria das pessoas responderia que sim. Gostariam de se preparar melhor para essa viagem fundamental. Afinal, é da natureza humana planejar as coisas com antecedência e se preparar para as eventualidades. 

Agora, e se eu disser que talvez você não venha fazendo isso? Que não está se preparando adequadamente para essa viagem e inclusive vem deixando para a última hora providências importantes? Parece preocupante...

A morte é uma coisa certa e a Bíblia conta que você pode ir para dois lugares diferentes, depois que morrer: Céu ou Inferno. Acredito que você quer ir para o Céu, mas será que você sabe suficientemente sobre esse lugar? Sabe como chegar até lá. Será que está se preparando para a viagem? 

Ou como a maioria das pessoas, não está se preocupando muito com isso, imaginando que quando chegar a hora as coisas se resolverão de alguma forma? Que no final vai dar tudo certo?

Há várias razões para as pessoas se preocuparem tão pouco com essa viagem. E a primeira dentre elas é que vivemos, na prática, como se a morte não existisse. Como disse um conhecido autor, olhar para a morte é como mirar diretamente o sol – somente conseguimos fazer isso por tempo curto. Mas, não deveria ser assim. 

As pessoas que alcançam um desenvolvimento espiritual maior deixam - vemos isso com clareza no texto de 2 Coríntios capítulo 12, versículos 1 a 6, onde o apóstolo Paulo diz que somente estava ainda neste mundo porque tinha uma missão a cumprir, mas preferia estar com Jesus. 

Essas pessoas como que arrumam "lentes escuras" para proteger seus olhos e poder encarar sol quanto tempo for necessário. Tempos atrás, numa aula de Escola Dominical, uma senhora, que hoje anda por volta dos cem anos, perguntou sobre o Paraíso. Expliquei o melhor que pude e e ela me disse: “Vejo uma campina verdejante e cheia de flores e minhas filhas [que já morreram], muito alegres, correndo para me abraçar - é isso que me dá forças para prosseguir vivendo.”

A segunda razão pela qual há pouco interesse nessa viagem é que, no fundo, muitas pessoas não estão tão convencidas assim que há tanta diferença entre Céu e Inferno. Basta ver como muitas piadas mostram o Céu como um lugar aborrecido, onde as pessoas nada mais vão fazer do que ficar louvando, junto com os anjos. E todas as coisas divertidas vão estar no Inferno. 

E essa é uma percepção errada e muito perigosa: o Inferno será um lugar de choro e ranger de dentes e nada de bom haverá lá, especialmente porque Deus não estará presente ali (Lucas capítulo 13, versículos 27 e 28). Ninguém deveria ter dúvidas quanto a isso.

Deus nos criou e nos entende como ninguém. Sabe do que gostamos e o que nos motiva. Logo, seria absurdo imaginar que Ele iria nos preparar um lugar que somente geraria tédio. Não faz qualquer sentido pensar assim. O Paraíso será um
lugar maravilhoso, superior a qualquer coisa que possamos imaginar. Lá haverá festa eterna, não existirão preocupações e nem dores, pois habitaremos junto com Deus. E deveríamos ter muita motivação para estar lá.

A terceira razão para a pouca preocupação com a viagem final é que a maioria das pessoas, bem lá no fundo, acha que Deus haverá de salvar todo mundo. Essa posição teológica é conhecida como universalismo – a salvação será universal. 

A lógica por trás desse pensamento é que um Deus bom não puniria ninguém eternamente, ao lançar essa pessoa no Inferno. Mas essa não é a descrição que Bíblia faz dos fatos. 

Você pode até não gostar dessa doutrina, achar que ela não deveria existir e deveria ser jogada fora. Mas, foi isso que o próprio Jesus ensinou, como no texto de Lucas que citei acima. Logo, não há como fugir dessa realidade, goste você ou não.

Portanto, o mais prudente é começar a se preparar desde já para essa viagem. Aprender o mais que você puder sobre o Céu e o caminho para chegar até lá. 

C. S. Lewis, talvez o maior escritor cristão da segunda metade do século passado, disse uma coisa muito importante: Quem volta sua mente para o Céu e se preocupa de fato em como chegar lá, é também quem acaba fazendo diferença aqui na terra. Sábias e santas palavras.

Com carinho

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

OS MENSAGEIROS DO EVANGELHO

Anunciar o Evangelho de Jesus Cristo é uma das coisas mais importantes que qualquer pessoa pode fazer - a Bíblia diz que quem faz isso tem "pés formosos". 

Neste seu novo vídeo, o Rogers recorda do pastor que teve esse papel na sua vida - falou da Evangelho para ele. 

Veja o vídeo aqui .