segunda-feira, 30 de setembro de 2019

DETALHES ÍNTIMOS

Deus conhece os detalhes íntimos das nossas vidas. Ele sabe tudo sobre cada um de nós desde quando estávamos sendo concebidos por nossas mães. E Ele sabe o que iremos fazer, mesmo antes que tomemos a decisão de agir num sentido ou no outro.

Isso é surpreendente, considerando que há quase 8 bilhões de pessoas no mundo. E mais surpreendente fica ainda essa constatação se lembrarmos que o planeta terra nada mais é do que um pequeno ponto azul no meio de um universo gigantesco. A terra é uma coisa minúscula, se comparada à vastidão do cosmos, que contem centenas de bilhões de estrelas e trilhões de planetas.

Não sabemos porque um ser tão grandioso como Deus e com a responsabilidade de sustentar o universo, encontra disposição para se preocupar com cada ser humano. Trata dos detalhes íntimos da vida de cada um dele, inclusive seus medos, ansiedades e dores. Sinceramente, não é possível alcançar mesmo isso.

Só nos cabe olhar para essa situação com admiração e gratidão, sempre tendo em mente que não fizemos nada para merecer esse tipo de atenção por parte de Deus.

E é sobre isso que eu falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

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sábado, 28 de setembro de 2019

O PODER DA ORAÇÃO

A oração é tão importante que chega a ser um mandamento: em Mateus capítulo 26, versículo 41, Jesus nos mandou vigiar e orar para não cair em tentação. Já em 1 Tessalonicense capítulo 5, versículo 17, o apóstolo Paulo nos pediu para orar sem cessar.

O exemplo que encontramos na Bíblia é o da oração contínua. Jesus orou muito – ele se retirava para locais ermos para orar por muitas horas e até ensinou os discípulos a orar (Mateus capítulo 6, versículos 9 a 13). O mesmo pode ser dito de Pedro e dos demais apóstolos. Os primeiros cristãos também oravam muito (Atos capítulo 2, versículo 42). E até o Espírito Santo ora, intercedendo por nós com gemidos impressionantes (Romanos, capítulo 8, versículo 26).

Mas o que é a oração? A resposta é simples: trata-se de uma forma de comunicação com Deus. Orar é falar com Deus, abrir o coração e conversar com Ele. Essa não é a única forma de comunicação com Ele possível, existem outras, como o louvor.

Motivos para orar
Há inúmeros motivos pelos quais orar: 
  • Pedir socorro: o livro dos Salmos está cheio de orações assim (p. ex. 86, versículos 1 a 8). Até Jesus orou para pedir socorro (Lucas capítulo 22, versículos 41 a 44).
  • Adorar e agradecer a Deus (Filipenses capítulo 4, versículo 6).
  • Confessar pecados e mostrar arrependimento (Salmo 51).
  • Interceder por terceiros (João capítulo 42, versículo 10).
  • Afastar tentações (Lucas 22:40-46).
Como orar 
Não é necessário usar palavras bonitas para fazer uma oração que seja ouvida por Deus. Falo isso porque é muito frequente encontrar pessoas que se recusam a orar em público por acharem que não sabem orar como convém. Não há uma “receita” certa do que dizer nessas situações e também não é verdade que Deus só atende as orações bonitas, eloquentes. Nada disso. O que Deus espera é sinceridade de coração e demonstração de confiança (fé).

É claro que há coisas que precisam ser evitadas nas orações. Por exemplo, decorar um texto e ficar repetindo-o sem nem saber bem o que se está fazendo. Jesus chamou isso de fazer “vãs repetições” (Mateus capítulo 6, versículo 7) e condenou tal procedimento.

A oração deve sempre ser feita no nome de Jesus (João capítulo 15, versículo 16), pois esse nome tem poder. A palavra “am´rm”, que quer dizer “assim seja”, sempre usada para encerrar as orações, não é obrigatória. Não vejo qualquer problema quando isso não é feito, mas eu acho a prática muito útil, pois deixa claro, quando se ora em público, que a oração acabou, evitando mal-entendidos.

A oração pode ter seu efeito potencializado com jejum (Mateus capítulo 17, versículos 18 a 21).

A prática de fechar os olhos não é obrigatória, mas também é muito útil, pois evita que as pessoas se distraiam – eu, por exemplo, não consigo prestar atenção na oração se não fechar os olhos.

Podemos orar em diversas posições – é muito comum, por exemplo, as pessoas orarem deitadas – e nada há de errado nisso. Agora, é preciso sempre manter a reverência, pois a pessoa está falando com Deus.

Um problema comum no ato de orar é a interrupção. O telefone toca, o filho entra no quarto, o marido chama e assim por diante. O ideal é orar em local e horário em que não se possa ser interrompido. Mas isso nem sempre é possível. Mas você deve se esforçar para conseguir um momento de solidão quando quiser orar, nem que seja se trancando no banheiro.

Então, se você for interrompido, lembre-se sempre que está falando com Deus e Ele é prioridade. Para ajudar você a entender a situação, imagine que você está falando com a pessoa mais importante do mundo – um rei ou presidente – e seja interrompido. Como agiria? Deixaria o rei ou presidente esperando e iria atender o filho ou marido ou o telefone que tocou? E nunca devemos esquecer que Deus é muito mais importante do que qualquer rei ou presidente.
Resultados da oração

O poder da oração é tão grande que gera tremores de terra, como aconteceu com os primeiros cristãos (Atos, capítulo 4, versículo 31). Isto significa que a oração pode gerar resultados físicos (concretos) – não estou falando, portanto, apenas de consequências espirituais.

Há muitos exemplos de resultados trazidos por oração. São curas, bênçãos diversas alcançadas, mudanças de vida e assim por diante. A Bíblia está cheia de relatos falando disso. Por exemplo, em 2 Reis capítulo 20, versículos 1 a 6, é contada a história do rei Ezequias, que recebeu uma mensagem de Deus sobre sua morte iminente. O rei se humilhou perante Deus e orou pedindo livramento. Seu pedido foi atendido - o profeta que dera o aviso ao rei, Isaías, foi mandado de volta ao rei com nova mensagem: sua vida seria acrescida em quinze anos. E é fácil ver o mesmo tipo de resultado na convivência diária dentro de qualquer comunidade cristã.

Especificamente no campo espiritual, o contato constante com Deus, através da oração, evita que a pessoa caia em tentação, isso é em armadilhas colocadas no seu caminho pelo Inimigo e que poderiam levá-la a desvios de conduta (pecados).

Palavras finais
Portanto, ore sempre que puder. Da forma que conseguir. Com as palavras que souber dizer. Quanto mais você puder fazer isso, melhor.

Com carinho

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

AS PARÁBOLAS DO REINO DE DEUS

Você já ouviu falar das parábolas do reino de Deus? Jesus usou muitas parábolas – pequenas estórias que simbolizam determinadas verdades. E as parábolas de Jesus cobrem os mais diversos assuntos e variam muito no tamanho e complexidade.

Ele falava sobre o mesmo tema em diferentes momentos e lugares, contando parábolas diferentes. Por causa disso, as suas parábolas podem ser agrupadas por assunto -  por exemplo, salvação e reino de deus. Assim, a melhor forma de estudar as parábolas contadas por Jesus é escolher um assunto e ver quais delas tratam desse tema. E uma  parábola vai ajudar a explicar e iluminar a outra.

O reino de Deus foi um dos assuntos preferidos de Jesus. E o que é isso? Esse reino é todo local e/ou circunstância onde a vontade de Deus é feita. Simples assim. E isso está bem claro na oração do Pai Nosso, onde Jesus nos ensinou a pedir: “...venha a nós o teu Reino e seja feita sua vontade assim na terra como nos céus...” (Mateus capítulo 6, versículo 10). Em outras palavras, Jesus devemos pedir que o reino de Deus se faça presente nas nossas vidas, e quando isso acontecer, a vontade divina será feita aqui na terra da mesma forma como já é feita nos céus.

A Bíblia relata no livro de Atos dos Apóstolos (capítulo 2) a chegada do reino de Deus, quando da descida do Espírito Santo durante a festa de Pentecoste, evento que também marcou o início da igreja cristã. Assim, é possível dizer que a história da igreja também relata a implantação do reino de Deus na terra.

Há pelo menos oito parábolas de Jesus sobre o reino de Deus:
  • A da semente, contada aos discípulos (Marcos capítulo 4, versículos 26 a 29).
  • A do semeador, contada a uma multidão (Mateus capítulo 13, versículos 3 a 9).
  • A do joio e o trigo, contada a uma multidão (Mateus capítulo 13, versículos 24 a 30).
  • A da rede, contada aos discípulos (Mateus capítulo 13, versículos 47 a 50).
  • A do grão de mostarda, contada a uma multidão (Mateus capítulo 13, versículos 31 e 32).
  • A do fermento, contada a uma multidão (Mateus capítulo 13, versículo 33).
  • A do juiz iníquo, contada aos fariseus (Lucas capítulo 18, versículos 2 a 8).
  • A do amigo que pede ajuda, contada aos discípulos (Lucas capítulo 11, versículos 5 a 10).
Nessas parábolas, Jesus deixou claro que embora o reino de Deus tenha chegado e venha frutificando ao longo da história humana, somente vai alcançar sua plenitude no final dos tempos, depois do julgamento final, quando todos os salvos estarão enfim reunidos. Por isso várias parábolas desse grupo temático apontam para o juízo final. Vamos com mais detalhe o que cada uma delas diz:

1. A definição do reino de Deus (parábola da semente)
Jesus usou uma imagem rural – o agricultor que lança uma semente na terra e espera o crescimento da planta – para descrever como é o reino de Deus. A semente é a Palavra, logo o semeador é aquele que prega o Evangelho de Jesus.

O crescimento da planta é desenvolvimento da fé nos corações das pessoas, gerando crescimento do reino aqui na terra. A colheita tanto é o resultado que essas pessoas convertidas geram na sociedade onde vivem, fruto das suas boas obras, como também o resultado a ser obtido por Deus no final dos tempos.

E ao agricultor, uma vez feita a semeadura, só resta aguardar as plantas germinarem. Isso quer dizer que o pregador deve passar a mensagem para as pessoas, mas a conversão não é obra dele e sim do Espírito Santo.
Jesus contou essa parábola porque seus discípulos lhe cobravam ação mais concreta porque abraçavam a ideia errada que o Messias seria como Moisés, e iria libertar fisicamente o povo judeu da opressão do Império Romano. Ora, Jesus veio sim libertar seu povo, mas da escravidão do pecado, pois seu reino era espiritual e não material.

Essa parábola procura passar confiança: o resultado final (a colheita) virá, sem dúvida, uma vez que a semeadura tenha sido feita. Pois tudo sempre irá ocorrer de acordo com os planos de Deus. 

2.  A chegada do reino (parábola do semeador)
As técnicas usadas para semear hoje em dia são muito diferentes (e mais eficazes) do que as de 2.000 anos atrás. Hoje, o agricultor estuda previamente o solo onde vai plantar para ver onde as sementes devem ser jogadas. Mas, na época de Jesus, o semeador saia a semear e jogava as sementes por onde ia passando.

Assim, elas caiam em todo tipo de solo. E quando caiam em solo ruim, as plantas não germinavam ou logo morriam, já quando eram lançadas em solo bom, aí sim produziam bom resultado.

Lembrando que a semente é a Palavra de Deus e a planta que cresce são as pessoas que se convertem e passam a andar nos caminhos dele, a semeadura em solo ruim representa as pessoas não receptivas à mensagem do Evangelho. Resultado diferente acontece quando a pregação é feita para pessoas abertas ao Evangelho. 

Essa parábola foi usada por Jesus para tirar dúvidas quanto ao resultado do seu ministério. Nem sempre as pessoas se convertiam (Mateus capítulo 6, versículo 5). Muitas vezes havia descrença (João capítulo 6, versículo 60) e até inimizades foram geradas (Marcos capítulo 3, versículo 6). Mas muitas aceitaram o Evangelho e mudaram a história do mundo.

3. A consolidação do reino (parábolas do fermento e do grão de mostarda)
Essas parábolas responderam uma pergunta importante: será que as pessoas que Jesus convertia – pescadores, prostitutas, pobres, dentre outras – poderiam consolidar o reino de Deus? Ou seria preciso pregar para as elites econômica e religiosa?

A parábola do fermento enfatiza o poder transformador da Palavra de Deus: uma pequena quantidade de fermento leveda toda a massa. E massa aqui simboliza o povo, como em Romanos capítulo 11, versículo 6. 

Já a parábola da mostarda fala de uma semente muito pequena que cresce até virar uma enorme árvore. O ensinamento aí é que o potencial de crescimento do reino é gigantesco. Poucas pessoas, mesmo as mais simples, mas dedicadas realmente a difundir a Palavra podem causar um enorme impacto na sociedade. E foi exatamente isso que aconteceu na história do cristianismo.

4. Os perigos para o reino (parábolas do joio/trigo e da rede)
Uma plantação que mistura trigo (planta boa) e joio (ruim) corre risco. E como o joio venenoso é muito parecido com o trigo em grão, enquanto as plantas são pequenas, é difícil destruir as plantas ruins, sem danificar as boas. Por isso é necessário deixar as plantas crescerem para poder separar o joio do trigo.

O joio é o cristão não sincero e o trigo o crente verdadeiro. E olhados de fora, eles podem ser muito parecidos. Podem frequentar a mesma igreja e participar das mesmas cerimônias, comportando-se de forma muito semelhante.  Assim, a comunidade cristã nunca vai conseguir diferenciar bem um caso do outro. E se tentar, vai errar e cometer injustiças. Somente Deus, que conhece o interior das pessoas, consegue fazer isso.

Perceba também que o joio é poupado por causa do trigo. Ou seja, o lavrador poderia atear fogo à plantação e acabar com o joio, antes mesmo das plantas crescerem, mas aí mataria também as plantas boas. E por causa do trigo, ou seja, dos cristãos sinceros, que Deus tem paciência com as plantas ruins.

Jesus sabia que o joio se encontra em todo lugar – mesmo na sua pequena comunidade de discípulos não era homogênea na sua sinceridade (Mateus capítulo 7, versículos 21 a 23). E, quando a parábola foi contada, Judas ainda fazia parte do grupo de apóstolos.

A parábola da rede trata do mesmo tema, mas a imagem usada é outra: uma rede cheia de peixes. O mar (lago) da Galileia tinha 24 espécies de peixes, sendo que várias delas não podiam ser comidas pelos judeus (Levítico capítulo 11, versículo 10). Assim, o pescador lançava a rede e a arrastava para a margem. Somente quando chegava lá conseguia identificar os peixes que lhe interessavam.

Os peixes ruins têm o mesmo sentido do joio e os bons do trigo. A separação dos peixes na margem é como a separação das plantas na colheita. É o mesmo ensinamento.  

5. Por que podemos confiar? (parábolas do juiz iníquo e do amigo)
Na parábola do juiz iníquo, é contado o caso de uma viúva que procurou por um juiz incansavelmente, pedindo-lhe que julgasse sua causa. Como ela se dirigia ao juiz, e não ao tribuna,l devia ser um assunto de dinheiro, segundo os costumes da época. A viúva era pobre e não tinha como dar “presentes” para acelerar seu processo, assim só lhe restava incomodar o juiz. E ele só julgou sua causa logo para ficar livre da amolação.

Deus é o juiz e sua ação é movida pela perseverança da pessoa, gerada pela confiança (fé). Essa parábola foi dirigida a alguns discípulos que ficaram angustiados quando Jesus começou a contar sobre os sofrimentos pelos quais haveria de passar. A discussão entre os discípulos era sobre quem conseguiria se manter firme, daí a necessidade do ensinamento sobre a perseverança.

A outra parábola fala de um amigo que pede ajuda, já tarde da noite, quando todos estavam deitados. Ora, naquela época, a família dormia toda junta, num único cômodo, e atender o amigo que solicitava ajuda significava acordar todo mundo, inclusive as crianças pequenas, o que seria grande incômodo. Mas, ainda assim a ajuda foi fornecida, em atenção à necessidade do amigo.

O ensinamento está no final da parábola (Lucas capítulo 11, versículos 9 e 10):  quem pede, recebe; e quem bate tem, a porta aberta. Em outras palavras, Deus dá a quem tem fé e lhe pede.

Com carinho

terça-feira, 24 de setembro de 2019

PEDRO, UM EXEMPLO PARA NÓS

Gosto muito da figura do apóstolo Pedro. O que me agrada nele é sua humanidade, o que o torna muito parecido comigo ou com você. Suas qualidades e defeitos são bem aparentes e não há qualquer intenção no relato bíblico de “dourar a pílula”, fazendo Pedro parecer melhor do que de fato era.

Pedro “pisou na bola” muitas vezes - a falha mais conhecida foi ter negado Jesus por três vezes. Mas não ficou só nisso: ele criou caso com Paulo (conforme Gálatas, capítulo 2, versículos 11 a 16), arrumou confusão com outros discípulos, queria brigar com os servos do sumo-sacerdote e assim por diante. Ele cometeu uma longa lista de erros.

Ele impetuoso, vigoroso, emotivo, presunçoso, medroso e faltava-lhe discernimento espiritual. E dava importância demasiada à opinião das outras pessoas. Mas, suas qualidades também eram enormes: era generoso, comprometido e amava Jesus de verdade. E alguns fatos marcantes da sua vida comprovam essas qualidades:
  • Foi o primeiro apóstolo a confessar Jesus como o Salvador. 
  • Explicou ao povo de Jerusalém o que tinha acontecido no evento do Pentecoste, quando o Espírito Santo chegou, dando início à vida da igreja cristã (Atos capítulo 2, versículos 14 a 36).
  • Abriu as portas da igreja para os gentios (não judeus), conforme relato de Atos capítulo 10, versículo 44 a capítulo 11, versículo 18.
E foi recompensado por suas qualidades:
  • Jesus apareceu somente para ele, após sua ressurreição (1 Coríntios capítulo 15, versículo 5).
  • Tornou-se um dos mais importantes líderes da igreja cristã, com uma contribuição só comparável à de Paulo.
Conhecemos muitos detalhes sobre a vida de Pedro. O apóstolo nasceu em Betsaida e se chamava Simão (Simeão). Foi apelidado por Jesus de Pedro (ou Cefas, em aramaico). Era casado (Lucas capítulo 4, versículo 38) e seu pai se chamava Jonas (João), tanto assim que Jesus se referiu a ele como “Simão Barjonas” (a palavra “bar”, em hebraico, significa “filho”).

O apóstolo foi pescador no mar (lago) da Galileia, juntamente com o pai e o irmão André. Sua família trabalhava em sociedade com Zebedeu e seus filhos Tiago e João (Lucas capítulo 5, versículo 10). E é interessante perceber que os filhos das duas famílias, Pedro, André, Tiago e João tornaram-se apóstolos. 

Pedro morava em Cafarnaum, à beira do lago da Galileia (Lucas capítulo 4, versículo 38), quando foi chamado por Jesus para segui-lo. E não mais se afastou do Mestre, até sua morte e ressurreição. Depois, seguiu em frente, já como um dos líderes da igreja cristã em Jerusalém. Mais tarde mudou-se para Roma, onde morreu, segundo a tradição, crucificado de cabeça para baixo, por volta do ano 67 ou 68. Ele foi bispo da igreja em Roma por cerca de 25 anos.

A figura de Pedro é alvo de algumas controvérsias religiosas importantes, pois os Católicos Romanos vêm nele o chefe da igreja cristã. Essa controvérsia nasceu nas diferenças de interpretação da passagem de Mateus capítulo 16, versículos 15 a 19:
E Simão Pedro, respondendo [a Jesus], disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque foi carne e sangue que te revelaram isso, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Os Católicos Romanos leem na frase que começa com “tu és Pedro” uma “nomeação” do apóstolo como chefe da Igreja cristã. Já a interpretação dos evangélicos, que eu sigo, entende que a tal “pedra”, sobre a qual a igreja foi edificada, é a fé de Pedro, demonstrada nos versículos anteriores, onde foi o primeiro a reconhecer Jesus como o Messias.

Por conta da frase em que Jesus disse ter dado para ele as “chaves do reino dos céu”, os Católicos Romanos entendem que ele receberá cada um de nós nas portas do Paraíso. Mas essa referência parece ser simbólica e não literal, afinal, o céu não tem portas. Jesus estava se referindo ao fato que a ação apostólica de Pedro, seria a chave para a entrada delas no céu. Só isso.  

A transformação espiritual de Pedro
O que aconteceu com Pedro para que ele tivesse conseguido mudar tanto? Passou de pessoa comum, cheia de fraquezas, a herói da fé. Sem dúvida foi sua fé em Cristo que o fez mudar. E, se ele conseguiu fazer essa transição, eu e você também podemos. A mesma transformação está ao alcance de todos nós. 

Essa transformação está relatada na Bíblia em muitos detalhes e dá para perceber que Pedro passou por cinco fases diferentes. E houve avanços e retrocessos, comprovando que o desenvolvimento espiritual das pessoas não é obrigatoriamente linear e ascendente:
  1. Pedro foi chamado para ser discípulo e apóstolo e aceitou com entusiasmo.
  2. Ele foi discipulado ao longo de três anos de convivência diária com Jesus.
  3. Caiu quando negou a Jesus por ter tido medo (João capítulo 20, versículo 19). E quase se perdeu.
  4. Pedro arrependeu-se e foi recuperado pelo próprio Jesus, já depois da sua ressurreição, no episódio em que se encontraram numa praia do mar da Galileia (João capítulo 21).
  5. Finalmente, chegou à maturidade espiritual. Assumiu papel de liderança na igreja cristã, a partir do discurso do Pentecoste. São dessa fase as inúmeras curas (Atos capítulo 5, versículos 14 e 15) e a abertura para os gentios, assim como o episcopado em Roma. 
Com carinho

domingo, 22 de setembro de 2019

AROMA SUAVE

O apóstolo Paulo ensinou que somos o aroma suave de Jesus Cristo. Por um lado, isso significa que a glória de Cristo brilha em cada um de nós. Ela se reflete em cada instante das nossas vidas, mudando nossos caminhos e nos levando para junto de Deus. E isso é uma coisa maravilhosa. 

Por outro lado, a afirmação de Paulo também significa que é preciso passar para o mundo o aroma que recebemos de Cristo. Essa dádiva maravilhosa precisa ser difundida para as outras pessoas. E isso só pode ser feito através do exemplo das nossas próprias vidas.

Em outras palavras, nossas vidas precisam demonstrar para quem ainda não é convertido que ter a presença de Cristo é uma coisa transformadora e maravilhosa. Precisa comprovar que viver a vida com Jesus é muito melhor que viver a vida sem Ele. Afinal, é isso que vai incentivar aqueles que não são convertido a aceitar Jesus e seguir pelo mesmo caminho que já trilhamos. É esse exemplo frutificando em nossas vidas que vai ajudar os indecisos a também escolher entregar suas vidas para Cristo.

É sobre esse aroma suave de Cristo nas nossas vidas que eu falo no meu mais novo vídeo - veja aqui

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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

SUAS ESCOLHAS

Escolhas têm consequências. Estão na raiz do seu sucesso ou do seu fracasso. Portanto, elas definem a trajetória da sua vida.

E nenhuma história ilustra isso tão bem como o caso de Rute. Ela, sua sogra (Noemi) e sua cunhada (Orfa) ficaram todas viúvas, praticamente ao mesmo tempo. E como viviam numa terra onde não tinham qualquer suporte familiar, sua situação ficou insustentável. 

A sogra, entendendo que ela mesma não tinha qualquer futuro, liberou as noras para voltarem para suas respectivas casas paternas. Uma delas, Orfa, concordou, mas Noemi preferiu ficar com a sogra. Ela atrelou sua vida à sote de Noemi.

E aí começou a saga dessa mulher corajosa que acabou levando-a a outro casamento e a uma vida que, ao final, rendeu muitos frutos, tanto assim que ela acabou se tornando a avó do rei Davi. 

A história de Rute é um exemplo excelente de como as próprias escolhas da pessoa moldam seu futuro. Estabelecem o que vai acontecer com ela. E é sobre isso que a pastora Carol e a Alícia falam no seu mais novo vídeo - veja aqui.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

EXISTEM ANJOS DA GUARDA?

Será que existem anjos da guarda? Alguns cristãos acreditam na existência anjos destacados para proteger individualmente as pessoas. Segundo essa ideia, cada pessoa teria seu anjo de proteção exclusivo. Vamos ver o que a Bíblia diz a esse respeito.

... [falando de anjos] "Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?" Hebreus capítulo 1, versículo 14

Anjos são mensageiros enviados por Deus para cumprir determinadas tarefas. E a Bíblia está cheia de relatos sobre a atuação desses seres especiais. Ela nos conta também que há muitos tipos de anjos, com diferentes funções. Os mais conhecidos são os arcanjos (anjos de maior graduação que chefiam hostes de anjos comuns), os querubins (seres celestiais que estão junto ao trono de Deus) e os anjos comuns.

O texto acima ensina que há anjos cuja missão é proteger (trabalhar a favor) daqueles que serão salvos. E foi a partir desse texto que nasceu a ideia de anjos da guarda, que muitos cristãos, como os católicos romanos, aceitam. 

Mas não é possível tirar essa conclusão somente a partir dele. Agora, essa ideia não me parece entrar em choque com os demais ensinamentos da Bíblia. Acredito que ela pode ser aceita. Embora, repito, não podemos saber com certeza. 

Mesmo que os anjos existam, uma coisa precisa ficar bem clara. Não devemos orar ou pedir qualquer coisa para os anjos. Afinal, eles são simples mensageiros que cumprem ordens de Deus. Orações e pedidos devem ser sempre dirigidos a Deus e somente a Ele. 

Mas quando a proteção dos anjos começa na vida de cada pessoa? Será que começa no seu nascimento ou apenas depois que ela se converte a Jesus? O texto citado acima não fala sobre isso, mas podemos usar outros ensinamentos da Bíblia para ter uma ideia. 

Deus sabe quem será (ou não) salvo. Não porque Ele tenha estabelecido isso, como pensam alguns evangélicos. Mas porque Ele sabe tudo (é onisciente). Portanto, é razoável imaginar que Deus envia seus anjos para ajudar as pessoas que Ele já sabe virão a ser salvas. E faz sentido que essa proteção comece desde o nascimento delas, antes mesmo da sua conversão. Com isso Deus estaria garantindo que elas viverão o suficiente para ter oportunidade de aceitar Jesus. Acredito firmemente nessa possibilidade pois acho que ela está de acordo com a graça de Deus. 

E não há dúvida que a ajuda dos anjos se faz bem presente no dia-a-dia das pessoas. Especialmente na vida das crianças, pois essas não têm condições de tomar conta de si sozinhas e seus pais, mesmo que queiram, não conseguem ficar 24 horas por dia de olho nelas.

Eu mesmo vivi duas experiências em que senti essa intervenção divina com clareza. E vou relatar uma delas aqui. Tudo aconteceu quando eu tinha uns 10 anos. E eu achava que já sabia nadar, mas de fato não sabia. E são exatamente essas as pessoas que mais correm risco de se afogar. Quem tem consciência que não sabe nadar, não se arrisca na água. 

Aí, "corajosamente", resolvi atravessar a nado a piscina olímpica (50 metros) do clube onde eu era sócio. E cansei no meio do caminho - lembro-me claramente da sensação de estar me afogando. Nesse momento crítico, um rapaz, a quem mal conhecia, me segurou. Em meio a um monte de gente que estava naquela piscina enorme e funda, o rapaz ficou me observando e percebeu minha dificuldade. E ele me salvou.

Senti claramente a mão de Deus ali. Se tivesse me afogado, a culpa teria sido minha e dos adultos que me acompanhavam. Mas acho que Deus tinha planos para mim e não permitiu que isso acontecesse. 

Já ouvi histórias parecidas de muitas pessoas e tenho certeza absoluta que os anjos nos ajudam e nos protegem em determinados momentos. Nós podemos até não perceber. Mas isso acontece. 

Para concluir, lembro de uma história que aconteceu com o profeta Eliseu, quando sua casa foi cercada pelas tropas do rei da Síria. Esse rei estava incomodado com o fato de Eliseu sempre se antecipar e revelar para o rei de Israel os planos dos sírios. 

O criado de Eliseu ficou apavorado, quando viu as tropas sírias ao redor da casa, enquanto o profeta se manteve calmo. Em dado momento, Eliseu pediu para Deus "abrir" os olhos do rapaz e aí o moço conseguiu ver uma enorme hoste de anjos e "carros de fogo" em torno da casa do profeta para protegê-los (2 Reis capítulo 6, versículos 1 a 17). 

Podemos não ter anjos da guarda, mas sem dúvida Deus os anjos para nos proteger e devemos ser gratos por isso.

Com carinho

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

E QUANDO HÁ PROBLEMAS FINANCEIROS?

Mais de 95% das pessoas têm problemas financeiros. E ficam sempre lutando para fazer frente a seus compromissos mensais. E para fechar a conta do mês vale tudo. Apelam para parcelamento do cartão de crédito, entram no cheque especial, apelam para crédito consignado, pedem socorro a parentes ou amigos, e assim por diante.

É claro que uma boa parte desses problemas financeiros decorre do fato que os salários no Brasil são baixos. Não há dúvida quanto a isso. Mas, eles vão além disso. A realidade é que as pessoas consomem mais do que podem. E essa é uma doença da sociedade moderna e ocorre também nos países ricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a esmagadora maioria das pessoas não tem poupança e vive pendurada nos cartões de crédito. 

O problema
O ser humano sempre quer satisfazer suas necessidades. Existem necessidades básicas, como comida, abrigo, saúde, segurança, etc. Mas existem também as necessidades desenvolvidas com base na busca do prazer, na vontade de ter status da sociedade, no desejo de ser admirado e assim por diante.

Uma das coisas que mais levam as pessoas a consumir é o chamado "efeito inveja". Simplesmente, as pessoas querem ter aquilo que as outras já têm. As pesquisas científicas mostram claramente que as pessoas sentem ter bons salários bem quando percebem ganhar mais do que quem está à sua volta. Isto é, não importa muito o valor efetivo daquilo que recebem e sim o que as pessoas no seu entorno ganham. Por isso é mais fácil ser pobre numa região do interior do Nordeste brasileiro, onde o entorno também é pobre, do que em Nova Iorque, onde há grande riqueza. 
Outra coisa que leva as pessoas ao consumo sem controle é o desejo de status. Esse desejo parte do princípio de quem está acima na escala social é objeto de admiração, respeito e reconhecimento. Ou seja, quem atinge um nível social mais elevado, deve ser melhor. É claro que isso não é verdade - por esse critério, Jesus teria sido um perdedor. Mas é assim que a esmagadora maioria das pessoas se sente.

O fato é que vivemos na sociedade do “ter”, quando deveríamos nos preocupar mais em “ser”. Essa é uma tendência que parece ter se solidificado. E tanto é assim, que as campanhas de marketing trabalham coisas como inveja e desejo por status para levar as pessoas a consumir cada vez mais. 

A terceira coisa que leva as pessoas a consumir mais do que podem é o imediatismo. Elas querem preencher as necessidades que identificaram de forma imediata. Se alguém quer uma geladeira, não gosta da ideia de economizar durante um ano e depois comprar o que quiser à vista. Prefere satisfazer sua necessidade agora, fazendo um financiamento.

Juntando isso à facilidade que existe hoje em dia para fazer crediário, usar cartão de crédito ou usar outros meios de financiamento, a porta fica aberta para os problemas financeiros e muitas vezes isso acaba em desastre. 

Na prática, boa parte das pessoas acaba por escolher viver um padrão de vida acima das suas possibilidades. Por isso, quando uma pessoa recebe um bom aumento de salário, sente alívio financeiro momentâneo, mas depois, lentamente, vai elevando novamente seu padrão de consumo e acaba por consumir a folga que tinha, voltando à situação anterior.

A solução
Algumas poucas pessoas aprendem a viver com tranquilidade financeira porque escolhem conscientemente viver num padrão de vida contido. Elas conscientemente escolhem consumir menos do que gostariam para viverem sem problemas financeiros. Por isso não são muito afetadas pelo marketing e não se preocupam muito com seu status social. E sempre têm folga no seu orçamento para enfrentar os contratempos da vida. 

Conheço uma senhora que tem rendimentos financeiros elevados, mas vive no mesmo apartamento há mais de 40 anos. Sua casa é confortável mas mobiliada sem luxo. Não compra de grifes famosas e não gasta com outros símbolos de status. Em consequência, sempre tem dinheiro e pode ajudar sua família. 

Em contrapartida, conheci um casal formado por executivos de empresas, com cargos importantes e rendimentos altos. Eles mantinham um padrão de vida muito elevado. Tinham um status bem maior do que a senhora a que me referi acima. Mas viviam apertados financeiramente e estressados. E acabaram se separando.

Deixar de gastar em coisas que parecem necessárias, mas não são, é a única solução para esse tipo de desafio. Trata-se de aprender a viver de forma mais simples e contida, valorizando outras coisas ale´m dos bens materiais. Eu dei esse passo, de forma consciente, cerca de quinze anos atrás e posso garantir que minha qualidade de vida melhorou muito. Hoje sou menos preocupado e estressado. 

E a Bíblia dá todo suporte a esse tipo de decisão. Aliás, foi assim que Jesus viveu. E assim como Ele, os apóstolos viveram de forma bem modesta.

Os ensinamentos de Jesus nos incentivam a juntar tesouros espirituais e não materiais (Mateus capítulo 6, versículos 19 a 21). A vida deve ser vivida de forma mais simples e sem tantas preocupações. Jesus chegou a dizer para que olhássemos as flores do campo ou os pássaros do céu, que vivem de forma simples e são cuidadas por Deus (Mateus capítulo 6, versículos 25 a 34). 

A luta por alcançar e manter o status social e por conseguir tudo o que se deseja materialmente, consome muito tempo e esforço. E acaba com quase todas as energias das pessoas. Aí sobra pouco tempo para aproveitar com família e amigos e não há tempo, nem disposição, para observar o céu numa noite de lua, para flor uma flor, enfim para curtir as coisas simples e belas da vida. E, ainda pior, não sobra tempo para construir uma vida de intimidade maior com Deus.

Com carinho

sábado, 14 de setembro de 2019

FACE A FACE

Moisés era um homem muito especial, pois ele falava com Deus face a face, conforme o relato do Êxodo. Ele entrava numa tenda afastada do acampamento e uma nuvem baixava sobre aquele lugar. E o profeta recebia de Deus as mensagens que deveria transmitir para Israel. Moisés era um verdadeiro intermediário entre Deus e o povo. Deus falava através dele e Israel ouvia e obedecia.

Isso aconteceu na Velha Aliança entre Deus e os seres humanos. Já na Nova Aliança, baseada no sacrifício de Jesus, que deu origem ao cristianismo, a necessidade de intermediários desapareceu. O crente pode e deve falar diretamente com Deus. Não precisa de ninguém intermediando, nem mesmo o pastor da igreja que frequenta.
E há vários meios de fazer contatar Deus diretamente, sendo a oração o principal deles. Através da oração, você pode acessar Deus a qualquer dia e hora, de qualquer lugar e nem precisa usar celular ou aplicativo de mensagens. 

É uma coisa maravilhosa. O crente tem um recurso muito poderoso à sua disposição. Ele fala e Deus, o criador de tudo, ouve. Mas, infelizmente se trata de um recurso que poucas pessoas usam como deveriam. E é sobre isso que eu falo no meu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes meus aqui e aqui.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

É BOM SEGUIR A DEUS?

Se é tão bom seguir a Deus, por que tanta gente hesita em fazer isso? A resposta para essa pergunta é simples: muita gente não quer fazer isso porque dá trabalho seguir a Jesus. É um desafio a caminhada do cristianismo.

Na verdade, quando se pergunta se é bom seguir a Deus, o conceito de "bom" para algumas pessoas é bem diferente daquele descrito na Bíblia. "Bom", numa visão secular, é ter sucesso, angariar status, amealhar riquezas e poder realizar todos os desejos da própria cabeça. Já a Bíblia entende que "bom" é construir uma relação próxima com Deus. E vir a viver a vida eterna junto dele.

São coisas bem diferentes entre si. Resultados distintos. Portanto, cabe aí uma escolha: o que você quer para sua vida? É claro que, escolher o cristianismo, não significa abrir mão de conseguir obter coisas materiais e realizar desejos. Quer dizer apenas que essas coisas não se tornam a razão de viver da pessoa e se qualquer uma delas entrar em conflito com aquilo que a doutrina cristã estabelece, essa última tem prioridade.

É sobre isso que a pastora Carol e a Alícia falam em seu mais novo vídeo - veja aqui.

Veja outros vídeos recentes das duas aqui e aqui.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

O MEDO DE PERDER O CONTROLE

O medo de perder o controle sobre a própria vida é muito comum. E existe um lado saudável no esforço de manter as coisas sob controle, pois isso as pessoas a anteciparem problemas, planejarem o que vão fazer, cuidarem dos detalhes da execução e assim por diante. Ou seja, esse esforço leva à minimização de problemas e à maximização de resultados obtidos.
Mas, com muita frequência, o medo de perder o controle se torna prejudicial e gera consequências nocivas, como a mania de perfeição e o desconforto com mudanças não previstas. E, como as circunstâncias da vida nunca se submetem ao tipo de controle que as pessoas gostariam de ter, os problemas acabam por aparecer e isso gera medo e sofrimento.
Com efeito, as pessoas fazem planos de vida e veem esses planos frustrados inesperadamente e e por razões totalmente fora do seu controle. Outro dia eu li a história de um americano aposentado e com boa situação financeira na vida. Ele deu um depoimento para um canal de televisão dizendo que sua vida estava boa e que se sentia recompensado pelos esforços feitos para atingir aquela situação. E pretendia aproveitar longos anos de aposentadoria, curtindo sua família e o tipo de lazer que gostava. Uma semana depois desse depoimento, um furacão matou toda a família do seu filho e a vida desse homem mudou radicalmente. O seu planejamento se frustrou apesar de todo o seu esforço.

Jesus também falou sobre falta de controle sobre a vida (Lucas 12:16-20):
Então lhes contou esta parábola: "A terra de certo homem rico produziu muito bem. Ele pensou consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde armazenar minha colheita’. "Então disse: ‘Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. "Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?
As mudanças inesperadas geram medo de perder o controle e sofrimento. É interessante observar que o problema não são as mudanças em si e sim o fato delas serem inesperadas. Afinal, as pessoas não costumam ter problema com mudanças que já esperam. Um bom exemplo é a mudança de estações. Sabemos que vamos sentir frio numa época e calor em outra. Numa época vai chover e na outra haverá seca. E ninguém se sente ameaçado por isso. O problema são as mudanças imprevisíveis, que pegam as pessoas totalmente de surpresa.
Existe um excelente exemplo desse tipo de situação na vida dos apóstolos de Jesus.  Seu mestre, nos últimos dias da sua, vida terrena, estava no auge da popularidade. Tanto era assim que, no domingo que abriu a última semana de vida de Jesus, apelidado de Domingo de Ramos, Ele entrou em Jerusalém e foi saudado por uma multidão como o libertador de Israel. O povo via Jesus como o Messias tão esperado, aquele que viria libertá-los do jugo Romano. E os apóstolos estavam tão convencidos disso que já disputavam entre si qual viria a ser o mais importante e iria ocupar o lugar de honra junto a Jesus no novo reino. Vejam o relato bíblico em Marcos 10:35-38:
Nisso Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: "Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir". "O que vocês querem que eu lhes faça? ", perguntou ele. Eles responderam: "Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda". Disse-lhes Jesus: "Vocês não sabem o que estão pedindo…
Poucos dias depois, na quinta-feira, Jesus participou da ceia da Páscoa com seus discípulos. E naquela oportunidade Ele instituiu a santa ceia. Depois, Ele surpreendeu seus discípulos com uma declaração totalmente inesperada (João 14:1-4):
"Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou".
Jesus declarou que iria partir para o Pai e todos os planos dos discípulos desmoronaram. E eles perceberam que não tinham qualquer controle sobre os acontecimentos. A maior prova do incômodo dos discípulos foi a resposta exasperada que Tomé deu a Jesus (João 14:5):
"Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho? "
Jesus contou aos discípulos que iria embora e a vida deles entraria num novo capítulo. Muita coisa iria mudar para eles e isso assustou e trouxe medo para os discípulos. E não foi por acaso, portanto, que quase todos eles abandonaram Jesus depois da sua prisão.
Os discípulos não prestaram atenção numa outra coisa que Jesus lhes contou, tão importante quanto o anúncio da sua partida iminente. Ele disse também que a presença de Deus na vida deles continuaria uma constante. Até ali, coubera ao próprio Jesus cumprir esse papel. E depois da sua partida, o Espírito Santo iria assumir esse papel (João 14:16-18):
E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.
E há aí um grande ensinamento. Não há razão para ter medo de perder o controle, pois uma coisa nunca muda: a presença de Deus. Portanto, a perda do controle é bem menos importante do que parece. Temos uma outra garantia que é absolutamente segura: a presença de Deus nas nossas vidas vai se manter.
E digo mais, o inesperado muitas vezes é parte da estratégia de Deus na vida das pessoas. Basta ver os relatos da Bíblia, onde são constantes as mudanças nas vidas das pessoas. Por exemplo, Gideão passou de agricultor a general dos judeus; Maria foi de adolescente comum, morando numa vila esquecida da Galileia, a mãe de Jesus; Davi passou de pastor de ovelhas a rei de Israel; José mudou de adolescente mimado para escravo e depois para primeiro ministro do Egito; Paulo passou de fabricante de tendas a apóstolo encarregado de levar o Evangelho aos gentios; e Pedro, mudou de simples pescador para líder da igreja cristã.
Você poderia argumentar que mudanças como a que aconteceu com o americano aposentado citado acima não parecem fazer qualquer sentido. Como também seria o caso de uma doença grave inesperada ou a perda de um bom emprego. Situações como essa geram medo e sofrimento sem parecer haver sentido maior nelas.

Mas, muitos dos personagens bíblicos que citei também não entenderam aquilo que estavam passando. Imagine a situação de José, arrancado da casa do pai e vendido como escravo, quando menos esperava. Ou Maria, que se viu grávida de forma totalmente inusitada, atraindo comentários e fofocas na vila onde morava.

Posso garantir que existe sim sentido nessas coisas. Afinal, Deus nunca é surpreendido pelo acaso. O problema é que fica difícil entender todos os desdobramentos das mudanças que aparecem de repente. Elas parecem desnecessárias e injustas, simplesmente porque não temos perspectivas para entender os acontecimentos.
Um exemplo ajuda a explicar bem isso. O feto vive no útero da mãe e dela depende para viver. Ele não precisa de mais nada além da sua mãe, durante seu período de gestação. Mas, seu corpo passa por constantes mudanças – nariz e boca são formados, braços e pernas aparecem e assim por diante. E essas mudanças são totalmente desnecessárias para a vida do feto no útero materno. E, se o feto pudesse refletir sobre sua situação, ele talvez questionasse o propósito dessas mudanças. E todos sabemos como essas mudanças serão fundamentais para sua vida futura.
Alguns capítulos na vida da pessoa parecem tão inúteis como a boca é para um feto e sua importância somente será percebida mais adiante. Veja o que Paulo ensinou em 2 Coríntios 4:17:
…pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.
Essa declaração precisa ser entendida dentro do contexto das enormes dificuldades que Paulo enfrentou ao longo do seu ministério: foi preso, torturado, passou por naufrágio e passou fome, e assim por diante. Mas, ele aprendeu a considerar tudo isso como “sofrimentos leves e momentâneos”. E isso foi possível porque Paulo aprendeu a focar naquilo que estava por vir: a vida eterna. Seu sofrimento nesta terra foi transitório, mas o bem-estar que o espera no final dos tempos irá durar para sempre.
Pensar como Paulo não é fácil – poucas pessoas chegam a esse grau de desenvolvimento espiritual. Mas, seu exemplo prova que é possível sim progredir espiritualmente.  E você sempre terá Deus presente na sua vida, tanto nos momentos bons, como nos ruins, se decidir caminhar nessa direção. E a Bíblia ensina que o Espírito Santo vai ajudar você em todas as instâncias (Salmo 32:8):
Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você.
Lembre-se sempre disso quando o medo de perder o controle bater às portas.

Com carinho