sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A FÉ DO ATEU


Existe um livro muito interessante, escrito por Norman Geisler, cujo título já diz tudo: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”. 

A tese que originou o livro é que os ateus têm também uma forma de fé, pois acreditam  que o universo físico é tudo que existe e que não foi necessário haver uma força maior (Deus) para sua criação.  Os ateus ainda acreditam que, não havendo um criador, o universo é fruto do mero acaso

Parece-me que essa é uma crença e tanto. E muito, mas muito, mais difícil de sustentar do que a fé em Deus. 

Recentemente, li um artigo numa revista científica e fiquei surpreendido quando o autor, um cientista ateu, defendeu um ponto de vista parecido. Ele reconheceu que praticamente todos os aspectos do mundo moderno são governados por equações matemáticas que traduzem leis físicas. 

Por exemplo, os chips de memória dos computadores, hoje presentes em tudo, de celulares a fogões, nunca poderiam ter sido projetados sem uma equação chave da mecânica quântica, descoberta por um homem chamado Schrödinger. Os sinais de rádio, televisão, telefone celular, etc, não poderiam existir sem as equações descobertas por Maxwell. Os transportes (carros, aviões, satélites, etc) dependem das leis do movimento descobertas por Newton. A transmissão de calor é dominada pela transformada de Fourier. E assim por diante. 

Sem a descoberta dessas inúmeras leis físicas, e sua codificação em equações matemáticas, a maior parte da tecnologia moderna não existiria. 

Agora, é razoável imaginar que tudo isso foi gerado pelo acaso? Que não havia uma mente extremamente poderosa por trás? Confesso que não tenho fé bastante para crer nisso. 

Portanto, parece lógico admitir que houve sim uma mente por trás de toda essa ordem e é a essa mente, infinitamente poderosa, que chamamos de Deus Criador. 

Lembre-se disso quando conversar com um ateu. Faça esse raciocínio para ele. Você poderá ajudá-lo a entender uma verdade que talvez nunca lhe tenha ocorrido.

Com carinho

7 comentários:

  1. Boa noite…

    Repare, eu não sou Ateu, portanto eu não sofro do dogmatismo que você aponta aos ateus. Se calhar pode-me apontar de usar o mesmo “dogmatismo” que você utiliza, a lógica, para debater a existência de Deus. Eu sou muito simples em relação a Deus: não consigo dar qualidades a algo que não conheço.

    Muito simplesmente, a sua conclusão lógica no sétimo parágrafo, como se calhar já deve saber, mas acho que tenta sempre fazer um “forcing” de entortamento lógico, não faz sentido nenhum. A sua conclusão não é mais nem menos que um recorrer ao argumento físíco-teológico do costume, que se existe uma ordenação existe um necessário supra-autor.

    Explique qual é a diferença entre o meu argumento e o seu se eu disser “Este Mundo é de tal forma tão belo e perfeito que o Deus Bhrama é entidade necessária e verdadeira como causa”.
    Que tipo de inferência de existência de Bhrama podemos tirar desta minha concetualização?

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    1. Concordo com você que se usarmos somente o texto acima não é possível explicar que a força superior a que me refiro é o Deus adorado pelos cristãos (e também os judeus). Para isso, é preciso outros argumentos que já mostrei em outros posts deste blog.

      Como cada texto que publico precisa ter uma tamanho limitado - não estou escrevendo um livro e sim uma coletânea de textos- não posso repetir todos os argumentos necessários a cada vez. Deixo a critério de quem lê buscar os argumentos adicionais necessários.

      Há argumentos aqui que mostram que Deus é um só (por exemplo, a famosa "navalha de Ockam"), que Ele tem um poder extraordinário, inteligência incomensurável, etc. E assim é possível ir construindo aos poucos uma imagem compatível com o Ser que os cristãos adoram.

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  2. Repare, eu não quero estar a ser demasiado cético mas é muito conveniente você utilizar esse princípio como argumento para redução ao que defende. Quais são as premiissas, segundo este princípio, que acha irrelevante não serem consideradas?
    Mesmo que utilize este princípio fica com o mesmo problema: ficamos a saber o mesmo que não sabemos...

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  3. Confesso que não entendi seu comentário. Assim trona-se impossível para mim respondê-lo.

    A que princípio você se refere?

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    1. A navalha de Ockam deve-se ao filósofo de mesmo nome. Não foi criado por mim. É um conceito bem conhecido da filosofia, usado por todo mundo e nada tem a ver diretamente com a doutrina cristã. O princípio diz que não se deve postular uma explicação de múltiplas causas para um fenômeno se é possível explicá-lo a partir de uma única causa.

      Quando aplicado á discussão em questão, pode-se dizer que não é preciso postular a existência de vários deuses, se um único deus é capaz de explicar a existência de tudo. Trata-se de um argumento a favor do monoteísmo.

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  5. Combinamos que a teoria alerta para as situações de demasiada simplificação. Parece-me o caso se convenientemente aplicado ao que acredita.

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