quinta-feira, 25 de junho de 2015

A CONDENAÇÂO AO INFERNO É PERMANENTE?

Uma das questões mais discutidas dentro do cristianismo é sobre a condenação ao inferno ser ou não eterna (permanente). Isto porque muitas pessoas se perguntam: Como pode um Deus justo punir eternamente as pessoas por conta de pecados cometidos numa vida humana de duração limitada? Não seria tal punição desproporcional e injusta?

Quem pensa assim prefere acreditar que, de uma forma ou outra, todo mundo acabará sendo salvo - essa linha teológica se chama "universalismo". Essas pessoas argumentam que Deus é tão amoroso que vai dar outra chance para quem for condenado inicialmente.

O problema é que a Bíblia fala claramente ser essa punição permanente (p. ex. Apocalipse capítulo 20, versículos de 11 a 15). Assim, como é possível os(as) universalistas crerem na salvação para todos?

A realidade é que essas pessoas, bem lá no fundo, imaginam poder "aperfeiçoar" a obra de Deus, introduzir "melhorias" nela. Pensam que não é justo haver condenação permanente, então precisam encontrar uma forma para poder crer que isso não vai acontecer. 

Essa discussão me faz lembrar de um excelente livro de Monteiro Lobato chamado “A Reforma da Natureza”. Nele a boneca Emília, toda cheia de si, confiante na sua própria sabedoria, começa a mudar a natureza para torná-la melhor e mais eficiente. Lembro que, a certa altura, ela troca as tetas do úbere das vacas por torneiras. 

O estrago final foi enorme - problemas que ela não previu começaram a pipocar e a vida virou uma bagunça. Por exemplo, os bezerros deixaram de se alimentar porque não conseguiam abrir torneiras - antes podiam obter o leite necessário simplesmente abocanhando as tetas e sugando.

O moral desse livro é a arrogância do ser humano, sua certeza de poder avaliar o que Deus fez e conseguir até melhorar o que foi por Ele estabelecido. É exatamente isso que acontece na discussão sobre a punição eterna: ela parece injusta para certas pessoas então elas buscam uma resposta melhor (a salvação para todos).

Ora, quem defende que vai haver uma segunda chance, que Deus vai reabrir o julgamento inicial para permitir que todos sejam aprovados, esquece que o chamado Plano da Salvação é um "pacote" completo e definido. O ponto de partida é o reconhecimento pelo ser humano que ele tem natureza pecadora e não poderá ser salvo pelos próprios méritos (Romanos, capítulo 3, versículos 10 a 12). 

A salvação só vem por causa da Graça, de Deus, que se fez presente nas nossas vidas através  do sacrifício de Jesus (Romanos capítulo 7 versículo 24 até capítulo 8, versículo 1). Em outras palavras, a salvação é um presente de Deus para nós. Sendo assim, como questionar o esquema que Deus estabeleceu? 

Aceitar o presente de Deus (sua Graça) significa receber o pacote completo e isso inclui tanto a ideia de salvação permanente como a da condenação permanente. O Plano de Salvação não pode ser dividido em pedaços para que possamos escolher aquilo que nos agradar mais.

E a resposta para o eventual sentimento de que algo na obra de Deus não parece bom ou correto é a fé. Através dela conseguimos acreditar que Deus fez o melhor mesmo quando não conseguimos perceber isso. Mesmo quando não nos parece ser esse o caso. 

Pela fé, acreditamos que Deus possui sabedoria completa e poder absoluto, bem como amor incondicional por nós. Em outras palavras, Ele tem a motivação (seu amor) e as condições (sabedoria e poder) para poder fazer sempre o melhor por nós. É por causa disso que podemos ter certeza que seu Plano de Salvação é perfeito e não há como melhorá-lo. Simples assim.

Com carinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário