sexta-feira, 25 de março de 2016

A CRUCIFICAÇÃO DO BRASIL

Comemoramos hoje a crucificação de Jesus, parte de um drama em dois atos - o segundo ato foi a ressurreição, comemorada no domingo de Páscoa. Para mim, esses foram os acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Afinal, é por causa do que aconteceu naqueles poucos dias que temos possibilidade de nos reconciliar com Deus, recebendo perdão pelos nossos pecados, lavados que foram pelo sangue de Jesus derramado na cruz. 

Hoje é dia para refletir. Não só sobre a nossa trajetória nesse mundo – nossos erros e acertos -, como também sobre o tamanho do amor de Deus por nós, que vai ao ponto de sacrificar seu próprio Filho para nos abrir as portas para a salvação. 

Hoje relembramos a cruz com o corpo massacrado de Jesus. Lembramos da sua agonia e morte. Do sofrimento da sua mãe, Maria, aos pés da cruz, vendo seu filho, carne da sua carne, martirizado por crimes que não tinha cometido. 

Mas sabemos que depois da noite vem a manhã. No domingo cedo, o túmulo de Jesus estava vazio. Jesus tinha ressuscitado – a morte não teve poder sobre Ele. A partir daí um novo tempo nasceu – a era da Graça de Deus. Portanto, a tristeza deve durar pouco. No domingo, será o momento de celebrar.

Queria agora fazer nova reflexão sobre a situação atual do nosso país, devastado por crises gêmeas – política e econômica – que estão correndo o tecido social do Brasil. O desemprego e a inflação estão altos, a esperança parece ter sumido dos corações e não há consenso sobre a forma de sairmos dessa terrível enrascada. 

Ainda ontem, foi divulgado o fato estarrecedor que importante empreiteira tinha até uma diretoria dedicada a pagar propina – era uma operação gigantesca, envolvendo somas enormes de dinheiro e com sofisticação impressionante. Uma planilha encontrada pela polícia lista quase trezentos nomes de políticos(as) que podem ter recebido dinheiro sujo. Um show de horrores.

Estamos, de certa forma, vivendo nossa “sexta feira da crucificação”. O Brasil está sendo crucificado. Mas há uma diferença: o crucificado (o povo) tem sim parte da responsabilidade pois está pelo fato de não ter levado a política a sério e votado em qualquer candidato(a). Por não ter cobrado dos(as) eleitos(as) comportamento correto. Por ter aceitado passivamente tezes como “rouba mas faz” ou “roubo sim, mas todo mundo faz o mesmo”, que buscam justificar o injustificável.

Nosso povo merece sorte melhor. Merece sair dessa cruz. Merece ter o dia da ressurreição e acordar para um futuro melhor. Vamos pedir a Deus que na sua infinita misericórdia tenha piedade e mude nossa sorte. E sare a nossa terra.

Com carinho

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