segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O BEM AJUDA A PROVAR A EXISTÊNCIA DE DEUS

A comprovação da existência de Deus não pode ser feita da mesma forma como se prova uma teoria da física, usando equações matemáticas e experimentos científicos. E a razão para isso é simples: a existência de um ser sobrenatural, que existe fora do mundo físico, não pode ser feita com base nas leis que regulam esse mesmo mundo físico. 

Deus existe fora do mundo natural e vem daí a afirmação que Ele é um Ser sobrenatural. E a comprovação da sua existência só pode ser feita de duas formas. A primeira é através da experiência pessoal, através da ação do Espírito Santo. Mas aqueles/as que não acreditam em Deus não aceitam esse caminho e aí existe uma outra alternativa: buscar no mundo físico os vestígios da presença de Deus, como que as impressões digitais que Ele deixou na sua criação.

E a forma de fazer isso é construir um "caso" a favor da existência de Deus, acumulando evidências a esse favor. Isso pode parecer estranho para você, mas é exatamente assim que os promotores de justiça agem para comprovar a culpa de um réu, cujo crime não teve testemunhas - vão juntando evidências da culpabilidade do réu (DNA, impressões digitais, falta de álibi, etc) e é esse conjunto de evidências que convence o juri a condenar. 

Assim, se conseguirmos juntar um conjunto suficiente de evidencias apontando para a existência de Deus, essa realidade ficará demonstrada para todos os efeitos práticos. Já apresentei diversas evidencias que apontam para a existência de Deus (veja mais), como o início do universo (o Big Bang), o conjunto organizado de informações que controla a vida (o DNA) e o fato do universo funcionar de forma tão regular e previsível que pode ser descrito com exatidão por equações matemáticas. Tudo isso aponta para um Criador com inteligencia e poder extraordinários.

Uma nova evidencia
Hoje vou somar mais uma evidencia, baseada na existência de obrigações morais universais (aquelas que obrigam todos os seres humanos). A obediências a essas obrigações é aquilo que chamei o "bem". Não se assuste, pois o raciocínio não é difícil de acompanhar. 

Começo definindo que uma obrigação moral universal é válida em qualquer lugar, tempo e cultura, não dependendo, portanto, da opinião das pessoas. Todo mundo é obrigado a obedecer essas obrigações.

Por exemplo, é proibido para todo mundo torturar crianças. Ninguém pode ser desculpado se fizer isso, nem mesmo se alegar motivação religiosa. O mesmo pode ser dito do estupro.

Praticamente, todo mundo reconhece a existência de obrigações morais universais e é por causa disso que existem documentos como a "Declaração Universal dos Direitos Humanos", promulgada pela ONU.

Agora, quem pode estabelecer obrigações morais que sejam válidas para todo mundo? Só há duas respostas possíveis: o próprio ser humano (através da sociedade) ou um ser superior (Deus).

Ora, quando os padrões morais são estabelecidos pela própria sociedade, eles são dependentes da evolução do pensamento humano. Hoje achamos que certas coisas, como a escravidão, são erradas, mas elas eram socialmente aceitáveis apenas 150 anos atrás. O próprio conceito de direitos humanos, hoje amplamente aceito, que garantem a igualdade das pessoas, independentemente de raça, religião, sexo ou condição social, somente começou a ser mais amplamente aceitos 200 anos atrás mais ou menos. 

A sociedade muda de opinião e se as obrigações morais forem estabelecidas por ela, elas certamente vão mudar ao longo do tempo. E aí deixarão de ser padrões universais absolutos, já que serão sempre dependentes do momento histórico.

Além disso, se uma obrigação moral for estabelecida por um determinado segmento da sociedade, ela pode não ser aceita por outro segmento - é por isso que as leis variam tanto de país para país. Obrigações que vinculem todos os seres humanos somente podem ser estabelecidas por alguém que esteja acima dos diferentes segmentos da sociedade humana. Por alguém que todas as pessoas sejam obrigadas a respeitar.

Portanto, obrigações morais universais somente podem ser estabelecidas por Deus. E dessa conclusão decorre uma outra, também muito importante: caso as obrigações morais existam de fato, isso será mais uma evidencia da existência de Deus.

Repare que não estou dizendo aqui que um ateu não possa viver uma vida moralmente correta. Conheço vários deles que levam vidas exemplares. Mas essa não é a questão sendo discutida aqui. A questão em discussão é definir como estabelecer obrigações que todos precisem cumprir. 

Os ateus procuram se comportar seguindo as leis do país onde vivem e aquilo que entendem ser o melhor, com base no seu próprio conhecimento e cultura. E podem acertar, mas se mudarem de convicção, sentir-se-ão à vontade para para passar a agir de forma diferente, sem qualquer remorso. 

Já os cristãos precisam se comportar de determinada maneira porque são comandados por Deus a fazer isso. Eles devem obedecer essas obrigações (o que não quer dizer que façam isso sempre) até mesmo se discordarem delas. E isso vale para todo mundo. 

Repare que as motivações num caso e no outro, são totalmente diferentes. O ateu precisa fazer aquilo que as leis do seu país mandam e seguir sua própria consciência. Os cristãos precisam obedecer a Deus, em primeiro lugar, e também devem seguir as leis humanas, desde que elas não violem a lei de Deus (por exemplo, se o governo me mandar roubar, eu não posso fazer isso, pois contraia a lei divina). 

Obrigações morais universais existem?
Evidentemente há discussão sobre se tais obrigações morais universais existem mesmo, até pelas consequências que isso tem quanto à comprovação da existência de Deus. Por exemplo, muitos pensadores ateus defendem que, como o ser humano é fruto da evolução das espécies, não há como garantir que esse tipo de obrigação exista de fato. 

Segundo quem pensa assim, pode até ser que as pessoas venham a fazer as coisas certas, mas isso seria simples coincidência. Os atos que parecem bons seriam praticados apenas porque concorrem para a sobrevivência das pessoas. Por exemplo, as pessoas ajudam umas às outras porque isso aumenta suas chances de sobrevivência nos momentos de crise. 

Mas a experiência humana mostra que tal tipo de padrão universal existe mesmo, conforme comentei antes, e vários deles não podem ser explicados pelas vantagens que geram para quem os adota. Por exemplo, o auto-sacrifício de uma pessoa, para preservação da outra, não pode ser justificado pelo benefício de quem se sacrifica e, ainda assim, esse tipo de prática sempre é reconhecida como tendo grande valor. A traição até pode ajudar uma pessoa a se salvar de circunstâncias difíceis, mas se trata de ato criticado por quase todo mundo. 

Concluindo, a existência de obrigações morias universais é mais uma comprovação que existe um Ser superior a todos nós, a quem precisamos obedecer.

Com carinho

5 comentários:

  1. "O princípio, pelo qual, do que acontece (do que é empiricamente contingente) como efeito se conclui uma causa, é um princípio do conhecimento da natureza, mas não do conhecimento especulativo".

    "Não podemos afastar nem tão-pouco suportar o pensamento de que um ser, que representamos como o mais alto entre todos os possíveis, diga de certo modo para consigo: Eu sou desde a eternidade para a eternidade; fora de mim nada existe a não ser pela minha vontade; mas de onde sou então? Eis que tudo aqui se afunda sob os nossos
    pés, e tanto a maior como a mais pequena perfeição pairam desamparadas perante a nossa razão especulativa, à qual nada custa fazer desaparecer uma e outra sem o menor entrave"

    Conclusão, usa os critérios do mundo sensível para inferir e provar a sua necessidade de uma primeira causa transcendente. Pára na hora de questionar a sua causa utilizando os mesmos critéiros, apenas especula.

    Não provou absolutamente nada...em final conclusão.

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    1. Estou discutindo aqui uma tema filosófico bem conhecido, que é a questão dos princípios morais universais. E daí tirei conclusões sobre a existência de Deus.

      Nada do que você falou no seu comentário acima tem qualquer relação ou relevância para o que foi discutido. Portanto, não tenho o que comentar.

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  2. Desculpe mas tem toda a relação.
    Raciocínios especulativos sobre existência de Deus como causa de um código moral absoluto é o exercício que você está a realizar. Acho que entende esse tipo de exercício não define verdades quanto mais a existência de algo que você sabe tanto quanto eu, ou seja nada.

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    1. Sua contra-argumentação não discute a questão que eu apresentei Diz apenas que eu sei que não é assim. Não penso assim e posso citar um bom número de filósofos que concorda comigo.

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  3. Presumo que a sua conduta moral absoluta seja inspirada na bíblia, certo?

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