quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A PESSOA CERTA, NA HORA CERTA E NO LOCAL CERTO

Deus age no mundo através das pessoas. E faz isso segundo seus planos, essencialmente colocando a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. 

Deus é como se fosse um chefe de cozinha, que busca os ingredientes, coloca-os numa panela na ordem certa e deixa tudo cozinhar pelo tempo certo visando ter um prato delicioso. O ingrediente errado ou o ingrediente certo colocado na ordem errada ou ainda um tempo de cozimento excessivo, qualquer falha pode arruinar o prato. 

Mas com Deus isso nunca acontece, pois seus planos são sempre perfeitos. Dão sempre certo. E vou dar um exemplo para mostrar como Deus age:

O apóstolo para os não judeus 
Paulo passou para a história como o apóstolo cristão para os gentios (os não judeus). Foi o principal responsável para levar o Evangelho de Jesus para fora da Palestina, onde essa ideia nasceu. Ele é um excelente exemplo do homem certo, no local certa e no local certo. Vejamos a razão para essa afirmação. 

Paulo era judeu mas foi criado fora da Palestina, lar histórico do seu povo. Nasceu e cresceu em Tarso, na Asia Menor, sendo exposto desde cedo à cultura grega,  que dominava o mundo daquela época - por causa disso certamente conhecia bem a língua e a filosofia gregas. Foi por isso que quando esteve em Atenas, cidade que era o centro da cultura grega, pode discutir de igual para igual com os filósofos que lá encontrou. 

Paulo também era judeu fariseu e, portanto, profundo conhecedor da teologia judaica - estudou com o grande rabino Gamaliel, em Jerusalém. 

Sendo assim, Paulo transitava perfeitamente bem entre as duas culturas a grega (romana), a cultura da sociedade (e do governo), e a judaica, o meio religioso onde estava inserido. 

O apóstolo era cidadão do Império romano por herança do seu pai. Tinha, portanto, livre trânsito nos territórios imperiais, além de contar com a proteção das leis romanas. Isso facilitou muito suas viagens missionárias.

Finalmente, Paulo era extremamente dedicado às causas que abraçava. Antes de se converter ao cristianismo, perseguiu ferozmente os cristãos por considerá-los hereges. Depois, durante seu mistério apostólico, passou fome, foi preso e torturado, mas nunca desanimou. 

Em resumo, Paulo foi o homem certo para levar o Evangelho de Jesus ao mundo não judaico (gentio). Ele tinha facilidade para explicar para quem não era judeu as nuances dos ensinamentos de Jesus, desenvolvidos dentro da cultura judaica. Por outro lado, conseguiu convencer os líderes cristãos, todos judeus, a eliminar os pré-requisitos que impunham aos gentios - como a circuncisão e a observância de restrições alimentares - antes de serem aceitos no meio cristão. Essas exigências não faziam qualquer sentido para os gentios e se tivessem sido mantidas teriam impedido o crescimento do cristianismo. 

O lugar também foi certo. Paulo atuou basicamente na Asia menor, atual Turquia, onde fundou igrejas importantes (Corinto, Efésios, Galácia, etc), fez incursões até a Grécia (Corinto, Atenas, etc), esteve em Roma e visitou Jerusalém várias vezes. Foi nessa região onde o cristianismo nasceu e deu os primeiros passos. 

E, finalmente, a época foi certa. Paulo viveu no período em que aquela parte do mundo esteve sob domínio de um Império, o romano, extremamente poderoso e organizado, que trouxe paz e estabilidade. A paz romana, é verdade, foi mantida a ferro e fogo, mas dava condições às pessoas de levarem uma vida normal e produtiva. 

Os romanos construíram estradas excelentes (algumas das quais ainda podem ser usadas hoje), calçadas com pedras e contando com infraestrutura de apoio (hospedarias e entrepostos comerciais) para os viajantes. Também estabeleceram várias rotas marítimas pelo Mediterrâneo, para levar e trazer produtos até Roma.

Paulo aproveitou esses recursos e a paz reinante para fazer diversas viagens missionárias para divulgar o Evangelho e fundar igrejas, caminhando ou navegando milhares de quilômetros. 

Agora, se olharmos para o desenrolar da história daquela região é fácil perceber que se Paulo tivesse vivido cem anos antes, ou depois, as condições ambientes não teriam sido tão favoráveis. 

Palavras finais
Podemos ficar surpresos com as pessoas que Deus escolhe - p. ex. simples pescadores foram tornados apóstolos. Podemos ainda achar que Deus está demorando pois vivemos debaixo de um ponto de vista imediatista. E finalmente podemos pensar que o lugar não é o melhor - p. ex. Jesus viveu todo o começo da sua vida e boa parte do seu ministério na Galileia, a parte mais atrasada da Palestina e motivo de piada para os demais judeus. 

Mas Deus sabe o que faz, como faz e quando faz. É n´Ele, portanto, que devemos depositar nossa confiança e esperança.

Com carinho  

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