terça-feira, 29 de setembro de 2015

A MENTIRA A RESPEITO DA MENTIRA

O pecado da mentira provavelmente é mais evidente no campo da política do que em qualquer outra área da sociedade humana, pelo menos no que se refere ao Brasil. Os níveis de mentira nessa área são tão altos que é comum os(as) políticos(as) mentirem até sobre suas próprias mentiras anteriores, isto é quando pegos(as) na mentira, mentem de novo, afirmando com convicção que foram mal interpretados na sua declaração anterior.

Como o mundo da política é pautado pela mentira e hipocrisia, todos(as) que nele habitam acabam perdendo credibilidade diante da opinião pública, mesmo quando tentam ter comportamento diferente. E é muito difícil mudar esse estado de coisas.

Agora, somos rápidos em identificar a mentira dos(as) outros (as) - como a dos(as) políticos(as) -, mas menos abertos a reconhecer o mesmo problema em nós mesmos. Mesmo a Bíblia advertindo que a mentira é um dos pecados mais comuns.

Por exemplo, quando chegamos atrasados, é mais fácil culpar o trânsito do que reconhecer que saímos tarde de casa. Quando não queremos falar com alguém, é mais confortável pedir para dizerem que não estamos em casa ou andamos ocupados(as). E assim por diante.

O fato é que a mentira é frequentemente o caminho mais fácil para sair de situações sociais desconfortáveis. O problema é que mentir pode acabar se tornando um padrão de comportamento, como ocorre na política. E a falta de compromisso com a verdade corrói a ética do ser humano e pode gerar desdobramentos muito ruins. 

Mas há quem procure se desculpar afirmando que as mentiras sociais (como alguns dos casos citados acima) não são muito sérias - seriam "brancas", isto é sem maiores consequências. Eu mesmo pensei assim durante bom tempo.

O problema é que mentiras, mesmo "brancas", podem gerar situações ruins inesperadas e as coisas simplesmente escapar ao controle. Lembro do caso de um conhecido que estava passando temporada nos Estados Unidos. Ele recebeu convite para uma festa pelo correio, coisa comum por lá. Não foi, por alguma razão pessoal, mas quando questionado, mentiu, dizendo que o Correio não tinha entregue o convite em tempo. O dono da festa, indignado, acionou o Correio na justiça e o mentiroso teve que reconhecer o que tinha feito e ficou desmoralizado.

A Bíblia nos conta várias histórias de pessoas que mentiram por razões variadas e os resultados relatados sempre foram muito ruins para os(as) envolvidos(as), direta ou indiretamente.

Por exemplo, Ananias e Safira mentiram para os apóstolos quando afirmaram que tinham entregue para eles todo o resultado da venda de um terreno, embora tivessem guardado parte do dinheiro. Naquela época, isto é no começo da história da igreja cristã, os(as) convertidos(as) mantinham seus bens em comum e o casal quis aparentar estar cumprindo com sua obrigação, mesmo mantendo parte do dinheiro como segurança pessoal. Ananias e Safira acabaram punidos com a morte.

Davi adulterou com Bate-Seba (que acabou grávida) e para esconder as consequências do que tinha feito, armou uma cilada para matar o marido dela e acabou severamente punido por Deus (2 Samuel capítulo 12).

Os líderes religiosos judeus mentiram sobre a culpa de Jesus, para conseguir sua condenação e execução em tempo recorde (veja mais) e acabaram atraindo desgraça para si mesmos e seu povo.

Os exemplos são incontáveis porque a mentira é um hábito muito comum. Eu poderia ficar aqui muito tempo contando as diferentes histórias bíblicas que falam sobre esse tema, como a mentira dos filhos de Jacó para o pai (quando venderam José como escravo); a mentira do próprio Jacó para Isaque, visando roubar a benção destinada ao irmão Esaú; a mentira de Judas Iscariotes para Jesus, no episódio da sua traição; e assim por diante.

O hábito de mentir é muito comum e essa questão precisa ser reconhecida com sinceridade e enfrentada com mais seriedade pelos(as) cristãos(ãs) verdadeiros(as). É isso que Deus espera de nós.

Com carinho    

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