sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A PARÁBOLA DO TESOURO ENTERRADO

O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo. Mateus capítulo 13, versículo 44
Antes de falar sobre a parábola em si, aí vai um pouco de contexto para facilitar o entendimento.

Na época em que Jesus viveu, as pessoas não tinham muitos meios para garantir a segurança do seu patrimônio. Em particular, não havia cofres ou bancos onde as pessoas pudessem guardar suas economias com segurança. Assim, era prática comum esconder dinheiro e jóias preciosas em lugares de difícil acesso (por exemplo, grutas) ou em buracos escavados na terra.

E muitas vezes esses tesouros acabavam esquecidos, talvez porque seus donos morreram e não deixaram instruções para seus herdeiros de como recuperá-los. Por causa disso, eram conhecidos vários casos de tesouros encontrados por acaso nos locais os mais inesperados.

Agora, segundo a lei da época, o tesouro encontrando num terreno pertencia ao dono da propriedade e não a quem o tivesse encontrado.

Foi uma situação desse tipo que inspirou Jesus a compor essa parábola. Certo homem encontrou um tesouro num campo que não era dele. Escondeu de volta o seu achado, juntou tudo que tinha e comprou o campo onde o tesouro estava escondido. Tomou posse da terra e finalmente ficou com o tesouro para si.

Jesus comparou essa estória com o Reino de Deus. E passou ensinamentos muito importantes. O primeiro deles é que devemos comprometer tudo que temos e somos para nos apossar do Reino de Deus.

Será que isso quer dizer, que precisamos vender tudo que temos e colocar o resultado na obra de Deus? Embora isso seja muito meritório, não é isso que Jesus ensinou com essa parábola. Ele não estava cobrando isso de mim ou de você.

Jesus estava falando de prioridades na vida e não de bens materiais. Ensinou que não devemos deixar nada nos distrair da prioridade que é o Reino de Deus. Simples assim.

Jesus encontrou muitas pessoas que foram chamadas a se apossar do Reino e não quiseram fazer isso, porque outros interesses a impediram de fazer isso. Teve gente que não atendeu o chamado porque tinha outros compromissos (por exemplo, Lucas capítulo 9, versículos 59 a 62). Outros deram prioridade a seus bens - por exemplo, veja o vídeo aqui no site, parte da série "Minuto com Deus", que trata da história de Jesus conversando com o moço rico. Houve gente que não o seguiu porque simplesmente não acreditou n´Ele.

E decisão pelo Reino deve ser feita com alegria, exatamente como fez o homem que comprou o campo onde o tesouro estava enterrado. Não devemos colocar o Reino de Deus antes de tudo e ficar lamentando o que foi deixado para trás como, por exemplo, alguns hábitos.

Outro ensinamento importante é que devemos fazer as coisas de Deus sem procurar chamar atenção para nós mesmos - foi isso que o homem da parábola fez, ao comprar quietamente o campo onde o tesouro estava enterrado. Se ele tivesse chamado atenção para si mesmo, não teria conseguido comprar aquela terra. Não mesmo.

Penso nisso quando vejo alguns líderes religiosos cristãos patrocinando cultos-espetáculo, chamando atenção para si mesmos e seus ministérios. Tornam-se verdadeiras estrelas. E não foi isso que Jesus ensinou. Não mesmo.

O último ensinamento importante tem a ver com a confiança do homem que encontrou o tesouro para fazer o necessário. Foi preciso coragem para vender tudo que tinha e comprar aquele campo - muita coisa poderia ter acontecido como, por exemplo, alguém se apossar do tesouro antes dele. 

Mas ele não duvidou um minuto. Fez o que era necessário e colheu os frutos - ficou com o campo e o tesouro. 

Concluindo, o Reino de Deus deve ser nossa prioridade absoluta. E deve ser perseguido com alegria, confiança e de forma discreta. É isso aí.

Com carinho

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