quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

AS SETE VOLTAS ENTORNO DE JERICÓ

Moisés comandou a saída do povo de Israel da escravidão no Egito, conforme o relatado do livro do Êxodo. Mas o plano de Deus não incluía apenas livrar o povo da escravidão. Era preciso também encontrar um novo lar para Israel, onde o povo pudesse prosperar.

Seguindo a promessa que Deus tinha feito para Abraão, esse lar deveria ser a Terra Prometida, também conhecida como Canaã (hoje em dia, chamamos de Palestina). E assim, cabia a Israel conquistar aquele território, sob a liderança de Josué (moisés não entrou na Palestina).

É preciso lembrar que o povo de Israel tinha sido escravo durante mais de 400 anos e, mesmo depois de uma preparação de 40 anos no deserto, ainda não tinha ainda experiência em guerrear. Portanto, as primeiras batalhas seriam um desafio muito grande. 

Jericó foi a primeira cidade no caminho de Israel, ao entrar em Canaã. O primeiro desafio a ser vencido. E ela contava com muros altos e fortes.

É interessante perceber que Deus disse a Josué que não seria necessário o povo fazer muita coisa para conquistar Jericó, pois o próprio Deus derrubaria os muros que protegiam a cidade. Para tanto, bastaria que Israel circulasse em volta dos muros durante seis dias, enquanto os moradores de Jericó se sentiam seguros dentro do recinto fortificado. 

E, no sétimo dia, Israel precisaria circular os muros por mais sete vezes. Há uma conclusão importante a tirar desse fato: Jericó não podia ser uma cidade grande para nossos padrões - seria impossível circular por sete vezes uma grande cidade num único dia. 

Completados os sete círculos, as trombetas de Israel deveriam tocar e o povo gritar em alta voz. E os muros iriam cair. Assim foi feito, e os muros de fato caíram (Josué capítulo 6).

Agora, por que Deus pediu toda essa preparação?Por que Deus não fez o milagre no primeiro dia?

É interessante perceber que períodos de espera e de dificuldades, que parecem meio absurdos, são bastante comuns nos relatos bíblicos. Por exemplo, Isaque precisou orar por vinte anos para que sua mulher Rebeca engravidasse de Esaú e Jacó. José passou cerca de 20 anos sofrendo, no Egito, antes de vir a ser o principal ministro do faraó. Paulo teve que passar por inúmeros problemas (naufrágios, perseguições, fome, etc) para conseguir anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.

Penso que tudo isso traz uma lição muito importante para nós, que pode ser dividida em duas partes. A primeira parte estabelece a necessidade de confiar em Deus, não importa o que Ele venha a pedir. É preciso sempre acreditar que Ele tem boas razões para fazer isso, razões essas que quase sempre são desconhecidas para os seres humanos.

A segunda parte do ensinamento é que as lutas e o período de espera fortificam o caráter da pessoa que está sendo preparada por Deus. Foi isso que aconteceu com José, que amadureceu muito durante o período de adversidades no Egito, deixando de ser um rapaz mimado e sonhador e virando um estadista.

Se o povo de Israel não tivesse circulado a cidade por treze vezes (seis vezes em dias anteriores e sete no último dia) e não tivesse cumprido integralmente a orientação dada por Deus, o milagre não teria ocorrido. 

Uma volta a menos parece não fazer muita diferença, mas significaria desobediência, falta de confiança em Deus e isso teria impedido o milagre de acontecer.

Com carinho

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