quarta-feira, 20 de maio de 2015

VEJAM O LIVRAMENTO DE DEUS ...

O relato abaixo foi publicado no site UOL em 30/03/2011. Vejam como Deus livrou Karina.

História de Karina Aparecida Chicória (27 anos em 2011)
Faltavam quatro meses para meu aniversário de 15 anos. Uma colega, que queria visitar o namorado na cadeia, me pediu um favor. Em troca, me daria R$ 80,00. Era uma época que eu andava meio revoltada e andava com más companhias. Nunca havia experimentado droga, só maconha, nem vendido. 
Ela me deu 28 papelotes de cocaína. Vendi um deles, mas depois percebi que havia perdido um. Então tive então uma ideia. Sabia que as meninas abriam os papelotes, pegavam um pouco de cada e montavam um novo para vender. Pensei em fazer o mesmo para repor a perda. 
Estava terminando quando o dono da droga chegou. Ele ficou furioso com minha colega e ela brava comigo, porque perdeu o emprego. Eu estava encostada no portão quando senti um negócio passar no meu pescoço. Era ela, que veio por trás e me deu uma facada na nuca.”
Minha cirurgia durou oito horas. Depois, foram 18 dias em coma e seis meses no CTI. Acordei com minha mãe me chamando. Eu me lembrava de tudo. Só xingava e queria me vingar da menina. 
Três meses depois a médica veio e disse que eu ia ficar tetraplégica. Perguntei o que era aquilo. Ela disse que eu tinha perdido os movimentos do pescoço para baixo e que ficaria dependente de um respirador. Eu perguntei até quando. Ela respondeu: "Até quando Deus quiser". 
Eu só chorava. Era conversar comigo, que eu chorava. Foi assim por uns quatro meses. Até que o médico me deu uma bronca: "Já te expliquei várias vezes o que você tem e não é para ficar chorando. Essa é a última vez que quero ver você chorar." E não chorei mais, só quando ficava muito triste. 
Fiz muitos amigos aqui (Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto). É uma segunda família. Voltei a estudar. Agora, já conclui o ensino fundamental. Também aprendi a pintar com a boca. Fiz oito quadros. A internet me ajuda também. Converso com os pacientes novos, com os acompanhantes.
Dois anos atrás, entrei numa depressão feia, até tentei me matar. Tentei tirar o respirador à noite, mexendo o pescoço. Mas não consegui. 
Acho que Deus falou: "Vou dar um susto nela, para ela acordar para a vida". Isso porque, outro dia, estava dormindo e o respirador saiu sozinho, sem eu querer. Quando as enfermeiras chegaram, estava perdendo a consciência. Pedi perdão a Deus, vi que não queria morrer. Eu queria viver.”
Hoje me despedi dos meus amigos do hospital pois volto para casa. Planejei como seria a festa de despedida. Teve até convite. Tudo graças ao respirador que o Estado enviou, à ajuda do pessoal do HC e também porque minha mãe poderá ficar comigo. 
Quero continuar estudando, terminar o ensino médio. No começo, queria fazer enfermagem. Agora estou pensando em jornalismo, porque no hospital criei um jornal mural. 
Meu desejo era ir para casa. E esse é o primeiro sonho que estou realizando.
O ensinamento que tiro desse relato impressionante é que Deus restaura vidas, mesmo quando parece não haver mais esperança. É o que a Bíblia chama de "livramento de Deus.

Quando o povo de Israel saiu do Egito, liderado por Moisés, houve um momento em que as pessoas se viram espremidas entre o mar Vermelho e as tropas do faraó que avançavam. Quando o desespero começou a bater, Moisés disse
“... não temais, estais quietos e vede o livramento de Deus...”   Êxodo, capítulo 14, versículo 13 
Karina experimentou o livramento de Deus. E qualquer um(a) pode fazer o mesmo quando precisar. Basta abrir seu coração para Ele.

Com carinho

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