sábado, 30 de maio de 2015

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DE URIM E TUMIM?

Urim e Tumim são os nomes de duas pedras preciosas muito especiais, usadas para consultar a Deus. O sumo-sacerdote as carregava numa espécie de bolso que tinha no peitoral das suas vestes sacerdotais (Êxodo capítulo 28, versículo 30 e Levítico capítulo 8, versículo 8). Ali também ficava um pequeno pergaminho contendo o nome de Deus. 

Quando alguém precisava consultar a Deus sobre uma questão relevante - normalmente relacionada com o interesse de todo o povo de Israel - podia fazer uso do Urim e Tumim. Por exemplo, o rei Saul acabou por consultar uma médium, porque:
... quando consultou o Senhor, o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas... 1 Samuel capítulo 28, versículo 6
O procedimento de consulta era o seguinte. A pessoa que precisava da resposta se dirigia ao sumo-sacerdote. Esse virava-se para a Arca da Aliança, para invocar Deus, e a pessoa interessada, atrás dele, fazia a pergunta. E o sumo-sacerdote, então, manipulava as pedras. 

Há muita controvérsia sobre como a resposta de Deus se dava. Vejamos algumas possibilidades: 
  • As inscrições gravadas nas pedras se iluminavam e o sumo-sacerdote interpretava o significado da resposta dada. 
  • As pedras continham numa face a resposta positiva e na outra a negativa. Elas eram jogadas e a resposta era dada dependendo da face delas que caísse para cima. A resposta podia ser negativa (duas faces negativas para cima), positiva (duas faces positivas para cima) ou indeterminada (uma face de cada para cima). 
  • Há ainda quem diga que existia apenas uma pedra e Urim e Tumim eram os nomes das suas duas faces.
Há várias passagens da Bíblia que descrevem situações onde essas pedras foram usadas. Por exemplo, esse método de consulta a Deus foi usado para  validar a escolha de Josué como sucessor de Moisés (Números capítulo 27, versículo 21). Em alguns casos o uso do Umim e Tumim não é expressamente mencionado, mas esse parece ter sido o caso. Por exemplo, quando Deus escolheu os homens que seguiram Gideão para guerra (Juízes capítulo 7, versículos 1 a 4) ou quando Saul foi escolhido rei dentre todo povo de Israel (1 Samuel capítulo 10, versículos 20 a 24).

Nos dias de Esdras e Neemias, quando o povo de Israel voltou do cativeiro na Babilônia (meados do século V AC), esse método de consulta tinha caído em desuso por motivos que não conhecemos. Por exemplo, em Esdras capítulo 2, versículo 63, é contado que Zorobabel adiou a decisão com respeito ao direito de certas famílias terem seus membros reconhecidos como sacerdotes, até que se apresentasse alguém sabendo usar essas pedras. 

Elas desapareceram em algum momento da história de Israel, mas não se sabe quando isso aconteceu. O historiador Flavius Josephus deu uma pista dizendo nos seus escritos que isso se deu cerca de 200 anos antes da sua época, ou seja por volta de 150 AC. 

Concluindo, o costume de consultar a Deus usando essas pedras parece-nos meio estranho - usamos hoje métodos totalmente diferentes. Mas o uso do Urim e o Tumim foi uma realidade importante para Israel por cerca de 1000 anos. 

Com carinho

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