segunda-feira, 16 de setembro de 2019

E QUANDO HÁ PROBLEMAS FINANCEIROS?

Mais de 95% das pessoas têm problemas financeiros. E ficam sempre lutando para fazer frente a seus compromissos mensais. E para fechar a conta do mês vale tudo. Apelam para parcelamento do cartão de crédito, entram no cheque especial, apelam para crédito consignado, pedem socorro a parentes ou amigos, e assim por diante.

É claro que uma boa parte desses problemas financeiros decorre do fato que os salários no Brasil são baixos. Não há dúvida quanto a isso. Mas, eles vão além disso. A realidade é que as pessoas consomem mais do que podem. E essa é uma doença da sociedade moderna e ocorre também nos países ricos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a esmagadora maioria das pessoas não tem poupança e vive pendurada nos cartões de crédito. 

O problema
O ser humano sempre quer satisfazer suas necessidades. Existem necessidades básicas, como comida, abrigo, saúde, segurança, etc. Mas existem também as necessidades desenvolvidas com base na busca do prazer, na vontade de ter status da sociedade, no desejo de ser admirado e assim por diante.

Uma das coisas que mais levam as pessoas a consumir é o chamado "efeito inveja". Simplesmente, as pessoas querem ter aquilo que as outras já têm. As pesquisas científicas mostram claramente que as pessoas sentem ter bons salários bem quando percebem ganhar mais do que quem está à sua volta. Isto é, não importa muito o valor efetivo daquilo que recebem e sim o que as pessoas no seu entorno ganham. Por isso é mais fácil ser pobre numa região do interior do Nordeste brasileiro, onde o entorno também é pobre, do que em Nova Iorque, onde há grande riqueza. 
Outra coisa que leva as pessoas ao consumo sem controle é o desejo de status. Esse desejo parte do princípio de quem está acima na escala social é objeto de admiração, respeito e reconhecimento. Ou seja, quem atinge um nível social mais elevado, deve ser melhor. É claro que isso não é verdade - por esse critério, Jesus teria sido um perdedor. Mas é assim que a esmagadora maioria das pessoas se sente.

O fato é que vivemos na sociedade do “ter”, quando deveríamos nos preocupar mais em “ser”. Essa é uma tendência que parece ter se solidificado. E tanto é assim, que as campanhas de marketing trabalham coisas como inveja e desejo por status para levar as pessoas a consumir cada vez mais. 

A terceira coisa que leva as pessoas a consumir mais do que podem é o imediatismo. Elas querem preencher as necessidades que identificaram de forma imediata. Se alguém quer uma geladeira, não gosta da ideia de economizar durante um ano e depois comprar o que quiser à vista. Prefere satisfazer sua necessidade agora, fazendo um financiamento.

Juntando isso à facilidade que existe hoje em dia para fazer crediário, usar cartão de crédito ou usar outros meios de financiamento, a porta fica aberta para os problemas financeiros e muitas vezes isso acaba em desastre. 

Na prática, boa parte das pessoas acaba por escolher viver um padrão de vida acima das suas possibilidades. Por isso, quando uma pessoa recebe um bom aumento de salário, sente alívio financeiro momentâneo, mas depois, lentamente, vai elevando novamente seu padrão de consumo e acaba por consumir a folga que tinha, voltando à situação anterior.

A solução
Algumas poucas pessoas aprendem a viver com tranquilidade financeira porque escolhem conscientemente viver num padrão de vida contido. Elas conscientemente escolhem consumir menos do que gostariam para viverem sem problemas financeiros. Por isso não são muito afetadas pelo marketing e não se preocupam muito com seu status social. E sempre têm folga no seu orçamento para enfrentar os contratempos da vida. 

Conheço uma senhora que tem rendimentos financeiros elevados, mas vive no mesmo apartamento há mais de 40 anos. Sua casa é confortável mas mobiliada sem luxo. Não compra de grifes famosas e não gasta com outros símbolos de status. Em consequência, sempre tem dinheiro e pode ajudar sua família. 

Em contrapartida, conheci um casal formado por executivos de empresas, com cargos importantes e rendimentos altos. Eles mantinham um padrão de vida muito elevado. Tinham um status bem maior do que a senhora a que me referi acima. Mas viviam apertados financeiramente e estressados. E acabaram se separando.

Deixar de gastar em coisas que parecem necessárias, mas não são, é a única solução para esse tipo de desafio. Trata-se de aprender a viver de forma mais simples e contida, valorizando outras coisas ale´m dos bens materiais. Eu dei esse passo, de forma consciente, cerca de quinze anos atrás e posso garantir que minha qualidade de vida melhorou muito. Hoje sou menos preocupado e estressado. 

E a Bíblia dá todo suporte a esse tipo de decisão. Aliás, foi assim que Jesus viveu. E assim como Ele, os apóstolos viveram de forma bem modesta.

Os ensinamentos de Jesus nos incentivam a juntar tesouros espirituais e não materiais (Mateus capítulo 6, versículos 19 a 21). A vida deve ser vivida de forma mais simples e sem tantas preocupações. Jesus chegou a dizer para que olhássemos as flores do campo ou os pássaros do céu, que vivem de forma simples e são cuidadas por Deus (Mateus capítulo 6, versículos 25 a 34). 

A luta por alcançar e manter o status social e por conseguir tudo o que se deseja materialmente, consome muito tempo e esforço. E acaba com quase todas as energias das pessoas. Aí sobra pouco tempo para aproveitar com família e amigos e não há tempo, nem disposição, para observar o céu numa noite de lua, para flor uma flor, enfim para curtir as coisas simples e belas da vida. E, ainda pior, não sobra tempo para construir uma vida de intimidade maior com Deus.

Com carinho

Nenhum comentário:

Postar um comentário