segunda-feira, 11 de maio de 2020

O DESAFIO DA GRAÇA DE DEUS


Hoje eu vou falar da graça de Deus. Hoje em dia é muito comum a ideia que não há um único caminho para nos levar até Deus. Vários caminhos (religiões) conseguiriam o mesmo resultado que o cristianismo.
Por mais simpática e inclusiva que essa ideia possa parecer, esse não o ensinamento da doutrina cristã. A Bíblia diz que ninguém vai até Deus sem passar por Jesus (João capítulo 14, versículo 6). E, por causa disso, cada vez mais o povo cristão é desafiado a demonstrar porque sua crença seria especial.
Acredito que a resposta para esse desafio é simples: o que nos diferencia é a ideia da graça de Deus. Afinal, esse é o ensinamento que o cristianismo traz diferente de todas as outras religiões. E se nenhuma outra religião fala sobre a graça de Deus, esse conceito deve resumir tudo aquilo que o cristianismo tem de melhor para oferecer. 

A graça de Deus é uma coisa que ninguém fez por merecer – ela existe e é derramada sobre nós porque Deus assim o quer. Só por isso.

A graça é gerada e alimentada pela misericórdia e o amor de Deus por nós. E é por essa graça, e nunca pelos próprios méritos, que as pessoas ganham acesso a Deus, sendo reconciliadas com Ele, apesar dos seus pecados.
Esse processo funciona assim: todos os seres humanos pecam e, portanto, não conseguem agradar a Deus de forem levados em conta somente os seus próprios méritos. Em outras palavras, pelas próprias obras, ninguém consegue chegar até Deus.
A alternativa estabelecida por Deus para superar essa incapacidade do ser humano foi a graça dele mesmo, através do sacrifício de Jesus na cruz, quando Ele tomou sobre si a punição que deveria ser de cada pessoa.

Assim, toda pessoa que reconhecer seus pecados, arrepender-se deles e aceitar Jesus como seu Salvador, é perdoado, mediante essa mesma graça, e pode ser salva (João capítulo 3, versículo 16).

Nenhuma outra religião defende esse tipo de conceito. Algumas religiões - por exemplo, o budismo e o espiritismo - pregam um processo de aperfeiçoamento constante do ser humano, obtido ao longo de múltiplas vidas. As pessoas vão melhorando aos pouco, na base da tentativa e erro. E terão tantas chances (novas vidas) quantas forem necessárias para fazer o aprendizado necessário. 

Essa linha de pensamento defende que, na verdade, as pessoas salvam a si mesmas, através dos seus próprios méritos. E a graça de Deus deixa de ser necessária - na verdade, não espaço para ela. 
O desafio da graça
Mas, aqui cabe uma pergunta importante: por que a graça é necessária? Simplesmente porque um esquema baseado no mérito, onde as pessoas conquistam sua própria salvação pelos seus atos meritórios, não é viável. 
E a razão é simples. Os requisitos de Deus para a salvação do ser humano são muito grandes. Eles estão definidos na Lei transmitida aos israelitas por Moisés (como os Dez Mandamentos), registrada nos cinco primeiros livros da Bíblia, posteriormente detalhada por diversos profetas no restante do Velho Testamento, e modificada e ampliada por Jesus, Paulo e outros escritores do Novo Testamento. São esses mandamentos que Deus espera que as pessoas cumpram para viver uma vida aceitável a seus olhos. 

Conforme já disse, o problema está no fato que esses requisitos são impossíveis de preencher. Por exemplo, basta pensar na exigência de "amar o próximo como a si mesmo". Você conhece alguém que faz isso completamente? Eu não conheço.

Quando a pessoa se conscientiza que não consegue agradar a Deus pelos seus próprios méritos, costuma vir à sua mente uma pergunta: “O que devo fazer, então, para ser salvo/a?”. E a resposta de Deus é a sua graça: se a pessoa reconhecer seus pecados e aceitar essa graça (isto é, afirmar Jesus como seu Salvador), terá acesso a Deus. 
Parece fácil, não é? Afinal, como diz um famoso ditado: “de graça, até injeção na veia...”. Portanto, deveria ser fácil para todo mundo aceitar a graça de Deus. Por que então tanta gente resiste a ela?
O problema é que, ao aceitar a graça, as pessoas precisam também aceitar outras coisas que fazem parte do "pacote", ou seja, sendo consequência direta dessa graça. E isso muita gente não quer fazer.

Primeiro, porque aceitar a graça é também aceitar a soberania de Deus, isto é, reconhecer que Ele tem direito de salvar quem quiser. Como a salvação vem sem mérito pessoal, Deus tem tal direito e ninguém pode questionar o que Ele vier a decidir.

Mas, muitas pessoas querem manter sua autonomia e questionam as escolhas de Deus. Acham injusto que gente boa (aos seus olhos) não seja salva e quem parece não merecer (como o ladrão que estava ao lado de Jesus na cruz e aceitou Jesus no último momento, conforme Lucas capítulo 23, 39 a 43) seja aceito por Deus. Para essas pessoas, Deus é injusto.

Outro aspecto que afasta as pessoas da graça é a percepção que a fé em Cristo é um requisito. E essa fé não é, como pode parecer à primeira vista, uma simples declaração de intenções feita num momento de emoção, como muitas vezes ocorre depois da pessoa ouvir uma pregação e um louvor inspirados. 

A fé verdadeira precisa mudar a pessoa, transformar sua forma de ser e viver. Em outras palavras, essa fé precisa gerar obras (Tiago capítulo 2, versículos 14 a 26). Não são as obras que salvam, mas elas são um termômetro da fé - se as obras não existem, a fé da pessoa não está viva.
E muitas pessoas não querem mudar. Não desejam deixar seus caminhos e até seus pecados "de estimação". Simples assim. E essa provavelmente é a causa mais comum das pessoas não seguirem pelo caminho da graça. 
Concluindo, a graça de Deus é aquilo que torna o cristianismo especial. Não existe nada que seja igual. 

Não há dúvida que aceitar essa graça é um desafio e esse é o verdadeiro desafio de ser cristão.

PS Ver mais sobre esse mesmo tema aqui.

Com carinho

Um comentário:

  1. Boa tarde!

    Eu às vezes fico tremendamente chocado com a falta de espírito crítico quanto às palavras e à forma prolixa do discurso apresentado. Reparemos na frase “Deus mandou seu Filho, Jesus, morrer por nós numa cruz. E essa morte pagou o preço dos nossos pecados.” A imagem que acabou de apresentar do seu “Deus” foi de uma de uma entidade sádica e masoquista que ordenou ao seu filho que se entregasse à morte pelos supostos pecados dos Humanos. O mesmo que dizer que não haveriam outros meios menos violentos, como mostrar-se e dizer de si aos seus súbditos, e evitar de utilização um bode expiatório para salvar aqueles foram criados à imagem dele, em pecado, e agora são comandados a purificar-se. Grande paradoxo, não?

    A sua primeira premissa que suporta o resto do seu raciocínio é falaciosa e assim mesmo conduz de forma falaciosa o leitor para o resto da sua argumentação a favor da Graça de Deus que por sinal a distingue das outras religiões na Graça de Deus. Qual é a Verdade? Existe Deus, e a sua verdadeira face assenta no paradigma cristão? Não em outras crenças religiosas?
    Não existem provas que refutem a existência de “Deus” mas também não existem provas que suportem a sua existência. Na falta de conhecimento não se apela à presumível divina existência, suspende-se o julgamento…

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