quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O TERMÔMETRO DA FÉ

 O termômetro mede a febre, e como a febre é um indicador de doença, o termômetro acaba sendo um medidor de que algo está errado com sua saúde. Toda vez que ele indica uma temperatura elevada, especialmente quando acima de 39°C, é hora de consultar o médico. 

Agora, será que existe um "termômetro" para sua fé, que avalie se ela vai bem ou mal? Afinal, a fé é a base da sua relação com Deus e a Bíblia chega a dizer que, sem ela, não é possível agradar a Ele (veja mais). Portanto, se houver algo errado com sua fé, sua "saúde espiritual" está em risco e é hora de fazer alguma coisa.

Mas será mesmo possível medir uma coisa imaterial como a fé? É possível sim e a Bíblia ensina como fazer isso. E a forma de fazer isso é indireta, parecida com o que fazemos para medir a temperatura. Eu me explico.

O termômetro mais tradicional funciona usando a dilatação do mercúrio - encosta-se o termômetro no corpo e o calor corporal aquece o termômetro. E o mercúrio dentro dele se dilata e pode-se medir essa dilatação numa escala graduada, que, por via indireta, aponta a temperatura (se a temperatura for mais alta, a dilatação do mercúrio será maior, e vice-versa).

E a fé também é medida de forma indireta - nesse caso, mede-se os efeitos dela na vida da pessoa. A dica de como fazer isso foi dada por Tiago, irmão de Jesus. Ele explicou que as boas obras indicam se a fé existe e se está operante (Tiago capítulo 2, versículos 14 a 26).

E boas obras, nesse contexto, significam mudanças na vida da pessoa, no seu comportamento, nos seus hábitos, etc. Trata-se de deixar para trás coisas como hipocrisia, egoismo, maledicência, lascívia, mentiras, etc. E isso faz com que a pessoa consiga verdadeiramente cumprir os dois grandes mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a si mesmo/a.

Tiago explicou que, se a pessoa diz ter fé, mas não pratica obras, essa fé é puramente nominal e não serve para nada - está morta (versículo 17).

De fato, há muitas pessoas que se dizem cristãs mas vivem como se Deus não existisse, pois a doutrina cristã não tem qualquer impacto real na vida delas. São pessoas que só vão à igreja para cumprir obrigações sociais (casamentos e batizados), e/ou não estudam a Bíblia e/ou só se lembram de Deus para pedir-lhe coisas. Essas pessoas sabem que Deus existe, mas não têm qualquer compromisso com Ele.

Mudanças de vida provam que a fé está viva e operante. Portanto, aí está um "termômetro" da vida espiritual de qualquer pessoa. Se há mudanças, é sinal que a fé vai bem, se não há, a fé está enfraquecida ou até morta.

E há outro "termômetro" útil, cuja natureza talvez surpreenda você. Quando a fé está viva e atuante, a pessoa tem dúvidas sobre o significado e a forma correta de aplicar a doutrina cristã na sua vida. Eu me explico melhor.

A doutrina cristã não é simples de entender: conceitos como Trindade, salvação apenas pela fé, santificação e outros assim não são nada triviais. E mesmo depois que a pessoa os entende bem, ainda assim provavelmente terá dúvidas sobre sua aplicação na prática.

E aí as perguntas costumam aparecer. Perguntas do do tipo: meus entes queridos serão salvos? Por que os bons sofrem? Por que as pessoas iníquas prosperam? Estou pecando ao fazer tal coisa? Quais serão as consequências dos meus atos? Posso perder a minha salvação? E assim por diante.

Pessoas que estão interessadas em conhecer e aplicar corretamente a doutrina cristã costumam ter dúvidas e vão continuar a tê-las por toda a sua vida espiritual - eu estudo a doutrina cristã há 30 anos e continuo a ter dúvidas. E aprendo todos os dias com aquilo que leio e ouço (veja mais).

Agora, quando a pessoa deixa de procurar respostas para questões intrigantes, está acontecendo uma, dentre duas alternativas. Pode ser ela que tenha perdido o interesse real pelo cristianismo - a Bíblia se refere a essa situação dizendo que a pessoas "esqueceu o primeiro amor". Pode ser também que ela pense nada mais ter para aprender, pois já conhece todas as verdades necessárias - nessa caso, a fé da pessoa "congelou", ficou parada no tempo e espaço. 

Qualquer dessas duas possibilidades representa um risco muito sério. No primeiro caso, a pessoa vai deixar de mudar porque perdeu o interesse e não vai mais se esforçar. E no segundo caso, a pessoa vai deixar de mudar porque acha não precisar mais, pois "já é boa o suficiente".

Portanto, a falta de interesse na doutrina cristã e na sua aplicação prática é outro importante "termômetro" para "medir" como anda a fé da pessoa.

Com carinho

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