quarta-feira, 26 de abril de 2017

DO QUE VOCÊ TEM MEDO?

Tempos atrás li uma notícia interessante, que me fez refletir: falava que o maior medo da população da Alemanha é a inflação. As pessoas naquele país tem mais medo disso do que de ter câncer.

Esse medo do povo alemão vem de uma terrível experiência, vivida no ano de 1923, quando aquele país passou por uma hiperinflação que atingiu 19% ao dia ou 18.000% ao mês - os preços dobravam a cada quatro dias.

Aqui no Brasil, as pessoas mais velhas lembram de como foi difícil conviver com uma inflação de cerca de 2% ao dia, que durou vários anos, até o plano Real (1993). Mas a hiperinflação alemã foi pior, muito pior do que a nossa - a moeda ficou tão desvalorizada que as pessoas iam ao supermercado levando o dinheiro necessário num carrinho de mão.

É claro que uma experiência desse tipo deixa marcas profundas. Hoje a Alemanha é um país altamente desenvolvido e com excelente qualidade de vida. Sua situação é muito estável e os riscos de nova crise econômica desse tipo são baixos. E ainda assim as pessoas continuam com medo da inflação.

Isso me faz refletir sobre o medo das pessoas. Todo mundo tem medo, mas o tipo de medo varia de pessoa para pessoa. Há quem receie a velhice - por exemplo, minha avó materna foi uma mulher muito bonita e lutou contra esse medo a vida toda e, naturalmente, perdeu a luta. Outros(as) pessoas têm medo da pobreza. É muito comum também o medo de perder os entes queridos.

Na verdade, a vida é cheia de riscos e cada um desses riscos gera medo. Portanto, não há como evitar o medo, pois também não há como eliminar os riscos - ninguém tem segurança absoluta.

Cada pessoa precisa aprender a conviver com seus próprios medos e não se deixar dominar por eles. Lembro do caso de uma amiga que tinha uma vida muito boa - ela tinha conseguido quase tudo que desejava - e ainda assim ficou paralisada pelo medo de perder o que já tinha conquistado. 

Quero conversar hoje com você sobre um tipo especial de medo: os de natureza espiritual. Quais são os maiores medos desse tipo que as pessoas costumam ter? Na minha experiência, são aqueles relacionados com a salvação, tanto a própria, como a de pessoas queridas.

É comum as pessoas terem dúvida se estão salvas. Não têm segurança da sua fé em Jesus ou de que apenas essa fé seja suficiente para salvá-las. Esse medo pode ser superado com um melhor conhecimento das doutrinas cristãs, para que as pessoas passem a entender melhor como o Plano de Salvação de Deus funciona (leia mais aqui).

Outro medo de natureza espiritual muito comum está relacionado com a salvação das pessoas queridas. Como a salvação é individual e leva em conta as escolhas que cada pessoa faz, muitas vezes não é possível ter certeza que alguém muito querido foi ou não salvo(a) - já vi pessoas em enterros preocupadas com esse tipo de questão.

Na verdade, ninguém pode entrar na mente das pessoas que ama para saber com certeza o que elas pensam ou sentem. Muito menos é possível saber o que irão falar com Deus nos seus últimos momentos de vida. 

Portanto, sempre haverá certo nível de incerteza em relação aos entes queridos. Mas, uma dica pode ajudar: olhe para as obras que essas pessoas fazem e terá uma ideia de como a fé delas anda. Afinal, obras são uma indicação importante da fé de cada pessoa (Tiago capítulo 2, versículos 14 a 26).

Outro medo comum das pessoas é ter cometido o pecado sem perdão (a blasfêmia contra o Espírito Santo). Ora, como esse pecado não tem perdão, quem o cometeu não será salvo. 

Conforme já tive oportunidade de comentar por diversas vezes neste site, quem tem essa preocupação sincera é porque não cometeu tal tipo de pecado (veja mais). Logo, na prática esse medo não deveria existir.

Mas, é interessante perceber que há um tipo de medo espiritual que as pessoas não costumam ter, mas deveriam. Refiro-me à preocupação quanto à própria forma de viver: Será que ela vem agradando à Deus? 

Concluindo, precisamos aprender a enfrentar os próprios medos, mas também precisamos aprender a nos preocupar com as coisas certas. Com aquilo que de fato é importante. 

Com carinho

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