sábado, 1 de julho de 2017

VIDA OU MORTE NÃO SÃO AS COISAS MAIS IMPORTANTES

Certa vez assisti um capítulo de uma série de televisão, passada num hospital, no qual uma mãe conversava com sua filha adolescente, que sofria com grave deformação da coluna vertebral e por causa disso não conseguia levar vida normal. 

Mãe e filha conversavam sobre uma cirurgia muita arriscada, que poderia corrigir essa deformação, mas o risco de morte era enorme. E a mãe da adolescente não queria autorizar a cirurgia com medo da filha morrer.

Aí a filha disse para a mãe uma coisa muito importante: "você acha que a pior coisa que pode me acontecer é a morte, mas há coisas bem piores..." Ela se referia ao sofrimento diário que vivia, que a fazia preferir morrer a continuar vivendo assim. 

Esse diálogo entre mãe e filha me fez pensar sobre a condição humana e, em especial, sobre nossa relação com Deus. 

As pessoas costumam ser relacionar com Deus tomando como premissa que suas vidas são a coisa mais importante que existe. A própria vida é a referência para tudo - se ele é boa e sem problemas, fica fácil ver Deus como um Ser bom e amoroso. Se a vida está cheia de problemas e sofrimento, Deus já não parece ser tão bom assim.

É importante que você perceba que Deus não olha para as coisas dessa forma. Ele ama você - não tenha qualquer dúvida disso - mas não entende que sua vida terrena seja a coisa mais importante para você. 

O seu bem mais precioso é outro: a garantia de viver junto a Deus para sempre. Afinal, Deus é a fonte de todo bem e nada pode ser melhor do que estar junto a Ele. E não há felicidade possível sem Ele e por isso o inferno é um lugar terrível (Deus não está lá).

Essa forma de ver as coisas encontra amplo respaldo na Bíblia - basta lembrar o que Jesus disse, conforme o relato que está em Mateus capítulo 18, versículo 8: se o olho da pessoa vier a atrapalhá-la na sua entrada no Reino de Deus, ela deveria tirá-lo. Em outras palavras, se aquilo que a pessoa vê, e entende, faz com que ela se desvie do caminho certo, que a levará até junto a Deus, seria melhor ela ficar sem poder ver, e entender, e continuar no caminho certo.

Jesus disse ainda que, se a mão da pessoa atrapalhar sua entrada no Reino, seria melhor ela cortá-la. Isso quer dizer que, se a capacidade da pessoa de fazer coisas desviá-la do caminho certo, seria melhor perder essa capacidade e continuar no caminho que leva à salvação. 

Sei muito bem que essa verdade fundamental - "não é a vida terrena o que mais importa e sim a relação com Deus" - não é fácil de viver na prática. Até dá para entender isso, mas é muito difícil sentir-se assim. 

Na prática, cada pessoa se comporta como se a vida na terra fosse a coisa mais importante - o Reino de Deus parece algo distante e, portanto, não tem o mesmo peso do que o aqui e agora.

Se você tem essa dificuldade, não se culpe muito - confesso que também tenho, por mais que me esforce para ser diferente. E poucas são as pessoas que conseguem viver a relação com Deus como a coisa mais importante. 

E uma delas foi o apóstolo Paulo - ele afirmou que preferia estar com Deus, pois ali era sua verdadeira casa (Filipenses capítulo 1, versículos 21 a 24). Paulo sabia que precisava continuar neste mundo, pois ainda tinha uma missão a cumprir na obra de Deus, mas, por sua vontade, iria de imediato para junto do Pai. Simples assim.

Quando ficamos mais velhos, quando passamos a esperar menos coisas da vida, pois temos cada vez mais passado e menos futuro, é mais fácil viver essa realidade. E aí as pessoas costumam se aproximar mais de Deus, passando a ficar menos apegadas ao material - é por isso que as pessoas mais velhas são mais religiosas. 

Mesmo tendo dificuldade em viver a verdade que o mais importante é a relação com Deus, você deve manter esse ensinamento presente na sua vida. E sempre procurar olhar para os problemas e as dificuldades da vida aqui na terra levando em conta a perspectiva maior da vida eterna.

E fazer isso certamente vai ajudar você a encontrar a melhor forma de viver seu dia-a-dia nesta terra.

Com carinho

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