segunda-feira, 31 de julho de 2017

QUANDO PARECEM HAVER PROBLEMAS DEMAIS


“Pai, é problema demais para Vinicius de menos”. Foi isso que falei para meu pai no ano de 1999. Eu passava por grandes problemas na minha vida: Casamento em crise, dificuldades financeiras, crise societária na minha empresa e filhos adolescentes dando muito trabalho. 

Os problemas me cercavam por todos os lados. E, sentindo-me miserável, completei o desabafo que fiz para meu pai naquele momento: “Só me falta agora ficar doente”. Felizmente, isso não me aconteceu também...

A verdade é que nossa fé em Jesus não nos garante isenção quanto aos problemas da vida. Não vivemos numa redoma de vidro preparada por Deus para nos proteger contra todas as dificuldades. Na verdade, a história demonstra que cristãos(ãs) são tão afetados(as) pelos problemas da vida quanto as demais pessoas. 

Jesus mesmo nos alertou que no mundo teríamos aflições (João capítulo 16, versículo 33). Disse ainda que quem quisesse segui-lo, precisaria pegar sua própria cruz e ir após Ele (Marcos capítulo 8, versículo 34). Ora, cruz é sinal de sofrimento, luta e assim por diante - e vemos isso com clareza na vida dos apóstolos, que foram perseguidos e quase todos foram martirizados (2 Coríntios capítulo 11, versículos 16 a 33). 

Então, se não existe essa redoma de proteção, por que vale à pena ser cristão(ã)? A salvação por si só já seria motivo suficiente para qualquer pessoa aceitar Jesus. Mas, há outras vantagens em ser cristãos(ã). Por exemplo, o cristão(ã) sabe que não vai enfrentar os problemas sozinho(a)! 

Voltando ao diálogo com meu pai, ele, do alto dos seus 80 anos de experiência, respondeu: “Meu filho, trate os problemas um de cada vez. Lide com cada problema como se fosse o único. E nunca se esqueça que Deus sempre estará com você”.

Eu segui esse conselho e, aos poucos, os problemas foram sendo resolvidos, um a um. Quando não podia resolver determinada situação, porque ainda não estava madura, deixava-a de lado e tratava do problema seguinte. 

Sempre contei com os conselhos e apoio do meu pai de outras pessoas. E, ainda mais importante, sempre tive certeza que o Espírito Santo estava me iluminando, abrindo portas, colocando as pessoas certas no meu caminho, enfim tornando as coisas mais fáceis. 

Não fiquei livre do sofrimento – passei muitas noites sem dormir, senti-me triste e injustiçado e assim por diante. Mas a tempestade foi passando aos poucos e sobrevivi. Consegui reconstruir minha vida e estou aqui, hoje, contando minha história para você. 

E ao longo desse caminho difícil, aprendi muitas lições importantes, ensinamentos que divido com você aqui no site. 

Uma coisa ficou clara para mim, depois de viver toda essa experiência: Se eu não tivesse sofrido, não teria aprendido algumas coisas importantes e não conseguiria ajudar pessoas, como procuro fazer hoje - já perdi a conta dos depoimentos de pessoas que me escreveram falando como meu depoimento as ajudou em momentos difíceis das suas próprias vidas.

Penso ainda que o sofrimento me tornou mais humilde e sábio. Percebi que não sou melhor do que ninguém e isso me fez mais compreensivo e tolerante com as dificuldades das outras pessoas. 

Parece loucura, mas penso que valeu à pena passar por todo esse sofrimento. Não me entendam mal: Não gosto de sofrer e não pretendo passar por tudo aquilo de novo. Não busco o sofrimento como forma de purificação da alma. Não acho que isso seja uma necessidade.

Mas percebi que meu sofrimento não foi em vão. Algo de bom nasceu ali. Simples assim.

Aí está a contribuição fundamental que o cristianismo traz: A percepção que não se caminha sozinho(a) e tudo que nos acontece - mesmo o sofrimento - contribui para nosso próprio bem (Romanos capítulo 8, versículo 28).

Com carinho

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